Actions

Work Header

ෆ 𝗖𝗮𝗰̧𝗮 𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗾𝘂𝗶𝘀𝘁𝗮 ෆ | Seungbin

Summary:

Changbin se considera um homem dedicado, para ele, querer é ter, sim, porque não importa a dificuldade, qualquer desejo seu ele torna realidade. Por isso, quando ele faz de Seungmin, um amigo de infância afastados pelo tempo, seu novo objetivo, a caça e conquista se inicia.

Chapter Text

Eu o tinha na mira a meses e ele sabia muito bem disso. Kim Seungmin era filho do vice presidente da empresa de meu pai. Crescemos juntos, éramos da mesma escola e agora da mesma universidade. Enquanto eu fazia Economia, Seung cursava Literatura, então não nos encontrávamos tanto assim por aí.

Mas agora que ele estava ajudando no bar de seu amigo — a perfeitas duas quadras de meu apartamento —, eu tinha um ótimo motivo para vê-lo quase todos os dias.

— Já é a terceira noite seguida, Seo Changbin — diz ao me entregar o meu pedido e eu sorrio para ele, vendo em seus olhos que essa minha expressão o afetava. — Desse jeito, ficará alcoólatra.

— E eu vou continuar vindo, se tu ainda estiver aqui, Kim Seungmin. — Ele ri, inclinando-se para trás. — Então vale a pena.

— Tu sabe o que esse anel significa, não é? — Ele levanta a mão, apontando para o pedaço de prata no entorno de seu dedo.

— Sabe o que eu sei? — Ele cerra os olhos para mim. — Que vocês não estão mais se vendo a semanas. — Noto seu corpo ficar tenso. — A amiga dela mora no andar de baixo do meu apartamento, então não é nem um pouco difícil ter informações sobre a tua ex, Seungmin.

— Nós não terminamos! — O garoto soa claramente na defensiva. Era fácil decifra-lo.

— Tudo bem. Pode mentir o quanto tu quiser para mim, Seungmin. Uma hora tu vai perceber que está perdendo tempo, e eu estarei aqui para ser o primeiro a descobrir quando isso acontecer. Vou me oferecer como ombro amigo, não te preocupa.

Ele revira os olhos e eu rio baixinho com a facilidade que era provoca-lo.

— Sabe o que vai acontecer, de verdade, Changbin? — Eu o analiso, aguardando suas palavras. — Tu vai te cansar dessa brincadeira muito antes de eu sequer considerar desistir da minha namorada. Então, na verdade... — Ele faz beicinho, fingindo ter pena de mim, ao trazer seus dedos ao meu queixo. — Quem está perdendo tempo aqui é tu.

E seu toque quente em meu rosto se desfaz. Podia ter durado mais...

Ele sorri para mim e endireita a sua coluna, sem nem me permitir responder, porque logo já vejo suas costas, distanciando-se de mim.

Seungmin volta a trabalhar e eu fico aqui, observando sua concentração enquanto bebia o meu drink preparado por suas mãos.

E cerca de meia hora passa entre meus constantes olhares toda vez que o garoto vinha para trás do bar, e minha agenda, onde eu tentava conciliar meus estudos e o estágio na empresa de meu pai. Eu me dedicava a provocá-lo em qualquer mínima aproximação, mas ele era muito bom em me ignorar, então decidi voltar aos meus afazeres.

Parecia impossível, mas eu tinha que dar um jeito. Só que acabei me concentrando demais nisso e quase não percebi quando a sorte veio ao meu lado.

Vejo a tensão de seus dedos limpando a bancada e seu olhar fixa na porta. Apavorado. Incrédulo. O que Kim Seungmin poderia estar vendo?

Giro meu corpo no banco alto e ali noto um rosto familiar. Era Choi Jisu. Namorada de Seungmin. Ex namorada. Tão ex que um cara alto se colocava atrás do corpo dela, entrando logo em seguida e fui capaz de perceber quando os olhos da garota e do lindo bartender a minha frente se encontraram.

— O que tu está fazendo aqui? — Ela pergunta, assustada.

Vejo suas mãos virem junto a pequena bolsa contra seu peito e o cara atrás dela parecia mais confuso que os dois. Oh, isso não acabaria nada bem.

Pelo jeito, Kim Seungmin já havia sido superado...

— Eu estou trabalhando aqui. — Jisu junta as sobrancelhas, confusa.

Por um motivo óbvio. Seung era rico. Como eu disse, seu pai é vice presidente da empresa do meu. E não era coisa de poucos anos, alguém que cresceu na carreira recentemente... não! Eles a fundaram juntos a mais de vinte anos atrás.

Não fazia sentido um garoto com tanto dinheiro e conforto decidir por si só passar trabalho, tendo que ficar aqui até tarde, lidando com bêbados, mas... esse não era Seungmin. Ele estava aqui para ajudar um amigo. Não trabalhava por dinheiro, era simplesmente... um ato de gentileza.

Benevolência era uma característica sua e por algum motivo — que realmente me perturbava —, isso o tornava mais atraente ainda. Como alguém ser bondoso poderia ser tão atrativo? Isso me incomodava. Me incomodava muito.

— Me desculpa, eu... — Ela soava tão nervosa. Sua voz tremulava junto a seus dedos que agarram sua saia. — Eu devo ir... Não devíamos... Me desculpa — diz já empurrando seu acompanhante bar afora.

O lugar havia tornado-se um breu sonoro. Eram talheres e a música de fundo. Um jazz que rasgava o vinil da jukebox em canções natalinas antigas.

Dezembro era frio e, nesse instante, no desconforto que crescia nesse olhar entre os dois, também parecia solitário.

E o silêncio humano quebra quando Seungmin bate seu punho na bancada de madeira com toda sua força. Nesse momento, sussurros entre os frequentadores iniciaram.

Ele larga o pano ali mesmo e sai pelos fundos. Hyunjin, seu amigo e chefe, o segue. E eu não podia ignorar isso. Acabei indo atrás dos dois.

— Changbin hyung, acho que não é uma boa ideia... — Hyunjin tenta me impedir, colocando sua mão em meu peito, mas eu apenas o ignoro.

— Ei. — Seus olhos vem direto aos meus.

Úmidos. Marejados. Seungmin iria chorar? Aqui? Agora? Eu não podia deixar isso acontecer.

— O que tu quer, Changbin? — Oh, ele soa irritado. — Veio jogar na minha cara que tu estava certo? Que ela já seguiu em frente enquanto eu... — Ele funga e eu me aproximo, por mais receio que tivesse no meu corpo.

Meus instintos de auto proteção me diziam com clareza que essa rota era perigosa, mas eu os ignoro, porque outra parte de mim falava mais alto. A parte que me dizia que eu era seu amigo acima de tudo.

Então eu me aproximo dele e sem dizer uma só palavra, apenas vendo aquela tristeza em seus olhos profundamente negros, o abraço.

O garoto reluta e seu corpo tremia de frio, mas eu o aperto contra mim e mesmo achando que não queria isso, Seungmin relaxa, porque era a única opção que restava.

— Eu não vou dizer nada além de... eu sinto muito. — sussurro ao sentir seu rosto em meu ombro.

Só que, em não muito tempo depois, ele volta a alinhar sua coluna e, dessa vez, quando sinto suas mãos em meu peito para me afastar, eu o permito.

— Ótima tentativa, mas eu não vou cair nessa. — Ele limpa seu rosto com as duas mãos, já me olhando com certa distância.

— O quê? Eu não estou... não estou tentando nada. — Junto as sobrancelhas, mas sua guarda já estava alta. — Eu sei que pode parecer, mas... — Ele nega com a cabeça, fazendo-me parar de falar.

— Tu não me engana, Changbin. — Um sorriso seu transparece, como se ele acreditasse que tivesse me pegado em um ato criminoso.

Isso era um absurdo! Kim Seungmin podia me conhecer desde as fraldas, mas ele não realmente me conhecia. Ele pensava muito de mim, tenho certeza, mas muito do que ele achava que sabia era com certeza distorcido.

— Minnie! — Chamo-lhe pela forma que costumava quando éramos próximos e o noto se contorcer ao ouvir essa palavra, virando-se para sair.

— Valeu pela atenção, mas eu não preciso dela... pelo menos, não de ti — sussurra a última parte.

Sinto-me um pouco ofendido, mas eu devia entender. Jisu talvez tenha significado para ele mais do que eu imaginava. Deve doer ser trocado. Não que isso já tenha acontecido comigo, mas ter empatia não era tão difícil assim.

Saio dali, pego as minhas coisas, pago a minha conta e depois de levar meu último olhar a Seungmin — tendo certeza de que ele estava me olhando de volta —, visto meu sobretudo e atravesso a porta do bar.

Ando até meu apartamento e me jogo na cama. Não era um bom momento. Eu não teria chances agora. Seu coração estava partido, então... o melhor que eu podia fazer era conceder um pouco de espaço.

Duas semanas se passam e eu simplesmente não conseguia tirá-lo da cabeça. Havia sido a alguns meses atrás, acredito que quando Seungmin e Jisu tiveram uma das primeiras brigas que os levou ao término, o garoto apareceu em uma festa que eu estava. Havia reservado a área VIP para meus amigos e eu, e quando desci para circular, o vi bebendo sozinho, porque aparentemente sua companhia havia ido embora e ele se negara a ir também.

Acabei fazendo-o subir as escadas comigo e passamos o resto da noite juntos, conversando, apenas... Seung estava bêbado, então me restringi a flertar com ele — intensamente — só porque era divertido, mas... ele respondia tão bem às minhas provocações que depois daquela noite, minha vontade de continuar me atormentava dia após dia.

E foi quando eu tomei a decisão que eu o faria querer ser meu, independentemente do trabalho que isso poderia me dar, e agora, meu plano parecia precisar de uma nova estratégia.

— Duas semanas. Achei que não fosse aparecer mais. — Ele sequer olha em meus olhos ao organizar os copos atrás da bancada assim que me sento no banco a sua frente.

Meu banco de sempre. Era o melhor ângulo para observá-lo atrás do bar e andando por entre as mesas.

— Fico feliz que tenha notado. — Rio e ele finalmente me olha, sem dizer uma palavra, mas suas expressões me diziam o quanto eu o afetava.

Isso era bom. Não existia indiferença aqui.

— Só estou pensando nos negócios. Não me importo com o motivo que te faça vir.

— É pelos drinks, pode ter certeza. — Sorrio e me inclino em sua direção. — Vou querer um Moscow Mule. — Seungmin suspira e assente.

— Um Moscow Mule saindo.

E como havia virado meu esporte favorito, eu analiso cada detalhe seu. O laço mal feito nas costas de seu avental. Sua camisa sempre mais aberta do que deveria, com aquela corrente que caía sobre suas clavículas tão perfeitamente desenhadas.

Seu cabelo sempre em perfeito estado, suas mãos grandes e precisas ao pegar cada ingrediente e garrafa. Eu queria... eu realmente queria saber como era tê-las em meu corpo. Minha imaginação me perturbava sempre que seus dedos aproximavam-se de mim.

Exatamente como agora... Sua mão vem em minha direção para entregar meu drink e eu dou o meu melhor para levar meu toque ao seu, prolongando-o ao máximo e fazendo questão dele perceber toda a minha intenção.

— Sabe o casamento que vai ter no final de semana? — Comento, tentando soar o mais descontraído possível, ao me deliciar com o primeiro gole do drink. Seung era habilidoso, devia admitir.

— Ah, da filha do CEO daquela empresa que estava negociando com a do teu pai a alguns meses? De tabaco, eu acho... — divaga um pouco. — O meu pai me comentou, acho que ele vai.

— Vai ser no Lotte Hotel, na estrada para Gimpo.

— Oh. Uau. Eu já fui lá uma vez, é incrível.

— É, e eu tenho direito a um acompanhante.

— Legal? — Ele soava confuso, mas eu sabia que Seungmin não era nem um pouco idiota.

— Vim te perguntar se tu não quer ir comigo.

— O quê? — Ouço uma risada nervosa sua, que ele tenta esconder ao desviar o rosto. — Por que eu iria a um casamento contigo?

— Tu não acabou de me dizer que acha o lugar incrível? — Mostro um de meus sorrisos e o noto claramente encarar meus lábios.

— Tu é insistente, não é? A quanto tempo tu me persegue? — Ele apoia os dois cotovelos bem a minha frente, como se essa aproximação de nossos corpos não o intimidasse.

— Aparentemente não a tempo suficiente. — Eu o faço rir. Um ponto para mim. — Qual é, Seung? Não existe ninguém mais interessante que tu nesse bar e será logo quem ficará se escondendo? Tu já está solteiro, não tem o que perder... — Me atrevo a argumentar. — Não acha que tem que se divertir um pouco?

— Eu aceitaria toda essa proposta se fosse um idiota que não te conhece — diz já dando as costas para mim.

— Ei! — O chamo de volta. — O que eu preciso fazer para tu me conceder a tua companhia?

— Eu não estou pedindo nada, Changbin-ah.

— Pensa em alguma coisa — peço e ele cerra os olhos, voltando a vir até mim.

Mais uma vez seu corpo se aproxima. Ele volta a apoiar seus braços na bancada, encarando-me ao pensar com muita dedicação.

— Eu vou contigo se... depois dessa noite, tu parar de me rondar feito um maluco caçando uma presa. — Eu rio e o analiso.

Isso era pedir demais e Seungmin sabia bem, por isso fazia dessa sua única proposta. Ele não esperava que eu fosse aceitar, porque simplesmente não era do meu feitio concordar com uma desistência, muito menos ser mandado, mas... eu disse que precisava de novas estratégias, não é?

— Combinado! — Ele chega a se assustar. O garoto realmente não esperava que eu aceitasse sem pestanejar. — Eu te busco as cinco horas!

— Hum, se o meu pai vai...

