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Entre Olhares

Summary:

Após Sasuke e Miwa finalmente assumirem o relacionamento sério, Sakura se viu presa em um curto momento de introspecção onde ela percebe que seu sentimento pelo Uchiha ficou cada vez mais sem sentido, não deveria amar alguém que não é capaz de retribuir.

Na noite da boate, após Sasuke levar Miwa embora, a rosada ficou, resolveu se divertir e até mesmo esquecer por um momento que um dia gostou de Sasuke Uchiha, nem que fosse por uma noite.
Seus sentimentos por ele não permaneceriam em sua mente.

Ela só não imaginava que um certo Sunês a enxergaria aquela noite e que gastaria todas as suas tentativas da noite com ela.

SPIN-OFF DE 7MINUTOS NO PARAÍSO QUE MAIS PARECEM COM O INFERNO A FIC DO SASUKE

Notes:

Esse é o primeiro Spin-off de 7 minutos no paraíso que mais parecem um inferno, o outro sairá até outubro. Contém relação sexual em local público. Escrito por uma autora que adora o shipp Sasori e Sakura ♡

Não precisa ler o livro para entender o que acontece aqui, mas se for ler, garanto que não se arrependerá...

Música tema > Gime More - Britney spears
> Angel - The Weeknd
> Birthday suit - The Weeknd

Haverá outras em breve atualizo aqui mesmo.

Chapter 1: Boate

Chapter Text

Eu te vejo e eu só quero dançar com você
Toda vez eles que apagam as luzes
Só quero ir um pouco mais além por você
Demonstração pública de afeto
Parece que não há mais ninguém nesse lugar (além de você)

🌸

A música pesada reverberava nas caixas de som, os corpos movendo-se junto às batidas, os copos nas mãos sendo esvaziados um atrás do outro. Sakura Haruno, com um vestido vermelho colado que deixava suas curvas em evidência, dançava na pista como se nada importasse — nem o coração partido, nem o nome de Sasuke que ainda teimava em aparecer nas suas memórias.

Sasuke... ele estava junto de Miwa, exatamente como ele sempre quis. E ela... Sakura...? Apenas uma mulher tentando se encontrar na noite, nas luzes coloridas, nas mãos que às vezes tocavam a cintura, nas bocas que se aproximavam demais de seu pescoço.

Sakura deu um gole na tequila que restava no copo e, ao pousá-lo junto às garrafas vazias, deu meia-volta... exatamente para se deparar com um par de olhos cor de mel que a atravessaram como se pudessem descortinar suas defesas.

Sasori Akasuna.

Com os braços cruzados junto ao corpo, ele a observava de um lugar reservado junto às sombras, um cigarro aceso pendendo dos dedos. A presença dele era pesada, sedutora — como se o ar ao seu redor ficasse denso demais. Ele deu um passo na direção de Sakura, calmo, quase preguiçoso, enquanto o neon refletia nas madeixas avermelhadas dele.

Sakura engoliu em seco, tentando se recompor, enquanto ele se aproximava, até que o espaço entre eles se resumiu a pouquíssimos centímetros.

— Quer dançar? — a voz de Sasori chegou até seu ouvido como um veludo envolvente. — Ou quer que esta noite seja... algo maior que uma dança?

Sakura sabia que ele não era um mero desconhecido, que o nome de Sasori trazia consigo uma aura de perigo, de prazer, e até mesmo aventura. E, naquele momento, tudo que ela queria era se perder nas mãos de um homem que a fizesse esquecer o que um dia sentiu, então porque não ele? O amigo do irmão de sua melhor amiga?

Sasori nem esperava estar ali. Apenas fora arrastado para a boate pelo Yamanaka Deidara, que encheu a cara enquanto se lamentava por ter perdido a ex para o Uchiha. Deidara insistia que ele ainda podia reconquistá-la — que tudo era um grande engano — enquanto o Akasuna se viu na posição de babá emocional, tentando, em vão, fazer o amigo superar a situação. Quando os lamentos já estavam insuportáveis, Sasori deu uma saída para tomar um ar, para se distrair... e assim que seus olhos pousaram na mulher de pele alva, nas curvas que dançavam de forma entediada na pista, ele agradeceu, em silêncio, pelas más circunstâncias que o haviam trazido até ali. Porque, às vezes, o destino se revela nas horas mais improváveis.

Sakura deu um passo para trás, quase instintivo, enquanto o cheiro do cigarro nas mãos de Sasori se misturava às notas doces do seu uísque. Ele deu uma última tragada, apagou a brasa no cinzeiro junto às garrafas vazias na mesa, e depois exalou a fumaça para o alto, aumentando a aura de mistério que o envolvia.

— Algo maior que uma dança? — Sakura repetiu, como se saboreasse cada palavra que ele dissera. — O que exatamente quer dizer com isso?

Sasori deu um passo à frente, quase tocando o quadril de Sakura com o seu, aumentando a eletricidade que atravessava os dois. Ele inclinou o corpo, a respiração pesada junto ao seu ouvido, enquanto a música começava a ficar mais baixa, aumentando a consciência de um pelo outro.

— Quer dizer que esta noite — disse ele, a voz profunda e densa como mel — você é a única que importa neste lugar. — Ele se afastou um pouquinho para que os dois pudessem se encarar. — Apenas você.

A rosada engoliu em seco, tentando encontrar nas próprias emoções a saída para o turbilhão que começava a se formar dentro de si. Algo nela pedia para se aproximar, para se perder nas mãos claramente habilidosas do Akasuma, enquanto a razão mandava que se afastasse. Mas... pelo que ela sabia, essa mesma razão já a fizera sofrer demais por gostar de Sasuke.

Com um misto de rebeldia, dor reprimida e um intenso desejo impulsivo, Sakura deu o próximo passo, colando seu corpo ao dele, a perna roçando a perna de Sasori, os seios tocando levemente o peito másculo do Akasuna. Ele prendeu a respiração por um momento, como se os músculos de seu corpo tivessem se contraído pra receber aquela aproximação.

— Então... me mostre o que quer dizer — disse ela sussurrando, enquanto deixava um dos dedos trilhar pelo colarinho da camisa dele.

Sasori deu um meio-sorriso — quase imperceptível — enquanto envolvia a cintura de Sakura, puxando-a para junto de si. A música voltou a ecoar nas caixas de som, aumentando gradualmente o volume, enquanto ele a conduzia para o meio da pista, onde ninguém os perturbaria, onde o resto do mundo deixaria de ser importante.

Sasori a puxou para junto de si, colando os corpos até que cada centímetro se tocasse, compartilhando o mesmo calor. A música envolvente reverberava nas veias de Sakura, aumentando a velocidade das batidas do seu coração, enquanto os dedos dele deslizavam pelas curvas de suas costas, pelas alças fininhas do vestido vermelho, como se ele já pudesse, pelo mero toque, desenhar o que se escondia por baixo do tecido.

Sakura, que até então se deixara guiar pelas circunstâncias, deu um passo à frente na dança, aumentando o atrito de seus quadris junto aos dele. A respiração de Sasori ficou pesada junto ao seu ouvido, um sinal de que ele também estava sendo consumido pela própria provocação. Ele chegou a roçar os lábios na parte de trás da orelha de Sakura, aumentando o arrepio que atravessou a espinha da mulher.

— Quer que continue? — ele sussurrou, quase como uma confirmação de que estavam atravessando uma porta sem saída. — Quer que vá até o fim?

Sakura deu uma meia-volta, até que seus olhos se fixaram nos dele — um mel intenso, quase feroz. Sem dizer nada, apenas com um aceno quase imperceptível, ela deu seu consentimento. A confirmação que ele esperava.

Sasori, num reflexo contido, segurou-lhe o queixo, inclinando o rosto de Sakura na posição perfeita para um beijo. Ele colou seus lábios nos dela, compartilhando o gosto de uísque que consumira momentos atrás, uma ternura condensada em uma tentativa de passar esse esmo cuidado que nem ele sabia se seria capaz de cumprir. A língua dele exigiu passagem, sendo correspondida pelas investidas de Sakura, que se deixava conduzir pelas mãos másculas nas suas costas, na cintura, nas curvas do quadril.

Eles se perderam, naquele lugar cheio de luzes, na música que os envolvia, nas sensações que estavam nascendo junto às faíscas que atravessavam suas peles — enquanto Deidara continuava na mesma, do outro lado do bar, afogando suas mágoas em um copo de tequila, alheio ao que se desenrolava na pista de dança, já Naruto sorriu ao ver à distância e até mudou sutilmente a batida para algo mais quente, sensual e envolvente.

Na pista, Sasori sabia exatamente como conduzir uma mulher — como deixá-la na beira do prazer, quase a ponto de perder o controle e recuar ao início mantendo o controle — e ele estava fazendo exatamente isso com Sakura.

Com uma das mãos, ele desceu pelas costas nuas até a base da espinha, onde os dedos passaram a desenhar caminhos invisíveis, aumentando o arrepio que atravessava o corpo da rosada. A outra mão subiu pelas curvas do quadril, até se firmar na cintura de Sakura, puxando-a ainda mais para junto dele, eliminando qualquer espaço que restasse.

Eles estavam colados — pele com pele, alma com alma, íntimo demais para uma mera dança, casual demais para não estarem na cama — enquanto seus beijos se tornavam mais urgentes, quase ferozes, como se estivessem tentando saciar uma sede que nem sabiam que tinham. A língua de Sasori dançou junto à dela, aumentando a velocidade de suas pulsações.

Sakura soltou um gemido abafado, quase um suspiro prazeroso, que se perdeu na música pesada que tocava no ambiente. Foi exatamente o que ele queria: que ela se entregasse, que perdesse o fôlego, que deixasse suas dúvidas para trás.

O marsala inclinou o rosto para o pescoço de Sakura, depositando uma trilha de beijos que começaram atrás de sua orelha, desceram pelo maxilar, pelo pescoço, até a clavícula — enquanto suas mãos continuavam a mover-se pelo corpo da mulher, tocando-o, reconhecendo-o, como se ele já lhe pertencesse.

Sakura chegou a mover o quadril de forma instintiva, aumentando o atrito nas calças de Sasori, que já estavam muito justas, quase a ponto de revelarem o quanto ele a desejava. Ele, por fim, soltou um gemido rouco junto ao seu ouvido: 

— Eu quero você... exatamente assim... vulnerável... nas minhas mãos.

Sakura sabia que, a essa altura, já estava nas mãos dele. E que nada nem ninguém seria capaz de impedi-la de se perder nessa noite junto a ele — exatamente como ele queria.

Sasori desceu a ponta dos dedos pelas curvas das costas de Sakura, tocando cada vértebra como se tocasse um instrumento. Ele sabia exatamente como extrair o melhor de uma mulher, como deixá-la vulneravelmente exposta às sensações que estavam por vir — como se ele pudesse, com um mero roçar, acender cada terminação nervosa do seu corpo.

Com um puxão gentil, ele a virou de frente para si, até que seus corpos ficassem colados, a perna de Sakura encaixada junto às dele, aumentando o atrito, aumentando a tensão que compartilhavam. Ele subiu uma das mãos pelas costas, pelas alças do vestido, enquanto a outra desceu pelas curvas do quadril, pelas coxas, até encontrar a pele macia que aparecia na fenda do tecido, onde tracejou com os dedos.

Sakura mordeu o lábio, tentando conter o gemido que começava a se formar na garganta, enquanto os dedos de Sasori a tocavam exatamente onde ela era mais sensível. Ele a puxou para um beijo intenso, exigente, como se dissesse: "você é minha esta noite, e ninguém a tirará das  minhas mãos."

Ainda assim, ele se permitiu um momento de delicadeza, roçando o nariz pelo queixo de Sakura, pelo pescoço, pelas clavículas, enquanto deixava uma trilha de beijos que a faziam estremecer. A respiração de Sakura ficou pesada, entrecortada, enquanto suas mãos se perdiam nos ombros largos dele, puxando-o para ainda mais junto.

Sasori, num sussurro junto ao seu ouvido, disse: 

— Apenas se entregue... — enquanto a música envolvia os dois, aumentando a necessidade de ser tocada por ele, a atração que já era incontrolavelmente física.

Eles estavam exatamente onde queriam estar: nas mãos um do outro, prontos para se perder na deliciosa noite que tinham pela frente...

Chapter 2: Saída de emergência

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Sabia que você era especial no momento que eu te vi, que eu te vi, sim Eu disse anjoEu te sinto perto a cada vez que eu te chamo, eu te chamo

Sabia que você era especial no momento que eu te vi, que eu te vi, sim 
Eu disse anjo
Eu te sinto perto a cada vez que eu te chamo, eu te chamo

 

 🌸

 

Sasori puxou Sakura para um corredor escuro nos fundos da boate, onde o som da música era abafado pelas paredes, sendo substituído pelas respirações pesadas dos dois, a rosada nem se deu conta de quando passaram pelo segurança e Sasori deixou uma nota na mão dele, ninguém passaria por ali, há não ser que houvesse uma emergência.

Ele a prensou gentilmente na porta de saída, enquanto seus dedos se perdiam nas madeixas cor-de-rosa, puxando-as para trás o suficiente para expor o pescoço de Sakura.

Com os lábios, ele trilhou uma sequência de beijos, começando pelo lóbulo da orelha, descendo pelo pescoço até a base, enquanto suas mãos estavam ocupadas em descer o zíper do vestido vermelho. O tecido escorregou pelas curvas de Sakura, até se acumular junto aos seus pés.

Ainda que exposta, apenas de lingerie, ela se sentia bela, desejada — nas mãos de um homem que sabia exatamente como tocar.

A adrenalina era tanto que Sakura sequer cogitou a hipótese de serem vistos, fosse pelos amigos ou por estranhos, deixando claro que o domínio Akasuna exercia sobre ela era certeiro. Sasori, por um momento, se afastou para admirar a visão que a Haruno era: pele macia, curvas exigindo serem tocadas, a respiração pesada, as maças levemente avermelhadas e os lábios inchados depois do beijo gostoso que trocaram, mostrando o quanto ele a afetava.

Com um puxão possessivo, ele a aproximou de si novamente, colando suas peles, enquanto suas mãos corriam pelas costas de Sakura, pelo fecho do sutiã, que se soltou facilmente. Ele o puxou para longe, aumentando o contato — os seios de Sakura sendo tocados pelo peito dele, a textura das mãos de Sasori pelas suas costas.

— Quer que eu vá mais longe? — ele sussurrou junto ao seu ouvido. — Quer que esta noite seja nossa pra sempre?

Sakura apenas respondeu com um gemido de confirmação, enquanto puxava a camisa dele para cima, removendo-a, expondo o peito másculo, os músculos trabalhados, a pele que exalava o cheiro asândalado e alcoólico delicioso e um desejo compartilhado.

Sasori voltou a pressioná-la contra a porta, aumentando o contato entre os corpos, enquanto suas mãos a envolveram pelas curvas das costas, descendo gradualmente até o cóccix. Ele a puxou para junto de si, intensificando o atrito na região íntima da rosada, enquanto a respiração de Sakura se tornava pesada, quase ofegante.

A porta atrás dela rangeu ligeiramente, sendo o único som além das batidas aceleradas de seus corações.

O Akasuna cobriu o pescoço dela novamente com beijos ardentes, enquanto a ponta da língua traçava caminhos até a base da clavícula. Ele fez uma pausa para deixar um pequeno chupão que a fez arfar, aumentando a sensibilidade daquela região. Sem pensar muito, Sasori passou a admirar os seios pequenos e redondos da rosada, tocando um de cada vez com mãos firmes, enquanto os polegares desenhavam círculos nas auréolas enrijecidas pelo prazer.

Sakura jogou a cabeça para trás, expondo ainda mais o pescoço, enquanto um gemido escapava de seus lábios — cheio, trêmulo, ao sentir aquela boca molhada e quente em um de seus mamilos intumescidos. Talvez fosse a adrenalina correndo por seu corpo, o risco de serem pegos a qualquer momento, ou simplesmente a boca e as mãos daquele sunês experiente — tudo contribuía para deixá-la com um tesão avassalador, onde o prazer já se manifestava nas profundezas de seu ventre.

Sasori se afastou apenas o suficiente para que seus olhares se encontrassem — os dele, escuros como a noite; os de Sakura, iluminados como o nascer de uma nova jornada. Ele sussurrou contra a pele dela, com um fervor que certamente ecoaria por muito tempo:
— Apenas esta noite... você é minha.

Com um movimento firme, Sasori sustentou Sakura pelas coxas, e ela se prendeu a ele, enlaçando-o com as pernas. Ele a pressionou ainda mais contra a porta, aumentando o atrito e incendiando o desejo que já os consumia.

Sasori subiu uma das mãos pelas costas da rosada até encontrar a nuca, onde enredou os dedos nos fios cor-de-rosa, puxando-os suavemente para trás. Ele cobriu aquela pele exposta com beijos molhados, enquanto a respiração dela se tornava mais pesada, quase um ofegar prazeroso.

Na mesma urgência, ele desceu os beijos pelo vale entre os seios, pelas curvas que tanto desejara, até que seus lábios se fecharam em um dos mamilos, sugando-o, enquanto a ponta da língua desenhava espirais na pele sensível. Sakura jogou a cabeça para trás mais uma vez, tomada pelas sensações que ele provocava, apertando os fios rubros entre os dedos suaves.

Ela já havia percebido que ele não tinha pressa — que, mesmo em um lugar público, estava brincando com ela, testando seus limites, pouco se importando se haveria ou não resistência.

Ainda a segurando com firmeza, usando a porta como apoio, Sasori levou uma das mãos pelas coxas até alcançar o interior, tocando a pele macia junto às bordas da calcinha que ainda a vestia. Com um sorriso de canto, afastou o tecido para o lado, expondo a umidade evidente — prova silenciosa do quanto ela o desejava. Aquilo o fez morder os próprios lábios, antes de intensificar os toques.

Cada vez que Sasori deslizou os dedos sobre o clitóris inchado, a respiração de Sakura se tornou mais densa, irregular, tomada pelo prazer crescente. Mas o Akasuna estava impiedoso. Espalhou a lubrificação dela por toda a região, provocando com movimentos lentos e calculados, apenas para retirar os dedos logo em seguida.

Sem pressa, levou-os até a boca, formando um "V" com a mão. Passou a língua entre os dois dedos com intenção clara, os olhos fixos nela, deixando evidente o que desejava fazer com aquele corpo entregue.

Ah... se estivessem em outro lugar...

Sakura seguia com a visão hipnotizada da boca do Akasuna e somente quando ele enfiou a mão no bolso de trás e ergueu a camisinha que ela piscou levemente.

— Abre pra mim querida. — ela não pensou duas vezes em fazer como ele pediu, abrindo o pacote lentamente e sentindo o cheirinho de pimenta. 

Sasori fingiu que não tinha escolhido aquela porra de camisinha que esquenta mais que um inferno só para aumentar a sensação, ele abriu as próprias calças e desceu o zíper, antes de pegar a capa e com a mesma destreza prender a ponta entre os dedos e deslizar o restante pelo comprimento, estava louco para se perder nas dobras molhadas e Sakura e não se negaria mais.

— Vou te fazer dizer o meu nome... — sem esperar mais a penetrou gradualmente, só parando quando a rosada suportou tudo. O som de satisfação junto aos arfares se desprenderam dos dois, Sakura gemeu um pouco mais alto com os movimentos dele, se encaixando tão perfeitamente que duvidou que seria tão bom assim, aos poucos ambos foram se perdendo nas estocadas cheias que vieram seguidamente, na sincronia de seus corpos que se moviam em busca do ápice.

Sasori aprofunda o encaixe, aumentando o ritmo das estocadas, enquanto os gemidos dela já não estão contidos. Cada investida faz o corpo de Sakura se contorcer, os dedos cravando nas costas dele, buscando apoio, enquanto ele a sustenta facilmente, como se o corpo da Haruno pertencesse às mãos dele.

De forma quase animalesca, ele a prensa ainda mais contra a porta, aumentando o atrito, aumentando a velocidade, enquanto os dois se perdem nas sensações, nas peles que já estão cobertas de suor. Os beijos se tornaram urgentes, quase ferozes — ele morde levemente o lábio dela, que corresponde com um gemido que escapa de seus pulmões.

Qualquer um que passasse naquele local veria as costas nuas do sunês assim como as pernas dela enlaçada em sua cintura.

O Akasuna fez uma pausa momentânea para apoiá-la no chão, de frente para ele. Sakura estava com as pernas tremendo, ainda assim segurou nas mãos dele enquanto ele a fez se virar, tocando suas curvas, enquanto beija suas omoplatas, descendo até a parte baixa das costas, aumentando ainda mais a vontade que queima nas veias de ambos. A cena tão bonita e intensa juntos as luzes em neon da boate que deixavam tudo ainda mais excitante.

Com um puxão gentil, ele a faz se apoiar na porta, inclinando levemente o corpo para a frente. Segurando a cintura dela firmemente e ajustando a posição antes de a penetrar novamente, nessa posição o domínio pertencia somente a ele, então sem que Sakura visse ou soubesse ele enganchou os dedos em seus cabelos puxando para trás em um rabo malfeito forçando-a arquear ainda mais as costas e com um único mover do quadril de forma certeira a fazer tremer enquanto aumentava a profundidade. 

— Hum... Sasori...— Sakura gemeu abafado enquanto ambos se perdiam nas ondas de prazer que atravessam suas espinhas, construindo um orgasmo tão intenso, que os faz perder a noção de tudo — a música, o lugar — restando apenas os dois.

O quadril dela começou a se mover indo de encontro ao dele num ritmo intenso, quase feroz, até que o ápice os atinge, aumentando suas respirações, acelerando seus corações, Sakura veio primeiro, sem aviso algum apenas arranhando a porta e fechando os olhos intensamente, Sasori veio depois, gemendo rouco no ouvido dela enquanto dava a última estocada, gozaram quase que simultaneamente. Os corpos permaneceram colados por um momento, compartilhando o calor, o suor, as respirações ofegantes que estavam descompassadas, como se seus corações pudessem pular para fora do peito.

E então a realidade aos poucos voltou, o frio da boate ao redor as vozes distantes daqueles que estavam na pista. Com mãos habilidosas, ele se retirou gentilmente, removendo o preservativo, enquanto Sakura ainda se segurava na porta, tentando encontrar o próprio fôlego. Sasori deu um nó na camisinha usada, descartando-a junto a um lenço nas lixeiras que estavam nos fundos da boate.

Sakura, de costas, ficou levemente corada — tanto pela transa quanto pelo pensamento de que, a qualquer momento, alguém podia aparecer e pegá-la naquele lugar. E essa ideia deixava tudo ainda mais intenso, aumentando a excitação que ainda corria nas suas veias, enquanto se vestia.

Sasori retornou rapidamente e puxou o zíper do vestido dela para cima com mãos calmas e suaves, enquanto deixava um beijo cálido na nuca exposta. Ele ainda passou a ponta dos dedos pelas curvas das costas, um último afago na pele que ele sabia que permaneceria na memória de ambos.

Eles se vestiram, tentando parecer casuais, como se nada tivesse acontecido — enquanto o coração de Sakura ainda martelava em seu peito, a pele formigava, o corpo reverberava pelas sensações. Ela sempre foi a senhorita certinha então nunca imaginou fazer algo tão... inusitado.

A porta dos fundos, até então trancada, se abriu. Os dois se moveram junto, como se nada de incomum tivesse ocorrido. Quando estavam a sós, Sasori deu um passo para trás, um sorriso cafajeste aparecendo nos seus lábios, enquanto ele se inclinava junto ao ouvido de Sakura: 

— Quando quiser repetir... me liga. Isso aqui não é nem a metade do que eu sou capaz de fazer.

Sakura engoliu em seco, enquanto ele deixava nas mãos dela um pequeno pedaço de papel, que escorregou pelas curvas do seu ombro até os seios, aumentando o arrepio que atravessava o seu corpo.

A Haruno poderia ser correta em todas as suas funções, mas depois daquela transa ela tinha uma única certeza: Sentia que essa noite seria apenas o começo.

