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Quando Pino-kyo abriu os olhos, ele não sentiu nada além de confusão, seu processador automaticamente operando em capacidade máxima em resposta ao seu estado de alerta. Afinal, ele se lembrava perfeitamente de morrer pelas mãos do milagre que foi a fusão de Hansel e Gretel.

Enquanto uma parte de sua mente se concentrava em achar alguma falha em seu programa ou memórias, a outra imediatamente se concentrou no ambiente ao seu redor. Seus sensores ópticos analisaram o ambiente com a mesma eficiência que analisaria um campo do batalha, apenas para surpreender Pino-kyo ao indentificar o local como um beco escuro no que parecia ser o meio da noite.

Porém o robô não baixou a guarda apenas por não encontrar nenhum inimigo de imediato, pois ele continuou a procurar pistas de sua situação de maneira metódica. Ao se levantar para procurar algo fora do normal, ele se deparou com um jornal abandonado na entrada do beco, que não parevia muito velho, escrito em russo e datado no ano de 1932.
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ERRO!!!
Informações encontradas não se alinham com o banco de dados. Solução: se conectar à rede local para procurar fontes que provem ou refutem o novo dado encontrado.
ERRO!!!
Falha ao se conectar com a rede local. Solução: se conectar com o satélite "Mãe" para melhor analise da situação.
ERRO!!!
Falha ao se conectar com o satélite "Mãe". Reavaliando o problema.
Objetivo: coleta de informações. Impedimentos: falha ao tentar se conectar com fontes externas. Solução: alterar para modo furtivo, se disfarçar e procurar novos dados com o corpo físico. Objetivo secundário: restaurar o satélite "Mãe" em espera até conclusão satisfatória do objetivo principal.

Com o novo plano traçado mais rápido que um piscar de olhos, Pino-kyo alterou a sua forma de combate para o modo furtivo, com uma armadura de metal lisa cobrindo suas peças anteriormente expostas para maior eficiência nos movimentos e sua mão esquerda, que ainda estava na forma de um canhão mudou para o formato de uma mão humanoide, no final sua máscara facial recuou para cobrir o pescoço, deixando a mostra seu rosto, que era a única parte de seu corpo que poderia se passar por humana sem estar coberta por algo.

Com isso feito, o android, ainda escondido no beco, começou a catalogar tudo que poderia observar da rua principal, procurando uma loja de roupas para cobrir as partes do seu corpo que poderiam chamar atenção. Mesmo que nunca tivesse visto uma loja de qualquer tipo fora de suas missões (que sempre eram para destruir um alvo, não observar ou se misturar com os humanos), ele só poderia supor que pegar algo dos depósitos faria menos mal que roubar uma peça em exibição, o robô justificou para si mesmo em uma tentativa de diminuir a culpe pelo crime que iria cometer.

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Skull não sabe quando as coisas começaram a dar tão errado, porém ele não tinha tempo para pensar nisso.

A radiação que Byakuran tinha espalhado não o afetava, mas ele poderia ver cada segundo a mais que seus companheiros arcobalenos demoravam para reagir a algo, seus passo alguns instantes mais instáveis, seus corpos tensos de forma tão imperceptível que quando ele não prescisou reanalizar suas filmagens para perceber só serviu para alertá-lo ainda mais do estado debilitado de seus humanos mais queridos.

Quando Verde entrou em contato com ele, Colonello e Fon, que tinham saido para despistar os soldados da Miliefiore que estavam chegando muito perto da base principal, afirmando que finalmente tinham conseguido encontrar uma solução para essa guerra, o núcleo de Skull se encheu de alegria e esperança com essa notícia.

Porém logo depois foi dito pelo cientista que era para eles recuarem imediatamente, pois mesmo que fossem três dos sete mais fortes, estavam enfraquecidos e as câmeras do cientista tinham notado um exército de cerca de 300 mil homens se reunindo nas fronteiras da floresta que estavam se escondendo, o robô não sabia como foram descobertos tão rápido, mas seu sistema apontava que foi uma provável obra dos poderes de Byakuran.

Essa guerra estava levando o melhor de todos eles e ver seus companheiros se deteriorando estava levendo Skull a um limite perigoso.