— Não! Nada disso. — Nego com a cabeça e ele me olha. — Tu será meu acompanhante do início ao fim, Kim Seungmin. — Aproximo meu rosto do dele. Seria errado eu roubar um beijo seu agora? — Então tu vai comigo. Do meu lado. No meu carro. Pelo longo... longo caminho até o hotel. — Ele ri e isso me incomoda.

Eu devia tê-lo intimidado com minhas palavras e aproximação, não causado graça ao seus lábios, mesmo que eu adorasse ver essa feição.

— Está bem. Estarei te esperando.

— Ótimo! — Digo um pouco contrariado pela sua reação.

— Ótimo! — Ele sorri e já se afasta para voltar ao seu trabalho.

Eu havia conseguido o que queria, mas por algum motivo, sentia que era ele quem estava com vantagem.

No sábado, começo a me arrumar cedo. Entro no meu carro e vou direto à casa de Seungmin. Quando o vejo ultrapassar sua porta, chego a engolir em seco. Ele vestia um terno fendi e sua camisa sob o tecido claro era rosa.

Seungmin não usava gravata, tinha aquele seus dois botões abertos, como sempre, e esse fato me deixava inquieto. Eu devia me controlar. Se ele percebesse minha obsessão por sua pele, que ele gostava tanto de revelar, seria o meu fim.

Já o meu terno era preto. Fosco. Sabia que havia escolhido muito bem, junto a minha camisa de cetim, também preta. Ela agregava em um toque a mais de elegância, mas antes dele entrar no carro, me apresso, tirando a minha gravata e também abrindo dois botões. Eu não perderia essa batalha.

— Uau. Estamos combinando — digo sorrateiramente ao vê-lo sentar-se ao meu lado.

Seungmin me olha. A cada centímetro de meu rosto e corpo. Era uma análise profunda e meticulosa. Seu olhar me intimava um pouquinho, mas eu jamais admitiria. Só que acabo engolindo em seco, pigarreando e desviando o olhar. O que é óbvio que ele percebe, rindo baixinho.

— É, nada mal, Changbin. — Eu acabo sorrindo de canto, vendo-o tentar agir descontraído ao desviar totalmente sua atenção de mim para colocar seu cinto. — Vamos?

— Claro, vamos. — Então já ligo o carro e partimos.

Não passou nem dois minutos e já estávamos discutindo sobre qual música colocaríamos. Acabei tendo que ceder, mesmo me divertindo em tirar sua paciência, até porquê... meu objetivo era agrada-lo até ser Seungmin quem cede.

Era um longo caminho. Seul estava com um terrível trânsito, então, de acordo com o meu GPS, levaria cerca de cinquenta minutos até o hotel.

Ele me pergunta da faculdade e eu digo com sinceridade que estava difícil equilibrar o meu tempo de estudos e de estágio na empresa que nossos pais administravam.

Seung acaba sendo traiçoeiro ao dizer que eu gastava tempo demais perseguindo-o e que talvez largar essa atividade seria vantajoso para mim, mas é óbvio que eu deixei claro que sabia o quanto valia a pena os meus planos.

E eu tive sorte, porque Seungmin acabou rindo. Eu tive medo de ter sua versão triste hoje. Aquela pós término em que nada o agradaria, mas ele estava tranquilo, leve... divertido.

Será que eu também era um plano seu hoje? Eu realmente espero que nós dois voltemos para casa muito satisfeitos com a nossa noite... hum, quem sabe amanhã.

Sim, eu sei. Não estava jogando limpo. Eu tinha intenções e eram as piores possíveis. Ok, não as piores, mas... definitivamente não havia pureza nenhuma nelas e eu tinha certeza que Seungmin sabia muito bem disso.

Eu já o perseguia a pouco mais de dois meses e nosso acordo definia hoje como a minha última chance. Eu não a perderia.

— Eu tenho uma admissão a fazer. — Diz baixinho assim que para de rir de nossas conversas.

— Hum? — Eu o olho. Ele havia mudado de tom de repente. — Pode dizer.

— É um pouco... talvez eu não devesse contar, mas eu as vezes penso nisso e... — Volto a olhá-lo quando ele para de falar e seus olhos me analisam. Havia hesito em sua voz e expressões.

— É passível de julgamento? — Brinco e ele volta a encarar a estrada. — Ei. — eu toco em sua coxa e no instante que ele olha para meus dedos, eu os afasto. Eu não devia fazer isso. — Pode dizer. — Repito e o ouço suspirar.

— Eu meio que... era afim de ti na escola.

O quê?

— O quê??? — Ele ri. — É brincadeira? Tu está tirando com a minha cara? — Eu tinha que prestar atenção na estrada, mas era difícil.

Acabo parando no acostamento e ele claramente se assusta. Eu não devia fazer isso? Era o mais seguro depois de uma admissão como essa. Kim Seungmin era afim de mim? Se isso fosse mentira, eu não sei o que faria...

— Não precisa... nós vamos... — Ele soava nervoso. Meu Deus. Era verdade. — Nós vamos nos atrasar. Eu quero ver a cerimônia.

— Não é mentira? — O vejo apertar os olhos. — Seung, não é mentira? — Ele nega e meu queixo cai.

Respiro fundo e volto à estrada, mantendo-me na faixa lenta. Eu precisava entender isso.

— Quando?

— No último ano. — Sua voz baixa, um pouco acanhada, fazia meu coração acelerar em meu peito.

Será que seria essa informação que finalmente me faria capaz de intimida-lo? Só um pouquinho...

— Eu teria percebido.

— Jamais! Tu com certeza nunca descobriria, ninguém sabia que eu gostava de caras também. Nem eu sabia... — Suas últimas palavras soam mais baixo ainda. Era uma admissão.

— Foi comigo que tu descobriu? — Isso seria incrível, mas tento esconder a minha satisfação.

— Hum... talvez. — Uau. Eu estava em uma tremenda vantagem agora. — Mas nem pensa em te animar com isso, não. Eu já te superei a muito tempo. — Ele ri e eu cerro meus olhos em sua direção.

Será mesmo, Kim Seungmin?

— E por que tu me contou, hum? — O provoco, como de costume.

— Para te entreter! Mas eu já estou me arrependendo. — Eu rio e ele tenta evitar um sorriso.

— As vezes a gente confunde "superar" com "esquecer", sabia? E relembrar o esquecido é bem fácil... — Ele claramente revira os olhos, o que me faz voltar a rir.

E essa forma que ele me tratava, com tanto aparente desprezo enquanto eu sabia muito bem que ele adorava minhas provocações, fazia de mim mais desesperado para tê-lo em minhas mãos, sentir sua boca na minha...

— Esse é um maravilhoso entretenimento, devo concordar. Se quiser continuar com as admissões... — Digo já esperando mais uma resposta afiada, mas ele apenas me observou por alguns instantes.

Cheguei a pensar que talvez ele realmente tinha mais a dizer.

— E se tu me fizer alguma admissão? — Oh.

— Hum... — Olho para o GPS, ainda faltavam doze minutos. Talvez eu não fosse capaz de escapar. — Eu não sei o que tu gostaria de saber.

— Qualquer coisa. Entretenha-me, Seo Changbin.

É, ele era bom em me encurralar.

Tento pensar um pouco. Eu tinha que dizer alguma coisa que me faria ganhar pontos com ele. Mas o quê?

— Eu... — O olho, notando expectativa em sua feição. Um rosto tão... tão lindo. Minha respiração chega a pesar e eu volto a encarar a estrada. — Eu... hum... — Aperto minhas mãos no volante, ajeitando a minha coluna. — Eu pretendo te conquistar hoje.

Assim que minha voz para de soar, um silêncio se faz entre nós dois. Eu não tinha coragem de olhá-lo. Sei que ele sabia disso, mas... agora era uma informação que ele teria que reagir na minha frente.

Kim Seungmin provavelmente sentia-se encrencado e eu ficava feliz em causar isso nele. Mas mesmo assim, ele não se dispunha a responder.

— Não é uma admissão boa o suficiente? — Eu o olho, mas ele não desvia a atenção ao meu rosto.

— Hum, é boa. No sentido de... — Ele encarava a paisagem. — Causar entretenimento. — Acabo rindo da forma que ele dava seu melhor para desviar de qualquer interpretação que me fizesse acreditar que ele adorava ser perseguido por mim.

— Mais nenhum comentário a ser feito?

— Não. — Diz, apenas.

— Entendi.

Acabamos chegando no local sem eu ter tempo de tentar arrancar uma melhor reação sua. Tenho sorte dele ajeitar sua camisa antes de sair e consigo tempo para correr ao outro lado do carro e abrir sua porta.

— Eu sou tua companhia, não teu encontro romântico. Tem diferença, Seo Changbin. — Eu sorrio e nego.

— Na verdade, não tem tanta não. É como eu vou te tratar. Tu goste disso ou não. — Ele bufa e já sai andando na minha frente.

Entrego a chave ao manobrista, agradecendo pela gentileza e já me ponho ao seu lado. Somos recepcionados rapidamente e dirigidos a mesa de nossas família.

Isso não era vantajoso. Nem um pouco. Seungmin não iria gostar que eu desse em cima dele na frente de seus pais.

Me sento entre Seung e Jaehee, minha irmã, absolutamente desconfortável. Precisava, o quanto antes, encontrar uma saída.

Olho em volta, mas só haviam velhos ricos e suas esposas. Qual o sentido? Os noivos nem eram tão mais velhos do que eu. Quer dizer... um certo sentido tinha, porque a cada lado que eu olhava, mais parecia um casamento arranjado, mas Seungmin me fazia acreditar que ele era alguém que odiaria saber disso, então finjo não perceber.

A cerimônia inicia e eu não perco tempo. Passo meu braço pelo encosto de sua cadeira e ali ele fica.

Minha irmã acaba percebendo e eu tento ignora-la quando ela tenta pegar no meu pé em sussurros.

— Não acho que o teu "man spreading" vá funcionar, oppa. — Ela ri ao inclinar-se para mim e eu a finto com os olhos.

— Não é a minha única estratégia, não te preocupa. — Digo e ela me observa.

— É? E quais as outras? — É, eu ainda não tinha tanta certeza.

— Tu não precisa saber! — Defendo e ela volta a rir, ajeitando a sua coluna contra sua cadeira.

A cerimônia termina e nós aplaudimos aos dois, levantando nossas taças de espumante antes de brinda-las logo em seguida.

Eu toco em seu pescoço quando percebo o salão ser esvaziado aos poucos.

— A festa é no outro salão. O que dá para a rua. — Ele me olha e o noto gostar dessa informação, mas ele logo desvia a atenção pelo meu braço.

— Devemos ir, não é? — Pergunta e eu sorrateiramente subo meus dedos pela sua nuca, assentindo.

Noto perfeitamente o arrepio que eu fui capaz de causar em seu corpo. Acabo sorrindo com isso, enquanto sua feição apenas se fecha.

— Sem risadinhas. — Ele aponta o dedo para mim e isso só me faz acha-lo mais adorável ainda ao vê-lo sair em direção a festa.

O salão tinha essa arquitetura incrível. Não vou dizer que sou bom em identificar esse tipo de coisa, mas parecia um estilo barroco, só que... moderno. As paredes e teto eram cobertas por formas ornamentais de um dourado não muito escuro.

Só que... ao irmos até a rua, aquilo sim era atrativo. Era gigante em tamanho, com uma longa piscina cheia de velas e flores que dividia o ambiente. E, pra atravessar de um lado paro o outro, tínhamos que passar pela pista de dança. Havia um teto sobre ela. Feito de galhos e flores. Era absolutamente lindo. Tão iluminado, delicado e...

Bom, Seungmin virou-se para mim. E ali atrás dele tinha essa imagem incrível que... foi simplesmente aperfeiçoada com esse seu rosto a minha frente.

Era uma cena divina. Como isso estava acontecendo comigo? Por que tinha tanto nele que me atraía?

— O que foi? — Pergunto, aproximando-me.

Eu devia estranhar, ter hesito, ao mínimo, vendo um sorriso tão receptivo seu abrir-se, mas minha única reação foi diminuir mais ainda o espaço entre nós.

— Eu gosto dessa música.

Eu sequer percebia o que estava tocando. Era como se meu cérebro estivesse tomado por uma só função e era absolutamente tudo sobre admirar a visão que se formava a minha frente.

— Eu posso te levar para dançar. — Já estendo a minha mão e no instante que ele aceita essa oferta, meu coração dispara.

Isso estava tão fácil... Eu devia confiar?

Seguro seus dedos e, como esperado, esse toque era incrível. Sua mão era maior que a minha e eu gostava disso. Ele não tinha hesito nenhum. O que estava acontecendo?

O puxo até a pista e como se o universo tivesse vindo para o meu lado, nos divertimos juntos.

Viro uma taça de espumante quando o vejo fazendo o mesmo. Seung não parecia estar de brincadeira. Algo nele havia mudado, mas o quê? E mais importante do que isso, por quê?

Acabo percebendo que ele já estava altinho demais e como estávamos na beirada da piscina, tomei a decisão de trocarmos de lugar, mas por algum motivo ele tentou me impedir, a ponto de me segurar.

Suas mãos descem de meus ombros a minha cintura e meu coração para naquele instante. Ele me tocava por dentro de meu blazer e essas mãos...

Minha respiração pesa e eu encaro seus olhos, mas... esse olhar não me cobria. Ele desviava sobre meu ombro, distante... preocupado.

Então me desvio em direção ao que ele encarava e ali eu a vejo. Choi Jisu.

Eu estava sendo usado?

— O que é isso, Seungmin? — Pergunto criando distância entre nós dois.

— O-o quê? — Ele tenta se fazer de idiota, mas Seungmin não era capaz disso. — Me desculpa. — Diz antes de cobrir o rosto. — Eu tinha um convite, eu só... não queria vir.

— Porque tu sabia que ela estaria aqui. — Vejo-o assentir. — Mas agora, nesse momento, tu estava dançando comigo porquê...?