 

Eu só quero ver você pelada

Tire tudo, eu não quero ver você vestida

Pelada, não tenha medo

Beijando sua pele, antes de começarmos

 

 

Notes:

Músicas > Angel e birthday suit - The Weeknd

Chapter 3: A suíte

Summary:

Espero ter conseguido passar bem a ideia de sedução para vocês. Pois é isso que o Sasori é, um homem extremamente sedutor daqueles que conduz apenas com um olhar e com palavras doces simplesmente para ter o que quer e deixar qualquer mulher a mercê.

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

É estranho como o desejo manipula os tolos
Nunca sonhei que encontraria alguém como você...

🌸

Sakura apertou o pedaço de papel nas mãos, enquanto ele começava a se amassar levemente pelo suor que ainda umedecia seus dedos. A caligrafia de Sasori, elegante e decidida, trazia apenas um número de telefone — para Sakura algo que prometia que aquela noite não seria um fim, mas um mero ponto de partida, isso é claro se ela estivesse disposta a arriscar.

Eles atravessaram a porta dos fundos, sendo envolvidos pelas luzes de néon que atravessavam o beco junto às últimas batidas da música que vazava pelas frestas. A brisa noturna tocou a pele de Sakura, aumentando o arrepio que já a atravessava, enquanto o cheiro de cigarro, de bebida e do sexo ainda estavam presentes nas suas narinas.

Sasori deu um passo atrás, acendeu um cigarro, puxou uma tragada profunda, depois soltou a fumaça junto com um suspiro satisfeito. Ele a observava pelo canto dos olhos, enquanto a mulher arrumava o cabelo, tentando parecer que nada aconteceu — embora suas bochechas coradas, suas mãos trémulas e o brilho nos seus olhos a denunciassem.

Com um último olhar cheio de satisfação, O Akasuna:

— A porta pra você... sempre permanecerá destrancada. — E, como se nada demais tivesse ocorrido, deu as costas, colocou as mãos nos bolsos e caminhou pelo beco até desaparecer nas sombras, enquanto o coração de Sakura ainda martelava no peito.

Ela ficou parada por um momento, absorvendo tudo que aconteceu — o prazer explícito que até mesmo escorria no olhar, o fim daquela noite, o inicio de algo que, ela sabia, ainda daria muito o que falar.

Isso é claro, se fosse pra frente.

 

[...]

 

Sakura atravessou a porta da boate agora um pouco mais calma, a música continuava a pulsar nas caixas de som, junto às luzes coloridas que dançavam nas superfícies espelhadas. A mulher deu dois ou três passos para dentro, ainda sentindo o meio das pernas quente, as coxas trémulas, como se ter gozado minutos atrás ainda reverberasse pelo seu corpo.

Ino a avistou junto às mesas, aproximando-se com um copo na mão, o olhar cheio de curiosidade. 

— Sakura! Você sumiu... Quer ir embora? Quer que te ajude? 

Sakura deu um pequeno sorriso, tentando parecer tranquila, enquanto arrumava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Agora estou bem... Apenas fui tomar um ar. — Desconversou.

Ainda assim, na cabeça dela, as imagens estavam vivas demais: ela sendo prensada na porta, a respiração pesada de Sasori junto ao seu pescoço, suas mãos tocando cada centímetro de pele exposta... Um arrepio atravessou seu corpo, aumentando a sensação que ainda reverberava nas fibras dos seus músculos, foi capaz até de sentir os mamilos eriçados novamente.

Algumas horas depois, já em casa, Sakura chegou nas pontinhas dos pés, para não acordar seus pais. Foi até o quarto, tirou a maquilagem, deu um fim nas últimas peças de roupa, vestiu uma camiseta grande o suficiente para cobrir suas curvas, deitou na cama macia... e caiu num sono cheio de imagens vividas — mãos, o cheiro da pele dele, a urgência de tomá-la ali mesmo, o nome de Sasori sendo pronunciado como um pedido nos seus próprios gemidos.

Na manhã seguinte, Sakura acordou toda moída, os músculos das coxas ainda doloridos, os seios pesados, como se ele ainda os tocasse. Os lençóis estavam bagunçados, junto às peças que ela deixara pelo chão. Pegou o celular na mesinha de cabeceira... ele vibrava. Uma mensagem de Ino aparecia na tela:

 

"Parece que um certo Sunês quer te conhecer. 😉"

 

Sakura deu um pequeno sorriso, os dedos ainda dormidos enquanto respondia apenas: "Tudo bem...".

Logo depois, o celular voltou a vibrar. Uma nova mensagem chegou, dessa vez de um número desconhecido:

"Acho que você prefere homens à moda antiga, então tomei o primeiro passo..."

Logo em seguida, um endereço aparecia junto com uma recomendação:

 

📍

"Estarei em Konoha apenas essa semana... te espero no sábado às 21h.

PS: venha sem calcinha..."

 

Sakura corou fortemente até a ponta das orelhas, a respiração falhando por um momento, enquanto a mensagem aparecia na tela. Os dedos estavam imóveis — como se o coração já sentisse exatamente o que ela quereria fazer. Mesmo assim, apenas visualizou a mensagem. Foi o suficiente para que Sasori soubesse que ela apareceria.

Ela ficou um bom tempo deitada na mesma posição, o coração acelerado, enquanto a mensagem na tela continuava a brilhar. 

"Se acalma Sakura foi só uma transa. Uma transa em público! Onde qualquer um que passasse poderia ver! Por Hikudou... foi o melhor sexo da minha vida."

Ela tapou os próprios olhos envergonhada e depois pensou mais uma vez:

"Eu não sou emocionada, eu só estava esperando pelo Sasuke."

Com um suspiro, bloqueou o celular, o pousou na mesinha de cabeceira e puxou o lençol até o queixo, como se ele pudesse protegê-la de seus próprios pensamentos. Mas era exatamente o oposto. Aquele nome, aquele número, estavam gravados na memória, junto às sensações que ele deixara em sua pele noite anterior.

Ela adormeceu mais uma vez assim, envolta nas cobertas, enquanto o sol começava a atravessar a janela, aumentando gradualmente a luminosidade do quarto.

Seu corpo ainda se ressentia das mãos de Sasori, das investidas firmes, as palavras, o prazer compartilhado. E essa memória a acompanharia pelo resto do dia — enquanto trabalhava, enquanto se arrumava, enquanto a noite se aproximava.

As horas passaram. A sexta-feira chegou, arrastando junto consigo uma expectativa quase insuportavelmente gostosa. Sakura sabia que, na noite de sábado, às 21h, ele estaria a esperando, e, ela iria exatamente como ele pediu... sem calcinha.

Com essa ideia na cabeça, ela escolheu suas peças, um conjunto de renda que deixaria pouquíssimo para a imaginação. Pegou um espelho, conferiu cada curva, cada detalhe que ele tocaria — e um arrepio atravessou seu corpo, aumentando o desejo que já estavam compartilhando, ainda que à distância e, em suas imaginações.

Sábado chegou junto com o fim de tarde, que tingiu o céu de laranja, depois de vermelho — como se o próprio firmamento soubesse o que estava para acontecer.

Sakura ficou na frente do espelho, examinando seu reflexo. A mulher escolheu um conjunto de lingerie rendada, preto, que realçava suas curvas, aumentando a sensualidade que já exalava. Apenas o sutiã ficou — a calcinha? Essa, como ele pedira, permaneceria na gaveta.

Vestiu um vestido justo, cor de vinho, que se moldava ao seu corpo como uma segunda pele. O tecido era macio, quase escorregadio nas mãos, aumentando a expectativa. A fenda na perna deixava à mostra parte de suas coxas, enquanto o decote nas costas a deixava ainda mais provocante, exalava tanta sensualidade que parecia etérea e, ainda assim mantinha-se longe da vulgaridade.

Sakura calçou um par de sandálias de salto, deu um último retoque na maquilagem — um pouquinho de gloss nos lábios, um rímel para dar profundidade ao olhar — e prendeu parte dos seus longos cabelos cor-de-rosa, enquanto deixava algumas mechas caindo pelo pescoço.

Com o coração acelerado, pegou o celular, conferiu o endereço, mandou uma mensagem simples para Ino: "Saindo... me deseje sorte ;)" — exatamente como uma mulher que sabe o quê quer, e que se permitirá a tudo. Independente dos próprios julgamentos pessoais.

Ao atravessar a porta de casa, na noite cálida de Konoha, ela sentiu que nada seria como antes. A jornada que começara na boate atingiria o auge nas mãos do Akasuna. Apenas ele, ela, e a adrenalina mediante tanta volúpia — exatamente como ele prometera.

 

[...]

 

Sakura chegou em frente ao endereço que ele mandara. Ergueu o olhar para o topo do edifício — um arranha-céu de luxo, cujas janelas refletiam o brilho das estrelas que começavam a aparecer na noite de Konoha.

Seu coração deu um pequeno pulo, enquanto ela segurava a alça da bolsa junto ao corpo. A fenda do seu vestido deixava à vista parte de suas coxas, enquanto o vento noturno tocava a pele exposta, aumentando o arrepio que já atravessava seu corpo.

Com um passo tímido, atravessou a porta de entrada. Foi até o saguão, onde o porteiro a saudou com um aceno de cabeça. Sakura engoliu em seco, o coração acelerado, enquanto se perguntava se ele a confundiria com uma acompanhante de luxo — ou se todos saberiam exatamente o que ela estava fazendo ali.

Ainda imersa nas dúvidas, o celular vibrou nas mãos de Sakura:

"Quando chegar, mande uma mensagem. Hiroshi liberará o elevador privativo pra você. Não precisa passar na recepção..."

Sakura soltou o ar que nem sabia que estava prendendo. Foi para um canto, mandou um simples "Cheguei.", enquanto o porteiro se comunicava pelo rádio. Segundos depois, um elevador junto às porta espelhadas se abriu, vazio, como se a convidasse a embarcar.

Com o coração na garganta, ela deu o primeiro passo para dentro. A porta se fechou atrás de si, aumentando a expectativa. A cabine, toda espelhada, refletia suas curvas, o brilho nos seus olhos... tudo que ela era neste exato momento: uma mulher pronta para se perder nas mãos de um homem que ela só conhecia através dos atos sexuais e das poucas vezes que se viram por terem conhecidos em comum.

Sakura deu um passo para trás, encostando-se na parede espelhada.

Seu coração martelava no peito — a respiração começava a se tornar pesada, quase ofegante — enquanto suas mãos deslizavam pelo tecido macio do vestido, pelas curvas que ele acentuava, pelo contorno dos quadris.

Com um lembrete nas mãos — o número que ele mandara junto com o endereço —, Sakura sabia exatamente onde ele a esperava: na cobertura, o lugar mais reservado, o topo do mundo... o espaço onde tudo seria apenas ele e ela.

Ainda que o espelho refletisse uma mulher confiante, atraente, a pele de Sakura começava a formigar de expectativa, quase como se os dedos de Sasori já estivessem tocando seu corpo. A  ausência da calcinha deixava uma consciência permanente dessa vulnerabilidade — um lembrete constante de quanto estava exposta, disposta, pronta para se dar.

Com um "ding", o elevador chegou ao topo. A porta se abriu gradualmente, mostrando um corredor na penumbra, somente algumas luminárias nas laterais, aumentando o clima de privacidade. Apenas o som do seu coração a acompanhava enquanto caminhava até a porta indicada, os saltos estalando a cada passo.

Ela respirou fundo, mandou uma mensagem simples: "Estou na porta." — parecia até quase um pedido de permissão para atravessar aquele umbral.

Segundos depois, a porta se destrancou como que por mágica. Uma fresta se abriu, mostrando um interior envolvido na meia luz, nas sombras dançando nas parede, nas chamas de velas que estavam acesas nas mesas laterais... o cheiro de madeira, de musk, de um bom uísque.

E ali, nas sombras, ele aparecia: Sasori, a silhueta de um homem confiante, que sabia exatamente o que queria — e que, a essa altura, já era exatamente o que Sakura também desejava.

A Haruno deu um passo para dentro, atravessando o umbral daquela porta que se fechou automaticamente às suas costas, como se o mundo externo ficasse, a partir dali, do lado de fora.

Naquele espaço ela teria a liberdade de ser e agir como bem entendesse e , quando saísse dali tudo voltaria ao normal, pelo menos era essa a sensação que tinha no momento.

A meia luz dançante das velas refletia nas taças de cristal junto às garrafas de bebida e nas prateleiras, nas curvas do mobiliário de design, nas superfícies espelhadas que deixavam tudo ainda mais envolvente. Uma música baixa, quase um sussurro de jazz, envolvia o lugar — aumentando a aura de sensualidade.

Sasori deu um passo à frente, aparecendo nas sombras, exatamente como ela o esperava: de terno escuro, sem gravata, o colarinho desabotoado mostrando um pouquinho de pele, o que deixava o coração de Sakura acelerado. Os seus olhos estavam cravados nela, como se pudessem atravessar suas defesas, tocá-la até nas profundezas de sua alma.

— Você chegou... — disse ele, num tom grave que reverberou pelo peito de Sakura. — ... exatamente como mandei. Sem nada por baixo... 

Com um mero aceno, ele deu um passo para trás, aumentando o espaço entre eles, enquanto a deixava exposta às chamas que tremulavam nas velas, mostrando suas curvas, o contorno dos seios, o vale que se formava junto às clavículas.

Sakura engoliu em seco, tentando encontrar a voz que se perdera na chegada. 

— ...Isso é exatamente o que você quer? — sussurrou um pouco envergonhada e, ao mesmo tempo excitada.

Sasori deu um pequeno sorriso, quase um predador que sabe que a presa já caiu na armadilha, enquanto se aproximava novamente.

— É exatamente o que nós dois queríamos... — ele disse, tocando com a ponta dos dedos o que aparecia da coxa de Sakura pelo rasgo do vestido, subindo gradualmente até a pele macia junto às ancas. — ...e é apenas o começo.

Ele deu um passo à frente, eliminando o pouquinho de espaço que ainda restava. O cheiro da pele dele — uma combinação de musk, madeira e algo adocicado — envolveu Sakura, aumentando ainda mais a onda de excitação que já a consumia.

Com um dedo, ele puxou uma mecha do cabelo cor-de-rosa para trás da orelha dela, liberando o pescoço, a pele macia que ele tanto desejava marcar como sua. Se inclinou, tocando os lábios junto ao lóbulo de sua orelha.

— Quer que vá devagar... ou quer que vá com tudo? — sussurrou, a respiração pesada junto à pele sensível, aumentando o arrepio que atravessava o corpo dela.

Sakura engoliu em seco, tentando encontrar a própria voz, enquanto suas mãos estavam imóveis nas laterais do corpo, como se ainda não soubesse o que fazer — ou como se esperasse pelas mãos dele para a guiar.

— ...Com tudo — respondeu, deixando escapar um gemido baixo, quase como uma súplica.

Sasori deu um pequeno passo para trás para contemplá-la, os olhos escurecendo de tesão. Ele a puxou para junto de si pelas curvas do quadril, colando o corpo dos dois, mostrando-lhe exatamente o quanto ele também a desejava.

Com um movimento preciso, desceu suas mãos pelas costas dela até o zíper do vestido, puxando-o para baixo, centímetro a centímetro, enquanto os ombros apareciam, seguidos pelas costas nuas. O tecido escorreu até o chão, como se deslizasse pelas mãos dele, sendo abandonado junto às dúvidas, às inibições.

Sakura ficou assim, exposta, exatamente como ele mandara, exatamente como ele desejara — sendo, naquele momento, nada menos que a mulher que ele queria possuir, marcar como sua, até o fim daquela noite e se pudesse, faria de novo e de novo.

No fundo o Akasuna tinha se encantado com a rosada.

Ele deu um passo para trás, apenas o suficiente para contemplar a mulher que se desnudava para ele — a pele macia, os contornos das curvas, o vale dos seios que subia e descia junto às respirações cada vez mais pesadas de Sakura. Ele umedeceu os lábios, quase como um felino prestes a dar o bote.

Com dois dedos, ele tocou a pele junto às omoplatas de Sakura, descendo pelas costas até chegar às curvas do quadril, onde se deteve por um momento, como se absorvesse a textura, o calor, a vitalidade que emanava do seu corpo. Ela estremeceu, um arrepio atravessando-lhe a espinha, enquanto os mamilos começavam a se intumescer a única peça que usava, talvez fosse pela brisa criada pelo ar condicionado.

— Tão perfeita... — ele disse, reprimindo um gemido leve, enquanto a puxava para junto de si, colando o peito nas costas de Sakura. O coração de um junto com o do outro, compartilhando um ritmo acelerado, como se batessem em uníssono.

Com a mesma mão que a tocara nas costas, ele subiu pelo abdômen, pelas curvas da cintura, até encontrar a base dos seios. A ponta dos dedos roçou a renda macia, aumentando a expectativa dela, Sakura naquele momento executou o seu primeiro movimento da noite, inclinou o pescoço, e ele tocou com os lábios o topo do ombro de Sakura, depois o lóbulo de sua orelha, enquanto a puxava ainda mais para ele, sussurrando: 

— Deixa eu te fazer perder o fôlego... exatamente como você quer... exatamente como você merece. Onde... Dessa vez o único risco será querer mais e mais Haruno.

Sasori deu um passo junto de Sakura, como se os dois já compartilhassem o mesma respiração. Ele a virou gentilmente para si, até que seus olhares se cruzaram — os dele cheios de desejo, os dela de expectativa.

Com um dedo, ele tocou o queixo feminino, inclinando-o levemente para cima, enquanto se aproximava para um beijo que começou lento, para depois se tornar intenso, exigente — a língua dele dançando junto à dela.

Ainda com os lábios colados, ele desceu suas mãos pelas laterais de seu corpo, até encontrar suas coxas. Segurou-as com mãos firmes, aumentando o contato, a pele na pele, enquanto a puxava para que se encostasse ainda mais, até que ele pudesse senti-la por inteiro.

Sasori, então, quebrou o ósculo para trilhar uma sequência de beijos pelo queixo, pescoço, pelo vale dos seios. A respiração de Sakura se acelerava a cada nova carícia, enquanto ele deixava uma trilha de carícias úmidas que a faziam se contorcer levemente de prazer.

Com mãos habilidosas, ele chegou até os seios desprendeu o sutiã, tocando uma mama, depois a outra, enquanto a ponta da língua dançava junto às auréolas, aumentando a sensibilidade. Ele os provou, lentamente, como se estivesse saboreando uma iguaria raríssima, até que os mamilos estavam rijos, quase doloridos de prazer.

Ainda descendo, ele chegou ao abdômen de Sakura, enquanto suas mãos continuavam a desbravar suas curvas, como se ele estivesse mapeando cada ponto que a deixava arrepiada. Então se ajoelhou tocando o tapete macio, enquanto os dedos estavam nas coxas, puxando-as um pouquinho para que ela se abrisse para ele.

O Akasuna deu um último beijo junto ao osso do quadril, depois chegou exatamente onde sabia que a deixaria nas nuvens. Segurou as coxas dela com firmeza, como se a ancorasse, como se a impedisse de se perder nas sensações que estavam por vir. 

Com um beijo na parte interna da coxa, ele subiu gradualmente, até que seu hálito tocasse o ponto mais sensível de Sakura fazendo-a prender a respiração, e enroscar os dedos nas madeixas avermelhadas de Sasori, enquanto ele, precisamente a provava, a saboreava, como se o prazer de Sakura também se transformasse no dele.

A língua trabalhava num ritmo envolvente, aumentando gradualmente a intensidade, enquanto ele usava os dedos para completar o que começara — tocando, aumentando a excitação, sendo gentil nas horas certas, exigente nas outras, exatamente como ele sabia que a deixaria completamente rendida. Sugava os grandes lábios enquanto massageava a entrada, voltava ao clitóris enquanto a masturbava internamente com os dedos em gancho a sentido escorrer cada vez mais.

Sakura deixou um gemido escapar, um som que refletia tudo o que estavam sentindo. Foi como se o tempo parasse, como se nada existisse, a não ser os dois — suas peles, suas respirações, suas vontades — até que o orgasmo a atravessasse como uma onda, aumentando até o ápice, enquanto ela tremia nos braços de Sasori.

Ainda assim, ele continuou junto a ela, até que os espasmos diminuíssem, até que a respiração dela se acalmasse gradualmente. Então, se levantou deu um último beijo na parte interna da coxa de Sakura, como um selo de que nada daquilo seria esquecido. 

— Vamos continuar no quarto — A voz estava mais rouca que o normal.

Sasori se afastou, puxando a camisa pelas costas até removê-la por completo, expondo o peitoral trabalhado, os músculos junto às costelas, que estavam tensos. Ele a deixou cair no chão junto às outras peças de roupa, aumentando a pilha de tecidos que já se formava a seus pés.

Sakura deu um passo atrás, tentando se cobrir com os braços, enquanto um rubor intenso aparecia nas suas bochechas — como se a consciência de que estavam expostos a deixasse tímida. Ela era a única completamente nua naquele ambiente.

Sasori soltou uma risada baixa, quase travessa, enquanto se aproximava novamente.

— Querida, não adianta ficar com vergonha — a voz aveludada parecia um afago nas suas orelhas —, a única roupa que você verá essa noite será o meu corpo cobrindo o seu.

Ele a envolveu pela cintura com um dos braços, enquanto a outra mão deslizava pelas curvas das costas, pelas vértebras que apareciam a cada respiração pesada que ela soltava.

Com um beijo na base do pescoço feminino, a conduziu para o corredor que levava ao quarto, os dois movendo-se lentamente como uma dança. A porta se abriu com um mero toque, mostrando um espaço junto à janela panorâmica, de onde se podia ver as luzes da cidade que dormia, enquanto eles despertavam para uma noite inesquecível.

Notes:

E a partir daqui é só ladeira baixo nessas intenções...

Música > Wicked Game – Chris Isaak

Chapter 4: A refeição principal

Notes:

Música > Middle of the Night – Elley Duhé

Chapter Text

Eu convoquei você, por favor, venha até mim
Não enterre os pensamentos que você realmente quer
Eu te encho, beba do meu copo
Dentro de mim está o que você realmente quer

🌸

 

O quarto era amplo, de iluminação baixa e cálida, com paredes escuras, lençóis de cetim e uma cabeceira almofadada e larga. A luz suave das velas dançava nas prateleiras, refletida nos espelhos sutis nas laterais da cama king-size. Um espaço feito para o prazer. Para a dominação. Para a entrega.

Sasori fechou a porta com um empurrão leve e virou-se para Sakura, ainda segurando sua mão. Ele não disse nada de imediato — apenas a olhou como se ela fosse uma obra de arte prestes a ser tocada pela primeira vez.

— Suba — ordenou, a voz baixa e carregada de desejo. — Fique de joelhos, voltada para mim.

Sakura obedeceu, a respiração curta e a pele toda arrepiada, subindo na cama com movimentos lentos. O cetim era frio sob seus joelhos. Quando se virou de frente, viu Sasori abrir uma gaveta lateral. De lá, ele tirou algo que brilhou brevemente à luz: fitas de seda vermelha, longas, macias... pensadas exatamente para aquilo.

— Depois do que fizemos na boate, devo entender que você... Confia em mim para um mento com o esse? — ele perguntou, andando até a cama com calma predatória.

Sakura assentiu com os olhos marejando de antecipação.

— Diga, flor. Eu quero ouvir. — Ele pegou uma mecha de cabelo dela e a enrolou nos dedos. O novo apelido fez o coração dela disparar, ainda assim respondeu:

— Eu confio em você — a voz estava tremida, o coração saltando no peito.

Sasori sorriu, satisfeito. Subiu na cama com ela e, com paciência absurda, amarrou seus pulsos à cabeceira, com os braços erguidos, a postura arqueada e vulnerável. Depois, abriu ainda mais os joelhos dela, a deixando exposta, entregue, em completa rendição.

Ele ficou de pé junto à beira da cama por um momento, contemplando cada detalhe daquela mulher que o deixava sem fôlego — o brilho nos seus olhos, o rosado nas bochechas, a pele arrepiada pelo ar condicionado que começava a esfriar o quarto, era a pintura mais bela que ela já viu.

A tensão em seu ventre era pura eletricidade. Ela se sentia nua de corpo e alma, e ainda assim... viva, desejada, adorada.

Ele se posicionou entre suas pernas e passou os dedos levemente por sua intimidade já úmida, provocando um gemido baixo que escapou sem permissão.