Quando descobriu que aquele fogo roxo, que lhe dava energia mesmo em um mundo que não tinha combustíveis ideais para o corpo robótico dele significava que ele tinha uma alma, que era tão humano quanto qualquer pessoa ao seu redor sem sombra de dúvidas, sua felicidade era tanta que ele teve que realmente parar por um segundo para processar o fato, mas o viés dos instintos que vinham com essas chamas era quase tão intenso quanto, ter sua programação lutando contra seus instintos era tão desnorteante quanto ele poderia supor que uma dor de cabeça era para um humano.

E cada momento em que as pessoas que ele considerava seu mais precioso território sofriam, mais perto ele ficava de ignorar sua moral, seu eixo e aquilo que foi sua única base em meio a tantas dificuldades e ignorar sua única regra, a de não matar a menos que obrigado.

Após a notícia de Verde, os três lutadores se prepararam para voltar, apenas para o robô notar que Fon parecia estranhamente barulhento, como um dos melhores assassinos da tríade, o chinês costuma se mover de tal forma que sua presença raramente era percebida se ele não quisesse.

Mesmo com todos os alertas ecoando em sua mente, Skull se virou para checar Fon, apenas para perceber que sua respiração estava ofegante, algo que o android nunca tinha visto acontecer com a tempestade.

"Lacaio! Não pare agora, kora! Se nos notarem já era, kora!" Colonello sussurrou num tom ríspido depois de notar o arcobaleno mais fraco diminuir o ritmo, e antes que sequer pudesse reagir, ele e Skull foram empurrados por Fon, que dessa vez não tinha seu sorriso sereno de sempre presente na sua expressão.

"Corram e não deixem os soldados pegarem vocês." Fon ordenou, seus olhos vermelhos brilhantes, refletindo sua fúria e determinação enquanto olhava seus dois companheiros uma última vez antes de virar e correr na direção contrária a eles. Poucos segundos se passaram antes dos dois que sobraram ouvirem uma briga começar, não hesitando mais um momento antes de voltarem ao caminho anterior.

Skull não queria acreditar que Fon estava se sacrificando por eles, mas conseguia seguir em frente enquanto sentia o calor de sua conexão com o artista marcial em sua alma, e mesmo que as possibilidades de seu amigo mais próximo voltar fossem baixas, seu lado emocional não queria acreditar nas opções que seu sistema lhe apresentava.

Os dois fugitivos estavam perto de uma lareira quando Colonello foi atingido por uma bala perdida na panturrilha esquerda, algo que em uma situação normal mal o faria vacilar, mas isso era tudo menos uma situação normal. Seu corpo já enfraquecido falhou com o ex militar nesse momento, palavrões saindo de sua boca enquanto ele tentava e não conseguia se levantar novamente.

Skull iria pegar o loiro para carregá-lo o resto do caminho quando seus sensores notaram milhares de corpos na clareira logo a frente. Fazendo um sinal para silenciar o soldado, o android colocou Colonello escondido atrás de alguns arbustos altos o suficente para esconder o outro, e quando ele ia rodar o perímetro em busca de algo para estancar o sangramento e procurar uma rota alternativa ele sentiu um rasgo no fundo de seu ser, então um vazio frio se seguiu.

Encarando os olhos do loiro, Skull sentiu o seu limite chegar. Uma fúria que ele não sabia ser capaz de sentir consumiu sua alma, o android sabia que os outros elementos de seu conjunto conseguia sentir a tão temida fúria de uma nuvem preste a ocorrer. O olhar de Colonello refletindo uma apreensão que nunca tinha sido dirigida a nuvem tão gentil, que mesmo sendo um dos mais fortes do mundo, nunca tinha entrado em fúria antes.

Quem virou as costas para a chuva no chão não foi Skull, o dublê e ex-civil, foi Pino-kyo 008, o android multi-armamento, que agora tinha só uma missão: eliminar as ameaças. Seu caminhar era firme e decidido, seus olhos brilhando não só por causa dos sensores ópticos, mas também por causas das chamas, que eram contidas apenas pela contenção clínica do robô para não incendiar a floresta toda com o soldado caído ainda nela.