— Eu... eu não tenho certeza. — Admite. — Talvez eu estivesse mal intencionado. — Respiro fundo e desvio meu olhar dele. — Changbin. — Ele toca em meu braço, subindo o toque ao meu ombro. — Me desculpa.

Usado? Eu acho que nunca havia sido usado. Isso era... novo. Ser uma segunda opção também soava como uma novidade para mim, mas se eu for realmente sincero, eu não ligava tanto assim.

— Tudo bem. — Vejo seus olhos arregalarem-se.

— Tudo bem?

Eu acabo rindo quando percebo o motivo que levava Seungmin a ficar surpreso. Mais do que isso: decepcionado.

— Tu realmente acha que isso me faria desistir de ti? — Dou um soquinho de leve em seu ombro e dali subo minha mão à sua nuca. — Vamos, Seung. Eu sou um pouco mais difícil de manipular, tu tem que te esforçar mais!

Me afasto, notando a tensão que eu causei em seu corpo e isso me faz sorrir.

— Ouvi dizer que terão fogos daqui a pouco. Vou pegar drinks para nós dois. — digo mais perto de seu rosto e levo a minha mão à sua para pegar o seu copo.

Saio dali e sou incapaz de desviar meu olhar de Jisu pelo caminho. O bar ficava em sua direção, então eu não tinha muitas outras opções.

Ela estava com o mesmo cara que havia aparecido no bar a algumas semanas. Imaginava que isso devia ser pior ainda para Seungmin. Se ela ao mínimo estivesse tentando supera-lo saindo com vários caras... mas um só, a ponto de convida-lo para um casamento? É, talvez isso fosse demais para suportar.

Volto a procurá-lo, olhando sobre meu ombro, e felizmente ele estava entretido demais na pista de dança. Minha irmã havia aparecido como uma salvadora e estava o fazendo se divertir. Ela era boa em perceber quando eu precisava de ajuda.

Peço dois Moscow Mule, como uma boa lembrança a ele de todas as noites que passei no bar para conquista-lo e pedi esse exato drink feito especificamente por suas mãos em todas as noites.

Era nisso que Seungmin devia pensar hoje. Eu devia ser estratégico, e colocar esse lembrete em suas mãos parecia uma boa ideia.

Bato meus dedos na bancada fria enquanto espero, no ritmo da música alta que fazia da energia desse lugar perfeita. Era uma boa festa, mesmo que a maioria das pessoas fossem empresários que claramente estavam aqui por interesse dos pais dos noivos. Quer dizer, meu pai e o de Seung eram um desses convidados...

Mas eu não estava reclamando! Música, dança, comida boa e álcool nunca se recusa.

Enquanto aguardava, sinto uma aproximação e ao olhar para o lado, vejo Choi Jisu apoiar-se com seus braços sobre a madeira. Ela prende seu olhar para a frente, em direção ao incrível jardim que ficava atrás do bar.

Me viro em sua direção e espero ela dizer o que queria. Porque eu tinha certeza que não era cima coincidência ela ter parado ao meu lado.

— Uma taça de espumante e um Bourbon. — Aparentemente ela também já fazia pedidos para seu novo namorado. — Obrigada. — Ela sorri e desvia o olhar às minha mãos, subindo o olhar até encontrar meus olhos. — Changbin oppa... eu não sabia que...

— Tu não me deve explicações, Jisu. Sinceramente, nem ao Seung, mas ir ao bar do melhor amigo dele com o teu namorado não foi muito bem pensando, não acha?

— Eu sei! Eu não queria, mas estávamos perto, era no meio da semana, nunca imaginei que ele estaria lá. — Ela resmunga, enterrando o rosto em seus braços e suas bebidas chegam. — Obrigada — diz baixinho ao barista. — E para deixar claro, ele não é meu namorado! Mas por acaso vocês dois...?

Choi Jisu parecia arrependida. Ela não era nem de perto alguém capaz de fazer qualquer maldade com outra pessoa, principalmente com Seungmin, alguém que eu tenho certeza que ela amou, mas... se ela estava me perguntando isso por último, certamente haviam intenções de descobrir informações desde o instante que ela se colocou no meu lado.

— Bom, se tu não deve nada a ele, imagino que ele também não deva nada a ti. — Digo já recebendo meus dois drinks em mãos.

— É... — Ela desvia o olhar de mim e o leva até Seungmin.

Isso não era bom. A forma que ela olhou para ele... tinha sentimento ali. Eu não fazia ideia do que fez os dois se separarem, não perguntaria a Minnie tão cedo também, mas... hoje era o meu dia para conquista-lo, não o de Jisu reaver o que ela deixou tão facilmente escapar por entre seus dedos.

Viro-me na direção da pista, esperando encontrá-lo, mas me surpreendo ao ver a noiva, claramente fora de si ao tropeçar em seus pés, subindo no palco. Hum?

— Parem a festa! — A noiva grita. — Parem a música! — Ela chorava. Meu Deus. Um escândalo em um casamento. Eu nunca havia presenciado um. — Não tem mais casamento. Acabou! Eu quero...

Seu pai aparece, subindo no palco como um furacão, e puxa o microfone de suas mãos.

Seungmin me olha apavorado e eu apenas rio com toda a cena, dando de ombros quando ele parecia me perguntar o que estava acontecendo.

As pessoas em volta estavam chocadas com essa tão repentina polêmica, mas eu apenas sentia inveja de Seung e minha Jaehee estarem assistindo tão de perto.

Dou alguns passos na direção deles, mas daqui a visão era melhor, então volto exatamente aonde estava e tomo um gole de meu drink ao ver a noiva desprender-se de seu pai e apontar o dedo para alguém que estava na pista de dança.

Chego a me assustar, porque a direção de sua mão era a de Seungmin e minha irmã, mas o cara ao lado deles demonstra tanto desespero que eu soube claramente que era ele quem corria perigo.

— Você! — Ela sequer precisava de um microfone. — Dele eu esperava qualquer coisa, mas de ti?

Dele? Seu marido? O garoto ao lado de Minnie com certeza não era o mesmo que fez juramentos a ela pouco tempo atrás.

E ela aponta para o lado em seguida, exatamente ao corredor que levava ao hotel, onde dali saía o noivo... fechando seu cinto. Meu Deus.

Chego a cobrir meus lábios, como todos capazes de perceber exatamente o que eu também havia percebido.

— O melhor amigo dela e o marido? — Ouço um sussurro entre duas mulheres, felizmente fofoqueiras, ao meu lado.

— Será que é o que eu estou pensando? — Comento com elas, que me olham, e uma cobre meu ombro.

— Com certeza, meu querido.

— Que pouca vergonha. — A outra comenta.

Meu queixo cai e mesmo com seu pai tentando segura-la, ela desce do palco. Tinha tanta raiva em um ser tão pequeno. Ela quase desaparece entre os convidados, mas Seungmin chega a afastar-se dos dois, o que privilegiou muito a minha visão, já que a iluminação da piscina entregava uma cena quase cinematográfica aos convidados.

E ela o xinga alto. Eram palavras que faziam o queixo de muitos caírem em choque. Não era nada elegante, o que me fazia rir.

Mas o que esperar de um casamento arranjado? São sempre os melhores. Querem tanto manter uma ótima imagem de família perfeita, mas impressionantemente falham na primeira oportunidade.

E tudo seria apenas divertimento para mim se o inesperado não acontecesse. Só que esse não era o caso, já que entre tantos xingamentos e empurrões, ela o leva a cair dentro da piscina e para piorar a situação, o idiota desse seu melhor amigo traidor, puxa Seungmin junto.

Chego a gritar no susto e deixar os drinks caírem ao chão. Sim, completamente patético da minha parte, mas a piscina era funda e Seungmin nunca aprendeu a nadar.

A noiva se assusta com o que ela havia feito, mas felizmente seu amigo, mesmo que idiota, era um bom nadador e tirou meu Minnie dali. Eu chego a tempo de ajudá-lo a sair, mesmo tendo que ultrapassar e empurrar tantas pessoas, sem sequer pedir desculpas. E ele estava... ensopado. Seung havia se assustado. É óbvio que sim. Eu insisti tanto para ele fazer natação comigo quando éramos crianças.

— Ei. Ei. — Seguro seu rosto, afastando-me um pouquinho meu corpo do seu quando ele começa a me molhar. — Tu está bem? — Ele apenas assente.

— E os drinks? — Seung me faz rir, mas somos interrompidos pela noiva pedindo desculpas. — Tudo bem, eu...

— O que tu pensa que está fazendo? — Era o pai da noiva agarrando-a pelo pulso e eu puxo Seungmin pela cintura em minha direção. Não deixaria esses malucos atingirem-lhe novamente.

Seu pai a puxa dali e sabe-se Deus onde ele a põe, porque ele logo sobe no palco, chamando a atenção de todos, sozinho.

— A festa continua! Ocorreu um mal entendido, mas... tudo será resolvido! — Sua voz soava claramente trêmula. Ele não tinha certeza do que falava. — Distribuiremos doses de Macallan Sherry. — Meu Deus, era um whiskey de 18 anos muito caro. Eles realmente queriam agradar e isso faz os convidados vidrarem, gritando alto. — Então aproveitem!

O cara larga o microfone na mão de uma assistente e nervosamente indica ao DJ que ele deveria voltar a tocar música, o que é obedecido no mesmo instante.

— Eu vou cuidar disso. — Digo a Seung e logo uma funcionária do Hotel aparece com duas toalhas, dando uma para o garoto ensopado do meu lado.

O faço sentar em uma cadeira, tremendo, e o deixo com a sua família, antes de correr até a recepção.

Tento me esforçar, uso todo o meu charme, mas infelizmente tive que fazer uso do meu sobrenome para conseguir uma suíte que eu tinha certeza que ela teria. Esse tipo de Hotel sempre tem quartos disponíveis para emergências de pessoas da elite. Até porque, se não tivessem, seria péssimo para eles.

Pego o cartão-chave de seus dedos, agradecendo com um sorriso e volto a Minnie. Ele estava sozinho. Por quê?

— Onde estão os teus pais?

— Eu disse que tu ia cuidar disso, então... eles apenas foram embora. — Seung da de ombros e eu rio baixinho. — Na verdade, ele foi oferecer apoio ao pai da noiva, junto com o teu pai. Eles ainda tem um contrato a fechar, então... — diz sob um suspiro.

Era assim que funcionava as vezes... negócios acima da família. E entre nós, tudo bem, meu pai e o de Seungmin cuidavam muito bem de nós. Eles haviam casado com suas esposas por amor e jamais venderiam suas filhas como havíamos presenciado hoje...

— Isso é triste, não é? Ela ter que... estar com alguém que não ama — sussurra enquanto eu apertava a toalha em seu corpo. — Acho que... vou tirar o blazer.

— Certo, eu... — Levanto o cartão-chave. — Consegui um quarto. Tu pode tomar um banho e... — Ele parece surpreso.

— Uau, eu... achei que teria que ir para casa.

— Molhado, assim? Minnie! — Eu já o faço se levantar. — Estamos no meio do inverno, tu pegaria um resfriado! — Eu o encaminho para dentro do prédio. — Vamos, é no quarto andar.

O ponho para dentro do primeiro elevador, carregando seu blazer, enquanto ele tremia ao meu lado. Levo minhas mãos por suas costas e o direciono pelo corredor antes de abrir a porta e ir direto ao banheiro.

— Esse lugar é enorme — comenta baixinho.

— Rosa fica bem em ti — sussurro e ele me olha, confuso antes de lembrar da camisa que usava.

Seung olha para baixo e respira fundo, enquanto eu ia direto ao box, ligar o chuveiro para ele.

— É, valeu. — Ele funga, vindo em minha direção, então abro espaço para ele. — Que humilhação — comenta em um sussurro desolado.

Eu rio e busco a toalha para pendurá-la perto dele.

— Não acho que prestaram tanta atenção em ti... O outro entretenimento parecia mais interessante. — Ele ri e me olha, analisando-me um pouco antes de virar-se de costas.

Eu respiro fundo ao notar que seus movimentos indicavam que ele estava abrindo a sua camisa.

Desvio meu olhar ao ver suas costas nuas e também me viro, apoiando a minha mão na porta.

— Eu... — Engulo em seco. Eu não deveria pensar em nada impuro agora. Minha libertinagem deveria manter-se contida. — Eu tenho roupas limpas no carro.

— Seria bom. — Comenta e eu noto sua voz diferente, um pouco pesada, instável. Alguma coisa acontecia nele também.

— Certo, eu... já volto.

Desço pelo elevador e saio rapidamente ao estacionamento. Encontro o meu carro com ajuda do manobrista e pego no porta malas a minha pequena bolsa para emergências. Eu guardava mudas de roupas ali principalmente por conta da academia, mas também para... sabe, ter como me virar quando, sem planejar, passo a noite fora de casa.

Levo a bolsa toda porque eu tinha péssimas intenções, por mais que eu me negasse a admitir.

Volto a festa rapidamente, notando o quão caótico o evento havia se tornado. Alguns não ligavam para o escândalo, dançando e comendo sem preocupação alguma, mas outras claramente falavam somente disso.

A minha irmã aparece, entregando uma garrafa de espumante em minhas mãos.

— O que é isso, Jaehee?

— Aquele tombo foi terrível. O Seungmin está bem? — Eu apenas assinto e a vejo mudar de expressão, ficando cheia de insinuações. — Eu vi vocês subindo.

— Infelizmente não é o que tu está pensando. — Ela ri, mas insiste em me entregar a bebida.

— Tudo bem. Não precisa ser. Mas... — Ela me analisa um pouquinho. — Eu sei que tu gosta dele.

Impossível.

— Eu não...

— Não precisa negar! — Me interrompe. — Só não estraga tudo. É sério. Eu sabia que isso ia acontecer uma hora e tu ia perceber... — Perceber? — Só tenta fazer tudo direitinho. — Pede.