— Você não faz ideia do quanto eu desejei isso desde que te vi naquela boate... toda entediada... toda deliciosa... toda negando sorrisos pra outros idiotas. — A boca dele roçou sua coxa. — Mas pra mim, flor... pra mim, você vai sorrir. Vai gritar. Vai implorar.

E ela imploraria.

A primeira lambida veio lenta, provocativa, apenas a ponta da língua traçando o caminho da sua excitação. Ele não queria pressa — queria que ela perdesse a cabeça. E conseguiu.

Sakura jogou a cabeça para trás, os braços puxando em vão as fitas, enquanto a boca entreabria em gemidos cada vez mais altos. A língua de Sasori a provocava como uma obra de arte viva, como se não a tivesse feito gozar na sala, alternando círculos, movimentos lentos e depois rápidos, mergulhando nela com precisão cirúrgica, usando os dedos enganchado junto da boca.

A sensação era esmagadora. Pura pressão. Puro prazer.

— Sasori... Sasori, eu... — ela arfava, tentando respirar, mas era como se seu corpo se dissolvesse ali mesmo.

— Shhh... — ele respondeu, a voz rouca, suja e cheia de más intenções. — Você vai se desfazer pra mim. Aqui. Agora.

Ela se arqueou. O orgasmo veio como uma avalanche. Forte. Imparável. Rasgando os sentidos dela, que só conseguia gritar o nome dele, o corpo inteiro se contraindo, o suor descendo pelas costas, os braços tremendo contra os lençóis.

E mesmo depois do segundo clímax, Sasori não parou. Ele a fez sentir mais. A boca, os dedos, os olhos cravados nela — até que Sakura já não sabia mais onde começava ou terminava. Ela não era mais dona de si.

Ela era dele.

Rendida. Marcada. Submissa ao prazer como jamais havia sido.

Quando Sasori finalmente a soltou das amarras, ela caiu contra o peito dele sem força nenhuma, o corpo amolecido e a mente enevoada, os olhos pesados de tanto tesão.

E ali, nos braços dele, ela teve certeza: ninguém nunca a faria sentir aquilo de novo.

Porque nenhum outro seria como Sasori.

Ela mal conseguia manter os olhos abertos.

Seu corpo parecia ter se derretido por completo, os músculos trêmulos, a pele ainda pulsando com os resquícios do prazer absurdo que Sasori havia lhe arrancado — um prazer tão intenso que parecia ter reconfigurado os nervos dela.

Ela sentia tudo. Sentia ele.

Sentia o cheiro da própria pele misturada com a dele, a boca ainda sensível, os seios pesados, os lábios inferiores inchados e molhados... e a respiração. Ah, a respiração dele, quente e lenta, contra o topo da cabeça dela.

Sasori a mantinha nos braços, sentado contra a cabeceira da cama, com ela aninhada entre as pernas dele, envolta num calor que reverberava por cada poro de seu corpo.

Ele passava os dedos devagar por sua cintura, traçando círculos suaves, quase como se estivesse desenhando algo só para ele. Às vezes, beijava o ombro nu dela. Outras vezes, apenas a encarava com aquele olhar de homem satisfeito, porém faminto.

— Nunca... — Sakura murmurou, a voz rouca — ...ninguém nunca me fez sentir isso.

Sasori sorriu contra a pele dela. Um sorriso perigoso. Confiante. Quase carinhoso, mas carregado de um toque dominador.

— Porque ninguém nunca quis te descobrir como eu. 

Ele virou o rosto dela devagar, segurando o queixo com firmeza e suavidade ao mesmo tempo. E então a beijou. Um beijo lento, úmido, profundo. Ele a beijava como se estivesse saboreando um vinho raro depois de um jantar dos deuses.

E sinceramente era isso que Haruno Sakura era para ele, uma refeição inigualável. Um sabor divino e para um único apreciador.

— Você ainda não viu nada, flor. — A voz dele era pura sedução, enquanto seus dedos passavam pela clavícula dela. — Eu ainda nem comecei a te foder do jeito que você merece.

Sakura gemeu baixinho, sentindo o calor reaparecer entre as pernas, mesmo depois do que tinha acabado de acontecer. Sasori percebia isso — claro que percebia —, e parecia se divertir com cada reação dela.

Ele a deitou de costas devagar, os olhos escuros analisando cada centímetro suado e marcado do corpo dela.

— Vai passar a noite toda aqui. Vai acordar sem forças pra andar amanhã. E mesmo assim, vai me pedir mais.

Ele passou dois dedos entre suas pernas novamente, e o som molhado que veio dali fez Sakura virar o rosto, corada — mas ainda mais acesa.

— Ainda está tão pronta pra mim, flor...

A voz dele desceu num tom mais grave, mais sujo:

— Agora vou te foder devagar, bem fundo, com a cama rangendo e seu corpo implorando pra gozar de novo. E você vai gozar. Vai gritar meu nome de novo. Porque agora... você é minha.

Sakura não queria — nem sabia — como negar...



A respiração de Sakura ainda era instável. Seu corpo parecia ter sido moldado pelas mãos de Sasori, e agora, deitada sob ele, com os olhos semicerrados e os cabelos bagunçados espalhados pelo travesseiro, ela já não sabia distinguir prazer de necessidade.

Sasori se posicionou entre suas pernas com calma calculada, como um artista prestes a tocar novamente sua obra-prima. Seu olhar percorreu cada marca vermelha que deixara — os seios ainda sensíveis, as coxas com leves impressões dos dedos dele, o ventre subindo e descendo rápido.

Ele segurou os quadris dela com força, sem machucar, apenas o bastante para deixá-la ciente de que ele tinha o controle.

— Me olha, flor — murmurou. — Quero ver seus olhos quando eu entrar.

Sakura o encarou, os lábios entreabertos, o coração martelando. E então ele a penetrou com um só movimento firme, fundo, que a fez arquear o corpo contra os lençóis, os olhos arregalando, um gemido rasgando pela garganta.

— Awh... Sasori...!

Ele gemeu baixo, o som grave vibrando entre eles, enquanto sentia a maneira como ela o recebia — quente, apertada, feita sob medida para ele.

Começou um ritmo lento, meio torturante. Os quadris dele recuavam e voltavam num compasso que fazia a cama ranger levemente, enquanto cada estocada era medida, profunda, como se ele quisesse tocá-la no ponto exato onde o prazer beirava o insuportável.

Sasori apoiou os antebraços ao lado da cabeça dela, o rosto muito perto do dela, roçando os lábios nos dela a cada estocada.

— Olha como você tá... toda entregue. Toda minha. — Ele rosnou, roçando o nariz na bochecha dela, os lábios agora no ouvido. — Tá tão quente, tão apertadinha... parece que implora pra eu ficar dentro.

Sakura gemeu alto, os braços enlaçando os ombros dele, as unhas cravando nas costas marcadas. A fricção deliciosa entre seus corpos, o atrito preciso, o calor... tudo aquilo era demais. E ainda assim, ela queria mais.

Sasori acelerou. As estocadas agora vinham mais fortes, mais ritmadas, fazendo os seios dela balançarem, fazendo a cama realmente balançar sob eles. E Sakura já não dizia nada em palavras. Gemia. Choramingava. Gritava seu nome.

— Sasori... não... não para... por favor...

— Eu não vou parar até te ver desmoronar de novo.

Ele colocou uma das mãos entre os corpos, massageando o ponto exato entre as pernas dela, sincronizando os movimentos. A mente de Sakura foi tomada. Nebulosa. Tomada por ele. Por cada som que ele fazia. Por cada gemido arrastado. Por cada estocada que fazia o mundo girar.

E então ela caiu.

O clímax veio como uma explosão. Um grito abafado. O corpo arqueando, o peito arfando. Ela o sentiu inteiro dentro dela, se derramando também, num gemido baixo e rouco, colado ao pescoço dela.

Os dois ficaram assim: juntos, suados, satisfeitos.

Sasori caiu de lado, puxando Sakura com ele, ainda dentro, ainda agarrado a ela como se fossem um só. A respiração dos dois era só uma música abafada no silêncio do quarto.

— E aí... flor... — ele disse com um sorriso cansado e sacana — ...acha que ainda sobrevive até o café da manhã?

Sakura não respondeu. Estava zonza, sorrindo contra o peito dele, os olhos semicerrados, com o corpo inteiro dizendo sim.

 

[...]



Sakura acordou devagar, com a luz suave filtrando pelas cortinas da cobertura. Os lençóis estavam bagunçados, o travesseiro com o cheiro de Sasori, e seu próprio corpo...

Dolorido. Sensível. Vivo.

Ela se espreguiçou devagar, os músculos das pernas doendo gostoso, como se cada parte sua estivesse lembrando do que ele fez. Os cabelos róseos estavam uma bagunça sobre o travesseiro, e seu peito subia e descia com calma, até o celular vibrar na mesinha ao lado.

Primeiro, uma mensagem da Ino:

"E aí, soprou o pó de marionete e sobreviveu? 😏"

Sakura riu sozinha, os dedos indo direto para a resposta:

"Ainda tentando entender se sobrevivi ou fui ressuscitada."

Mas antes que pudesse bloquear o celular, outra notificação subiu — dessa vez, um número salvo com emoji de escorpião.

"Acordou, flor? Ou ainda está sonhando comigo?"

Sakura sorriu, virou-se na cama e digitou:

"As duas coisas."

Ela não sabia onde aquilo daria. Mas agora... havia vermelho demais em sua pele para fingir que não tinha sentido nada.

E ela queria mais, mesmo que estivesse sozinha naquela cama no momento. O celular vibrou mais uma vez e ela apenas sorriu ao encarar a mensagem na tela:

"Já estou contando as horas para a próxima vez."

 

No meio da noite
Basta chamar meu nome
Sou sua para você me domar

No meio da noite
No meio da noite
Estou bem acordada
Eu desejo o seu gosto durante a noite inteira
Até a manhã chegar

 

 

Chapter 5: O jantar

Notes:

Musica > We can make love - Somo

Chapter Text

Eu posso ser gentil, eu posso ser brusco
Eu posso fazer qualquer coisa que você queira, tudo acima
Amor, me deixe mexer seu corpo, montar seu corpo
Beijar seu local preferido, amarrar suas mãos atrás das costas
Sinta meus dedos sobre
Seus ombros, você vai gostar quando eu conduzir

🌸

 

Sakura sentou-se à mesa do canto do café, os cabelos presos num coque desalinhado e os olhos escondidos atrás de óculos escuros grandes demais. Estava exausta, mas o sorriso bobo que insistia em surgir no canto da boca a entregava.

— Você tá com cara de quem foi abençoada por todos os deuses e ainda virou devota de um só. — Ino sentou-se à frente, com um sorriso presunçoso, cruzando as pernas.

— Cala a boca, Ino. — Sakura murmurou, enfiando o rosto no menu.

— Ele te comeu tão bem assim? — Ino deu uma risada debochada. — Porque olha, sua aura tá quase flutuando. Tá leve, tipo... pós-êxtase.

Sakura bufou, mas a pele do pescoço entregava tudo: vermelha.

— Eu só... não sabia que alguém podia mexer tanto com a cabeça e com o corpo de outra pessoa assim. — sussurrou, jogando o menu de lado. — Ele... me conhece. Tipo, parece que estudou minha anatomia em segredo.

Ino arqueou uma sobrancelha.

— E você ainda diz que não gosta de homem mais velho. E olha que você nem viu ele fazendo café da manhã nu, né?

— INO! — Sakura quase afundou na cadeira.

— Ai, Sakura... você se entregou. No primeiro round ainda.

Sakura suspirou.

— E o pior é que eu tô louca pra repetir, acho que preciso de terapia.

Ino gargalhou, ela há sabia das preferências de Sasori, justamente pelo sunês ser o melhor amigo de seu irmão e, mesmo com a diferença gritante de idade eles se davam bem, afinal Deidara Yamanaka sempre foi considerado um prodígio entre os seus.

A conversa continuou com a loira deixando a rosada às vezes um pouco envergonhada, outrora mudavam de assunto, mas  oque realmente fazia o coração de Ino se aquietar é que o brilho no olhar de Sakura havia mudado bastante, como se ela não estivesse mais esperando por um certo alguém.

E naquele hotel de luxo Sasori também estava pensando nela, se pegava um pouco confuso, reavaliando as atitudes. Ele havia fodido muitas vezes para o que deveria ser uma só. Não satisfeito ainda dormiu com ela rompendo as próprias regras e só não piorou a situação porque saiu antes dela acordar, diga-se de passagem bem antes e óbvio que deixou tudo explicado colocando a culpa no trabalho, não queria parecer um filho da puta. 

A questão é que não deveria repetir. Não assim e, ainda queria mais.

Muito mais. 

Talvez quando voltasse para Sunagakure as coisas mudassem, talvez não pensasse mais em Sakura e seu corpo quente, seu cheiro delicioso e sua voz doce, mas por hora era inevitável e para piorar a situação, Deidara estava largado no sofá, com um energético na mão e os cabelos presos num coque frouxo. Ainda de ressaca, claramente, visto que continuou a procurar diversão onde não deveria.

Sasori, por outro lado, estava de camisa preta, impecável, lendo alguma coisa no tablet com um copo de uísque em mãos.

— Então tu sumiu a noite inteira... com a Haruno? — Deidara perguntou, espreguiçando-se. — Aquela do time das cheerleaders?

Sasori não desviou o olhar da tela.

— Ela mesma.

— E aí? Transou ou fez arte?

— Arte é o que eu faço com a mente dela. O resto... foi inevitável.

Deidara riu, jogando a cabeça pra trás.

— E ela deixou? A certinha? A princesinha de Konoha?

Sasori ergueu os olhos. Um leve sorriso surgiu no canto da boca.

— Ela implorou. E vai implorar de novo.

— Porra... tu é um desgraçado mesmo. — disse Deidara, gargalhando. — Só me promete uma coisa: não se apaixona. Tu fica perigoso demais quando isso acontece.

Sasori virou o uísque num gole só.

— Amor é uma fraqueza. Obsessão, não.

 

[...]

 

la mesma não acreditou que iria até ele daquele jeito, não entendeu porque não negou o convite quando viu o endereço no celular e a mensagem gritante do Akasuna.

"Preciso compensá-la pela minha falta de cordialidade flor"

No primeiro momento ela não respondeu, só queria estar bem o suficiente quando o fizesse e não com a mente enfiada nas sensações gostosas que ele causou nela. 

 "Se vier saberei que me perdoou por não tomá-la no café da manhã."


O duplo sentido tão explícito quanto o que ele realmente faria se tivesse acordado ao lado dela e, então o telefone tocou mais uma vez.

 

Jantar Elegante

Local: Restaurante em Konoha, reservado, à meia-luz.

Horário: 21h — exatamente como ele mandou.
Sabe do nosso combinado, fique livre pra mim...

 

Ela apenas visualizou e não disse mais nada, preferiu se recolher e recordar do que fez, mas bastava fechar os olhos que o escutava.

 

"— Eu ainda nem comecei a te foder do jeito que você merece."
"— Porque ninguém nunca quis te descobrir como eu."
"— Ainda está tão pronta pra mim, flor..."

 

 

Cada vez que pensava nas vezes em que esteve naquelas mãos a mente ficava em choque com tudo o que foi dito e pensado e o quanto queria mais.

 

Sakura chegou ao local com o coração martelando no peito. O vestido vinho com fenda lateral revelava suas pernas a cada passo. O decote em V valorizava o colo, onde um colar fino com pingente dourado repousava. O salto preto fazia o som da confiança que ela mal sentia. Ela estava linda. E nervosa.

Na entrada, não precisou dizer nada. A hostess apenas sorriu:

— Sr. Akasuna a aguarda no último andar.

Ela subiu de elevador privativo, e ao sair...

Sasori estava à sua espera.

Usava um terno preto sob medida, camisa cinza escura com dois botões abertos no colarinho, e nenhuma gravata. O cabelo rubro estava despenteado de forma elegante, e o relógio de couro preto reluzia sob a luz suave do ambiente.

Ele se virou e, ao vê-la, sorriu — um sorriso lento, perigoso, que fazia tudo dentro dela estremecer.

— Eu pedi pra vir sem calcinha, flor. E você veio? — perguntou, com a voz baixa.

— Descubra você mesmo — respondeu Sakura, tentando manter o controle.

Ele estendeu a mão para ela. Quando os dedos se tocaram, foi como se a temperatura do lugar aumentasse em dez graus e, tudo pirou ainda mais quando ele beijou o dorso da mão com carinho.

A mesa estava à meia-luz, com taças de cristal, vinho caro, pratos cuidadosamente dispostos. Mas nenhum detalhe importava tanto quanto os olhares que trocavam.

Durante todo o jantar, ele acariciava a parte interna do joelho dela sob a mesa. Às vezes, subia mais.

E Sakura mal conseguia comer.

— Você sabe o que faz comigo, não sabe? — ela murmurou, encarando o vinho.

Sasori sorriu, inclinando-se até que seus lábios roçassem o ouvido dela:

— Ainda não, flor. Mas vou te mostrar no segundo prato. — Sorriu de forma branda.

 

Sakura tentava manter a compostura. Tentava. Mas cada vez que o dedo de Sasori subia um pouco mais por sua coxa nua, sob a mesa, era como se o sangue evaporasse de sua cabeça e se concentrasse inteiro entre as pernas.

Ela apertava os talheres com mais força do que deveria. A comida deliciosa, o vinho impecável, o restaurante luxuoso... tudo parecia borrado diante das sensações que ele causava com simples toques lentos, calculados, absolutamente pecaminosos.

Sasori mantinha uma expressão tranquila, como se estivesse discutindo política. Mas a mão dele... ah, a mão dele estava escrevendo certezas em sua pele.

— Está com calor? — ele perguntou, a voz aveludada e perigosa, enquanto deslizava um dedo bem perto da linha íntima de Sakura, que não estava usando peça alguma, como ele pedira.

Ela engoliu em seco. Sua pele já estava quente. A respiração, alterada. O olhar, turvo.

— Você sabe que sim — ela respondeu, quase num sussurro.

— Eu gosto de ver você assim... tentando fingir que está no controle — ele afirmou, inclinando-se um pouco. — Mas flor... não é você quem comanda esse jogo.

E então, seus dedos a tocaram de verdade — diretamente, com lentidão e precisão. Ela abriu os lábios num suspiro, os olhos se arregalando. A mão livre dela voou para a borda da mesa, apertando com força.

— Sasori... não... — ela sussurrou, sem convicção. Ele sabia. Ela dizia não, mas as pernas se abriram mais.

Ele inclinou a cadeira, se aproximando do ouvido dela.

— Silêncio, flor. Ou vamos chamar atenção. Você não quer que saibam o que estou fazendo com você aqui, quer?

Sakura quase chorou de tensão. O prazer subia como lava, devagar, escorrendo pelos nervos. Cada toque, cada movimento do dedo dele, fazia seu corpo reagir com espasmos suaves.

— Está tão molhada... — ele sussurrou. — Sua mesa virou meu playground. Que perigo, flor... tão exposta... tão linda.

Sakura soltou um gemido abafado.

— Sasori, eu... eu não vou conseguir...

— Vai sim. Vai gozar aqui, na frente de todo mundo, sem ninguém saber. Vai sorrir, respirar fundo, e disfarçar. Mas por dentro... vai se desfazer só pra mim.

O toque dele se intensificou. O ritmo. A pressão. O olhar dele cravado no dela.

E então, aconteceu.

Ela estremeceu. O corpo todo vibrando sob a mesa, o rosto virando de leve, tentando esconder o que sentia. O prazer explodiu em silêncio. Sem grito. Mas com olhos lacrimejantes e lábios entreabertos que imploravam por mais.

Sasori afastou a mão com elegância, limpando os dedos num guardanapo de linho com calma absurda. E sussurrou com um sorriso de canto:

— Primeira parte do jantar servida. Quer a sobremesa no carro... ou de quatro no espelho da suíte?

Sakura nem respondeu. Apenas pegou a taça de vinho com a mão trêmula.

Ele já sabia a resposta.

Aquele jantar seria finalizado no momento em que a taça de vinho chegasse ao fim.

 

[...]

 

O carro preto os esperava na entrada privativa. Sasori abriu a porta com cavalheirismo ensaiado, mas seus olhos queimavam como brasas em brasa — e Sakura sabia que a formalidade acabaria ali mesmo.

A viagem até o hotel foi silenciosa, mas carregada de tensão. A mão dele repousava sobre a coxa dela, polegar deslizando em círculos lentos, como se traçasse rotas para onde seus lábios e dentes estariam em breve.

Quando chegaram à cobertura, Sasori a conduziu pelo corredor até o quarto como se carregasse a peça mais rara do seu acervo.

— Tira o vestido. — Foi tudo o que disse, assim que a porta se fechou.

Sakura hesitou. Só por um segundo. Então virou de costas, abrindo o zíper devagar. O tecido caiu ao chão. Ela estava completamente nua.

Sasori a observou como se estivesse diante de um pecado que ele próprio criou.

— Anda — murmurou, puxando-a pela mão — quero você no espelho. De quatro.

O quarto estava escuro, iluminado apenas pelas luzes do horizonte noturno que entravam pela vidraça. O espelho tomava uma parede inteira ao lado da cama. Sakura se ajoelhou, apoiando as mãos, o corpo tremendo com a expectativa. Seus olhos encontraram os dele no reflexo.

— Olha pra mim. — ele ordenou, ajoelhando-se atrás dela.

Ela obedeceu, o olhar fixo, vulnerável e faminto.

Sasori passou os dedos pelas costas dela, do pescoço até o cóccix, com calma cruel. Depois segurou os quadris e a puxou de encontro a ele, roçando-se com a ereção firme que já pressionava a calça.

— Sabe, flor... — ele murmurou no ouvido dela — você ainda nem provou do meu vício.

Ela nem se deu conta quando o Akasuna abriu as calças e colocou a camisinha.

Ele a penetrou de uma vez — firme, fundo, com um gemido rouco e abafado no pescoço dela. Sakura engasgou em prazer, os olhos vidrados no reflexo. Ela podia vê-lo ali, atrás dela, dominando cada curva, cada tremor.

— Tá vendo o que eu vejo? — ele sussurrou, segurando o queixo dela e virando seu rosto para o espelho. — Você, de quatro... linda, vermelha, implorando por mais.

As estocadas vieram ritmadas. Fortes. Cada movimento fazia os seios dela balançarem, os gemidos escaparem. Sasori segurava firme em sua cintura, alternando entre investidas fundas e toques suaves entre suas pernas.

E então ele a puxou pelos cabelos, fazendo-a se erguer, ainda de costas para ele, corpo colado no dele. A mão livre acariciou o ventre dela, subindo para os seios, apertando com precisão.

— Vai gozar de novo me olhando, flor. Quero que veja o que eu fiz com você. O quanto está minha.

E ela viu.

O reflexo dela — entregue, suada, os olhos marejados. E o dele — ofegante, dominador, quase bestial.

O orgasmo veio como um golpe. Sakura gritou o nome dele, sem disfarçar, com as mãos apoiadas no vidro, enquanto o corpo inteiro se contorcia. Sasori a acompanhou, gemendo rouco contra a nuca dela, se derramando com força.

Ficaram assim. Colados. Tremendo. Refletidos no espelho como duas versões cruas do desejo intenso que sentiam um pelo outro.

E quando o silêncio caiu, Sasori a beijou entre os ombros e murmurou:

— Isso foi só a sobremesa, flor.

— O que vem depois da sobremesa? — ela ainda arfava, zonza.

Ele sorriu contra sua pele:

— Vício.

 

[...]

 

Dois dias haviam se passado.

Sakura estava sentada em seu pequeno consultório, de jaleco, óculos escorregando no nariz, os cabelos presos num coque alto. Tentava se concentrar nos relatórios de pacientes, mas a cabeça... a cabeça estava em outro lugar.

O problema não era o jaleco, nem os papéis — era o calor constante entre as pernas sempre que lembrava do espelho, do espasmo, da voz grave dele sussurrando "você é minha".

E o pior?

Ela gostava daquela sensação. Gostava de lembrar e de tremer.

Estava tão absorta que só ouviu batidas na porta quando elas ficaram mais fortes.

— Entre. — disse, achando que era Ino, ou talvez um colega do hospital.

Mas quem entrou foi ele.

Sasori.

Vestido com camisa preta dobrada até os antebraços, calça social escura e o mesmo relógio de couro. O cabelo preso no alto, o olhar afiado e... faminto.

Ela travou.

— O que você tá fazendo aqui? — sussurrou, automaticamente olhando para a porta, o coração martelando. — Isso aqui é meu trabalho!

— Justamente por isso vim. — Ele trancou a porta com a chave que ainda estava do lado de dentro. — Você está tão concentrada tentando fingir normalidade... que quase me fez acreditar que aquela noite não aconteceu.

Sakura engoliu em seco, recuando um passo. Era isso que ele realmente queria domar sua mente, para o Akasuana era uma despedida, tinha prolongado a viagem por Konoha porque queria provar mais dela, mas a verdade é que não poderia continuar assim não sem que o famigerado vício se transformasse em algo maior.

— Sasori, se alguém descobre...

— Então não faz barulho.

Ele avançou. Rápido. Precisamente como um predador. A segurou pela cintura, empurrou-a contra a parede do consultório e colou o corpo ao dela.

— Você quer que eu vá embora? — Sussurrou contra seu ouvido.

Ela gemeu baixo, sem responder.

— Quer que eu pare?

Sakura fechou os olhos. A cabeça girava, o coração quase arrebentava as costelas. Ela odiava o quanto precisava daquilo. O quanto seu corpo já o esperava mesmo antes de ele chegar.

— Não. — foi tudo o que conseguiu dizer.

Sasori sorriu, mordendo de leve o lóbulo da orelha dela.

— Então se vira. Mãos na parede. Jaleco levantado. Agora.

Ela obedeceu. E rápido.

O jaleco foi empurrado para cima, revelando a lingerie simples sob a saia. Sasori abaixou a calcinha devagar, saboreando o momento. A mão dele desceu firme, a boca colada à nuca dela, as respirações misturadas.

— Tava com saudade dessa sua pele quente... dessa sua respiração falha... — ele disse, enquanto se posicionava atrás dela. — Vai ter que se segurar pra não gritar, flor. Se falhar, alguém vai saber o que eu estou fazendo aqui dentro.

Ela arfava. Tremia. O corpo inteiro gritando por ele.

E então ele a penetrou — de forma firme e abafada, pressionando o quadril dela contra a parede, fazendo a madeira ranger. Sakura apertava os olhos, as mãos espalmadas, tentando se conter. Mas os gemidos escapavam, mesmo que baixos, mesmo que entre dentes.

Sasori se movia com ritmo e precisão. Cada estocada era uma vingança contra o silêncio, contra o mundo lá fora que não podia saber.

— A parede vai lembrar da sua pele, flor. — Ele sussurrou, as mãos espalmadas na cintura dela. — Assim como seu corpo vai lembrar de mim cada vez que estiver sozinha aqui dentro.

O clímax veio rápido, arrasador. Sakura mordeu o lábio com força, o rosto colado à parede, enquanto o prazer a desmoronava. Sasori veio logo depois, soltando um gemido grave e rouco, enterrando o rosto no pescoço dela, os corpos ainda colados, suados, ofegantes.

Silêncio.

Exceto pela respiração dos dois. E pelos batimentos que ecoavam alto demais.

Sasori a virou devagar, ajustou o jaleco dela com cuidado e beijou sua testa. Depois, sussurrou no ouvido:

— Eu avisei, flor. Eu não vou sair da sua cabeça. E nem do seu corpo.

Antes de abrir a porta e desaparecer no corredor como se nada tivesse acontecido.

Deixando Sakura sozinha... completamente tomada e com ele escorrendo entre as pernas.

 

Você adora quando eu sou doce, amor
Eu amo quando você morde
Você adora quando eu cubro seus olhos
Por um minuto, mas apenas algumas noites
Eu amo quando você me pede
Para acariciar suas costas
Você adora quando eu chego até embaixo
E seguro entre suas coxas, assim

Chapter 6: O anel

Notes:

Música: fetiche - Mode$tia

Chapter Text

Linda, mesmo que eles não te entendam
Saiba que eu vou decifrar você
Só não liga pro que eles pensam
Pra te ganhar tem que merecer
Todos querem sempre sua atenção
Mas nenhum deles fazem valer
Você disse o que te dava tesão
E eu percebi que você não prestava
Quando me contou seu fetiche

🌸

 

O consultório estava vazio, mas Sakura sentia como se o lugar estivesse impregnado da presença dele. A parede onde estivera pressionada ainda parecia quente. Seu corpo... ainda reagia.

Ela lavou o rosto pela terceira vez, tentando recuperar o fôlego. Encarou o reflexo no espelho do banheiro: os olhos um pouco marejados, os lábios ainda entreabertos, o pescoço vermelho.

Não era só o toque dele. Era o efeito depois e essa, era uma das características marcante do Sasori, se a Haruno não tomasse cuidado, ele a dominaria põe completo, com sua presença e tatuando em suas memórias o vício que se formava através da repetição, a Haruno já se despia das próprias vertentes quando estava nas mãos dele e seguiria assim até o fim, afinal de contas ele era um manipulador e dominador de primeira, a sedução implacável e as palavras de comando já estavam por toda a cabeça da rosada que não via a hora de se acalmar.

— Droga... — murmurou, apoiando as mãos na pia.

Ela já tinha transado antes. Já tinha sido desejada. Já tinha sentido prazer.

Mas aquilo?

Aquilo era diferente.

Sasori invadia sua cabeça quando ela estava distraída. O jeito como ele falava, os olhos que pareciam atravessar suas defesas. Ele não a bajulava. Não fingia gentileza. Ele a possuía — de corpo, e agora, estava perigosamente, perto da alma.

— Isso não é só físico. — sussurrou, quase como uma confissão.

O problema era: e se fosse só físico pra ele?

E por que ela se importava? Afinal deveria ser apenas uma transa gostosa.

 

[...]

 

Mais tarde, em casa, já de banho tomado e com um roupão amarrado frouxamente ao corpo, Sakura tentava fingir normalidade. Sentou-se no sofá, ligou a televisão, tentou ignorar o celular vibrando com mensagens da Ino.

Mas então outra notificação surgiu.
Número salvo: Sasori🦂.

"Flor, cheguei em casa. Ainda sentindo seu gosto nos meus dedos."

O estômago dela virou.

"Não precisa responder. Só quero que saiba que, quando deitar a cabeça no travesseiro, você vai lembrar de mim te fodendo naquela parede. Quero que saiba que essa lembrança vai morar entre suas pernas."

Ela soltou o celular como se estivesse em chamas. E antes que pudesse se recuperar, ele mandou uma foto.

Não explícita.

Apenas a mão dele, marcada de vermelho, repousando sobre a mesma camisa que usava no consultório. Na palma, uma mancha no formato exato dos quadris dela.

"Vai dormir com saudade, flor? Porque eu vou. Mas a minha tem data pra acabar."

"Sábado. 22h, uma despedida descente. "Meu apê." Porta destrancada. Roupa opcional. Vontade obrigatória.

Sakura encostou-se no sofá, as pernas entrelaçadas, o peito arfando... e o corpo reagindo.

Ele a deixava sem ar, sem chão, sem controle.

Mas, pior: ela deixava ele entrar.

E sabia que, se continuasse assim, Sasori não seria apenas um vício... Seria um acidente de percurso que ela não queria evitar.

O relógio marcava como um carrasco Sábado – 20h12, a rosada havia respirado pesado e se dado por vencida, sua mente queria descobrir mais do Sunês, seu corpo chegava a ficar eufórico com essa possibilidade então por que se conter? 

Agora encarava o próprio reflexo com o coração acelerado. As mãos trêmulas, os cabelos soltos em ondas naturais, o batom vermelho sendo passado com cuidado — como se a cor fosse uma armadura.

O vestido preto era justo, de alcinha fina, tecido macio como pecado. O decote revelava, a fenda insinuava. Não havia peça intima mesmo, só pele, já havia se acostumado.

Ela olhou de novo para o pescoço, exposto. Pensou em pôr um colar, desistiu. "Ele vai arrancar de qualquer forma", pensou.

A bolsa? Pequena. O celular? Com bateria cheia e uma única mensagem enviada para Ino:
"Se eu sumir, Sasori me sequestrou. Não venha me buscar."

Respirou fundo. Pegou a chave. Saiu. Desde que começou o estágio, como assistente no hospital que preferia ficar no apartamento pequeno que alugou, ainda no fim do ensino médio, mas ás vezes sentia falta dos pais e por isso dormia em casa.

Sasori já esperava. Calmamente sentado em uma poltrona de couro escuro na sala principal da cobertura, que havia se tornado a sua casa por mais de quinze dias. Luz baixa, vinho tinto na taça, camisa de botão semiaberta — revelando a pele marcada de uma tatuagem discreta que subia do peito para o ombro esquerdo, Sakura sempre via, mas nunca comentava, não tinha tempo para isso.

A suíte cheirava a incenso e âmbar.

Mas não era só isso.

Sobre a cama havia um kit meticulosamente disposto.
Amarras de tecido macio, um colar de couro fino com pingente metálico. Um frasco de óleo quente com essência de baunilha e uma venda preta de cetim. No criado-mudo, uma caixinha de veludo com algo prateado dentro: um anel de clitóris vibratório com controle remoto.

Sasori passou os dedos pelo couro das amarras e sorriu com malícia.

— Hoje, flor... você vai se descobrir ainda mais minha, fará parte do meu vício de vez.

Ele já havia destrancado a porta. Ela só precisava ter coragem de entrar. a venda era a única coisa que ele havia levado para sala.

E então... o som da campainha.

Sasori não foi até a porta. Apenas aumentou o volume suave do jazz ambiente e gritou:

— Está aberta. Entra.

A batida dos saltos de Sakura ecoou pelo apartamento.

Ela entrou.
E parou.

Os olhos escaneando o ambiente: o clima, a luz, o cheiro. Depois o olhar caiu sobre ele — sentado, como se fosse um rei aguardando a próxima oferenda.

— Você... preparou isso tudo? — Perguntou, a voz vacilante.

Sasori se levantou, devagar, como um predador que saboreia o momento.

— Flor... eu te preparei desde a primeira noite. — ele respondeu, andando até ela.

Com um gesto firme, deslizou os dedos pela alça do vestido e a puxou de leve, deixando a pele do ombro exposta.

— Hoje você não vai implorar. — Sussurrou contra o pescoço dela. — Vai obedecer.

Sakura arfou.

— Tire o vestido, coloque a venda, e venha até o quarto.
— Sozinha.
— Em silêncio.

E então virou as costas e desapareceu pela porta do quarto, deixando a trilha do perfume dele e a promessa de algo que ela nunca viveu antes.

Ela apenas arfou. Não havia medo, apenas o receio, eles sempre se encontravam assim: ela ia até ele, fazia o que ele pedia e no dia seguinte ia para casa em algum carro de luxo, sem conversas a mais, sem algo para tornar aqueles momentos sólidos, Sakura percebeu que estava pensando demais. 

Talvez dessa forma seja melhor. Muito melhor.

O vestido preto deslizou pelo corpo dela como se estivesse fugindo do pecado que viria.
Sakura o deixou cair aos pés, os mamilos já duros pela antecipação, a pele arrepiada só com o perfume do ambiente.

Ela segurou a venda de cetim entre os dedos. Por um segundo, hesitou. Não por medo do que ele faria... mas pelo que ela própria poderia se tornar ali dentro.

— Respira. — murmurou, como se fosse uma paciente. — Só respira.

Colocou a venda. E então deu o primeiro passo.

O som dos saltos sobre o piso ecoava mais alto do que antes. Cada passo era mais lento. O mundo ficou escuro. E quente. E vivo.

Ela passou pela porta do quarto.

Sentiu o calor. O silêncio. E então...

Toque.

As mãos dele seguraram sua cintura com precisão. A respiração contra sua nuca a fez estremecer.

— Boa garota. — ele murmurou, o timbre mais rouco que nunca. — Obedeceu. Isso já é meio caminho pro que vem agora.

Ele virou o corpo dela com cuidado, mantendo-a de pé, vendada. Deslizou a mão pelos braços dela, levantou-os com delicadeza, amarrando os punhos acima da cabeça com as tiras de tecido quente e sedoso.

— Hoje você não precisa enxergar.
— Só sentir.

Sakura arfava.
Não via.
Mas sentia tudo.

O toque dele era mais intenso agora. A pele dela parecia queimar onde os dedos dele passavam. E então, algo mais. Um líquido morno escorreu pelo ombro, espalhado pela palma quente dele: o óleo aromático.

— Esse cheiro... é o que você vai associar a mim agora. — ele sussurrou. — Sempre que sentir, seu corpo vai lembrar do que sentiu hoje.

Ele a empurrou suavemente até a beira da cama. Os joelhos tocaram o colchão. As mãos, ainda presas acima da cabeça. O corpo exposto.

E então... ele ajoelhou-se atrás dela.

O hálito quente roçou entre suas pernas.

— Ainda não vai gozar. Ainda não.
— Primeiro, quero te provar. Inteira.
— E te deixar implorando por algo que nem você vai saber nomear, ou como me pedir.

A língua dele tocou devagar. Um deslizar lento, detalhado, como se cada milímetro fosse saboreado como mel.
Depois, o ritmo aumentou. A ponta da língua encontrou o clitóris e brincou com ele até Sakura arquear o corpo, gemendo rouco, presa, cega e tomada por sensações.

Mas quando ela estava perto — tão perto — ele parou.

— Ah, não. Ainda não. Quero você aprendendo a me obedecer flor, cada gota do seu prazer sendo moldado por minhas mãos.

Ela arfava. Os quadris moviam-se sozinhos, buscando o toque que havia sumido. O corpo suava. O coração parecia prestes a explodir.

E então ele pegou algo da gaveta ao lado.

O anel.
O vibrador.

Ela sentiu o objeto frio deslizar entre suas pernas, e o encaixe preciso no ponto mais sensível.

— Isso vai te deixar no limite, flor. E quando você achar que não aguenta mais... eu apareço de novo.

Ele ligou.
Baixa frequência.
Vibração precisa.

Sakura soltou um grito abafado, os braços puxando em vão as amarras. O corpo todo tremia, os olhos apertados sob a venda, e a boca aberta num gemido que virava mantra:

— Sasori... Sasori, por favor... por favor...

E ele?
Ele só sorria.
Completamente no controle.

— Eu avisei, flor... essa noite não é sobre o seu prazer.
— É sobre você entender que ele pertence a mim.

Sakura já não sabia onde terminava o prazer e começava a tortura.

O anel vibrava com frequência média agora, tocando direto no ponto onde o corpo dela já latejava. Os braços, ainda amarrados acima da cabeça, ardiam. As pernas tremiam. O corpo inteiro suava como se tivesse corrido por horas — e o rosto... ah, o rosto estava quente de vergonha e desespero.

— Sasori... por favor... por favor... me deixa...

Ela mal conseguia completar a frase. A boca entreaberta, os olhos cobertos pela venda, as coxas molhadas.

E ele?
Sentado de frente para ela, ainda vestido, apenas observava.

— Você tá linda assim, sabia? — disse com a voz calma, como quem comenta sobre um quadro numa galeria. — Arfando. Com o corpo implorando.

Ele se aproximou e lambeu devagar a lateral do pescoço dela, pressionando o quadril no dela só o suficiente para ela sentir que ele estava duro. Muito. Mas ainda não ia dar o que ela queria.

— Eu já te toquei. Já te provei. Já te fiz gozar em público, presa contra uma parede de consultório.
— Agora eu quero outra coisa.
— Eu quero quebrar você.

Sakura deixou escapar um soluço. Não de dor. De pura, crua agonia de um prazer não consumado.

A vibração aumentou. E aumentou de novo. A cada segundo, a tensão subia.

Ela arqueava o corpo. As pernas abriam sem que ela percebesse. A cabeça jogava-se pra trás.
Ela queria gritar. Gozar. Mas ele não deixava.

Sasori segurou o queixo dela, forçando a cabeça em sua direção, mesmo vendada.

— Você nunca foi tocada assim, né, flor?

Ela balançou a cabeça com dificuldade, lágrimas já escorrendo dos cantos dos olhos fechados.

— Isso... — ele murmurou, lambendo devagar uma lágrima que escorria pela bochecha. — Chora por mim. Chora de tesão.

E ela chorou.
Desmoronou.
O corpo inteiro tremendo sem controle, os joelhos cedendo, o quadril se movendo como se pudesse se salvar do afogamento.

Sasori desligou o vibrador.
Silêncio.

Sakura arfava como se tivesse saído de uma cirurgia. O corpo colapsando. Os soluços ainda vinham em ondas, quando ele soltou lentamente as amarras, segurando-a com cuidado enquanto a deitava de costas. A venda ainda cobria seus olhos, mas agora os lábios dele encostavam nos dela com uma ternura que doía mais que as provocações.

— Agora sim. — ele sussurrou, abrindo o cinto com um estalo grave. — Agora você merece.

E então... ele entrou.
Fundo. Sem piedade. Sem espera.

O corpo dela se arqueou com um grito. Ela sentia cada centímetro dele. Sentia tudo.
Era como se o sexo não fosse físico, fosse mental.

Sasori fazia amor com o vício que ele mesmo criou.

E enquanto os quadris batiam contra os dela, firmes, possessivos, ele dizia baixo no ouvido:

— Você vai lembrar dessa noite pelo resto da vida.
— Vai sentir falta do gosto. Do cheiro. Do toque.
— Porque isso aqui, flor...
— Não tem volta.

O corpo dela estava exausto.
Cada centímetro dolorido, quente, suado.
As pernas trêmulas, os braços ainda com marcas vermelhas suaves das amarras — lembranças que ela não queria apagar.

Sasori ainda estava dentro dela quando ela desabou.
Não em gritos, nem em implorações.
Mas em um suspiro... quebrado, entregue, leve.

Ele diminuiu o ritmo.
Parou.
E só a segurou.

Sakura se agarrou ao pescoço dele, os cabelos colando na pele molhada.
Não havia mais pressa.
Nem fome. Só o agora.

— Você está viva? — ele murmurou, beijando o topo da cabeça dela com um sorriso cansado.

Ela riu baixinho, meio zonza.

— Mal, mas estou.

— Você foi... mais do que eu esperava. — ele disse, com sinceridade estranha.
Quase vulnerável.

Ela ergueu o rosto e tirou a venda. Os olhos ainda úmidos, mas agora calmos. Encontrou os dele, e por um instante... não viu o dominador, o manipulador, o sádico.

Viu Sasori.
O homem.
Silencioso. Complexo. Que a olhava como se ela tivesse invadido um lugar que ninguém mais alcançou.

— Vem cá. — ele disse, puxando-a com cuidado. Deitou-se com ela de lado, os corpos nus sob o lençol bagunçado, o peito colado às costas dela, os dedos passeando em círculos lentos sobre o ventre.

Sakura se aninhou ali. Sem falar nada. De olhos fechados, sentindo o cheiro da pele dele, a respiração ainda firme e quente em sua nuca.

E quando achou que ele tinha adormecido, ouviu:

— Eu nunca durmo com ninguém, flor.

— Eu sei.

— Mas você... é diferente... Por isso é perigosa.

Ela sorriu, sem abrir os olhos.

— E você achava que só você era?

Silêncio.

E então, sem aviso, ele a abraçou mais forte, encaixando o rosto no pescoço dela. O toque não era sexual. Era humano. Verdadeiro. Um ponto de pausa entre tantas sensações impostas.

Sakura dormiu antes que pudesse pensar demais.

E Sasori, pela primeira vez em anos, não quis fugir quando amanheceu.

Me amarrei no seu fetiche
Me pedindo pra bater mais forte
Gosto quando foge do limite
Você fode até o limite
Beba um gole desse uísque
Você ama ser minha submissa
Me implorando pra que eu te domine
Degustando seu fetiche
Linda, eu amo seu fetiche

Chapter 7: A consulta

Notes:

Música > Erotica - Madonna

Chapter Text

 

Se eu pegasse você por trás
Entrasse aos poucos na sua mente
Quando você menos esperasse
Será que você tentaria me rejeitar?

🌸

 

Haviam se passado quinze dias desde a última vez. quinze dias que ele a evitava, não por querer esquecer, mas justamente por não conseguir parar de pensar na Haruno. nos lábios bonitos dela, na forma com se entregou, no sorriso doce e das poucas conversas que insistia em manter.

O céu de Sunagakure estava limpo. Seco. Exatamente como deveria estar.

Mas Sasori não estava em paz.

Sentado em seu estúdio, entre projetos meio terminados e peças de madeira esculpidas com perfeição, ele encarava o celular.
A tela mostrava uma mensagem de Sakura, enviada quatro dias atrás:

"Está vivo aí no deserto, Sunês?"

Ele não respondeu.
Só leu. Três vezes.
Depois apagou o que ia escrever. Três vezes também.

Porque responder significava abrir a porta de novo e, ele não sabia se conseguiria fechar depois.

Mas o problema era que, mesmo em silêncio, ele pensava nela o tempo todo.

Na forma como gemia com os olhos vendados.
No gosto da pele dela.
No quanto ela se entregou como se já fosse dele — mesmo sem nunca ter sido.

— Nenhuma mulher gozou daquele jeito comigo... — murmurou, quase como se confessasse a si mesmo.

Sasori não era romântico.
Mas ele não parava de lembrar da respiração ofegante, do calor entre as pernas dela, do tremor das coxas quando ele a fazia implorar.
E agora, com aquele silêncio inteiro de Konoha, algo dentro dele coçava, roía, incomodava.

— Tô vidrado... — concluiu, soltando um suspiro pesado.

E isso, para Sasori, era perigoso.

 

Em Konoha, Sakura não estava muito diferente. Depois da última mensagem que enviou, se limitou a não procurar mais nos contatos, pois estava claro que Sasori não queria contato com ela, que tudo não passou de uma transa gostosa, como deveria ser desde o começo. 

Foi durante esses mesmo quinze dias que conversou com a Shimura, foi nesse meio tempo em que ela revelou o que tinha ocorrido com Sasuke e pela primeira vez, Sakura não poderia se importar menos, ainda assim pediu um tempo para a amiga, pois precisava pensar e absorver a relação que encontrou com o que sentiu ao se deitar com Sasori, tudo se embaralhava na sua mente, o querer e o presenciado e vivenciado, a certeza de que Sasuke não era mais tão importante quando imaginava ou simplesmente nunca foi e, a mente projetava aquela mesma paixão platônica que tinha pelo Uchiha sem perceber o quanto isso fazia mal, mas logo vinha as memórias criadas por Sasori e tudo isso acabava, pois ela só conseguia pensar em tudo o que viveu com ele nesse curto tempo.

Sakura girava o café dentro da xícara, sentada com Ino na varanda de uma cafeteria elegante do centro.

— Então? Vai me contar ou vou ter que arrancar à força? — Ino perguntou, apoiando o queixo nas mãos.

— Contar o quê?

— "O quê"?! Sakura, você voltou daquele último encontro com a alma arrancada do corpo. Passou dois dias andando como se tivesse feito treinamento especial com o Treinador Guy sem pausa. E desde então fica aí... suspirando.

Sakura riu, envergonhada.

— Não foi nada demais.

— Ah, claro. Nada demais é passar o fim de semana presa num quarto com um sunês perigoso e voltar com cara de quem viu Deus e ele tinha cabelo vermelho.

— Ino!

— Amiga... — Ino a encarou com ternura — ...você gostou dele?

Sakura hesitou.
Pensou.
E então desviou o olhar.

— Eu me entreguei pra um completo estranho, Ino. — respirou pesado se sentindo boba por permitir tanto. — E o pior? Ele me conhecia. Como se... como se meu corpo fosse familiar pra ele.

Silêncio.
Ela soltou um suspiro lento, mas profundo.

— Faz duas semanas. E eu ainda acordo sentindo ele. O toque, a voz. O gosto. Mas ele sumiu. Voltou para Suna e desde então finge que nada aconteceu. — Deu de ombros. — E eu estou aqui... tentando não ser idiota, que caiu no conto de "não era apenas sexo" quando, na verdade, é exatamente isso. Uma transa gostosa e fora do casual apenas para me tirar do meu normal.