— Eu realmente não sei do que tu está falando. — Ela suspira, contrariada. — Nós dois... não temos... Não temos nada! Ele... eu não tenho certeza se ele quer alguma coisa de mim. Eu sinto que sim, só que as vezes...

As vezes ele ficava encarando a ex enquanto dançava comigo e eu estava quase certo de que ele estava apenas tentando se livrar das minhas investidas pelo resto da noite, tentando uma manipulação que me fizesse desistir dele, mas ao mesmo tempo...

— Ah — Jae ri — eu tenho certeza! — Volto a olhá-la. — Ele com certeza está afim de ti. Não desiste só porquê não está sendo fácil, oppa. Eu acho que... ele nunca se relacionou com cara nenhum...

— É, eu também acho que não.

— Então! Deve ser um pouquinho assustador. Não força nada, deixa ele confortável, mas não desiste, ok? — Ele junta as sobrancelhas, ordenando-me.

— Por que tu quer tanto isso? — Chego a rir.

— Eu gosto do Minnie, quero ele na família e acho que vocês já estão prontos pra isso. — Ela da de ombros e olha pra a minha mão, pegando a garrafa de volta. — Tudo bem, vamos fazer melhor do que isso.

Jaehee anda até o bar e após poucas palavras trocadas com o cara alta que sorria feito um idiota para ela, vejo-o entregando-lhe uma garrafa de vinho e duas taças.

Eu chego a rir alto e ela já os entrega em minha mão.

— Vinho é melhor pra esse tipo de coisa. Agora vai lá, não deixa ele esperando. E não te preocupa, eu dou cobertura com os nossos pais.

Eu apenas agradeço e volto ao prédio do hotel, equilibrando a minha bolsa com roupas e garrafa em uma mão, enquanto a outra carregava as delicadas taças de cristal.

Respiro fundo antes de bater na porta e ele logo a abre, deixando o seu queixo cair ao ver o vinho em minha mão.

— Vinho? Por que vinho?

— Ah... — Ele ri do meu hesito em dar explicações e me puxa para dentro. — Se tu não quiser...

— Oh. Eu quero. — ele pega a garrafa e taças, pondo-as sobre a elegante mesa de pedra clara antes de servi-las. — Eu amo vinho. Talvez... não! Com certeza é a minha bebida alcoólica favorita.

— Sério? — Pergunto ao me aproximar, largando a bolsa, que ele felizmente não havida dado atenção alguma, no chão, pertinho da porta.

Porque agora... Seungmin vestia apenas um roupão. Uma única, confortável, suave e branca peça que revelava a pele de seu peito e caía com leveza por seus largos ombros. Era um sonho vê-lo assim.

— Eu não sabia. — Continuo.

— Bom, tu pode até saber muitas coisas sobre mim, como o fato de eu não saber nadar. — Ele ri. — Mas tem o que tu não sabe, também. — Seung me entrega a taça, provando a bebida e demonstrando em sua expressão o quanto ele havia gostado do sabor.

— Me diz. — Ele me olha. — Me diz o que eu não sei.

— Eu já te revelei informações demais hoje, Changbin — soa mais baixinho ao caminhar até a sala em frente a gigantesca cama e eu o sigo. — Mas talvez tu deva me dizer uma coisa! Como tu conseguiu esse quarto?

Eu olho em volta. É... era incrível.

Me sento ao seu lado no sofá de couro marrom e retiro a almofada entre nós.

— Meu sobrenome ajudou. — Seung torce o nariz e eu resmungo.

— É sempre assim, não é? Tu consegue tudo com o teu sobrenome...

— Não tudo. — Admito e ele me olha, notando a forma que meus olhos percorriam por seu rosto e corpo.

Seungmin se sente intimidado. Ele engole em seco e morde o lábio, tomando mais um gole de seu vinho, que claramente era estrangulado pela tensão de seus dedos na taça.

— Valeu pelo vinho — diz assim que termina tudo em poucos e longos goles. — Hum, a mochila ficou na entrada, não é?

Ele já se levanta e eu quase me desespero.

— Espera! — Eu o sigo, mas ele estava sendo rápido.

Eu havia o intimidado demais? Por que Seungmin simplesmente fugia de mim? Do que ele tinha medo? Eu jamais o atacaria. O que ele pensava de mim?

— Espera. — Repito quando ele põe a minha bolsa sobre a mesa, o que me faz cobrir as suas mãos assim que ele alcança o zíper. — Não abre.

Seungmin me olha, confuso, e eu puxo a bolsa em minha direção. Não era apenas que eu não queria que ele fosse embora, mas aqui dentro tinham as provas das minhas mais profundas e indecentes intenções. E é óbvio que eu havia trazido tudo comigo. Se ele já estava assustado com simples insinuações, imagina se ele visse o que tem aqui dentro...

— Eu pego as roupas para ti se tu já quer ir embora. — Eu o encaro e, com muita lentidão, puxo a bolsa pelo restante da mesa até chegar próxima a mim, então a penduro em meu ombro e vou ao banheiro.

Tranco a porta e respiro fundo ao ver uma camisinha bem no topo. É, não foi exagero ter agido dessa forma.

Pego uma calça e um blusão de moletom, já que essas eram as peças mais quentes que eu tinha aqui, além de um par de meias quentinhos, ainda dentro do pacote.

— Ok. — saio dali, depois de fechar bem a mochila e colocá-la sob a pia. — Espero que te aqueça bem, mas eu não tenho peça íntima.

Ele apenas assente, porque... imagino que Seung não esperava que eu tivesse para oferecer.

— Tá bem, deixa eu me vestir no banheiro. — Seungmin tenta me ultrapassar, mas as minhas duas mãos vão a sua cintura.

Meu Deus. Que sensação boa. Só que só eu parecia gostar, porque ele se assusta e se afasta.

Eu não podia deixar ele entrar ali e abrir aquele zíper.

— Não! Te veste ali! — Aponto em direção a cama.

Era um quarto grande, mas não haviam cômodos privados além do banheiro.

— Qual o problema com a tua bolsa? — Ele cruza os braços, identificando que esse era o óbvio empecilho.

— Pensa por meio minuto que talvez tu descubra. — Seung junta as sobrancelhas confuso.

— O que poderia...? — Vejo a epifania em seus olhos. — Hm... ok. E se...? — Ele pigarreia. — E se eu prometer não abrir ou tu pegar ela para eu entrar? — Apenas nego, ficando em frente a porta.

Ele não tentaria me ultrapassar.

— Certo. — Seungmin suspira e da as costas para mim.

Ele vai até a cama e joga nela as peças que eu havia o entregado. Seung estava fugindo de mim e eu não estava reagindo.

O que eu devia fazer?

Já começava a ficar nervoso. Ele pegava a calça de moletom com tanta lentidão que dentro de mim crescia essa sensação de que ele queria que eu dissesse alguma coisa.

— Por que insinuar o que eu quero de ti te assusta tanto? Não é como se tu não soubesse. — Pergunto de longe.

Seungmin mantém-se em silêncio até levar o elástico da calça à cintura, sob o tecido macio e branco de seu roupão.

— Eu só não quero que tu fique com as impressões erradas. — Ele sequer me olhava.

Eu acabo rindo baixinho e ele não consegue fugir de um rápido contato visual sobre o ombro, cheio de hesito. Ele queria saber a minha expressão. Como eu realmente estava reagindo às suas palavras.

E esse olhar me encoraja a andar em sua direção. Eu devia agir e seria agora.

— Impressões erradas, Seung? Eu interpretei errado quando sem necessidade nenhuma tu me contou que já foi apaixonado por mim?

— Ei! — Ele se vira em minha direção e eu o analiso. — Não era paixão. Era uma quedinha. — Defende.

— É? E quando tu me chamou pra dançar? Eu poderia até achar que foi parte daquela tua manipulaçãozinha pra me fazer acreditar que tu estava tentando causar ciúmes na Jisu, mas... se tu estivesse só me usando, Minnie... como viemos parar sozinhos em um quarto de hotel?

— Não me chama de Minnie. — Pede e eu me aproximo mais um passo.

Era como eu o chamava quando éramos próximos. No final da escola, fomos nos afastando e passou a soar errado chamá-lo dessa forma. Eu acho que ele se sentia do mesmo jeito.

— Nós estamos aqui porque eu caí em uma piscina!

— Eu sei! Mas não parece conveniente demais? Tu poderia ter me visto, pegado a tua roupa, se vestido e ido embora.

— Eu não te odeio, Changbin. Eu não odeio a tua companhia. Eu não tenho medo de ti, nem me sinto ameaçado. Eu não preciso fugir de ti só porque tu fica nessa de dar em cima de mim. Eu não ligo! — Ouch. — E é porque eu não ligo, que eu não preciso ficar te dando satisfações!

Defensiva. Essa era sua versão na defensiva. Ele agarrava a blusa em sua mão. Fechava o outro punho no ar. Pressionava os lábios. Olhava profundamente nos meus olhos...

Se não fosse por todo o restante de seu corpo entregando-o, eu até acreditaria em suas palavras, mas não! Ele não dizia a verdade.

E Seungmin era tão lindo. Até bravo. Dessa forma aqui, mesmo. Discutindo comigo. Irritando-se comigo... Seungmin era tão atraente que eu não pude evitar desviar meu olhar aos seus lábios.

— Eu vou te beijar. — Anuncio e seu olhos tornam-se arredondados.

Um pouco apavorado, Seungmin da um passo para trás, batendo as pernas no banco sob a janela.

— Não vai, não.

— Eu... eu vou, sim. Um beijo. É tudo o que eu preciso, se não eu nunca vou conseguir te esquecer. — Ando em sua direção.

— Vai! Vai me esquecer, sim. — Seung estende sua mão, impedindo-me de chegar mais perto.

— Me fala a verdade. — Peço, levando os meus dedos ao seu toque que cobria meu peito. — Me diz só uma vez a verdade... Tu não sente nada? — Pergunto permitindo-o sentir minha pele quente na sua. — Não acontece nada dentro de ti sabendo o quanto eu te desejo? — Seungmin aperta os olhos.

— Não, é óbvio que...

— A verdade, Seungmin — peço mais uma vez. — O que eu quero é ouvir da tua boca, porque eu já sei de tudo através dos teus olhos. — Admito baixinho. — Eu já achava antes, mas desde que tu caiu na piscina, desde que eu te trouxe pra cá... tu me olha como se... como se eu não fosse maluco em achar que esse sentimento não está só em mim.

— Sentimento, Changbin? — Ele afasta a mão de mim, desfazendo o toque em uma expressão absolutamente ofendida. O que eu disse? — Que sentimento? Eu sou um jogo pra ti. Uma caça. Uma conquista. Tu me adora ter por perto só porque eu continuo te rejeitando! Porque é divertido pra ti. Eu sou um entretenimento. Qualquer um sabe disso!

Bravo. Eu havia o deixado bravo. Mas não daquela forma atraente como antes. Eu me sentia... culpado? Mas eu não havia feito nada de errado!

— Qualquer um sabe disso? Do que tu está falando? Não é isso que tu significa pra mim!

— E eu aposto que tu já deve ter dito isso pra vários outros... — murmura, tentando andar para o lado, tentando fugir de mim.

Só que eu o seguro. O impeço de desviar seu corpo ao levar minha mão contra a parede na altura de sua cintura.

Minnie olha para baixo, vendo a barreira que eu havia criado e então para o outro, onde não havia saída, já que a cama formava outra obstáculo.

— Qual o problema aqui? De verdade.

Ele tenta evitar meu rosto, mas eu procuro seu olhar e Seung não consegue resistir por muito tempo.

— O meu problema... — Seus olhos vem aos meus.

Eu vejo seu peito subir e descer com mais intensidade.

Me afasto um pouco dele, com medo de estar colocando pressão demais. Medo de estar ultrapassando um limite, mas quando retiro meu braço, ele não foge.

— Eu não... — Minnie morde o lábio e mais uma vez não consegue segurar o olhar no meu. — Eu não sei, está bem?

E aquela sua irritação parecia muito como uma revolta agora. Eu conhecia esse sentimento. Era o medo, a frustração e a insegurança tomando conta.

Talvez eu estivesse certo o tempo todo. Kim Seungmin realmente sentia alguma coisa por mim e a ideia de suprir isso dentro de si o apavorava.

— Tudo bem. — Dou o meu melhor para soar tranquilo. — Tu não precisa saber, Minnie. Tu não precisa ter certeza de nada. Não precisa pensar demais. Não precisa... — Volto a me aproximar. — Não precisa te preocupar com nada além de nós dois quando estiver aqui comigo.

Me permito dizer cada palavra com calma, em um tom baixo, que me permitia levar meu toque ao seu braço.

Ele encara a minha mão e então sobe esse mesmo olhar ao meu rosto.

— Eu te perguntei o que tu sente... — Comento ao subir meus dedos por sua pele, arrepiando-o pelo caminho. — Me diz, por favor. Tem alguma coisa dentro de ti que gosta... — Olho para minha mão, que encontrava seu ombro e ele faz o mesmo. — Que gosta de... — Eu sequer termino de falar, porque vejo sua cabeça balançar.

Uma admissão. Meu Deus. Isso estava acontecendo?

Eu não consigo evitar um sorriso. Ele me observa, um pouco assustado, mas mesmo assim, eu me permito levar meu toque ao seu rosto.

Com a outra mão, fecho-a em seu ombro e o empurro para baixo. Minnie não reluta quando eu o faço sentar a minha frente. Ele obedece, em um estado pleno de vulnerabilidade.

— Foi tão difícil assim admitir? — Pergunto em um sussurro, inclinando-me em direção ao seu rosto.

Só que ele evitava me olhar, o que me dizia que eu devia agir.

Levo a ponta de meus dedos pelo seu pescoço, subindo esse toque lentamente ao senti-lo engolir em seco antes de eu alcançar seu queixo para inclina-lo em minha direção.

Seus olhos obrigam-se a vir aos meus e eu apenas analiso essa sua expressão. E, finalmente, com clareza, eu via ali: desejo.

Antes era atração. Curiosidade, talvez. Seungmin me dava mais atenção com seus olhos do que ele jamais admitiria, mas agora...?

Eu precisava tanto beija-lo.

Só que eu precisava de permissão. Não poderia arriscar nada entre nós agora. Eu nunca estive tão perto de tê-lo.

E eu o teria. Não importava mais a calma. Não importava mais a cautela. Seungmin seria meu e agradeceria por isso.

Era esse o meu objetivo.

E pode ter certeza que quando eu realmente quero alguma coisa... eu a consigo.

Chapter 2: ෆ 𝗖𝗮𝗰̧𝗮 𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗾𝘂𝗶𝘀𝘁𝗮 ෆ - parte 2

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Seu pescoço estava fervendo sob o envolver de minha palma e dedos. Sentia-o engolir em seco intensamente ao ter a minha aproximação em frente aos seus olhos.

Esses olhos arredondados em um tipo de pavor que se dissolvia na curiosidade que ele revelava ao desviar a atenção aos meus lábios.

E tudo que eu sentia era essa necessidade bruta e irreparável.

Eu devia atendê-la.

— Eu quero te beijar — sussurro.

No mesmo instante, vejo seu peito subir e descer mais rapidamente. Eu o deixava nervoso demais e eu acho que nem o álcool em seu sangue estava sendo um bom aliado agora.

— Isso te assusta?

— Bastante — admite, agarrando o banco com as duas mãos.

— Por quê? — Acaricio seu rosto e sorrio ao nota-lo morder o lábio. — O medo é que tu vá gostar demais? É isso, Minnie? — O provoco. — Vai te fazer lembrar de quando tu tinha uma queda por mim? De quando tu me olhava com desejo e esperava que, talvez... quem sabe, algum dia eu finalmen... — Kim Seungmin me cala.

Minhas provocações tiravam a sua paciente, mas ele costumava me fazer calar a boca retrucando as minhas palavras ou cobrindo-a com sua mão. Mas não. Não era a sua palma em meus lábios dessa vez.

Eram os seus. Sua boca. Kim Seungmin estava me beijando.

Meu Deus! Kim Seungmin estava me beijando?

Esses seus lábios... tão macios. Eu não seria capaz de me segurar. Esse primeiro passo era seu. Um ponto para ele. Um grande e delicioso ponto. Mas eu me asseguraria dos próximos.

Reajo levando as minhas duas mãos ao seu rosto, inclinando-o em minha direção ao procurar pela sua língua e, no instante em que eu a sinto, meu corpo inteirinho é inundado por uma sensação não só de desejo, mas de alívio.

Sim, tinha o prazer da conquista, mas... Kim Seungmin não estava certo. Isso aqui não era um jogo. Eu realmente o queria e pude perceber agora, quando meu peito se encheu em um fervor que eu não sei se já senti antes. Era diferente. Era... bom.

E ele sentia o mesmo. Tinha que sentir. A forma que Minnie me beijava agora não enganaria ninguém.

Ele se afasta, claramente assustado. Por quê? Não foi como ele imaginava? Foi exatamente como esperava? Melhor do que isso? Eu precisava saber.

— O-o quê? — Seung cobre seus lábios.

— Oh, Kim Seungmin... Tu acabou de me beijar. — Uso meu melhor tom, provocando-o, ao descer minhas mãos pela sua cintura.

Minnie parecia um pouco atônito, acompanhando meus avanços com os olhos, mas quando eu o seguro contra mim, para levá-lo até a cama, ele não reluta.

Eu o largo sobre o colchão e volto a me por de pé, observando esse seu corpo em que o roupão cobria menos do que deveria de seu peito. Acabo mordendo meu lábio ao imaginar seu mamilo entre meus dentes e ele nota, desviando seu olhar para seu próprio corpo antes de encarar meus olhos.

Só que Seung não se cobre, ele não se encolhe, ele não foge e isso dizia tanto. Dizia tudo o que eu precisava saber.

Ando até o interruptor, um pouco distante, e desligo quase todas as luzes, mantendo apenas a da sala em frente a cama, que era baixa, e a cortina aberta. Era o suficiente para vê-lo, mantendo o seu conforto. Era perfeita. Ele era...

Quando volto até Minnie, ele mantinha a mesma posição, só que agora agarrava os lençóis, claramente tenso.

Levo meu joelho sobre o colchão, entre suas pernas na altura dos seus e com calma puxo suas mãos com as minhas, acariciando seus dedos e palmas sem tirar meus olhos dos seus enquanto notava sua respiração pesar.

Puxo uma de suas mãos até meu ombro e me inclino em sua direção, descendo meus lábios à tentação que era seu pescoço. Seungmin solta o ar, como se estivesse prendendo-o a tempo demais e eu sugo a sua pele de leve.

Meu Deus, ele era delicioso. Seu cheiro, o grunhido que escapou por entre seus lábios, a forma que seus dedos agarraram os músculos de meu ombro...

E eu achava que eram demonstrações de tensão, ainda pelo nervosismo de ser tocado, mas pude perceber o quão errado eu estava, ao ter sua outra mão puxando o meu rosto em direção ao seu.

Minnie se inclina e alcança meus lábios, deslizando os dedos longos pela minha nuca para me puxar contra si e eu não nego avanço nenhum. O beijo com tudo que havia em mim.

Os sons de nossas bocas e línguas devorando ao outro cobrem o quarto e estava delicioso, essa era a melhor sensação do mundo e eu queria que durasse para sempre, principalmente quando no primeiro instante em que minha mão invade seu roupão até a pele quente de sua cintura, ele não reclama.

Porém, o segundo show de fogos de artifício do casamento — que, por incrível que pareça, ainda acontecia lá em baixo — preenche a vista.

As cortinas estavam abertas, o que poderia fazer dessa noite perfeita, só que o som alto que rasgava o céu tira Seungmin do transe incrível em que estávamos.

Ele se encolhe e se arrasta mais para cima no colchão, fazendo com que eu deixasse de cobri-lo completamente.

— Ei, está tudo bem. São só...

— Não. — Ele me interrompe. — Eu acho que não está tudo bem.

— Está sim. — Arrasto-me em sua direção, vendo-o pôr suas costas contra o encosto da cama.

Levo meus dedos até o nó de seu roupão e o desfaço, vendo-o observar cada milímetro de movimentos meus enquanto o quarto era preenchido pelas mais diversas luzes dos fogos.

Seu peito chamava meus lábios, então eu os levo até ele. Beijo a sua pele com lentidão, pressionando sua cintura com a minha palma firmemente para que ele sentisse muito bem a minha presença.

Então vou subindo devagarinho, ouvindo seus suspiros antes de alcançar a sua boca. Então o beijo e sinto todo o medo e recusa do último minuto se diluir no desejo que sua boca entregava.

Sinto suas mãos, tão quentes, virem contra as minhas coxas, subindo até meu quadril para me puxar mais para perto. Ele queria isso. Queria tanto quanto eu.

— Viu? Está tudo bem — sussurro em seu ouvido e sinto sua boca vir ao meu pescoço.

E, Meu Deus, ele era tão bom nisso que eu chegava a tontear.

Enfio meus dedos em seus cabelos pela sua nuca e me acomodo em seu colo, incapaz de evitar grunhidos... Minha respiração pesava, meu coração batia forte demais e meu corpo inteirinho... fervia. Seungmin era bom, tão bom. Ele era bom até demais.

Quem antes se mostrava tímido agora me empurrava para trás. Eu caio sobre o colchão e o vejo cobrir-me com seu corpo. Seu peito nu, seu joelho entre minhas pernas, sua mão em meu pescoço. Meu Deus. O que eu fiz para ter tanta sorte?

Ele havia se entregado e estava apossando-se de meu corpo. Sua boca volta a minha e eu levo minhas mãos pelas suas costas efervescidas que reagiam ao meu toque, tensionando-se sempre que eu tocava nos pontos mais sensíveis de sua pele. Era tão bom descobri-lo dessa forma.

Só que... quando minhas mãos vão ao seu quadril, ele as segura, levando-as com força a cada lado de minha cabeça.

Espera ai. Seungmin estava me dominando? Ele queria...? Ele realmente queria...?

— Minnie. — O paro e seus olhos vem aos meus.

Fazia todo sentido. Minha irmã me lembrou disso mais cedo. A possibilidade dele já ter estado com um homem era baixa. Talvez eu devesse perguntar. Mas uma coisa era clara... ele estava em uma demonstração de poder que parecia querer determina-lo como ativo.

E eu encontrava um grande problema aí: o fato de eu não realmente gostar de ficar por baixo.

— O que...? — O noto engolindo em seco.

Ele sabia bem a conversa que estava por vir. Seungmin tentava tomar o controle antes de me dar qualquer outra opção.

— O que nós estamos fazendo aqui? — Pergunto desprendendo-me dele e já o seguro pela cintura, para trocarmos de posição.

O ponho sob mim e levo meus lábios ao seu abdômen, sentindo sua mão vir aos meus cabelos e eu observo o que acontecia ali entre suas pernas sob a calça de moletom.

Chupo a sua pele e finalmente levo minha boca ao seu mamilo, tendo seus dedos agarrando e puxando algumas mechas como reação.

Subo mais meus lábios e o faço gemer baixinho ao passar a minha língua pelo lóbulo de sua orelha antes de sussurrar em seu ouvido.

— Tu quer me foder, é isso? — Alcanço seus lábios em seguida, para que ele não precisasse responder de imediato. — Tu já fez isso? Sabe como funciona? — Pergunto baixinho.

— E-eu... eu sei como funciona — diz da forma mais nervosa possível, o que me faz rir baixinho e esconder meu rosto em seu ombro.

Essa sua versão inquieta e intimidada me atraía mais do que devia, mas eu não cederia.

Era hora de negociar. Minha especialidade.

— Ok, Kim Seungmin... — Ajoelho-me, apoiado a cada lado de suas coxas e começo a abrir a minha camisa. — Eu acho que talvez tenhamos um impasse aqui...

Eu o noto respirar fundo assim que deslizo a peça pelos meus braços, o que me faz sorrir, mesmo tentando evitar. Era bom ser admirado dessa forma.

— Por que um impasse? — Seus olhos tentavam se prender nos meus, mas meu peito chamava demais a sua atenção.

— Acontece que... — Seguro suas pernas e o puxo com firmeza contra o meu quadril, mais rápido do que ele poderia reagir. — Eu também quero te foder.

Seung aperta os olhos com o susto e isso me diverte um pouquinho.

— E se nós colocarmos em uma balança, eu tenho mais experiência, então...

— Ei. — Ele me interrompe, apoiando-se em seus cotovelos enquanto eu ainda segurava suas pernas entorno de meu quadril. — Esse argumento literalmente funciona na via dupla, Seo Changbin.

Ele me encara com uma expressão maliciosa demais. É, eu não devia esquecer que Seungmin é difícil demais de intimidar.

— Porque se tu é mais experiente, o fato de eu ser menos, deveria me dar vantagem, não acha? Oportunidade de escolha...

Ele argumenta e eu rio, vendo sua língua passando por seus lábios e sentindo seu quadril quente contra o meu... Era uma combinação tentadora demais.

Então antes de respondê-lo, apenas inclino meu rosto na direção do seu, pressionando seu quadril contra o seu e ele não reclama, já que minha boca na sua não o permitiria falar.

— Eu realmente não acho — digo de uma forma manhosa que o faz respirar fundo.

Era difícil para ele se conter, eu percebia isso com clareza.

Subo minhas mãos ao seu pescoço e o acaricio, sentindo seus lábios voltarem aos meus e eu suspiro com o toque, porque por mais divertido que fosse discutir com ele entre provocações, eu realmente queria beija-lo. O máximo possível.

E ele não se mantém tanto tempo com as mãos longes de mim. Seungmin senta-se a minha frente e já alinha o corpo ao meu.

Suas palmas quentes percorrem os meus ombros, braços e peito, mantendo um de meus mamilos entre seus dedos e ele me acariciava de uma forma que só me fazia imaginar mais e mais como seria fazê-lo sentir prazer sob meu corpo.

Só que, mais uma vez, ele decidia agir e me empurrar contra o colchão.

Eu não o impeço, apenas aprecio a sensação de seu peso sobre mim, junto a toda atenção de sua língua e mãos.

Só que a sua boca não mantém-se por tanto tempo contra a minha, porque logo ela começa a descer... pelo meu pescoço, beijando meu peito, chupando meu peito de uma forma tão, mas tão, gostosa...

Acabo gemendo mais alto do que eu seria capaz de admitir. Tinha tanta vontade nele que minha cabeça viajava pelas mais diversas imagens. As mais insanas e perversas formas que eu queria tê-lo para mim.

— Esse som... — Seus olhos sobem aos meus. — É bom de ouvir.

— A culpa é tua se a tua boca é tão gostosa. — Digo já me sentando e o puxo de volta aos meus lábios. — Realmente... gostosa.

Seguro a sua nuca e desço a outra mão por seu corpo quente, apertando sua cintura antes de alcançar a sua coxa. Eu queria tanto tocá-lo. Tanto.

— Me deixa descobrir o que mais é tão gostoso assim em ti, Seung... — peço baixinho contra seu ouvido e puxo a sua mão até meu cinto.

— Bin... — Sua respiração pesa e eu beijo seu pescoço, sentindo-o contorcer-se sob meu toque.

— Abre — ordeno e ele respira fundo, obedecendo os meus comandos.

Eu o ajudo a me livrar da peça, deslizando minhas duas mãos pelas suas costas quentes para puxa-lo de volta contra mim e assim que alcanço seu ombro, desço uma de minhas mãos por seu braço, notando cada arrepio seu e assim que alcanço seus dedos, os puxo por entre as minhas pernas.