Ino bebeu o café, encarando a amiga com o canto dos olhos.

— Amiga. Só vou te dizer uma coisa: ninguém fica com a pele arrepiada por duas semanas só por causa de sexo. Isso aí foi outra coisa.

Sakura deu um meio sorriso, mas balançou a cabeça.

— Seja o que for... acabou. E eu não quero correr atrás.

Ino arqueou uma sobrancelha.

—Tudo bem, florzinha do deserto. Mas... e se o destino correr atrás de você?

 

Mais tarde naquele dia... Sakura caminhava pelo hospital, organizando algumas pastas que sua supervisora havia pedido, se soubesse que o estagio seria tão puxado assim não teria aceito logo no primeiro período, quer dizer, já foi uma loucura conciliá-lo junto ao fim dos estudo do ensino médio, mas não poderia reclamar, a vida estava sendo boa demais para ela e não via a hora de contar certas coisas para as amigas e isso incluía Miwa é claro. Quando ouviu um alvoroço discreto na recepção.

— Haruno-senpai! Tem alguém aqui solicitando atendimento particular direto com a senhora. Disse que é recomendação do gabinete do Kazekage.

— Do quê? — ela franziu a testa, surpresa.

— Ele disse que tem dor crônica no ombro... e quer avaliação sua. Pessoalmente.

Sakura suspirou, pegando a prancheta. Foi andando, distraída... até virar o corredor e ver ele ali.

Akasuna Sasori.

Encostado na parede. De roupa civil. Olhar tranquilo. A boca com aquele mesmo meio sorriso torto. Mas o olhar? Ah, o olhar queimava como antes.

— Fiquei com saudade do seu toque clínico, flor. — ele disse baixo.

Ela travou no lugar.
O coração disparou.
E naquele momento, tudo que ela tinha se prometido esquecer... voltou a queimar.

A porta da sala fechou com um clique suave.

Sakura, agora de jaleco branco impecável e expressão séria, se posicionou em frente à maca.
Sasori a observava como se analisasse a obra de arte que ele mesmo ajudou a moldar.

— Então... dor no ombro, é? — ela perguntou, seca.

— Crônica. — ele respondeu, sentando-se na maca como se fosse dono do lugar.
— Deve ser o peso da saudade. Ou talvez só tensão acumulada.

Ela bufou, evitando o olhar dele.

— Tira a camisa.

Ele não hesitou.

O tecido deslizou devagar, revelando o peitoral esculpido e familiar. Marcas de sol, a mesma tatuagem no ombro esquerdo. O cheiro... o maldito cheiro de âmbar ainda estava ali. Ela engoliu em seco.

— Vira de costas. — disse, firme, tentando manter a compostura.

Sasori obedeceu. E quando ela encostou os dedos na omoplata dele para palpar a área, ele arrepiou, mas não disse nada.

Ela tocava com a ponta dos dedos. Precisa. Técnica.

Só que ele... ele falava com o corpo. E o corpo dele dizia: "você se lembra?"

— Está tensa, flor. Suas mãos tremem. — ele disse, a voz baixa.

— Estou trabalhando. — ela rebateu.

— Ah, claro. Pura medicina, né? — observou o corpo dela com afinco. —  E esse arrepio agora foi efeito colateral?

Sakura apertou a mandíbula. Apertou mais forte o ponto sob a escápula dele.

— Isso foi reflexo involuntário. — respondeu seca.

Ele virou o rosto, olhando por cima do ombro. O olhar vermelho era quase uma mordida.

— E quando você gemeu amarrada? Também foi involuntário?

Sakura congelou.

O corpo inteiro dela pulsou só com a lembrança. Mas ela não ia dar o braço a torcer.

— Vira de frente. — ordenou.

Sasori obedeceu. Mas agora ele estava próximo. Muito. A maca era estreita. Os joelhos dela encostaram nos dele. Os olhos se cruzaram.

— Você está me provocando. — ela murmurou, entre os dentes.

— Estou apenas lembrando. — ele sussurrou, deslizando o olhar pelos lábios dela. — Porque eu sei que você acorda no meio da noite com a pele arrepiada. Eu sei que você fecha os olhos e me sente. —mesmo sem a tocar, ela sentia as mãos em sua cintura. — Porque, flor... você foi minha. Inteira. E a verdade? — ele sorriu de maneira cafajeste. — Eu quero mais.

Sakura fechou os olhos por um segundo, tentando respirar. Mas o cheiro dele, a voz, a presença, tudo girava como veneno quente.

— Acabou, Sasori. — Ela disse, abrindo os olhos. — Você voltou para Suna e, não me procurou mais lembra? Isso aqui foi só... uma vez.

Ele se inclinou um pouco. A boca a centímetros da dela.

— Mas não foi só uma vez. Porque está aqui agora. — Tocou o peito dela, sobre o jaleco. — Dentro. Latejando.

Ela queria negar, mas as pernas tremiam. O ventre se apertava. A boca secava.

Ele se afastou, finalmente. Calmamente pegou a camisa e começou a se vestir de novo.

— Obrigado pela consulta, doutora. Se quiser fazer um novo acompanhamento... te deixo meu número. — piscou.

Na porta, antes de sair, virou-se uma última vez:

— Estarei em Konoha por mais alguns dias e ainda tenho uma amarra guardada com seu nome. Só pra constar.

A porta se fechou atrás dele.

Sakura afundou na cadeira, as mãos trêmulas, o coração disparado.

Ele voltou. E ela ainda era dele.

 

[...]

 

Sakura não parava de pensar em não pensar em Sasori.
Estava exausta de si mesma.

Andava no hospital, atendia pacientes, conversava com colegas — tudo com a máscara do profissionalismo. Mas quando estava sozinha... o corpo lembrava.
A dorzinha entre as coxas. O arrepio quando se encostava sem querer na bancada fria do laboratório.
A vontade de mandar mensagem e dizer: "Só mais uma vez."

Mas ela sabia que uma vez com Sasori era sinônimo de se perder mais fundo.

Estava nesse dilema silencioso quando Ino surgiu com aquele sorrisinho suspeito.

— Fim de semana tá livre? — A loira perguntou casual, como quem oferece café.

— Acho que sim. Por quê?

— Meu irmão vai fazer aniversário. Vai ter uma festa. Nada muito formal, mas épico. Já viu né, Dei adora fazer uma farra.

Sakura franziu o cenho.

— Espera... ele não gosta de fazer bagunça em Suna? — Sakura desviou o olhar desconfiada, afinal Deidara era responsável por ter partido o coração de Miwa, não que isso importasse muito agora, uma vez que ela estava com Sasuke e claramente não iria ao aniversário do ex.

Ino revirou os olhos.

— Sim, e sim, eu sei, ele é insuportável. Mas é meu irmão e a festa vai ser ótima. Vai um monte de gente legal. E... — ela deu um sorrisinho maroto —... parece que ele convidou uns amigos de Suna também.

Sakura congelou.
Não precisava perguntar. Sabia exatamente quem estaria entre esses "amigos de Suna".

— Ino...

— Ah, me poupe, Sakura. — Ino cruzou os braços — Vai me dizer que não pensou nele nem uma vez depois da nossa conversa?

Sakura desviou o olhar. Não teve nem tempo de recuar, afinal de contas Sasori estava de volta, como se nada tivesse acontecido. 

— Não quero me viciar nele, Ino. Foi bom. Ok. Foi... inacreditável. — suspirou meio derrotada por assumir — Mas ele não é de ficar. Eu sei disso.

Ino colocou a mão no ombro da amiga com um olhar suave.

— E você é de fugir. Eu sei disso.

Ambas estavam com a razão dentro de suas visões sobre o que ocorria e, em outro canto de Konoha, Sasori e Deidara conversavam.

— Vai embora antes do meu aniversário, sério? — Deidara perguntou com uma lata de cerveja na mão e os pés apoiados no encosto da poltrona.

Sasori o olhou como se estivesse lidando com um animal selvagem domesticado pela metade.

— Você é irritante em todos os dias normais, não preciso experimentar você bêbado e aniversariante ao mesmo tempo, estou muito velho para ficar lidando com isso toda vez que você sofre porque corneou a sua bela ex-namorada.

— Primeiro deixa de ser um cuzão porque eu fui praticamente abusado e você velho? — Deidara gargalhou. — Você tem quantos anos a mais que eu? Uns dez? Doze?

Sasori revirou os olhos.

— É isso que dá ter amigos pirralhos.

— Aham. Mas pra foder garota de no máximo vinte e poucos anos você não reclama, né? Agora pra curtir a festa do seu amigo de vinte e dois... nossa, que peso!

Sasori lançou um olhar gelado, mas um canto da boca se curvou num meio sorriso.

— Você fala demais, Deidara.

— Eu falo a verdade. — O loiro rebateu, levantando a cerveja como em brinde. — E você tá ficando estranho. Anda distraído, responde mensagem com atraso, até deixou um relatório incompleto.

Sasori ergueu uma sobrancelha.

— Você anda observando demais.

— Porque você anda pensando demais. E eu sei em quem.

Sasori não respondeu. Apenas recostou-se na cadeira, olhando para o teto.

— Se for pra você ficar igual um viúvo mal-humorado, é melhor vir na festa e beber comigo.

Silêncio.
E então Sasori murmurou:

— Ela é diferente.

Deidara sorriu como quem já sabia.

— Então faz diferente, velho. Vem pra festa. E não foge, deixa claro que você está na dela.

O fim de semana tinha finalmente chegado, Sakura e sasori praticamente não se falaram. O Akasuna até mandou uma mensagem nesse meio tempo porém, ela não respondeu e ele sentiu que era justo, afinal tinha lhe dado um bolo quando ela perguntou como e ele estava. O problema era que isso aumentava a expectativa e o tesão reprimido de ambas as partes e agora Sakura encarava o convite virtual no celular:

" Deidara Yamanaka convida você para uma noite inesquecível. Tragam bebida, bom humor e disposição para sair com histórias que nunca mais vão esquecer."

E logo abaixo:

"Local: Casa dos Yamanaka (claro) – 20h00 em ponto."

Ino ainda tinha mandado um áudio:

— E aí? Vai vir ou vai continuar se escondendo de uma coisa que já te pegou?

Sakura respirou fundo, largou o celular no colo e encostou a cabeça no sofá.

Ela estava cansada de correr. De fugir daquilo que nem queria ir embora.

— Maldito vermelho... — murmurou.

E começou a pensar no que ia vestir.

 

Desista, faça o que eu digo
Desista e deixe eu fazer as coisas do meu jeito
Eu te darei amor, eu te atingirei em cheio
Eu te darei amor, eu te ensinarei como 
Eu gostaria de te colocar em um transe
Por completo

Chapter 8: A festa

Chapter Text

Esse não é o caminho pro meu coração, minha cabeça
Meu cérebro, ou qualquer opção acima
É apenas a minha maneira de libertar os sentimentos mais profundos em mim
Essa faísca de escuridão que eu pareço amar

🌸

 

Eram 21h17, na Casa dos Yamanaka a música eletrônica vibrava nas paredes. As luzes coloridas dançavam entre os corpos.

O jardim estava tomado por pessoas sorrindo, rindo alto, com copos na mão. A casa dos Yamanaka parecia mais um mini festival do que uma festa comum.

E foi no segundo andar, apoiado na sacada de madeira, que Sasori a viu.

Sakura Haruno.
De vestido vinho curto, justo, de alcinhas finas. O tecido se colava ao corpo como se fosse pintado. Os cabelos presos num coque frouxo, com alguns fios rebeldes caindo ao redor do rosto. Batom vermelho e salto.

Porra. Salto.

Ela chegou com Ino, rindo de alguma piada. Um riso leve. Despreocupado, mas Sasori notou de longe o detalhe: ela não estava de calcinha ou era muito fina e pequena se perdendo naquele quadril lindo e farto que ela tinha.

Porque o tecido leve do vestido denunciava. Ele sabia olhar. Sabia notar.

O copo em sua mão se partiu por dentro. Só não caiu por fora.

— Parece que você vai mesmo ficar. — Deidara apareceu ao seu lado, tomando um gole da própria bebida.

Sasori não respondeu. Só observava.

— Te avisei que ela viria. — o loiro deu uma cotovelada discreta. — E se ela veio vestida assim... não é pra dançar com outro.

Sasori desceu a escada devagar, como predador que já avistou a presa.

Sakura se arrependeu no momento em que pisou naquela festa, a roupa estava muito extravagante e tinha muita gente da Akatsuki, time de beisebol que Deidara fazia parte.

"Onde eu estava com a cabeça?"

— Você viu quem está aqui, né? — Ino disse, quase gritando perto do ouvido da amiga por causa da música e com isso a arrancando dos pensamentos terríveis.

Sakura bebeu o primeiro gole da bebida rosada no copo de plástico.

— Vi. 

— E?

— E... ele não me olhou. — disse, tentando soar indiferente.

Ino bufou.

— Ele praticamente te despiu com os olhos lá da varanda, querida. Se tivesse raio-x, tua alma já estava nua também.

Sakura riu, mas a verdade era que o coração batia como um tambor acelerado. Ela o sentia se aproximando. Não precisava olhar, era como um campo elétrico. Ele entrava no ambiente e o corpo dela sabia.

E então, ele apareceu.

Sasori parou em frente a ela.
Camisa preta com os dois primeiros botões abertos, mangas dobradas até o cotovelo, colônia forte e amadeirada.

Os olhos vermelhos cravados nela.

— Boa noite, flor. — a voz dele soou grave, perto demais do ouvido.

Sakura se arrepiou.

— Você veio. — disse, tentando manter o tom neutro.

— Você também. E aparentemente sem calcinha. — ele sorriu. Um sorriso perigoso, íntimo, sujo.

Ela engoliu seco.

— Não vim por você.

— Ah, claro. Deve ter sido só coincidência estar com esse vestido, esse perfume e esse olhar de quem já está molhada.

— Estamos em público.

— Ah por favor flor, sabemos muito bem do que eu, ao melhor nós somos capazes de fazer em público. — ele se aproximou mais um pouco — E eu estou me segurando pra não te foder contra a parede dos fundos dessa casa. — Sussurrou, cravando os olhos nos dela.

Sakura sentiu as coxas tremerem.

— Você não vai me encurralar essa noite, Sasori.

— Não? — ele deu um passo pra trás, mas com um sorriso malicioso. — Então vamos brincar. Vamos fingir que somos só conhecidos. Vamos ver quem enlouquece primeiro.

com o desafio lançado o Akasuna se afastou sem saber se ela aceitou, mas pelo olhar tinha certeza e minutos depois... no meio da festa

Sakura estava conversando com uma amiga quando sentiu.
O toque.

Sasori passou por trás dela, e os dedos deslizaram pela lateral da cintura, fingindo ser um esbarrão casual, porém os olhos dele diziam outra coisa quando cruzaram com os dela logo depois.

Ela mordeu o lábio, sentindo o calor subir.

Mais tarde, foi até o bar pegar mais bebida e quando se virou — ele estava encostado ali. De braços cruzados.

— Já está suada. — ele comentou. — Isso é de tanto dançar ou de tanto pensar no que eu posso fazer com você em dez minutos num banheiro trancado?

Sakura deu um gole direto na garrafa. O álcool não disfarçava o desejo.

— Se eu ceder de novo, Sasori... — ela disse, se inclinando levemente — ...não vai mais ter volta.

Ele sorriu. Um sorriso lento, arrastado, sujo.

— Eu tô contando com isso.

 

[...]

 

A festa tinha perdido a graça.

Sakura riu de conversas, dançou, bebeu, fingiu interesse em tudo... Mas cada movimento era uma tentativa desesperada de ignorar os olhos que a queimavam à distância.

Porque Sasori não parava de olhar.
E não tocava.
Maldito.

Passou a noite inteira encenando que não estava ali por ela. Conversava com outras pessoas, mantinha a expressão neutra... mas sempre que ela se movia, ele sabia. Ele sentia. Como se o corpo dela emitisse um sinal só pra ele.

E ela?
Estava derretendo por dentro.

As coxas doíam de tensão, o vestido colava no corpo.
A calcinha fina e de renda chegava a estar pesada. Uma lembrança constante de que estava vulnerável. Pronta e provocada.

Mas resistiu.
A noite inteira.

Até decidir ir embora.

— Ino, tô indo. — Disse, pegando a bolsinha e ajeitando o coque com uma das mãos. — Amanhã eu tenho que acompanhar um plantão cedo.

— Tem certeza que quer ir? — a amiga perguntou com uma sobrancelha arqueada. Gaara tinha ido buscar uma bebida.

Sakura respirou fundo.

— Se eu ficar mais cinco minutos, eu mesma vou me jogar em cima dele — afirmou fazendo a loira rir. 

— Então corre, porque o seu precipício está vindo. 

Sakura revirou os olhos e de maneira elegante se despediu. Ela atravessou o jardim, passando por casais bêbados, risadas altas e música que já parecia distante.

Estava a três passos do portão quando sentiu.

A mão firme.
Quente.
Puxando-a pela cintura.

— Achei que ia me evitar até o fim. — a voz de Sasori roçou no ouvido dela como se fosse beijo.

Sakura virou o rosto devagar, já ofegante.

— Você me olhou a noite toda. Não veio.

— Queria ver até onde ia sua força de vontade.

— E agora?

Ele a puxou pela cintura com mais força, colando o corpo dela ao dele. A dureza entre as pernas dele era inegável.

— Agora acabou a brincadeira.

A boca dele desceu, faminta, contra a dela. 
Um beijo sujo. Profundo. Molhado. Que dizia tudo o que os dois fingiram o tempo todo:  Quero. Eu preciso de você. Agora.

Ele não pediu permissão. Apenas a empurrou contra a parede lateral da casa, longe do movimento, entre sombras e arbustos altos.

— Você quer ir embora mesmo, flor? — sussurrou entre beijos, as mãos já subindo pelo interior das coxas.

— Eu... — ela arfou, quando os dedos dele roçaram a pele nua — ...eu não sei mais o que eu quero.

— Eu sei. — ele sorriu contra os lábios dela. — Você quer que eu prove que você já é minha. Desde aquela primeira vez. — subiu mais um pouco a mão — Desde que me deixou te amarrar e chorou de prazer no meu colo.

Ela gemeu baixinho, os olhos fechando.

— Então... me leva. Mas agora.

Ele mordeu o lábio inferior dela, e então a puxou pela mão, rápido e determinado. Subiram os fundos da casa, atravessando o corredor lateral até a parte mais reservada do segundo andar, onde Deidara mantinha um dos quartos trancados para "emergências".

Sasori tinha a chave.

Entraram, e a porta se fechou com um estalo surdo. O silêncio invadiu o espaço escuro. Sakura encostou na parede, Sasori trancou a porta.

Se olharam.

— Eu tentei resistir. — ela disse, sem esconder mais nada.

— E agora? Ainda quer que eu te cale com a boca, flor?

— Se não fizer isso logo... eu mesma vou me jogar em você. — ela arfou, puxando o vestido pra cima, revelando as pernas nuas.

Ele chegou perto. Bem perto. 
As mãos grandes pegaram sua cintura com força. A boca desceu sem aviso, capturando a dela num beijo devastador.

Molhado. Profundo. Cheio de raiva e saudade.

As costas dela colidiram com a parede, as mãos dele exploravam com precisão. Um mestre tocando sua obra favorita.

— Porra, Sakura... — ele gemeu contra o pescoço dela — ...você ficou ainda mais gostosa.

As mãos dele foram direto entre as coxas. Encontraram a pele quente, úmida, latejante.

— Nem dá pra chamar isso de calcinha... toda molhada... dizendo que queria ir embora? Você mente muito mal.

Ela mordeu o ombro dele, os olhos revirando.

— Cala a boca e fode a minha primeiro.

Sasori riu com prazer.

— Sua boca? — ele pressionou os lábios dela com o polegar — Vai implorar pra descansar depois.

Ele a ajoelhou com um toque firme. Os dedos entre os cabelos róseos, a outra mão desabotoando a calça com agilidade.

E então ela o engoliu. Lenta. Profunda. Quente.

Sasori grunhiu, a cabeça tombando pra trás.

— Isso... porra, flor... assim...

As mãos dele seguravam os cabelos enquanto ela chupava com vontade, sem pressa, sem pudor. Ela sabia que ele gostava do controle — mas na boca dela, ele era o dominado.

— Vira. Agora. — ele ordenou, puxando-a pelos cabelos com certa gentileza e dominância, afinal não estavam em sua "casa".

Ela ficou de quatro na beirada da cama, o vestido ainda enrolado na cintura.  A pele trêmula, a respiração entrecortada a calcinha arredada para o lado.

— Fala que quer. — ele exigiu, a voz baixa e grave atrás dela.

— Eu quero.

— Não ouvi.

Ela olhou por cima do ombro, os olhos implorando.

— Eu quero você dentro de mim. Agora Sasori.

Sasori gemeu rouco.

— Vai se arrepender. — E então ele entrou.

De uma vez. Fundo. Lento.

Sakura gritou, as mãos agarrando os lençóis.

— Isso... isso é só meu. — ele sussurrou, estocando com força — Ninguém mais toca você assim.

As estocadas ritmadas faziam o corpo dela colidir contra o colchão. Cada investida arrancava um gemido. Cada puxada no cabelo fazia a mente dela se apagar e reacender, cada tapa bem dado queimava intensamente e afazia escorrer.

— Sasori... eu vou...

— Goza pra mim. Goza agora.

Ela desabou.
Inteira. Molhada. Tremendo.

Mas ele não parou. A virou de barriga pra cima, prendendo os pulsos dela sobre a cabeça.

— Não acabou. Ainda não. Agora você vai olhar nos meus olhos enquanto goza de novo.

Ele a devorou. 
Beijos. Mordidas. Mais estocadas.

E ela gozou outra vez.
Mais alto.
Mais intensa.
Mais dele.

Quando ele finalmente explode dentro da camisinha, o corpo dele desaba sobre o dela.
Suado, ofegante e cheio dela.

Silêncio.

Só as respirações pesadas. Os dedos dele desenhando círculos no quadril dela.

— Vai dizer que resistir valeu a pena?

Sakura riu, a voz ainda rouca.

— Você é um vício.

— E você já tá perdida.

Ele beijou a testa dela, depois a boca, depois a nuca deixando claro que nenhum dois dois sairia daquele quarto antes do amanhecer.

 

Podemos enlouquecer um pouco, só por diversão
E nem ao menos tente recuar
Apenas deixe acontecer
Me amarre e abuse de mim até ficar satisfeito
Até que eu fique satisfeito
Você me deixou extasiado e estou prestes a explodir

Chapter 9: Sunagakure

Notes:

Música > Naughty - orgasvm

Chapter Text

Vem, amor, vamos ser travessos
E a gente pode tentar do seu jeito
Sim, eu sei que sou uma gata
E eu faço isso como ninguém

🌸

 

Ainda no quarto trancado em meio a madrugada, Sakura respirava contra o peito de Sasori.

Os dois nus, suados, entrelaçados no lençol bagunçado de um quarto que não era deles, mas onde agora tudo parecia certo.

Ele passava a mão devagar pela cintura dela, como se estivesse gravando o corpo com os dedos.
Cada toque era lento, pensado e silenciosamente íntimo.

Ela o observou no escuro. A expressão dele estava tranquila. Sem a máscara do sarcasmo.
Apenas... real.

— Eu devia levantar. — sussurrou, a boca encostada na pele dele.

— Vai fugir de novo?

— Vou evitar ser flagrada nua no segundo andar da casa do seu amigo.

Sasori riu baixo. Aquela risada grave que fazia o ventre dela estremecer.

— Ele sabe — ela congelou — O Deidara viu a porta trancada e não é idiota.

— Ótimo. Agora ele vai me zoar pra sempre.

— Eu seguro ele.

— Com a língua ou com as mãos?

Sasori virou de lado, se apoiando no cotovelo, o olhar rubro brilhando na penumbra.

— Com a boca. A mesma com que te fiz gozar duas vezes em menos de uma hora.

Ela riu, corando.

— Idiota.

— Seu favorito.