— Tu acha que dá conta? — Envolvo sua palma em mim, sobre o último tecido que me cobria e noto em seus olhos como ele realmente não tinha experiência nenhuma.

Seungmin talvez jamais tivesse tocado em um corpo masculino além do seu. E eu realmente não tinha nenhum fetiche com virgens ou coisa do tipo, mas por algum motivo, a ideia de ser o primeiro invadindo esse seu corpo perfeito e intocado, me atiçava.

— Se tu não da conta... — O provoco, querendo que ele apenas baixasse a guarda e me deixasse fazer o que eu realmente queria com seu corpo.

— Ah, cala a boca. Tu não é o único que não é tão facilmente manipulado aqui. — Acabo rindo alto. — Tu acha que só tu tem estratégias aqui? — Pergunta me pressionando contra o colchão de forma repentina.

E sua expressão... Meu Deus, tinha uma determinação nele que me excitava. Estranhamente, tudo nele era estimulador. Isso não me parecia seguro. Eu não devia me render. Não. Eu não iria.

— Acha que eu também não sou capaz de te fazer seguir cada um... — Seungmin aproxima-se de meus lábios e eu ficava sentindo essa necessidade insana de beija-lo... — de meus comandos?

Ah, eu devia agir. Porque se não... eu estaria encrencado.

— Eu tenho uma vantagem aqui, Seungmin. Não me faça usa-la. — Suas sobrancelhas se juntam e ele me observa, claramente cheio de hesito para me perguntar qual era.

— Hum... — Eu sorrio para essa sua expressão curiosa e preocupada.

— É força, Kim Seungmin.

Seguro sua cintura e o faço gritar de susto ao puxar seu quadril pelo meu.

— Changbin! — Ele tenta escapar, mas eu o afirmo contra mim. — Espera, não... — Seung aperta os olhos, empurrando meu abdômen com as duas mãos, assim que mesmo com duas peças de distância, eu consigo faze-lo sentir a minha rigidez por entre seus glúteos.

Ele solta o ar e morde o lábio ao arranhar meu abdômen em uma reação quase desesperada que o fazia questionar toda a sua vida sexual até agora. Eu tinha certeza disso.

— Espera — repete.

— Por quê? — Eu empurro meu quadril contra o seu, rebolando e sentindo sua tímida dureza encostar na minha, o que o faz grunhir e tentar livrar-se de mim mais uma vez. — É só tu confiar em mim uma só vez, parar por um instante e sentir isso...

Volto a rebolar, usando o máximo de pressão de meu membro contra ele. Esfregando-me onde eu desejava que Seungmin permitisse que fosse meu.

E ele geme. Seungmin simplesmente geme em um som tão manhoso e deliciosamente alto e claro que me deixa duro.

E seus olhos são abertos, assustados. Tanto pela sua nada tímida reação quanto pelo que ele com certeza sentiu crescer sob si.

— Oh, tu perdeu essa, Seungmin. — Eu o agarro e o deito sobre o colchão e é aí que ele realmente se desespera.

— Não, Bin! — Ele segura as minhas mãos quando eu agarro a barra de sua calça. Eu precisava dele nu. Sob mim. Minha pele quente na sua. Meu corpo invadindo-o...

— Por que não? — Pergunto mais uma vez, levando minha mão pela parte interna de sua coxa e sem querer... minha mão cobre seu membro. Oh, ele estava duro, duro. E ele era... ah, grande. — Tu acha que eu não saberia cuidar de ti? Eu sei ser gentil quando necessário.

— Não é isso, é que... — Ele não conseguia completar a frase. Eu teria que adivinhar?

— Tu acha que não vai gostar? — Pergunto segurando as suas pernas e ele, mais uma vez, se assusta, quando eu levo meu quadril contra o seu em um impacto que o faz agarrar os lençóis. — Por que eu realmente acho que tu vai. E isso não sou eu apenas querendo te foder, isso sou eu querendo te dar prazer.

Seus olhos prendem-se nos meus. Sua respiração era pesada, mas a culpa não era só o tesão preso em seu corpo tenso. Ele estava assustado. Com medo. Talvez ele realmente não estivesse pronto...

— Eu não vou mais argumentar — sussurro acariciando suas coxas com as duas mãos. — Eu só vou...

Pego um dos travesseiros, ao lado de sua cabeça, e o levo sob a base de suas costas, alinhando nossos quadris antes de eu empurrar o meu contra o seu, simulando uma penetração sem tirar nenhum dos dois tecidos entre nós. Foi um movimento lento, mas preciso, que o fez grunhir baixinho.

Eu estava tão duro que eu tinha certeza que ele me sentia com clareza. E eu... eu precisava senti-lo, também.

Repito o movimento mais algumas vezes, sem ouvir pronunciamento nenhum que me pedisse para parar, então apenas sigo e com calma afasto as suas pernas, deslizando meus dedos pela parte interna de sua coxa até alcançar sua rigidez.

E é quando Minnie perde o ar. Eu o estímulo com a minha mão sobre o moletom e volto a simular estocadas com mais intensidade até ouvi-lo começar a gemer.

Seungmin esconde o rosto em seu braço e alcança a minha mão com o outro, impedindo que eu a tirasse dali mesmo se eu quisesse.

— Vai me dizer que não gosta? — Pergunto baixinho. — Que isso aqui... — Enfio minha mão sob sua calça, tocando diretamente em seu pau. Tão quente e rígido. Meu Deus. A sensação era perfeita. — Isso aqui não está acontecendo...?

— Cala a boca. — Seu tom ríspido me faz rir.

— Eu calo... se tu me admitir que é bom — sussurro limpando meus dedos, úmidos com o seu pré gozo, em minha boca. — Se tu admitir que... não é só com o teu pau que tu sente prazer.

Volto a falar baixinho ao empurrar minha rigidez mais uma vez contra sua entrada e ele geme alto antes de cobrir seus lábios.

— Admite, Minnie... — Tento deslizar minha mão mais para baixo. Eu queria tanto tocar em sua entrada... Só que ele segura meu pulso. Ok, esse era o limite.

Seus olhos vem aos meus, mais uma vez naquela expressão que me dizia ser cedo demais.

— É. — Ele admite. — Talvez seja...

Era suficiente. Eu não precisava de muitas palavras para me contentar, porque seus sons...

Volto a levar meu quadril pelo seu, ouvindo-o gemer mais alto, o que me faz imaginar o que escaparia por entre seus lábios se eu realmente estivesse me afundando nele.

Uso mais força contra seu corpo, subindo minha mão até a base de seu abdômen e pressionando ali a cada suposta estocada até ouvi-lo grunhir quase que desesperadamente.

— Bin, por favor... — Sua súplica me faz ir mais rápido.

Eu estava tão excitado que era difícil lhe dar atenção.

— Por favor... — Me chama mais uma vez, cobrindo sua rigidez com a própria mão. — Para, eu vou...

"Eu vou...?". Ele iria gozar?

Não, não ia mesmo.

Me impeço de continuar no mesmo instante, vendo seu peito brilhar de suor em uma cena perfeita que fazia meu membro doer de tanto tesão. Eu o odiava por fazer isso comigo.

Era isso que eu sentia agora. Seungmin estava sendo o vilão da minha história, porque isso era tortura. Não tinha outro nome. Era a mais clara e cruel tortura!

Agarro sua calça e a arranco de seu quadril antes mesmo dele conseguir reagir. Ele estava tão duro e seu corpo era tão perfeito que eu só conseguia imaginar a minha boca o devorando... Meu Deus. O que esse garoto estava fazendo comigo?

Seus joelhos juntam-se, tentando impedir que eu continuasse, mas mais uma vez uso força contra ele, tirando a peça por seus pernas.

— O-o quê tu...? — Afasto suas coxas e ele agarra os lençóis.

— Nós não vamos transar, Kim Seungmin — digo com clareza. Ele não precisava surtar. — Porque eu já entendi que tu ainda não está pronto para isso, então para quieto!

Uso meu tom mais autoritário ao vê-lo tentar impedir qualquer avanço meu e ele se acalma minimamente, mas consigo reacomodar o travesseiro sob ele, elevando mais o seu quadril para que eu pudesse vê-lo melhor.

— Tu sabe o quão gostoso tu é? — Pergunto ao envolver sua rigidez em minha mão. — Eu acho que tu não sabe. Porque se tu soubesse, Seungmin...

Tento distraí-lo com as minhas palavras ao me posicionar melhor e finalmente volto a levar o impacto de meu quadril contra o seu, só que agora, tê-lo nu, me dava a oportunidade de fazer meu pau tocar exatamente onde devia.

— Changbin! — Ele me chama, tentando sentar-se, mas eu o empurro de volta a cama.

Era só pressão, eu não estava o penetrando. Ele não podia reclamar. E ele não iria, porque tudo o que passa a sair de sua boca são apenas gemidos. Gemidos deliciosos.

Ele expressava tanto prazer que era loucura não ouvi-lo implorar para que eu verdadeiramente o penetrasse. Porque... pra mim não era suficiente.

Eu apostaria dinheiro no fato de que ele provavelmente nunca foi tocado dessa forma. Seu corpo não estava acostumado a sentir esse tipo de estímulo e conhecer mais sobre si mesmo... o levava a beira do limite.

Por isso aumento a intensidade de meu quadril, mas principalmente a de minha mão estrangulando seu membro e não demorou para que eu finalmente ouvisse os sons de seu orgasmo.

Seungmin afasta as costas do colchão e do travesseiro, contorcendo-se e agarrando tudo a sua volta. Tudo o que eu pude fazer foi admira-lo antes de me lembrar que era a minha vez de ser agradado.

E enquanto eu o via perder todos os sentidos, faço com que as sensações durassem ao máximo, mantendo uma mão no estímulo de sua rigidez, levando a outra até a minha cueca para tirá-la de mim.

Seungmin sequer percebe quando sente o toque quente da minha pele na sua. Eu apenas deslizo meu pau no seu e ele solta o ar.

— Tudo bem? — Minnie apenas assente.

Então avanço meu corpo sobre o dele e assim que alinho nossos rostos, eu o beijo, sentindo suas duas mãos virem as minhas costas em um aperto que me traz uma mistura perturbadora de tesão e conforto.

E uma porcentagem pequena de mim me faz questionar o que eu realmente queria dele.

Tento me afastar desse tipo de pensamento e seguro a sua mão, usando-a para envolver a minha rigidez junto a sua, então volto a movimentar meu quadril, sentindo seus longos dedos arrancarem gemidos meus.

Meu corpo suava por inteiro, mas ele não se desprendia de mim. Seungmin me beijava e agarrava minha nuca, mordendo e chupando meus lábios ao arrastar as suas unhas pelas minhas costas enquanto me estimulava e eu continuava a levar meu corpo pra frente e para trás... tantas e tantas vezes.

— Mais forte. — Peço. Eu queria que sua mão me apertasse tanto que eu mal conseguisse me mover. — Mais forte, Minnie. Mais apertado. Me faz gozar. — Seus olhos prendem-se nos meus, obedecendo meu pedido.

E foi encarando seu rosto e perdendo o meu ar junto ao seu que acabamos sendo levados a um orgasmo juntos. Era o seu segundo da noite, mas pela intensidade do meu, não reclamaria nadinha sobre a contagem de pontos.

Eu agarro sua cintura e o afundo no colchão, vendo meu líquido misturando-se ao seu sobre seu abdômen.

Minnie esparrama-se na cama. Fraco. Seus olhos fechados, seu cabelo colado na testa. Ele estava vermelho, suado, sem fôlego, coberto de sêmen e de alguma forma... ele nunca esteve tão lindo aos meus olhos.

Hum? Que tipo de pensamento era esse, Seo Changbin?

Balanço a cabeça e me ajoelho, observando meu corpo sobre o seu enquanto Seung não movia nada além de seu peito que subia e descia com força.

"Vocês já estão prontos para isso". Minha irmã havia dito algo do tipo. O que ela sabia a mais do que eu?

De qualquer forma, isso não importava. Seungmin importava. Só ele. E se tê-lo era realmente uma disputa hoje, eu tinha quase certeza de que saí vitorioso.

— Acho que provei um ponto. — Ele ri abafado, finalmente trazendo os olhos em minha direção.

— Ah, cala a boca.

Sua expressão era boa, naquela perversão típica que eu realmente gostava de ver, só que ela se fecha ao encarar seu corpo... nossos corpos.

Eu ainda estava sobre ele, suas coxas cobriam as minhas, seu abdômen coberto pelo resultado de nossa noite juntos...

Ele, de repente, pareceu um pouco confuso. O notei mordendo o lábio e engolindo em seco em míseros fragmentos de segundos. Isso não era bom.

— Qual o problema? — Pergunto ao segurar seu rosto, para que ele olhasse somente em meus olhos.

— Oh, nenhum. — Minnie força um sorriso. — Acho que eu só... preciso de um banho. — Ele faz careca e eu acabo rindo um pouquinho.

— Certo. É uma boa ideia — digo e levo meus lábios aos seus.

Era um teste rápido. Eu precisava saber se ele responderia ao toque de meus lábios e, felizmente, fui bem recebido. Ok, ao mínimo não pareciam sinais de imediato arrependimento.

Talvez fosse apenas muita coisa para ele processar, eu não devia ficar paranóico com isso.

— Vou esquentar a água para ti — digo já me pondo de pé.

Eu estava um pouco bambo, mas logo me recomponho para ir até o banheiro. Ligo o chuveiro e me limpo um pouco antes de vestir um roupão ali disposto em uma prateleira de madeira clara.

Então me viro para ir buscá-lo, mas Minnie já se dispunha na porta no instante em que me levo em sua direção.

Ele estava nu. Seu corpo ficava incrível sob essa luz amarela do banheiro, mas, infelizmente, quando ele nota a claridade e meu corpo coberto, Seungmin se esconde, de volta ao quarto.

Vou até ele — já levando minha bolsa junto, que antes estava no banheiro, para mantê-la longe dele — e o vejo catando seu roupão no chão antes de se vestir.

— Um desperdício. — Pronuncio-me e ele apenas levanta o dedo do meio para mim ao voltar até o cômodo já preenchido pelo vapor d'água.

Eu queria me oferecer para entrar naquele box com ele, mas... não me parecia uma ideia tão boa assim. Se no instante seguinte ao tê-lo gozando sob mim, ele já pareceu um pouco desconfortável, me oferecer para estar com ele dessa forma íntima soava como uma péssima ideia.

— Bom banho... o segundo da noite. Espero que seja melhor que o primeiro... — Digo recebendo apenas o seu olhar, misterioso como sempre, antes de fechar a porta.

Certo. Eu não tinha certeza o que se passava por sua cabeça agora.

E geralmente, com qualquer outra cara, isso não importava, porque uma noite casual como essa sempre era sobre uma só coisa: prazer. Isso para mim e para quem quer que estivesse comigo.

Só que eu não sabia de nada sobre Seungmin agora. O que ele queria de mim? Como estava se sentindo? O que tudo isso significava? Isso se... significava alguma coisa.

Ele disse que não me queria porque eu o via como uma conquista. Isso significava que não era o que ele desejava ser meu?

Eu devia descobrir, mas antes do que isso...

— O que eu quero...? — Pergunto a mim mesmo, baixinho.

Eu devia ser objetivo. Prático. Pensar no agora antes do futuro.

Eu queria que ele passasse a noite comigo? Fazia sentido... Quer dizer, eu não tinha muitas expectativas, sei que ele não se permitiria avançar de forma alguma, mas o quarto já estava pago. Não tinha porque não ficarmos aqui.

Afinal, ele era o meu acompanhante. Minha responsabilidade e eu havia esquecido de parar de beber. Não podia dirigir agora.

Organizo-me e ponho meus pensamentos nos eixos.

A primeira coisa que faço é ligar para a minha irmã, conferindo se o celular de Seungmin estava na bancada ao lado da porta de entrada do quarto enquanto ela não atendia.

Assim que ouço sua voz, recebo dezenas de perguntas, ignorando todas elas antes de pedir por sua ajuda. Eu precisava de cobertura.

Ela diria aos meus pais que eu havia bebido demais e por isso ficaria no hotel, enquanto para os pais de Minnie, seu motivo para ficar seria apenas para que eu não ficasse aqui sozinho bêbado, como o bom amigo que ele era...

Com isso organizado, ligo para a recepção. Peço dois kits de higiene e pergunto sobre a possibilidade das roupas encharcadas de Minnie serem lavadas para que ele tivesse peças mais quentes do que as que eu havia oferecido mais cedo para ir embora amanhã.

No instante que desligo o telefone, agradecendo pela hospitalidade do hotel, ouço a porta do banheiro abrir.

Pego uma água do frigobar, abrindo-a ao ir em sua direção e me preparo para oferecê-la a ele, mas dou uma leve travada ao ver seu tronco quente e molhado com a toalha enrolada abaixo demais da sua cintura... era uma visão tentadora.

— Oh, tu é... — Foco, Changbin. Não precisa babar por ele.

— Hum? — Minnie junta as sobrancelhas, pegando a garrafa d'água da minha mão, obviamente com sede.

— Gostoso. Muito gostoso. — Me livro de qualquer filtro, porque... bom, foda-se. Ele era, mesmo.

Noto seu rosto ruborizar. Meu Deus. Ele não era só gostoso. Era adorável também.

— Eu tinha coisas pra te dizer, mas esqueci. — Admito e ele ri, claramente acanhado.

— Tu estava falando no telefone. É sobre isso?

— Ah, sim! — Balanço a cabeça e já o deixo por dentro de todos os detalhes.

Encarrego-o de pegar o que estavam trazendo para nós e entregar sua roupa molhada, mas então percebo que havia esquecido de um detalhe... perguntar se ele queria ficar.

— Espera, o quê? Eu estava pensando em... só tomar banho e... — Ir pra casa? Era isso que ele planejava?

— O quarto já está pago e eu não posso voltar dirigindo, porque bebi demais. E... é uma viagem, sabe, ir com meus pais e ter que voltar amanhã pelo carro daria bastante trabalho, não acha?

Ele me analisa, cruzando os braços sob seus mamilos eriçados. Era pelo frio, não era? Não tinha nada a ver comigo... mas podia ter...

Meu Deus, Seungmin. Coloque uma roupa! Hum... Não... é melhor, não. Essa vista era boa demais. Ele podia continuar me distraindo.

— Tu vai querer me deixar sozinho, mesmo? Aqui, nesse quarto gigante e luxuoso, cheio de chocolates já pagos na gaveta, meia garrafa de vinho, com lençóis de fio egípcio e...

— Eu já entendi! — Ele me interrompe, rindo. — Eu só... não sei se é uma boa ideia.

— O que te preocupa? É sexo que te preocupa? Porque eu não vou tentar nada. — Levanto o mindinho entre nós e ele ri nasalado. — Posso fazer um juramento de escoteiro, se tu quiser...

— Tu nunca foi escoteiro, Changbin-ah. — Continua rindo, agora já afastando-se de mim, indo até o quarto, em busca de suas peças.

— Um belo ponto, tu tem aí... — O sigo, mas então fixo meus pés no chão.

O que eu estava fazendo? Implorando? Desde quando eu era assim?

Seungmin me olha sobre o ombro, notando o meu abrupto silêncio, ao sentar na cama para vestir a calça de moletom que eu havia arrancado dele...

— Bom... — Mordo o lábio, observando-o. — Eu vou tomar banho.

— Bom banho. — Diz com um sorrisinho no rosto e eu apenas dou as costas para ele.

Seungmin me confundia um pouco. Era difícil estar com alguém sem saber o que ele queria de mim...

Ando até o banheiro, mas antes de entrar no cômodo, vou até a sala em frente a cama e sirvo as duas taças de vinho que permaneciam ali do início dessa nossa noite...

O olho e Minnie apenas ri nasalado, provavelmente pela minha audácia, mas me ignora em palavras.

Então, como planejado, todo um banho quentinho, repassando a noite em minha cabeça. As imagens de seu corpo, todos os seus músculos reagindo ao meu toque... seus sons...

Essa era uma daquelas noites que eu ficaria reprisando em minha mente por muito mais tempo que eu gostaria de admitir.

Ele era tão sexy e a sua boca tão gostosa... todas as sua reações. Meu Deus. Esse garoto era literalmente apaixonado por mim a alguns anos? Quanto tempo eu perdi?

Não demoro para sair dali, já vestindo o roupão para ir atrás da minha peça íntima.

E quando olho em direção ao quarto, vejo ali Seungmin, sobre a cama agora perfeitamente arrumada, de bruços, enquanto mexia em seu celular, sem camisa e com a taça de vinho na mesa de apoio ao seu lado.

Ando em sua direção, sem conseguir desviar meu olhar de seu corpo e ele ignora a minha aproximação, o que me provoca ao ponto de agir antes de pensar, levando a minha mão a sua nuca.

E ele, obviamente, se assusta quando eu afundo seu rosto no colchão, já descendo meus lábios pelas suas costas, enquanto minha outra mão arrepiava seu corpo ao ser levada em toque leves até a base de sua coluna.

— Bin... — Ele me chama, em um tom baixo e trêmulo.

Subo na cama e desço meus lábios, assim como a minha mão, que agora envolvia a sua bunda em um aperto e ele começa a se virar sob mim, mas para o seu azar — ou sorte —, minha boca acaba alinhando-se ao seu mamilo, e eu apenas o chupo.

E ele perde o ar, alcançando o meu rosto com as duas mãos e eu continuo, indo ao seu outro, para garantir que os dois estivessem eriçados, mas que agora fosse para mim, não para o frio.

— Diz que vai passar a noite comigo — peço baixinho, subindo meus lábios ao seu pescoço.

Sinto seus dedos agarrarem meus cabelos e as minhas costas.

— Por que tu quer tanto que eu fique? — Oh, essa pergunta parecia ter uma resposta certa...

Tento arranjar tempo para pensar, levando a minha boca até a sua. Seungmin me beija e afasta o meu roupão de meus ombros, agarrando a minha pele com suas mãos enormes e quentes.

Seu beijo era tão bom. Sua língua encaixava-se tão bem na minha... Essa sensação não era tão fácil de encontrar por aí...

— Porque eu quero te beijar mais — sussurro. — Toda a noite. Só te beijar. É suficiente. — Por hoje, devia admitir. — E o nosso acordo é sobre o evento, não é? Teoricamente... amanhã eu devo te deixar em paz.

Eu observo cada expressão sua ao ouvir minhas palavras. Seungmin não conseguiu segurar o olhar no meu, então eu segui a direção de seu rosto, percebendo um breve desconforto.

Por quê? Ele queria que eu não o deixasse em paz?

Bom, isso eu descobriria amanhã, porque hoje...

Cubro seu lábio com meu dedo, querendo a sua atenção e assim que Minnie me olha, um sorriso travesso seu transparece e eu sou logo derrubado ao seu lado, sendo coberto por seu corpo.

— Está bem, Seo Changbin. Eu passo a noite aqui...

E então sou dominado por seus beijos. Longos, molhados e deliciosos beijos. E a noite segue perfeita.

Seu corpo era quente, seu toque incrível. Sabíamos parar um pouquinho para não atiçar ao outro demais, e assim fomos capazes de realmente só nos beijarmos entre algumas conversas e o restante do vinho.

Falamos sobre qualquer coisa menos o fato de termos praticamente transado mais cedo. Quer dizer, era sexo, mas havia o grande elefante na sala que era a possibilidade de algum dia ele me permitir lhe apresentar todo o prazer que eu podia dar a ele.

Mas esse elefante, mesmo gigante, foi ignorado, posto em um canto e coberto. Era mais fácil assim e hoje devia ser fácil.

Acabamos ficando um pouquinho bêbados de novo e a minha cabeça começou a ser cercada por pensamentos intrusivos demais que me levaram a pedir para ele tirar as calças e me permitir chupa-lo, mas Seungmin simplesmente não me levou a sério e começou a rir quase desesperadamente, dizendo absurdos como: "transar com um cara é loucura, eu jamais faria isso".

Bom, ele meio que havia feito coisas bem próximas a isso, mas tudo bem. Minnie estava com as bochechas rosadas, as palavras se embaralhavam antes de saírem por sua boca, então eu não as levaria a sério.

Apenas o levei ao banheiro para fazermos nossa higiene, finalmente vesti a minha cueca, depois de tanto tempo nu sob o roupão que eu já não precisava mais que me cobrisse.

Então, sem ele, esparramo-me na cama antes de pedir para Seung deitar em meu peito e foi simplesmente assim que dormimos.

Notes:

Espero que estejam gostando ❤️

Caso queiram comentar a opinião de vocês, eu apreciaria muito!! Até o próximo capítulo!!!

Chapter 3: ෆ 𝗖𝗮𝗰̧𝗮 𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗾𝘂𝗶𝘀𝘁𝗮 ෆ - parte 3

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Acho que uma grande burrice havia sido feita. Não, eu não achava. Tinha certeza. Uma das minhas maiores em toda a minha vida.

E eu só percebo isso assim que acordo.

Porque... bom, as cortinas estavam abertas e, ao amanhecer, o sol cobria logo o meu rosto. Raios luminosos, claros e capazes de deixar qualquer um cego são o motivo do meu despertar.

Mas essa era realmente a única burrice, porque acordar percebendo onde eu estava e com quem eu estava fazia de mim incapaz de evitar um sorriso.

Levo minha mão ao meu lado, na cama, mas para a minha surpresa, ali estava vazio, e pior... frio.

— Minnie? — Me sento no mesmo instante.

Olho em volta, tentando acostumar meus olhos com a luminosidade, esperando que ele aparecesse de qualquer canto que fosse. Um instante sem resposta e eu já me botava de pé.

— Seungmin?! — O chamo, indo até o banheiro.

Nada.

Procuro por seus sapatos, seu celular. Qualquer coisa. Nem as taças estavam aqui. Ele deve ter entregado elas quando recebeu suas roupas secas antes de... ir embora.

Seungmin havia ido embora.

O que eu devia pensar? Alguém não querer acordar do lado de outra pessoa depois de uma noite juntos não era nenhum absurdo, mas por que eu me sentia dessa forma? Tão... agoniado.

Essa sensação estranha cobriu o meu peito. Era profunda e invasiva, absolutamente desconfortável.

Seungmin tinha todo o direito de não querer me ver pela manhã, eu sabia disso, só que... esse seu desconforto era tanto a ponto dele ter pegado a estrada sozinho?

Como? Até haviam ônibus, mas acho que essa era a única forma. Uma banco duro e frio. Táxi até Seul seria uma fortuna.

Está bem. Ele realmente passou trabalho para ir embora antes de eu acordar. Andando pé por pé? Evitando me encarar? Voltando de ônibus? É, talvez eu devesse me preocupar, sim.

Respiro fundo e tento ser racional. Seungmin havia gostado de ontem, eu tinha certeza. Acordar do meu lado pode ter feito ele se apavorar um pouquinho. E só.

Eu não havia arruinado uma das minhas relações mais antigas em uma noite. Não. Isso não havia acontecido.

Era cedo, mas eu não conseguia mais dormir, então vasculho o quarto mais uma vez, notando as peças que eu havia emprestado a ele ontem dobradas dentro da minha mochila.

Entro no carro e tento refazer a noite inteirinha em minha cabeça. Nossa, havia sido bom. Realmente bom. Eu não tinha certeza se em algum momento ele demonstrou que eu agi de forma errada.

O que eu havia feito?

Chego em Seul e vou a casa de meus pais. Era domingo, então sempre almoçava aqui. Jaehee aparece instantes depois de eu chegar e invade as fofocas que estávamos atualizando sobre o casamento para me puxar até o seu antigo quarto.