Silêncio.
Só o toque dos dedos dele subindo pelas costas dela. Lentamente. Até pararem no queixo. E puxarem o rosto dela pra mais um beijo, não urgente ou sexual. Apenas quente, quase... cuidadoso.

 

[...]

 

Na manhã seguinte por volta das 08h00  o  som da casa era outro. Portas batendo, risadas, gente abrindo a geladeira e falando alto.

Sakura acordou com os cabelos totalmente bagunçados, as coxas doloridas, e o corpo pedindo descanso.

— Preciso de um banho. — Murmurou.

Sasori se espreguiçou ao lado, despido, calmo como um gato ao sol.

— Você precisa mesmo... ou quer companhia?

— Quero sair daqui sem que o mundo saiba que fui selvagemente fodida numa festa.

— Tarde demais. — ele disse, já levantando da cama nu e abrindo a porta do closet.
Pegou uma camiseta e jogou pra ela.

— Veste isso. — disse. — Eu vou na frente e distraio o Deidara. e o pessoal. Você sai pelos fundos e espera no portão lateral. Hiroshi vai abrir.

— Você já tinha um plano de fuga?

— Sempre tenho. Você merece escândalos... mas só na minha cama, não de manhã.

Ela o olhou, impressionada.

— Você sempre é assim com todas? — mordeu o lábio inferior se amaldiçoando pela pergunta. Sasori percebeu e resolveu jogar com ela.

— Não. Com todas, eu só gozo. — ela ficou absorta nas palavras dele que sorriu faceiro e continuou: — Com você... eu fico depois.

Ela engoliu em seco. O rosto quente.

 

Lá embaixo Deidara estava sentado no balcão da cozinha, cabelo preso num coque torto, copo de café na mão e expressão de quem viu tudo, parte dos amigos já havia se recolhido e o restante estava estirado no sofá igualmente apagado.

Ele mesmo só estava acordado por causa da puta ressaca que teve, enquanto em mais um sonho jurou ver Miwa o esperando na cama. Sasori  desceu as escadas que nem um rei, altivo bem arrumado e como se não tivesse passado parte da noite e inicio da madrugada entre as pernas da rosada.

— Dormiu bem, velho?

Sasori entrou com tranquilidade, na cozinha.

— Perfeitamente.

— Alguma coisa pra contar?

— Não.

— E alguma flor pra regar?

Sasori bebeu um gole do café que Hiroshi preparava, ignorando o sarcasmo.

— Cuide da sua ressaca, Deidara.

— Cuidar da minha ressaca? Eu vi sua rosada sair com as pernas tremendo, usando a SUA camiseta. Por Kami, ela mal conseguia descer as escadas!

Sasori sorriu.

— Cuidado com o que fala. É sua irmã que trouxe ela.

Deidara arregalou os olhos.

— Meu Deus. A Ino vai me matar.

 

Enquanto isso... Ino viu Sakura tentando sair pela lateral da casa.

— Oi, Haruno. Dormiu bem?

Sakura travou, corando violentamente.

— Eu... dormi pouco. Só cochilei.

Ino sorriu maliciosa.

— Tá com cara de quem cochilou em cima de algo duro por bastante tempo.

Sakura quase tropeçou nos próprios pés.

— Você sabe?

— Não, mas a sua cara me contou. E essa camiseta grande demais também.

Sakura respirou fundo, abrindo um sorriso cansado.

— Você vai me julgar por estar indo embora?

— Eu? Não, pelo contrário finalmente! — Ino bateu palminhas — Mas você vai se apaixonar por ele, não vai?

Sakura ficou em silêncio.

— Já tá acontecendo, né? — Ino completou.

Sakura mordeu o lábio inferior.
E sorriu.
Não respondeu. Mas o corpo dela sim, afinal de contas o coração disparou.

 

[...]

 

Desde a festa de Deidara se passaram três dias e mais uma vez o não casal procurou ficar cada um no seu canto, como se a distância fosse apagar a maré de sensações que causavam um no outro.

Pela Tarde, Sakura estava no hospital organizando os relatórios, exames e pastas de paciente da sua supervisora quando o celular vibrou discretamente dentro do jaleco.

Ela o pegou entre um exame e outro, esperando uma mensagem qualquer da Ino.

Mas não.
Era ele.

Sasori🦂
"Flor, essa semana em Konoha foi... inesperada.
Mas preciso voltar pra Suna.
Gostaria que viesse comigo.
Só um fim de semana.
Leva pouca roupa — ou nenhuma.
Deixo o resto comigo."

Sakura sentiu a alma tremer e a ponta dos dedos formigar.

Leu a mensagem umas três vezes.
Suna. Viagem. Os dois. Sozinhos.

Ela sorriu sem perceber.

"E se eu disser que não posso?"

A resposta veio rápida.

"Eu aceito.
Mas vou passar o fim de semana imaginando você nua na minha cama.
Com sede.
Implorando por mais."

Ela prendeu o ar. A pressão subiu e o corpo reagiu como se ele tivesse falado no ouvido.

"E se eu disser que posso?"

Veio um áudio curto, rouco, cheio de pecado:

— Então arruma as malas, flor. Porque esse fim de semana... você vai ser só minha.

 

De repente Ino entrou na sala, afinal estava acompanhando as semanas de estudo oferecidas pela universidade onde os calouros podem escolher o que querem enquanto veem na prática, ela escolheu a ala de psicologia experimental. Ia chamar Sakura para um tarde no shopping, visto que Gaara só viria par Konoha daqui há seis dias, mas ao encarar a amiga séria e sem reação ficou confusa.

— Tá tudo bem?

— Ele me chamou pra Suna. — a rosada soltou num sopro.

Ino arqueou as sobrancelhas.

— Puta que pariu.

— Eu nem sei o que responder...

— Você quer ir?

Sakura ficou em silêncio.
Mordeu o lábio. Pensou no toque dele, nas palavras sujas, no carinho inesperado depois do caos. No jeito que ele a olhava como se já conhecesse cada centímetro do corpo... e da alma.

— Quero.

Ino sorriu com aquele olhar de vitória.

— Então arruma a mala, flor. Porque se você não for, vai passar o fim de semana se masturbando e odiando a si mesma.

 

[...]

Quinta-feira à noite – Suna, Casa de Sasori

Sasori olhava a varanda do andar superior. 
A brisa do deserto soprava quente e ele bebia chá, calmo... por fora. Por dentro? Contando as horas.

Já tinha deixado tudo preparado.

Roupa separada pra ela, vinhos na temperatura certa. Banheira quente com sais que ele mesmo trouxe de Konoha.
E sim, alguns itens a mais, guardados num compartimento do quarto.

Algemas. Fitas. Óleos.
Mas o melhor brinquedo... Era ela.

 

Na estação de trem para Sunagakure Sakura estava com uma mala pequena, batom discreto e as bochechas levemente coradas.

Ainda se perguntando "o que eu tô fazendo?"

Ino a acompanhou até o embarque.

— Você tá indo passar um fim de semana com um homem que te fez esquecer até seu nome. — disse a loira, cruzando os braços, como se soubesse exatamente o que se passava na mente da amiga — Você tem noção?

— Não.

— E mesmo assim vai?

Sakura suspirou, olhando o trem chegando.

— Eu só estou... curiosa demais pra dizer não. — Afirmou. 

— Só me promete que volta com todos os órgãos no lugar e com essa coisa linda chamada dignidade.

Sakura riu com vontade.

— A dignidade foi a primeira a pedir demissão depois daquela parede na festa.

Ino gargalhou.

— Vai, rosada. E aproveita por mim.

Sakura embarcou.

O coração batendo alto demais, o corpo quente desde a escolha da lingerie. Vestia um conjunto azul bebê confortável de algodão, uma calça jeans justa e cropped branco. Casaco de meia estação. Mas por baixo disso tudo... nada que disfarçasse a intenção.

Sentou-se junto à janela.

E quando o trem partiu... o celular vibrou.

Sasori:
"Sabia que viria.
Você adora se queimar.
E eu sou fogo do tipo que marca."

Ela sorriu sem perceber.

Sakura:
"Se eu for... você vai me queimar até onde?"

Sasori:
"Até o ponto onde você implore pra nunca mais apagar."

Ela não respondeu mais, apenas aproveitou para encarar a janela e respirar profundamente, pensando em tudo o quer tinha feito e o que verdadeiramente a havia levado até ali. 

[Estação de Trem desembarque – Suna], o visor piscava e o aviso era dado para que os viajantes não se perdessem. Sakura não imaginou que seria tão rápido, já que geralmente trem eram quase dois dias, já de trem-bala foram questões de hora e agora as 21h04 ela descia do vagão, o coração pesado no peito.

O calor do deserto a envolveu, diferente do ar úmido de Konoha, mas nada se comparava ao que sentiu quando o viu.

Sasori.
Encostado contra o carro preto, braços cruzados, olhos escondidos por óculos escuros mesmo à noite. A jaqueta de couro o deixava ainda mais perigoso.

Quando a viu, tirou os óculos lentamente, revelando os olhos que ela tanto gostava.
Ela parou, o sorriso dele foi lento. Arrastado.

Um "te avisei" mudo.

— Boa noite, flor. — disse com a voz baixa.

— Você mesmo veio me buscar? Mesmo sem ter a certeza?

O sorriso arrogante de quem a tinha na palma da mão não passou despercebido entretanto, Sakura deixarei isso para depois.

— Achei que merecia mais do que um motorista.

Ele pegou a mala da mão dela e abriu a porta do carro e em um mero agradecimento a rosada não disse mais nada. 

O caminho até a casa foi silencioso... mas carregado.

As mãos dele tocavam o volante como se soubessem o que fazer com qualquer coisa e ela tentava não olhar, mas olhava. 

E era aí que morava o perigo, como poderia dizer que o conhecia quando o jogo do silêncio perpetuava entre eles o tempo inteiro? A Haruno respirou pesado, algo que não passou pelos olhares do vermelho que preferiu focar na estrada, deixaria para resolver certas pendências quando estivesse fora daquele carro.

As 21h32 chegaram na cada do Akasuna e Sakura só conseguiu pensar que ou Suna era minúscula ou ele morava muito perto ou correr feito um louco.

Sasori abriu a porta para ela e pegou a mala, guiando-a pela mansão de arquitetura mediterrânea. A entrada era elegante, clean em Tons neutros e cheias de obras de arte modernas.

Mas o aroma... era dele. Madeira e âmbar.

Sakura entrou, engolindo em seco e o coração batendo acelerado.

Sasori veio por trás, passando devagar as mãos pelos ombros dela. Tirou seu casaco com cuidado, pendurou com precisão e sussurrou no ouvido dela:

— Aqui é sua casa essa noite. — respirou baixo — Ou... seu cativeiro.

Ela riu, nervosa.

— Você não vai tentar nada agora?

— Não. Você viajou, está cansada e eu gosto de ver você relaxar antes de implorar por mim.

Ela mordeu o lábio.

— Então... jantar?

— Claro. — ele abriu a porta para a sala de jantar com uma mão. — Você vai precisar de energia.

A comida estava impecável. Vinho branco gelado. Pratos leves. Luz baixa.

Mas o clima? Elétrico.

— Você sempre cozinhou tão bem? — Sakura perguntou.

— Quando quero impressionar. — Piscou — E deixar a outra pessoa sem saber se está excitada ou com fome.

Ela riu, os olhos brilhando.

— Você é um canalha bem treinado.

— Não nego. Mas você gosta. — sorveu um pouco do vinho — Dá pra ver quando morde o lábio... e aperta as pernas embaixo da mesa.

Ela corou engolindo o vinho.

— Vai ficar me provocando a noite inteira?

— Só até você pedir que eu pare ou me peça para te levar para o quarto.

Ela desviou o olhar, tentando não demonstrar o quanto o queria. 

Depois do jantar, ele a levou até o quarto de hóspedes.

— Banheiro ao lado. Camisolas na gaveta da esquerda. Roupa íntima na direita. E não... não é uma armadilha. — ele sorriu.

— Vai dormir no seu quarto?

— Se eu for até lá, não vai ser pra dormir. — Sasori a analisou intensamente antes de se virar de costas e começar a caminhar — Boa noite, flor.

 E assim retornou a sala de jantar.

 

Amor, eu gosto como você me agarra
Adoro como você me marca
Não faz de difícil
Porque eu sei que você quer muito

Garoto, quando estou com você
O tempo para como se eu precisasse de você
Toque meu corpo, deixa eu te alimentar
Me devora como você quer

Chapter 10: O quarto de hóspedes

Notes:

Música > Love And Lust - orgasvm

Chapter Text

Você entra, e eu fico paralisado
Cada olhar seu me faz estremecer
Sua voz sensual me deixa louco
Sou viciado nesse jogo perigoso

Estou queimando sob o seu amor
Você me pegou, meu bem, me pegou agora
Estou derretendo sob seu feitiço
Meu bem, você é tudo o que eu preciso esta noite

🌸

 

Quarto de hóspedes – 01h17 da madrugada

Sakura revirava na cama, a camisola fina grudava na pele.

O corpo queimava e o orgulho pesava, ela tentava se convencer que era pelo ar de Suna ser mais seco, por estar em uma cama que não era sua,  quando sabia que se tratava da vontade de estar com Sasori.

Até que...a porta se abriu.

Ela virou de repente, o coração pulando.

Sasori.
Nu.
Com uma toalha jogada no ombro, o cabelo levemente molhado.

— Não consigo dormir — disse simplesmente. — E se eu for embora daqui sem tocar em você hoje, vou ficar doente.

Sakura não respondeu. Ele se aproximou da cama devagar.

— Se não me quiser, diga agora que eu volto.

Ela ficou em silêncio. As pernas se abriram devagar sob o lençol.

Sasori sorriu.

— Você me quer. Desde antes de me ver. Desde que percebeu que ninguém mais toca você como eu toco.

Ele subiu na cama. Lentamente.

— Você quer que eu me deite ao seu lado?

Ela assentiu, ofegante.

— Ou que eu prove de novo o quanto você já é minha?

— As duas coisas. — sussurrou levando-o a sorrir lascivamente.

A cama estava macia demais.
O ar, quente demais.
O corpo, aceso demais.

Sakura tremia sob os lençóis. Não pela temperatura... mas pela forma como ele a olhava e, como prometido Sasori se deitou ao lado dela.

Nu, mas sem pressa. A pele quente, o olhar rubro fixo no dela como se pudesse desmontá-la sem tocar.

— Ainda não entendeu, né? — ele murmurou, a voz grave contra o silêncio do quarto.

— O quê?

— Que comigo, prazer tem camadas. E você ainda não mergulhou fundo o suficiente.

Ela engoliu em seco, a camisola que já estava colada no corpo com o calor parecia incomodar. E então... ele começou.

Os dedos tocaram a lateral da coxa, subiram com calma. Sem destino claro, sem objetivo imediato.

Só provocação.

— Sasori... — ela sussurrou, já ofegante.

Ele beijou o ombro dela, depois o pescoço depois a clavícula.

— Você é tão quente. Já tá toda molhada, não tá?

Ela tentou negar, mas gemeu quando ele deslizou os dedos pela curva da cintura e encostou na base da barriga.

Nada de penetração. Nada de avanço.
Só toques. Lentos. Desesperadores.

Sasori passou a língua devagar pelo contorno do seio dela por cima da seda da camisola, os olhos presos aos dela.

— Você tá esperando que eu te tome de novo... mas essa noite não.

— Não?! — ela arfou, quase chorando.

Ele riu. Um som rouco, cafajeste, envolvente.

— Essa noite você vai descobrir o que é implorar de verdade e verá que o que fiz com você naquele  hotel não foi nada. Vou beijar cada parte sua até você tremer. — ela sentiu pulsar. — E só vou entrar quando você me implorar de verdade. Com lágrima no canto do olho e a voz falhando.

Ela gemeu mais alto quando ele puxou a camisola pra cima e encostou os lábios quentes entre suas coxas, sem fazer mais nada.
Só respirando ali.

A mente dela foi se apagando. 

Ele a virou devagar. Beijou a nuca. Mordeu o ombro. Deitou-se por trás, encaixando o corpo nu no dela.

— Eu vou te fazer gozar só com beijos, flor. E depois com a voz e, quando você tiver implorando, suando, tremendo...

Ele mordeu o lóbulo da orelha dela com carinho.

— Aí sim... Eu vou te foder como você merece.

Ela se virou de uma vez e o beijou com força, as lágrimas nos olhos de frustração e desejo.

— Então me faz perder o juízo.

Sasori sorriu, vitorioso.

— Já perdeu e nem percebeu.

E então... ele começou tudo de novo.
Lento. Minucioso. Impiedoso.
Como se ela fosse uma pintura viva. 
Como se só existisse uma forma de amar aquela noite: devagar até doer...

A luz invadiu o quarto devagar, Sakura nem teve forças para se mover. O corpo inteiro parecia mais leve... e ao mesmo tempo esmagado, cada músculo vibrava. Cada dobra latejava.

Ela sentia as coxas pegajosas, o seio direito sensível demais, o pescoço marcado de mordidas.

E no meio disso tudo... Sasori.

Sentado na beirada da cama, ainda nu, com uma xícara de café na mão e o cabelo bagunçado.

— Dormiu bem? — ele perguntou, com a voz ainda grave da madrugada.

— Eu morri. Essa é a única explicação. — ela murmurou, a voz rouca.

Ele riu.

— Você estava gemendo meu nome até as cinco da manhã. Precisei te dar água três vezes.

— Eu não sabia que dava pra gozar chorando daquele jeito. Agora sabe.

Ela cobriu o rosto, envergonhada.

— E eu deixei você ver esse estado...

— Vi muito mais do que isso, flor. Vi você quebrar. Vi você se reconstruir embaixo de mim.

Ele a olhou com aquele sorriso preguiçoso e sexy, um misto de cafajeste e devoto.

— Eu disse que prazer tem camadas.

— E você explorou todas.

— Quase todas. — ele levantou e foi até uma gaveta e a abriu devagar.

Ela se sentou com dificuldade, os músculos protestando.

— Sasori...

Ele voltou com um par de algemas de couro preto.

— Se quiser, hoje à noite... Eu mostro o que vem depois.

Sakura corou até a alma e a respiração falhou. 

É claro que ela queria, já tinha entendido que não conseguia dizer não para ele, não quando ele agia assim.

Ele se aproximou, passou os dedos pela clavícula dela e deixou um beijo quente logo abaixo do queixo.

— Mas só se você quiser. Com você, eu gosto de ter permissão, mesmo quando estou mandando.

Ela engoliu seco.

— Você é viciado em me deixar sem ar?

— Não. Sou viciado em ver você se render pra mim, com orgulho. Com vontade, com essa boca linda me implorando mais.

Ela caiu de volta na cama, cobrindo o rosto com o travesseiro.

— Eu odeio o quanto você me conhece...

— Não me odeie ainda, flor. Ainda tem o almoço.

Ela riu.

E por um segundo, entre lençóis bagunçados, analisando tudo o que ocorreu, Sakura soube: Estava fodida e amando isso.

[...]

Depois de um banho longo e preguiçoso onde Sasori foi forçado a não meter nela na parede porque ela ameaçou não sair mais da cama, os dois estavam vestidos, levemente alimentados e prontos para o que ele chamou de:

— Um tour guiado com destino ao seu próximo orgasmo.

Sakura riu alto.

— Você vai me levar pra passear ou pra gozar em público?

— Por que não os dois?

Ela rolou os olhos, rindo, enquanto colocava os óculos escuros. Sasori a observava como quem grava.

Jeans justos, blusa leve, cabelo preso num coque bagunçado. Ela estava linda. E dele. Mesmo que não tivesse admitido isso ainda.

Eram 11h30 quando chegaram ao Centro de Suna, Sasori a levou pelas vielas de pedra clara, pelas lojinhas de artesanato local, por uma feira silenciosa onde idosos vendiam chá de ervas que "cura tudo, menos saudade".

Sakura se divertia.

— Faz quanto tempo que você não mostra Suna assim pra alguém?

— Nunca mostrei. — ele respondeu sem olhar.

Ela piscou.

— Sério?

— Eu não convido qualquer uma pra dormir na minha cama, flor. Muito menos pra andar ao meu lado em público.

Sakura ficou em silêncio, aquilo pegou fundo e de um jeito bom.

Até que ela resolveu provocar, tentando disfarçar as batidas erradas do próprio coração.

— Sabe, pra um homem de 35 anos, você tá inteiríssimo. Eu esperava alguém com dor nas costas e gelol na cômoda por ser sedentário.

Sasori parou, virou o rosto devagar com aquele sorrisinho maldito.

— Engraçado. Porque quando eu te fodo do jeito que eu quero... quem parece ter mais de quarenta é você. Mal consegue andar direito.

Ela arregalou os olhos e deu um tapa no ombro dele, vermelha.

— Seu cafajeste desgraçado!

— Acha que esses quadris balançam por quê? Tão tentando se lembrar da última noite.

Ela não conseguia parar de rir e nem de desejar ele ali mesmo.

Por volta das 16h00 pararam nas Termais de Suna, o fim do tour levou os dois até as famosas fontes de Suna.

Águas quentes, naturais, com cheiro de pedra e areia molhada.

Eles ficaram na parte reservada, só os dois.
Só os sorrisos e os toques discretos debaixo d'água.

— Se eu encostar a perna em você agora, vai me prender aqui até a noite?

— Flor, se você quiser, eu te faço gozar só com a temperatura dessa água. Mas prefiro deixar seu corpo pedir sozinho.

Ela suspirou, as bochechas coradas, e o olhar preso no dele.

— Você vai usar as algemas hoje, né?

Sasori se aproximou devagar, os olhos fixos.

— Hoje... você vai descobrir que dá pra implorar até com a boca amordaçada. Mas só se quiser.

— Eu quero. Mas com uma condição.

— Qual?

Ela sorriu, atrevida.

— Que amanhã você me leve de volta pra essas águas pra recuperar os movimentos.

Ele riu. Beijou a ponta do nariz dela.

— Combinado, mas saiba que, depois dessa noite... nem essa água vai te salvar de mim.

Aproveitaram mais um pouco do passeio e cada ação dele deixava Sakura mais imersa nele mesmo.

Por volta das 20h12 retornaram para a mansão do vermelho.

A mesa estava posta. Luz baixa. Velas. Música ambiente suave, instrumental.

Se ausentaram momentaneamente para refrescar-se e se aprontar. Sasori apareceu na porta do quarto, vestido de preto da cabeça aos pés, com uma camisa social parcialmente aberta no peito e as mangas dobradas.

O cabelo bagunçado propositalmente deixando a nuca exposta.

Sakura engoliu seco.
O vestido que usava — vermelho, curto, com as costas nuas — já parecia ousado demais diante do olhar dele.

— Pensei que ia jantar comigo, não me devorar com os olhos — ela provocou.

— Você é o prato principal. Mas tudo bem, vamos por ordem.

Ela se sentou após ele puxar a cadeira e ele a acompanhou.

O silêncio entre eles era confortável. Quente cheio de uma tensão absurda.

Sasori serviu vinho para ela, calmamente.

— A comida está leve. Não quero você passando mal... quando estiver algemada e com as pernas tremendo.

Ela tossiu.

— Que cavalheiro.

— Eu sou. Um cavalheiro do tipo que te prende e ainda pergunta se prefere o plug de veludo ou o de metal.

— Você realmente vai fazer isso?

Ele tomou um gole do próprio vinho, os olhos nela.

— Não. Eu vou fazer muito mais. Mas só se você continuar comendo esse risoto ou vou te colocar no colo agora mesmo e te alimentar com os dedos.

Ela arquejou, o talher quase caiu da mão.

— Você tá me provocando pra me quebrar antes do quarto?

— Não, flor. Tô só preparando o solo pra te fazer florescer de novo.

A conversa seguiu entre risadas, provocações e olhares ardentes.

Mas em alguns momentos, vinha o silêncio, denso, erótico e sensual.

— Você me olha como se pudesse me desmontar com o olhar. — ela sussurrou.

— Eu posso. Só que prefiro fazer com as mãos.

— Você sempre foi assim com mulheres?

— Não. Eu era pior.

Ela riu, a taça nos lábios.

— Você tem um jeito estranho de fazer alguém se sentir segura.

— E mesmo assim, está aqui. Pronta e molhada. Esperando que eu mande você ajoelhar antes da sobremesa.

Ela corou, trincando os dentes ele se inclinou sobre a mesa, a voz baixa, precisa, afiada.

— Última chance, flor. Termina esse vinho... ou eu vou te colocar de joelhos aqui mesmo.

Ela mordeu o lábio.

— Você fala como se eu fosse dizer não.

Ele riu.

— Você não disse não pra mim, Sakura. Uma única vez.  — O olhar vitorioso a fez sentir uma leve queimação de raiva — Seu corpo diz sim antes da sua boca. E essa noite... o seu corpo todo vai gritar.

Eu anseio por esse desejo
Você é minha, meu bem, minha agora
Vou te afogar no meu amor
Meu bem, vou fazer você querer mais

Seus lábios, seu beijo, são meus
Cada segundo com você é tão intenso
Será que é certo sentir isso?
Você é a razão por trás do meu desejo

Chapter 11: O quarto de Sasori

Notes:

Música > She Dominates - blitzkid

Chapter Text

 

Ponha-me no seu senso de cuidado
Irei fazer tudo por você, em qualquer lugar
Você é a mestre e eu o escravo
Querendo ser seu depravado
Servindo a cada fantasia sua
Deixe esse fetiche começar lentamente

🌸

 

A porta se fechou atrás deles com um clique seco, após o jantar eles ficaram conversando sobre trivialidades, até que ela estivesse pronta e agora, Sakura sabia que estava perdida.

Ela sentia.
Na rigidez dos passos dele.
Na forma como ele trancava o quarto, e a deixava encostada na parede, só olhando.

— Tire o vestido. Agora.

Ela obedeceu, já estava se acostumando as ordens do vermelho e, diga-se de passagem amando.

O zíper deslizou. O tecido caiu ao chão, sem lingerie.

Como sempre.

— Isso. — ele murmurou. — Fica aí. Não se mexe. — Sasori foi até uma gaveta e voltou com três itens.

Algemas de couro, uma venda de cetim e uma bola de silicone preta.

Sakura arfou.

— Vai usar tudo de uma vez?

— Sim e você vai amar ou implorar pra eu parar. E mesmo assim... vou continuar um pouco mais. Porque eu sei que você gosta.

Ela não respondeu, mas as pernas tremeram.

Ele colocou a venda, o mundo sumiu. 

Depois as algemas. Cada pulso preso, frio e justo.

E então...

— Abre a boca, flor. Confia em mim.

Ela abriu.

A mordaça encaixou, macia, firme. Ela estava cega. Imobilizada. Silenciada. E completamente excitada.

Sasori encostou os lábios na orelha dela.

— Agora é só sentir. — Ele a deitou com calma. As mãos percorrendo cada parte do corpo dela como se fosse dele.

E era.

Beijos demorados na barriga, na curva dos seios, nos joelhos e nas coxas. Sakura gemia baixo, abafada pela mordaça, o corpo arqueando a cada provocação.

— Seu corpo tá respondendo antes mesmo de eu tocar onde interessa... Que coisa linda.

Sasori deslizou um óleo quente nas mãos, aroma doce, toque aveludado. Começou a massagear os seios dela, os mamilos enrijecendo violentamente.

Depois desceu.
Barriga. Coxas. Parte interna, mas nunca onde ela mais precisava.

— Você tá implorando sem dizer nada. Sabia que isso me enlouquece?

Ela tentou se mover. Ele a segurou pelos quadris.

— Quietinha. Ainda não terminei de brincar.

Sasori se abaixou.

E então, a língua dele encontrou o centro do corpo dela.

Lento. Repetitivo. Controlado. Sakura gritou contra a mordaça. O corpo dela tremeu, ele a segurou com força, fazendo-a gozar sem misericórdia.

Mas não parou.

Mais uma vez.

Mais uma.

Mais uma.

Ela já chorava sob a venda, aquela leve dor tênue que fazia seu corpo implorar por mais enquanto pedia para que parasse.

— Isso...Chora por mim, flor. Quero você mole, entregue, marcada. — sussurrou no ouvido direito dela roçando os lábios de leve na ponta — Porque quando eu entrar em você, vai parecer que tá sendo fodida pela primeira vez.

Ele subiu no corpo dela, tirou a mordaça com calma. Os lábios de Sakura tremiam.

— Diz que quer. Diz agora.

— Quero. Te imploro — ela olhou no fundo dos olhos dele — Entra, Sasori...

— Boa garota.

E então ele a penetrou com força, fundo, em um só golpe.

Sakura gritou, o mundo sumiu e o prazer foi tanto... que ela quase apagou...

Quando o corpo dela refreou e as sensações diminuíram, Sasori a soltou das algemas. Beijou os pulsos marcados e deitou ao lado dela, puxando o corpo pra si como se fosse frágil, preciosa.

Ela chorava baixinho.

— Foi demais? — perguntou levemente preocupado, afinal não tinha apresentado nenhum termo a ela apenas a estava seduzindo e a dominando desde a primeira vez.

— Foi perfeito — ela sussurrou. — Você me destruiu e eu nunca me senti tão viva.

Ele sorriu, puxando os lençóis.

— Dorme, flor. Porque amanhã... eu posso te deixar presa o dia inteiro e usar brinquedos maiores.

Ela gemeu, exausta.

— Sasori...

— Shhh... Amanhã. Hoje você é só minha obra-prima exausta.

Ela aceitou, para Sakura, Sasori era cruelmente sensual, meticuloso e instigante ao ponto de tê-la das formas mais inimagináveis possíveis, como quem sabe que prazer demais... vicia e, o quanto ela já estava completamente suscetível.



[...]

 

O sol filtrava-se por entre as persianas de madeira, tingindo o quarto com um dourado suave e quente. Sakura acordou lentamente, os músculos levemente doloridos de um prazer recente, as pernas enroscadas nas dele e o peito subindo e descendo em um ritmo preguiçoso e satisfeito. Ela não precisava abrir os olhos para saber que Sasori ainda estava ali.

O calor do corpo dele, o toque firme de uma mão repousada em sua cintura nua, o perfume amadeirado misturado ao suor da noite anterior... Tudo denunciava sua presença.

Ela se virou lentamente, encontrando o rosto tranquilo dele, os cabelos cor de vinho um pouco bagunçados, e a respiração profunda. Por um segundo, quase sorriu. Quase.

Mas então a realidade voltava. Aquilo era sexo. Sexo fora de controle. Sexo com alguém que ela mal conhecia. Um homem perigoso, instigante, frio e letal... e que, por alguma razão, a fazia queimar por dentro.

Ela se sentou devagar, procurando pela roupa íntima espalhada no chão, mas antes que pudesse se levantar, a voz arrastada de Sasori a atingiu:

— Foge sempre depois de uma boa noite?

Sakura travou.

— Não estou fugindo. Só... achei que devia ir pro quarto de hóspedes. — respondeu sem olhá-lo, cobrindo-se com o lençol e procurando alguma dignidade naquela situação.

Sasori abriu os olhos devagar, e um sorriso lento e perigosamente bonito curvou seus lábios.

— Você já dormiu comigo, Haruno. A essa altura, a única coisa que você devia estar fugindo... — ele se levantou nu, com a confiança de quem sabia exatamente o efeito que causava — era do quanto gostou.

Ela o encarou, engolindo em seco.

— Você é muito convencido, sabia?

Ele se aproximou com passos lentos, pegando a camisa que usou na noite anterior e jogando na direção da cabeceira.

— Só quando tenho razão.

Ele se inclinou, os rostos próximos, o hálito morno tocando os lábios dela.

— Vai negar? Vai dizer que não se contorceu, gemeu, me chamou de tudo enquanto dizia que queria mais?

Ela bufou, desviando o rosto, mas ele já a puxava de volta com dois dedos sob seu queixo.

— Vai mesmo sair por aquela porta achando que pode escapar disso?

— Disso o quê? — ela rebateu, de olhos estreitados.

Sasori deu de ombros, sua expressão repentinamente indecifrável.

— Você vai descobrir.

Ele se afastou antes que ela pudesse rebater, deixando-a sentada na cama, com os pensamentos fervilhando e o corpo em combustão.

Depois de um banho, roupas leves e uma desculpa qualquer sobre "mostrar a cidade", Sasori levou Sakura por entre as ruas quentes e largas de Sunagakure. Ele era discreto, mas nunca deixava de provocá-la.

Aquela parte cidade havia mudado desde sua última visita, fora justamente onde costumava ir quando vinha a Suna acompanhada do grupinho. Ainda era árida e dominada por tons terrosos, mas com construções mais modernas, novas fontes de água potável e algumas ruas com sombra. Sasori a levou para caminhar pelas ruínas reformadas do antigo templo dos marionetistas, depois para um café local onde serviam chá de ervas do deserto. Sakura estava visivelmente impressionada.

— Isso aqui era só areia e prédios caindo aos pedaços da última vez que vim — ela comentou, bebendo o chá gelado.

— O Kazekage fez algumas reformas. — Sasori apoiou o queixo na mão. — Eu fiz outras.

— Ah, claro. O marionetista, o artista salvador da cidade.

— Ciúmes, futura doutora?

Ela riu.

— Por favor. Você só quer se exibir.

— E você gosta.

Ela revirou os olhos

— Você definitivamente está mais velha desde a última vez que veio pra cá — ele comentou com um olhar de lado, enquanto caminhavam próximos ao mercado central, talvez se tivesse dito madura teria soado menos ofensivo porém, Sakura não deixaria passar.

— Engraçadinho — ela rebateu. — Assim como você, depois de uma noite onde praticamente não dormiu, até que tá inteiro, Sasori.

Ele arqueou uma sobrancelha e murmurou, baixo o bastante pra só ela ouvir:

— "Inteiro" é um jeito bem modesto de descrever o que você sentiu ontem à noite.

Ela tossiu, engasgando com a água que tomava de uma garrafinha. E ele riu, baixo e deliciosamente debochado.

— Você é um cretino.

— Um cretino que sabe exatamente como fazer você perder a postura. 

Ambos continuaram naquele clima de descontração, ela até parou para tirar algumas fotos de alguns locais que gostou da remodelagem e mais tarde, no caminho de volta após visitarem as fontes termais — onde ela quase cometeu o erro de beijá-lo dentro da água —, ele sussurrou no ouvido dela:

— Hoje à noite, quero você de bruços. E quietinha. Não quero ouvir uma palavra sua sem que eu permita.

Ela arregalou os olhos, corando violentamente.

— O quê?

Ele sorriu como se já soubesse exatamente a reação que causaria.

— Estou cumprindo a promessa Haruno. E vai ser inesquecível.

Sakura engoliu em seco. O pior de tudo era que parte dela... mal podia esperar.

Mas em algum lugar lá no fundo... a pergunta latejava: — Isso ainda é só sexo?

 

A sedução me coloca na linha
Revelado para um lado submisso
Um estalo do seu chicote é bom
Camisinha de látex e olhos vendados

Sua disciplina é tão profunda
Cicatrizes e cortes me mantêm
Amarrado pra cima ou pra baixo, contanto
Que eu esteja amarrado

Só se eu estiver amarrado
Eu gosto desta coisa que eu sou
Quando você está próxima
Não há resistência aqui

Chapter 12: A sala de Sasori

Notes:

A fanfic se aproxima da reta final...

Música: What's my name - Rihanna

Chapter Text

A única coisa que ligamos é o rádio
Deixe-o tocar
Diz que você tem que ir, mas eu sei que você quer ficar
Você está apenas esperando o engarrafamento terminar, menina
As coisas que poderíamos fazer em 20 minutos, menina
Diga o meu nome, diga meu nome, até cansar
As coisas estão esquentando, abra uma janela para o ar
Eu posso te fazer suportar um dia cansativo
Assim que você for embora, a mensagem que vou mandar vai dizer

Qual é o meu nome?

 

🌸

 

A noite caiu quente com uma espera intensa. O jantar daquela noite havia sido silencioso, mas repleto de olhares carregados. Sakura já havia entendido o jogo — Sasori era o tipo de homem que não gritava, não ameaçava... ele apenas fazia. E fazia de um jeito que o corpo dela lembrava por dias e a mente por meses.

Agora, ela estava no quarto dele, de costas para a porta, admirando o reflexo do próprio corpo seminu no espelho de moldura dourada. A camisa que usava era dele. Longa o suficiente para cobrir o essencial, mas curta o bastante para provocar.

A porta se abriu com aquele rangido lento e preciso. Ele estava lá. Camisa preta com mangas arregaçadas, os cabelos vermelhos bagunçados como se tivesse acabado de sair de uma luta — ou estivesse prestes a começar uma.

— Virada pro espelho, usando minha camisa... — ele murmurou, se aproximando por trás. — Você está implorando por encrenca, Sakura.

Ela sustentou o olhar no espelho, sorrindo devagar.

— Talvez eu esteja implorando por algo que você ainda não tem coragem de dar.

Ele não riu.

As mãos dele deslizaram pela cintura dela, firmes, e então algo metálico fez clic contra o pulso direito dela.

Algema.

Antes que pudesse reagir, a segunda já estava presa ao pulso esquerdo... e às grades da cabeceira da cama. Os braços erguidos acima da cabeça, exposta, vulnerável — mas nem um pouco frágil.

— Sabe o que mais eu não tenho coragem de fazer, Sakura? — ele sussurrou no ouvido dela, os lábios tocando sua pele. — Te deixar sair da minha cama sem fazer seu corpo implorar pra descansar por dias ou você mesma me pedir para ficar aqui.

Ela apenas viu o chicote na mão dele de relance assim como o óleo e o lubrificante que estavam sobre a cama, estava aprendendo sobre uma versão melhor e mais faminta de si mesma com a qual jamais sonhou.

 

[...]

 

O sol filtrava pelas cortinas finas da janela, tocando suavemente a pele desnuda de Sakura. Ela não se mexia, o corpo ainda entorpecido da noite anterior, os músculos sensíveis e marcados pelas mãos — e dentes — de Sasori.

Ele não estava na cama.

O lençol ao seu lado estava amarrotado e ainda quente, o que significava que ele não tinha saído há muito tempo. Mesmo assim, a ausência dele fazia o quarto parecer mais silencioso do que deveria. Mais carregado.

Sakura se sentou devagar, sentindo o corpo protestar levemente com o movimento. As algemas haviam deixado marcas sutis nos pulsos, e o cheiro dele ainda estava entre os lençóis — sândalo, suor e um toque de tinta e verniz, que ela havia aprendido a associar a ele.

Vestiu uma camisa dele que encontrou jogada na poltrona. Era larga, cheirava a Sasori e cobria até o meio das coxas.

Desceu as escadas em silêncio, e o encontrou na cozinha, de costas para ela, o cabelo ruivo preso em um coque improvisado e as mangas da camisa dobradas até os cotovelos enquanto ele preparava o café.

Ele estava descalço. E aquele detalhe, por algum motivo, fez algo no peito dela se apertar.

— Bom dia, — ela disse, a voz ainda rouca do que ele havia feito com ela na noite passada.

Sasori virou-se, os olhos percorrendo lentamente o corpo dela naquela camisa — a dele — com um pequeno levantar de sobrancelha e um sorriso torto que ela começava a reconhecer como perigo.

— Está conseguindo andar, então. Estou surpreso.

Ela bufou e foi até a bancada, pegando uma das xícaras.

— Já te disseram que sua autoconfiança é um problema?

— A maioria não reclama. — Ele aproximou-se devagar, uma das mãos deslizando pelas costas dela, parando na curva da cintura. — Mas se quiser, posso te deixar sem andar hoje também.

— Sasori... — E ela ponderou antes de falar, no fundo aquele breve pensamento começava a incomodar.

— Hm?

— Isso aqui é só sexo, né? — Ela perguntou, baixo, como se testasse a própria coragem.

Ele ficou em silêncio por um momento. A mão ainda na cintura dela. O olhar âmbar fixo em seus olhos como se estivesse a lendo por dentro.

— É o que você quer que seja?

Ela não respondeu, porque no fundo não sabia mais o quê queria dele.

O Akasuna se afastou um pouco, pegando uma torrada como se nada tivesse acontecido. Mas o clima tinha mudado. O ar parecia mais denso. Como se algo estivesse sendo dito mesmo sem palavras.

— Tenho o dia livre, — ele murmurou. — Se quiser conhecer mais da cidade, posso te levar. A menos que esteja com medo de não conseguir subir colinas depois de ontem à noite.

Ela revirou os olhos, agradecendo internamente por ele ter mudado de assunto. Por enquanto.

— Se você conseguir manter suas mãos longe de mim, talvez eu consiga andar normalmente.

Sasori sorriu.

— Difícil. Mas posso tentar.

A manhã seguiu com provocações sutis e olhares afiados. Ele a levou para caminhar pelas ruas de Suna, mostrando pequenas lojas escondidas, um ateliê onde ele comprava materiais para suas marionetes, e até uma fonte termal cercada por pedras avermelhadas que refletiam a luz do sol como ouro líquido.

Ela se encantou com tudo. Mesmo tentando esconder.

E em algum momento, enquanto tomavam chá num dos pátios com vista para o deserto, Sasori parou para questionar um pouco.

— Que horas sai o trem? — Sakura sentiu o rubor nas bochechas, sabia que ele não a estava mandando embora e sim confirmando que ela iria embora hoje,. mesmo que estive mais do que claro que nenhum dos dois queria se despedir.

— Depois das sete da noite. — Ele  a encarou e respirou fundo antes de tomar um pouco de chá.

— Quer ficar? Eu te levo até Konoha  pela madrugada, assim poderá aproveitar mais.

Sakura queira. Como queria, mas as responsabilidades não deixavam.

— Acho que será melhor remarcarmos ou...você não quer...

— Semana que vem estarei em konoha — ele a cortou rapidamente e depois sorriu notando o rubor nas maçãs dela. — Vamos dar mais uma volta na cidade, tenho conhecidos no palácio de Suna e uma certa biblioteca médica que você adorará conhecer e de quebra terá o melhor dos guias.

Os olhos dela chegaram a brilhar. Nunca imaginara entrar naquele lugar sem ser a trabalho ou sob ordens de Gaara. E agora, ouvir aquilo dele — com aquela voz calma, diferente da intensidade da noite anterior — era quase íntimo demais. Aquecia um lugar dentro dela que ela nem sabia que estava frio.

Enquanto caminhavam de novo pelas ruas, Sakura reparava nos detalhes: as mãos dele atrás das costas, o jeito que o vento mexia no cabelo vermelho, a maneira como ele apontava pequenas esculturas de barro expostas nas vitrines. Era um Sasori diferente do artista sarcástico, do homem das noites intensas. Era alguém que a fazia sorrir sem perceber.

Ela engoliu em seco. "O que está acontecendo comigo?", pensou. Não queria admitir, mas esse fim de semana não tinha sido só sobre sexo.

Sasori, por sua vez, enquanto a ouvia comentar sobre as fontes medicinais e os livros que gostaria de ler, sentia algo se acomodar no peito. O toque dela no braço, os olhos brilhando com pequenas descobertas.

O caminho até o palácio de Suna foi confortável. Sakura ainda sentia o calor do chá nas mãos e a lembrança das provocações da manhã. Ao chegarem, guardas abriram as portas com um aceno respeitoso para Sasori. Ele não parecia um visitante; movia-se pelos corredores como alguém que conhecia cada centímetro de mármore e pedra avermelhada.

— É aqui que guardamos os textos mais antigos sobre ervas do deserto, venenos, antídotos... e umas coisas que você só vai encontrar aqui — explicou ele num tom mais baixo, quase íntimo, enquanto descia com ela uma escadaria estreita.

A biblioteca médica ficava no subsolo, atrás de portas duplas com marcas do tempo. Era enorme, silenciosa, cheirava a papel seco e areia aquecida pelo sol. Estantes de madeira escura se erguiam até o teto, cheias de rolos, pergaminhos e enciclopédias encadernadas. Lanternas de vidro pendiam do teto, lançando luz dourada sobre as prateleiras.

Sakura parou na entrada, absorvendo tudo.

— Eu nunca pensei que veria isso...Não desse jeito. — murmurou, quase para si.

— Comigo você vai ver muita coisa que nunca pensou — Sasori respondeu com aquele meio sorriso que a deixava sem ar.

Enquanto ele caminhava à frente, mostrando as seções, ela reparava que ele conhecia os corredores de memória. Tocava os livros com a ponta dos dedos, apontava detalhes dos registros, indicava autores raros. Era um Sasori que poucos viam: paciente, minucioso, quase professor e que modéstia parte, ela estava adorando.

— Essa fileira aqui é só sobre processos de mumificação e conservação — disse, gesticulando para uma prateleira coberta por tecidos —, mas o que você quer está mais adiante.

Sakura seguia seus passos, fascinada. Cada vez que ele falava, o som da voz ecoava entre as paredes de pedra, quente e grave. Por um instante, esqueceu completamente que tinha um trem para pegar daqui há algumas horas, no entanto, do outro lado da sala, um par de olhos observava: Kankurō, encostado num balcão, fingia arrumar papéis. Fora ele quem abrira a biblioteca para os dois, foi pra ele que Sasori pediu esse breve favor. E agora estava vendo a cena como quem assiste a um teatro exclusivo: o temido e praticamente inacessível Sasori mostrando a biblioteca a uma mulher de Konoha com uma paciência quase carinhosa, mas não era qualquer uma e sim a melhor amiga de sua cunhada.

O marionetista mais novo sorriu sozinho, cruzando os braços. "Ino vai adorar saber disso", pensou, já imaginando a cara do irmão e da cunhada quando soubessem que Sasori andava trazendo alguém para a biblioteca secreta do palácio — e ainda por cima a Sakura. A fofoca já estava pronta para o almoço.

Sasori percebeu a presença dele de canto de olho e apenas levantou uma sobrancelha, voltando para Sakura como se nada fosse.

— Aqui. Esses pergaminhos são da época dos primeiros curandeiros do deserto. Vão te interessar.

Sakura se abaixou para pegar um dos volumes e o cabelo caiu para frente, cobrindo-lhe parte do rosto. Ele, num gesto quase automático, afastou uma mecha atrás da orelha dela. O toque rápido fez a pele dela arrepiar.

Kankurō teve que conter o riso. Era como ver um escorpião afiar o ferrão e, ao mesmo tempo, fazer cafuné. Ele mal podia esperar para contar essa aos irmãos.

[...]

 

A porta da casa mal bateu e já havia uma energia diferente no ar, Saori teve de se controlar muito para nõa a fazer gmer naquela biblioteca mesmo, aqueles olhinhos brilhantes e aquele sorriso bonito o deixaram cheio de ideias e, saber que ela iria embora ainda hoje também.

Sakura nem conseguiu tirar os sapatos. O silêncio pesado da sala foi quebrado apenas pelo barulho da porta se fechando às costas deles. Sasori largou as chaves sobre a mesa, mas seus olhos nunca saíram dos dela.

Ele avançou um passo. Ela, outro. Não havia palavras; apenas respirações cada vez mais curtas.

Quando finalmente se encontraram no meio da sala, foi como se todo o autocontrole dos últimos dias tivesse estourado. Ele a puxou pela cintura com uma força que não deixava espaço para dúvidas. As costas dela bateram de leve na parede ao lado do sofá, e as mãos grandes dele subiram pela sua nuca, prendendo-lhe o queixo, a boca colada à dela num beijo profundo, quente, quase desesperado.

Sakura gemeu contra os lábios dele, as mãos enroscando-se nos cabelos marsala.

— Nem o quarto? — conseguiu sussurrar, ofegante.

Sasori soltou uma risada baixa, perigosa, roçando a boca no canto da dela.

— Não vou esperar tanto — murmurou, a voz grave vibrando contra a pele dela. — Você não faz ideia de como eu fiquei te olhando o dia todo...

As mãos dele deslizaram pela lateral do corpo dela, puxando-a mais para si. Ela respondeu no mesmo tom, o corpo inteiro se encaixando ao dele. As roupas começaram a se tornar obstáculo, caindo em um caminho confuso pelo chão da sala. O sofá, a parede, qualquer superfície parecia servir; era como se cada beijo fosse um empurrão para mais perto do que eles queriam.

O tempo pareceu se dobrar — tudo era pressa, calor, o som da respiração dos dois misturado com o cheiro de areia e chá que ainda pairava na casa, uma atmosfera repleta de tensão pela despedida que não teriam como evitar. A sala, normalmente ordenada, agora era cenário de um encontro feroz, com as cortinas balançando pela janela aberta e a luz dourada do deserto entrando, recortando as silhuetas dos dois.

Sasori encostou a testa na dela por um instante, os olhos ardendo de desejo e afeto.

— Você tem me deixado louco... — confessou num fio de voz, antes de puxá-la de novo para si, como se não conseguisse soltar. — E eu vou me despedir de você flor, mas dessa vez será do seu jeitinho.

O Akasuna parecia ter alugado um complexo no cérebro dela, principalmente quando a sentou naquele aparador completamente nua e roçou a boca no pescoço.

— Abre as pernas pra mim flor. — Ela tremeu e ele riu. — Vou fazer de um jeito que você nunca vai esquecer.

Sakura já sabia que não iria esquecê-lo. Mas ouvir aquela promessa, naquela voz, fazia tudo ficar mais intenso. O coração dela batia rápido, a mente enevoada entre a vontade de ceder e o peso da despedida que se aproximava. O jeito como ele a segurava, o calor das mãos grandes espalhando-se por sua cintura, dizia mais do que qualquer palavra.

Ele encostou a testa na dela, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e um afeto silencioso.

— Me olha, Sakura... — pediu, antes de roubar um beijo profundo que deixou os dois sem ar, ela ofegou contra os lábios dele abrindo as pernas lentamente e sentindo o vermelho se enfiar ali com vontade.

Sasori sorriu safado quando ela tremeu e desviou a boca para o pescoço dela dando selares abertos daqueles que mais faziam barulho do quê tocavam e ela sabia que era de propósito, ela já estava começando a escorrer na superfície do móvel.

— Akasuna. — Ela enfiou os dedos na nuca dele puxando os fios rubros com gosto e ele sorriu novamente. A destra de Sasori foi no meio das pernas dela sentindo a excitação e massageou apenas uma vez antes de levantar os dedos.

— Acho que terei acostumei mal flor. — E sem esperar pela resposta enfiou dois dedos dentro dela, Sakura praticamente gritou sem nem perceber quando ele abaixou a mão.

— Melhor assim Akasuna. — Ele riu socando os dedos com vontade antes de os tirar, não a deixaria gozar daquele jeito e Sakura sabia.

Sasori desceu por seu pescoço beijando, mordendo, sugando. Marcando-a da forma que ela tanto queria e pedia e era negada. Até esta de frente para  que tanto almejava, Sakura chegou a prender a respiração ao senti-lo assim e sem perder tempo o vermelho enfiou ao rosto entre as coxas fartas da rosada. Ela sentiu os grandes lábios serem sugados calmamente e as mãos de Sasori se prenderem em sua bunda apertando com vontade como se enterrasse os dedos na carne farta, isso a fez esmorecer por um momento antes de se segurar no móvel, o Akasuna riu com gosto antes de finalmente a tocar onde ela tanto queria. A voz de Sakura se perdeu entre os gemidos, Sasori era intenso, chupando-a com gosto, mordendo a parte interna das coxas marcando a virilha, ele assinava seu nome naquele corpo que agora o pertencia.

— Meu deus Sasori... Me fode logo. — Sakura gemeu conforme sentia o orgasmo ser construído aos poucos e sempre recuar, era uma deliciosa tortura ao qual o Akasuna aplicava com maestria, como tudo que que fazia quando envolvia atos sexuais.

Ele com aquele sorrisinho cínico e com aquela carinha de quem fazia gostoso demais, enfiou dois dedos nela novamente, um de cada vez e os enganchou, moveu apenas algumas vezes enquanto sugava com força, Sakura se sentiu perdendo as forças conforme ele chacoalhava seu clitóris, sugava e passava aquela língua macia e cheia de saliva. 

Ela gozou de maneira tão rápida e afoita que o vermelho manteve seu quadril preso aquele tampo impossibilitando-a de se mover e a sorvendo com ainda mais vontade, chegando ao limite entre o prazer e o desconforto. Algo que ela não sabia administrar e ainda assim gostava.

Sasori se ergueu apenas quando o corpo dela começou a tremer em sua boca e foi passando aquela língua quente e gostosa pela virilha, abdômen, centro dos seios e ombro onde deixou uma mordida firme e depois beijou e lambeu para amenizar, subiu pelo pescoço e refez o caminho até a boca de Sakura que apenas apertou os cabelos dele com vontade ao sentir o próprio gosto invadir a boca naquele beijo intenso e erótico. Ela arfou alto quando foi preenchida de maneira direta, o canal se alargando ao tamanho dele e pulsando intensamente enquanto ele ia e vinha lentamente para aliviar a abrasão que causou mesmo que a Haruno estivesse estupidamente molhada.

Voltou a se mover com precisão calculada e força moderada observando o  corpo dela se retrair. Os sons das peles se chocando pela sala era a única coisa que quase conseguia abafar os gemidos dela, cada movimento mais intenso e enlouquecedor que o outro, ele desceu as mãos e em um momento de brusquidão abriu as pernas dela a segurando firme pelas coxas ao ponto de marcar a pele clara com a ponta de seus dedos que chegaram a esbranquiçar.

— Sasori... Isso. — Sakura gemeu ao arranhar o peitoral com força deixando vermelhidões na pele bronzeada e dessa fez o Akasuna arfou intensamente, ela percebeu e por isso fez de novo dessa vez afundando as unhas nas cotas. 

A respiração de Sasori pesou, quente contra a boca dela, os olhos escureceram e cada investida do corpo dele vinha acompanhada de palavras baixas, que pareciam se entranhar na pele da Haruno. As mãos grandes a mantinham presa ao aparador como se ela fosse parte da escultura dele; os dedos  da esquerda agora marcavam levemente sua cintura, subiam pela coluna, prendiam-lhe o queixo para que os olhos se encontrassem enquanto o meio do dedão ralhava pelo lábio inferior levemente inchado.

— Olha pra mim, flor... — ele sussurrou, a voz rouca. — Quero ver seu rosto quando você perder o controle.

Sakura mal conseguia responder; os olhos marejados, a boca entreaberta, a pele arrepiada inteira. Cada movimento dele dentro dela vinha como uma onda quente que se desfazia em tremores pelo corpo com os impactos provocados. A sensação de ser tomada e ao mesmo tempo guiada, de não ter mais controle de nada, naquele momento fazia tudo girar.

Ele alternava entre o ritmo lento e uma estocada mais firme, só para ouvir os suspiros dela mudarem de tom de novo e de novo. A cada pausa ele mordia levemente o pescoço, o ombro, traçando um caminho de beijos abertos que deixavam ainda mais marcas. As mãos dele exploravam: coxas, quadris, costas, como se estivesse mapeando o corpo dela. Ela, por sua vez, segurava nos ombros dele, unhas arranhando a pele bronzeada, os gemidos contidos se transformando em murmúrios do nome dele.

— É isso... — ele murmurou no ouvido dela, a boca roçando no lóbulo. — Sente. Deixa vir.

Sakura estremeceu inteira, um calor denso se formando no baixo-ventre, o corpo respondendo cada vez mais rápido. Quando ele percebeu, inclinou a testa na dela e acelerou só o suficiente para empurrá-la ao limite, angulando o quadril em uma posição que fazia com que as lágrimas finalmente descessem pelo rosto bonito. O gemido que ela soltou foi abafado pela boca dele; ele a beijou fundo, sugando o ar dos pulmões dela como se quisesse guardá-la dentro de si.

O clímax veio assim, inevitável, uma descarga de tremores que a fez perder o fôlego e agarrar-se a ele. Sasori manteve o ritmo, acompanhando-a, até que também se deixou levar, o corpo inteiro tenso, os músculos marcados sob as mãos dela enquanto a preenchia. Ficaram assim, colados, respirando descompassados, o silêncio preenchido pelo som do próprio coração.

Quando ele se afastou um pouco, foi apenas para passar a mão pelo rosto dela, enxugar o suor do canto dos olhos e depositar um beijo suave no queixo. Com cuidado, ergueu-a do aparador e a carregou até o sofá, onde se sentaram lado a lado. A tensão do momento anterior dava lugar a uma quietude inesperada.

— Vai ser difícil me despedir assim... — ele confessou, o tom agora mais baixo, quase carinhoso, traçando círculos com o polegar no dorso da mão dela.

Sakura encostou a testa no ombro dele, tentando recuperar o fôlego. O corpo ainda formigava, mas havia outra sensação crescendo: uma pontada doce no peito.

— Eu sei... — murmurou. — Também vai ser pra mim.

Ele riu baixinho, aquele riso cínico que ela já reconhecia, mas que agora vinha acompanhado de um olhar mais suave.

— Semana que vem, na minha exposição. Quero que esteja lá. Se não puder, eu mesmo dou um jeito de te buscar.

Ela riu, as bochechas coradas.

— Você é impossível.

— E você é irresistível — respondeu, encostando os lábios na nuca dela, num beijo quente e lento.

Ficaram um tempo assim, abraçados no sofá, a respiração voltando ao normal. Sasori foi o primeiro a se afastar, ao ficar de pé encarou cada detalhe dela: os cabelos bagunçados, as marcas avermelhadas que havia deixado e que em breve ficariam de uma coloração roxa como se algumas fosse alguns hematomas com a forma da sua boca,  ele não precisava se olhar no espelho para saber que os olhos estavam brilhando, pois tinha certeza.

Afinal Akasuna Sasori nunca deixou marcas assim em ninguém.

Ele sorriu convencido por ter a certeza de que era correspondido em igual intensidade e então estendeu a mão para ela.

— Vem vamos tomar um banho, eu ainda quero te fazer gemer no chuveiro antes de te levar até aquele trem.

Sakura não disse nada apenas aceitou e ao se levantar foi surpreendida mais uma vez pelos braços firmes dele a suspendendo do chão. 

Nem todo mundo

Sabe como mexer com o meu corpo
Sabe como me fazer querer
Mas, cara, você nunca para
Você tem algo
Que me faz perder o equilíbrio
Baby você é um desafio
Vamos explorar o seu talento

Hey garoto, eu quero ver se
Você aguenta com uma garota como eu
Hey garoto, eu realmente quero estar com você
Porque você faz meu tipo 
Eu preciso de um garoto que saiba assumir o controle

Chapter 13: Os fios invisíveis

Notes:

Múscia: Right here - Chase Atlantic

Chapter Text

Bem, me diga o que você acha de
Ficar aqui em vez disso
Eu não ouvi uma palavra do que ela disse
Eu não estava tão chapado, eu juro

Garota, o que você acha de
Ficar bem aqui na cama
Eu não ouvi uma palavra do que você disse
Eu não estava tão chapado, eu juro

🌸

Ela usava um vestido leve, em tons terrosos, e os cabelos estavam soltos, dançando com o vento seco. Ele, impecável como sempre, de camisa escura e óculos de sol — a imagem viva da sofisticação e mistério. Seus dedos roçavam os dela de tempos em tempos, como se pedissem para serem segurados, mas nenhum dos dois cedia. Até aquele momento.

Na plataforma da estação, o trem-bala já aguardava os passageiros. O ar cheirava a metal aquecido, poeira e algo agridoce, que Sakura não sabia se vinha das flores do entorno... ou dele.

Ela abriu a boca para agradecer, talvez para se despedir de forma casual. Mas antes que qualquer palavra escapasse, Sasori a puxou pela cintura com firmeza, sem dar espaço para reações.

— Espere — disse ele, sua voz rouca e intensa.

Ela mal teve tempo de pensar antes de sentir os lábios dele nos seus. Um beijo quente, intenso, possessivo. Um aviso. Uma certeza e uma promessa. Um arrependimento antecipado por deixá-la ir. As mãos dele seguraram firme sua cintura enquanto o beijo aprofundava, fazendo o tempo parecer suspenso. Ela ouviu pessoas murmurando ao redor, talvez alguns flashes de câmeras, mas nada disso importava. Apenas ele. Aquele beijo. Aquele toque que parecia entalhar algo dentro dela.

Quando enfim se afastaram, Sakura piscou, atordoada, corada, sem fôlego.

— Provavelmente terei uma exposição semana que vem — ele disse, os olhos fixos nos dela. — Uma que te homenageia. Quero muito que venha. Mas, se não puder... — ele curvou os lábios em um meio sorriso — eu mando um carro te buscar. Sem desculpas.

Ela riu, sem conseguir evitar, mesmo com o coração disparado no peito.

— Que exagerado... — murmurou, tentando parecer casual, mas falhando miseravelmente.

— Eu não brinco com coisas que importam — respondeu ele, e, dessa vez, a sinceridade cortou fundo.

Sakura entrou no trem sem olhar para trás. Sentou-se junto à janela, e antes mesmo de o veículo partir, levou a mão até o peito. Seu coração batia tão rápido que parecia um tambor. O toque dos lábios dele ainda queimava nos seus. Ela olhou para o reflexo no vidro e viu suas bochechas coradas, seu olhar vidrado.

— O que tá acontecendo comigo...? — murmurou para si. — Isso não foi só sobre sexo. Não pode ser.

Sentia como se algo tivesse sido quebrado dentro dela — uma barreira, talvez. E agora não sabia como consertar. Só sabia que o queria. Queria ele.

Do lado de fora, Sasori assistia ao trem partir, as mãos nos bolsos, os olhos semicerrados. Quando se virou para sair da estação, notou os fotógrafos à distância, com câmeras ainda levantadas. Alguns olhares curiosos, cochichos. A fofoca era inevitável.

Mas ele não se importava.

"Deidara tinha razão", pensou, enquanto um sorriso raro se formava em seus lábios. "Não se trata mais de noites me enterrando entre as pernas dela ou de enlouquecê-la com minha doutrina. Eu quero mais. Quero ela."

E dessa vez, ele não deixaria que escapasse.

 

[...]

 

Sakura não teve um minuto de paz desde que pisou novamente em Konoha. Não só porque tinha voltado um dia depois do combinado, mas porque a Yamanaka insistia em saber de tudo. Kankurō, claro, não aguentou: passou a fofoca para Ino pelo celular antes mesmo de ela chegar, junto com os links dos blogs de Suna comentando sobre a "visita misteriosa" e as fotos vazadas dos visitantes no palácio, na cidade, na estação, a foto do beijo e por aí vai. Fora o que ele próprio tinha visto na biblioteca — principalmente a assinatura no livro de registros. Sasori não escrevera "Akasuna Sasori e visitante": tinha assinado "Os Akasuna". Como se, por uma noite, Sakura fosse extensão dele.

— Conta outra, Sakura — Ino apoiou o queixo nas mãos, olhando-a de cima a baixo. — Vai dizer que não rolou nada demais? Você está com o olhar perdido.

A rosada sentiu o rubor subir pelas orelhas. Claro que tinha rolado. Rolado demais. Cada toque dele tinha deixado marcas que nem o banho frio conseguiu apagar. O cheiro dele ainda parecia preso no cabelo. O peso das mãos dele ainda ardia na pele. Sasori tinha virado Sakura do avesso e, era por isso o que ela não conseguia esquecer um detalhe sequer.

Ela tentou rir, mas saiu um som trêmulo.

— Ino... — os dedos brincaram com a caneca de chá, os olhos desviando. — Não é tão simples assim.

— Conta outra, Sakura. — A loira arqueou uma sobrancelha, divertida. — O que realmente aconteceu entre vocês?

Sakura respirou fundo, tentando organizar a avalanche de lembranças. A memória dela era um filme longo e extenso de momentos prazerosos e eróticos que nunca sairiam de lá, estavam tatuados nas paredes de sua mente. Nunca em toda a sua vida alguém a tocou daquele jeito, a tratou com tanto carinho e zelo em momentos que ela sequer imaginava. E perceber isso agora, de volta ao cotidiano de Konoha, era quase doloroso.

Sakura teve várias oportunidades, muitos outros queiram estar no lugar do vermelho, mas ela sentia no fundo da alma que, mesmo se tivesse se deixado levar e até tido um relacionamento com outro Konohense antes, nenhum seria tão quente e intenso como Akasuna Sasori, a forma como ele a olhava e a fazia querer pecar de graça era surreal.

Com ele todos os limites da sanidade de Sakura eram quebrados, revisados e reestabelecidos. Moldados apenas para que ela se libertasse de si mesma quantas vezes fossem necessárias. Era como se Sasori tivesse escrito seu nome nela sem tinta.

Um súbito rubor avassalador alcançou-lhe a mente, algumas lembranças mais vívidas do que outras assim como a porra quente dele escorrendo por entre as pernas. 

— Merda... — Sakura desviou o olhar, não ficaria grávida e isso era uma certeza, afinal se cuidava muito bem, mas o fato de que não se preocupou sequer uma vez com uma possível doença, —não que achasse que Sasori tinha alguma — apenas ressaltava o quanto entregue a ele estava. Afinal ela não se preocupou com nada.

— Eu não me preveni uma única vez. — Afirmou olhando para o nada e Ino ficou em silêncio absorvendo aquela afirmação.

— Cacete testuda...

— Eu não vou engravidar, Ino. — Ela soltou um riso nervoso. — Eu só... tô assustada com o quanto não me preocupei. Não com ele.

A loira a encarou com um sorrisinho cheio de malícia e então soltou um "hunf" de satisfação, algo facilmente confundível com arrogância.

— E você ainda diz que não foi nada que foi só sexo. Pelo visto o Akusuna acabou com você. —Ino riu acertando em cheio, Sasori tinha feito bem mais do que acabar com ela, ele havia a enredado, construído uma teia de aranha fortificada e precisa envolta dela, tinha aplicado o seu veneno lento e doce com gosto e agora apenas esperava para comer lentamente e bem, estava funcionando.

— Vamos mudar de assunto? — Sakura levou a caneca aos lábios, já sentindo o calor subir pelo rosto. — Por que você não fala do Gaara?

Ino arqueou uma sobrancelha, apoiando o queixo nas mãos.

— E o que quer saber? — devolveu, com um sorrisinho de canto.

A rosada engasgou com o próprio chá. Aquela não era a reação que esperava. Queria jogar o nome do Kazekage para cima da amiga só para fazê-la calar a boca, não para abrir um novo campo de perguntas.

— Achei que isso ia te deixar sem graça... — murmurou, desviando os olhos.

— Sem graça? — Ino deu uma risadinha curta. — Testuda, eu não sou você. Não fico vermelha quando alguém fala de homem.

Sakura bufou, enfiando o rosto na caneca. Mas, lá no fundo, o coração ainda batia forte com as lembranças do vermelho, e o simples fato de tentar desviar para Gaara só deixava a amiga mais desconfiada.

O celular de Ino tocou bem na hora.
Sakura quase agradeceu a todos os deuses do mundo pelo pequeno milagre.

— Tenho que atender — disse a loira, já de pé. — Vou deixá-la com os seus pensamentos intensos enquanto eu me resolvo com o meu Kazekage. — Ela piscou, divertida, e inclinou-se para deixar um beijo rápido na bochecha da amiga.

Sakura ficou parada, segurando a xícara entre os dedos, olhando para a porta se fechar atrás de Ino. Um calor lento subiu pelo peito.

Intenso... era um adjetivo e tanto para definir o vermelho. Cada lembrança que vinha — o toque firme, o olhar que parecia atravessar, a calma e a brutalidade coexistindo — voltava a queimá-la por dentro. Por mais que tentasse se distrair, era impossível negar: Sasori estava grudado nela como tinta fresca numa tela.

Na verdade, intenso e devasso. Esses eram os adjetivos que melhor definiam Akasuna Sasori. Mas, mais do que isso, ele era meticuloso. Ele a desmontava sem pressa, sabia exatamente quando ser gentil e quando ser bruto, como se tivesse estudado cada reação dela antes mesmo de tocá-la. E ela estava adorando descobrir a si mesma através daquela intensidade.

Cada lembrança vinha em flashes: o cheiro de madeira e verniz da sala dele, a textura fria do aparador sob suas coxas, a voz baixa dele soprando o apelido no ouvido antes de a puxar para mais perto. O jeito como ele a deixava escolher o ritmo por um segundo só para retomar o controle no instante seguinte, arrancando dela sons que nunca tinha ouvido sair da própria boca. E depois, a calma. A respiração dos dois misturada, os dedos dele traçando círculos preguiçosos na pele dela, como se gravasse nela um selo invisível antes da despedida.

Ela não o esquecia por isso. Não porque foi um encontro quente e arrebatador, mas porque ele a fez sentir que era única. Que ela podia ser vulnerável sem perder força. Que a despedida podia ser tão íntima quanto o ato.

Ino observava, olhos estreitos.

— Você está sorrindo, sabia? — provocou, rindo. — Quem diria que um "inimigo" te deixaria assim?

Sakura respirou fundo, tentando esconder o sorriso. Sabia que Ino ia acabar descobrindo tudo — talvez não hoje, mas logo. Só que, naquele momento, preferia guardar para si o gosto daquela última noite em Suna, os dedos dele segurando sua nuca, a promessa de que se veriam em Konoha. 

Um segredo que a fazia sentir viva no meio do tédio da vila E, Enquanto em Konoha as línguas afiadas se divertiam com os rumores, em Suna a reação foi completamente diferente. Sasori não moveu um músculo quando viu as fotos circulando nos blogs ou os comentários maldosos sobre a "estrangeira" na companhia do "Akasuna". Não havia raiva nem pressa; apenas aquele olhar lento de predador estudando a presa e sinceramente ele sabia que falariam desde o momento que ela aceitou passar o fim de semana com ele.

Para ele, invasão de privacidade não era novidade. Viver no mundo em que vivia, onde se tinha uma brutal relevância artística e alianças politicas em Suna ensinara a lidar com olhares e cochichos. O que o interessava agora era outra coisa: como transformar aquela ida de Sakura numa ponte definitiva. Como fazê-la voltar — não apenas de passagem, mas de vez.

Entre uma escultura e outra, os dedos dele trabalhavam a madeira com precisão automática, enquanto a mente já montava outra marionete: um plano. Sabia que ela tinha responsabilidades, amigos, compromissos, mas também sabia das fissuras; viu nos olhos dela o quanto se sentiu viva em Suna, o quanto adorou ver um lado dele que ninguém mais vê. E era isso que ele pretendia usar, não como manipulação barata, mas como convite silencioso para um lugar no mundo que ela não conhecia.

"Semana que vem estarei em Konoha." Não era apenas uma promessa. Era o início de um movimento premeditado: visitas oficiais, convites informais, oportunidades que ela não poderia recusar. Pequenas razões para ela estar perto, até que um dia não fosse mais "visita". Até que ela se desse conta de que Suna não era mais um simples passeio, era sua casa.

Já se considerava velho demais para ficar nessas brincadeirinhas e, novo demais para não tê-la totalmente.

O Akasuna sorriu para si mesmo, frio e calmo.
Deixaria as fotos correrem, as fofocas arderem. Cada rumor era só mais um tijolo no caminho que ele já estava construindo.

A lâmina riscou mais uma vez a madeira, lenta, sem pressa. O cheiro de serragem misturava-se ao perfume doce que ainda pairava na camisa esquecida sobre a poltrona. Sasori parou, olhou para ela por um instante, depois voltou ao trabalho. Cada golpe era um pensamento. Cada lasca, um plano.

No canto do ateliê, uma tela coberta por um tecido escarlate aguardava. Era a obra que ele apresentaria em Konoha — a primeira peça pública feita para ela, não apenas sobre ela.
Ao lado, um envelope já endereçado. Um convite. Nenhuma data, só uma frase: "Quando voltar, estará pronta".

Ele sorriu, pequeno, quase imperceptível. Não precisava correr nem explicar. 

Deixaria que ela própria decidisse o que já estava sentindo. Deixaria que os rumores crescessem, cada detalhe era uma marionete puxando um fio invisível.

No fim, queria que ela viesse porque queria, não porque foi chamada. Mas estava disposto a tornar o caminho irresistível.

 

Está acontecendo de novo
Oh, eu não dou a mínima para os seus amigos
Eu estou bem aqui, aqui
Oh, amor, dê uma olhada em volta
Eu sou o único que ainda não foi embora
Eu estou bem aqui, aqui