— Me conta tudo. — Ela me faz sentar na cama. — Tudo! Tudinho.

E por alguns minutos eu havia esquecido dele. Só que agora... toda a frustração volta de uma só vez, derrubando-me para trás.

— Foi terrível! — Resmungo ao cobrir meu rosto.

— O quê? Como assim terrível? Impossível!

— Não ontem a noite. Ontem foi perfeito, foi tão... — Suspiro, permitindo-me olhar para a minha irmã. — Foi tão incrível que acordar e ele ter sumido foi como um soco bem no meio do meu estômago.

— O quê? — Seu queixo cai e ela se senta ao meu lado.

Reacomodo-me, deitando de lado ao puxar o travesseiro para que eu pudesse abraçá-lo. Seria ridículo se eu chorasse um pouquinho?

— Como assim? O Seungmin não tem cara de quem da perdido dessa forma... ele com certeza vai se explicar.

Ela tentava dizer com firmeza em seu tom, para me dar algum tipo de segurança, mas eu não conseguia acreditar.

— Depois de ter ido embora de fininho, sem nem deixar recado na recepção ou mandar uma mísera mensagem? — Pego meu celular e mostro a minha conversa com ele ali. Nada.

— Oh, isso... — Ela cerra o olhar para mim, de repente. — O que tu fez?

— O que eu fiz?! — Me ofendo com seu tom. — Nada além de dar dois orgasmos para ele. — Levanto dois de meus dedos na altura de seu rosto e ela reage com tanta repulsa que me faz rir.

— Eca, eca, eca! — Jaehee se levanta, tapando os ouvidos.

— E isso porque eu peguei leve. — Rio dela e de toda essa sua reação.

Se ela dizia absurdos sem pensar, iria ouvir o que não queria.

— Meu Deus, cala a boca. — Continuo rindo, mas não seguro a expressão por muito tempo.

Acabo suspirando e me sentando sobre o colchão antes de recostar as minhas costas na parede.

— Eu realmente não sei se fiz alguma coisa de errado. Ele estava inseguro no início, eu sei disso — admito e a vejo assentir, voltando a me levar a sério. — Só que... quando ele pareceu confiar um pouco em mim, a noite se estendeu sem problema algum. Foi fácil... Sabe quando "clica"? — Dou um estalo com meus dedos.

— Quando tem química? — Apenas assinto. — Tu acha que ele se arrependeu? — Pergunta cheia de hesito, com medo dessas palavras me machucarem... e é, machucaram.

— Eu realmente espero que não.

— Porquê tu gosta dele...? — Seu olhar sobre mim era cheio de expectativas.

— Porque... — Respiro fundo, um pouco desconfortável. Eu não sabia bem o que dizer. — Ele é alguém por quem eu me importo. Um amigo antigo. Alguém com quem eu tive uma noite realmente muito boa. Seria um desperdício terrível se fosse a única...

— Ai, eu odeio homens! — Ela se levanta, cruzando os braços, e eu apenas junto as sobrancelhas. — Por que é tão difícil assim pra vocês admitirem que gostam de alguém? As vezes uma noite fica boa por conta de um peso emocional, sabia? — Defende. — É daí que vem a química!!!

— Tu não sabe de nada. — Atiro uma almofada nela, mas Jaehee a pega no ar e a atira bem no meio de meu rosto. — Idiota. — Cubro o meu nariz que havia sido o ponto de impacto.

— Eu sei que ele gosta de ti! — Como? — Da para notar, oppa!!!

Eu não devia cair nessa. Jaehee tinha uma tendência bem clara de ser um pouquinho iludida. Por isso ela nunca conseguia namorado.

— Ah, cala a boca. — Era fácil me irritar com essas suas suposições.

Eu não me importava que Jae se metesse na minha vida, porque isso me dava o direito de fazer o mesmo com ela. Só que enfiar sentimentos profundos aqui não fazia sentido. Por que ela insistia tanto?

— É a coisa mais óbvia do mundo o jeito que vocês olham para o outro. Ontem vocês pareciam dois pombinhos na pista de dança, olhando pro outro feito idiotas. Eu aposto que até a nossa mãe percebeu! É ridícula essa negação.

— Não inventa!!! — Me levanto, disposto a brigar com ela, mas a porta de repente é aberta.

— Crianças! — Era a nossa mãe ali. — O almoço está na mesa... Oh. — Ela percebe a tensão. — O que está acontecendo aqui?

— Vai, mãe. Fala a verdade. Tu não acha que o Chang-... — Cubro sua boca no mesmo instante, por trás.

— Cala a boca — sussurro para ela. — Não é nada, mãe. A Jaehee... Aii!!! — Ela morde a minha mão.

— Eu não ia falar nada, idiota. — Jae me empurra. — Mas depois dessa eu vou. — E então se vira para a nossa mãe. — O Changbin quer namorar o Seungmin! — Inferno de garota.

— Oh, outro...? — Hm, era isso que a minha mãe pensava de mim, não é? — Espera ai! — Ela avança para dentro do quarto, fechando a porta atrás dela. — Que Seungmin? O nosso Seungmin? Kim Seungmin?

— Não! — Digo alto.

— Sim! — Jaehee empurra meu ombro para que eu me afastasse dela. — E ele não quer admitir que sente alguma coisa pelo Minnie. — Aponta para mim.

As vezes ela era tão infantil. Era só ser contrariada que virava uma criança.

— Sua boca de sacola! — Eu poderia xinga-la das piores coisas possíveis se não fosse pela minha mãe aqui.

— Oh, mas tu não sente nada e quer namorar com ele? — Pergunta a mim.

— O quê? Eu não quero namorar com ele!!! — Quase me esperneio ao voltar a sentar na cama. — Essa tua querida e mal criada filha que está inventando isso. — Jae coloca o dedo do meio para mim. — E sinceramente, eu não sei se quero conversa sobre isso contigo, mãe.

— Ah, Bin bebê. Tu sabe que pode contar comigo para o que for. Eu sou uma mulher com bastante experiência... — Ugh. Eu não sabia exatamente o que ela queria dizer com isso. — E sempre te lembra que eu sou uma aliada!

Seu tom de confiança se soma ao ato de levantar seu celular para me mostrar o papel de parede, fazendo-me rir. Eu ria, mas meu coração ficava quetinho ao vê-la querendo me relembrar da foto que ali preenchia a tela.

Éramos nós quatro. Jae, meu pai, ela e eu. Estávamos na Parada LGBTQIAP+ de Nova Iorque, segurando bandeirinhas e usando blusas de orgulho que combinavam feito grandes idiotas, mas idiotas que se amavam muito.

Ah. Eu tinha tanta sorte. Devia aprecia-la mais.

— Tudo bem, eu posso conversar um pouquinho sobre isso contigo... — Ela sorri largamente.

— Me conta. Ele sabe que tu é afim dele?

— Os dois passaram a noite juntos ontem... — Jaehee murmura ao remexer na sua antiga bancada, de costas para nós e eu cubro o meu rosto.

— Tu é bem sem noção, mesmo. Não é? — Digo a ela que apenas da de ombros.

— Oh. Faz sentido agora o motivo da Jae ter insistido tanto para eu não ir ver como tu estava... Bom, então qual o problema?

— Não é bem um problema... é só que ele meio que me deu perdido. Hoje pela manhã, Seung não estava mais lá e não me mandou nenhuma mensagem...

— Se tu quer saber o paradeiro dele, por que tu não manda uma? — Junto as sobrancelhas. — Manda uma mensagem, filho!

Ela vem em minha direção e já tenta pegar o celular que eu havia deixado cair ao meu lado sobre a cama.

— O quê? Não, não, não. — Nego com a cabeça. — Esse não é o tipo de pressão que se coloca. Eu só posso esperar!

— A geração de vocês tem todos os atalhos pra se comunicar e parece que vocês fazem isso menos que a minha, não é?

— É, mano. — Jae entra na conversa. — É só mandar um "E aí, gatinho. Tudo bem?". — Ela ri de mim e eu dou o meu melhor para ignora-la.

— Seja mais casual. Não demonstra que tu está desesperado, demonstra apenas um pouquinho de preocupação, de atenção... — Ela se senta ao meu lado. — Hum... talvez um simples "Oi, chegou bem em casa?", baste.

— Oh. — Encaro meu celular. Não parecia uma ideia terrível. — Será? E se... ele me ignorar?

— Bom, daí tu lida com isso. Tu pode escolher entre fingir que está tudo bem ou agir com maturidade e ir atrás do que tu quer...

Que saco. Ela era boa em conselhos, mesmo.

Pego meu celular e não resisto a todo esse seu discurso. Envio as exatas palavras que minha mãe havia dito e encaro a tela.

Nada. Um minuto se passa, então dois... então cinco.

— Uma hora ele vê. — Jae diz baixinho do meu lado. — É melhor irmos almoçar!

Minha mãe concorda e vamos todos pra a mesa. Almoçamos juntos como em todos os domingos e eu ficava encarando a tela de meu celular sob a mesa, de forma bem patética.

Até minha mãe e irmã ficavam tensas com qualquer notificação. Mas ele não responde. Seungmin escolhe a distância. Eu devia respeitar.

A tarde chega e eu vou direto para o meu apartamento.

E foi colocar meus pés para dentro, ao entardecer, que uma notificação especifica brilhou os meus olhos.

Mas talvez fosse melhor que ele nem respondesse, já que o que preencheu ali foi um mísero e vazio "sim, cheguei bem".

É sério? Esse é o melhor que ele conseguia fazer? Me cortar, seco assim? Depois de metaforicamente fode-lo, era dessa forma que Seungmin me tratava?

Oh, esse garoto me frustrava.

Então era isso? Nosso acordo acabou ontem e a partir de hoje eu realmente devia deixá-lo em paz? É o que ele esperava que eu fizesse? É o que ele queria que eu fizesse?

De repente, fiquei zonzo. Por que Seungmin estava me dando tanta dor de cabeça? Mais do que isso! Por que eu me importava?

Respiro fundo e vou direto ao banheiro. Eu não daria esse prazer a ele de continuar tirando o meu tempo e preenchendo a minha mente. Eu tinha dois trabalhos pra entregar essa semana, então seria nisso que eu iria focar.

Tomo um banho rápido depois desse dia tão incômodo e vou para o escritório. Era pequeno, mas confortável. Eu gostava muito mais daqui do que continuar na casa de meus pais. Era mais perto da faculdade. Da academia. Eu tinha minha privacidade. Poderia beber no bar de Hyunjin para ver... hum... Minnie. É, ele vinha na minha cabeça de novo. Idiota.

Me sentei em frente ao computador e ali fiquei por horas, me afundando em trabalho para não pensar em nada além dos meus compromissos.

Acabei dormindo exausto.

Na segunda feira, revirei-me na cama sem vontade de ir para a universidade, já que no instante em que acordei, foi justamente aquele garoto que veio a minha mente, mas eu devia continua responsável, então guardei bem fundo as minhas frustrações e segui meu dia.

Fui idiota ao ponto de "passear" pelo campus onde ele estudava, como se dentre essas centenas de pessoas eu teria a possibilidade de ver Seungmin.

Tentei mentir para mim mesmo que só queria os ares dos jardins belíssimos que não tinham ao redor do meu prédio, mas eu sabia bem porque estava aqui.

E acabei me decepcionando quando seu rosto não apareceu entre tantos.

Eu me sentia corroído, porque quanto mais eu tentava me importar menos, pior essa frustração ficava.

Encarei aquela sua única mensagem o dia todo, a ponto de ter minha atenção chamada por um professor.

Porque esse não era eu. Sou um homem focado, concentrado, do tipo que se está em uma aula é quem saberá responder cada pergunta. Eu realmente não levantava a mão, não me dispunha a ser arrogante ou qualquer coisa do tipo, mas meu professor era apegado a mim e hoje eu não pude ser quem ele esperava que eu fosse.

Me sinto mais cansado que o comum já no meio da tarde e eu devia ir para a empresa de meu pai, para o meu estágio, mas como eu não tinha obrigatoriedade de comparecer todos os dias, ligo para ele e aviso hoje não era um bom dia.

Vou para a academia, mas depois de uma hora já estava indo embora. Nem flertar, passar tempo conversando ou sair daqui com alguém para beber estava me animando hoje e essa costumava ser a melhor parte dos meus dias...

Isso até eu me determinar a ter Seungmin. É, talvez fosse sobre isso... era sobre o meu ego, eu não realmente gostava dele como a minha irmã acreditava.

Na terça, até considero ir até o bar, mas percebo a tempo o quão ridículo seria correr atrás dele, e pior do que isso, nem três dias depois de nossa noite juntos.

Já na quarta, fico orgulhoso por ser capaz de me concentrar em todos os meus afazeres. Estudei e cumpri meus horários de estágio na empresa de meu pai de forma eficiente. Eu era realmente muito bom em ser eu mesmo, era estúpido esse lapso obsessivo que havia me coberto por alguns dias.

E eu poderia me manter orgulhoso, se não fosse por quinta-feira, durante o meu treino e depois de finalmente enfrentar longos flertes, em que só ser convidado para beber em um bar com um cara perfeitamente o meu tipo, a cena de Seungmin sob mim veio a minha cabeça para me assombrar.

— O que foi? Já tem planos?

Seu sorriso era sedutor, eu devia admitir. Só que passar a noite com alguém só faria de mim mais patético.

E isso acabou me revoltando. Kim Seungmin não tinha o direito de me colocar nessa posição. Como ele tinha a audácia de perturbar tanto a minha mente? Não. Eu não podia permitir que isso continuasse acontecendo.

— Eu tenho um lugar para ir, sim. — Ele resmunga baixinho, de forma adorável. — Quem sabe numa próxima.

Então arranjei coragem, sabe Deus de onde, para atravessar a porta e descer a rua até o bar de Hyunjin.

Tentei descobrir o que eu devia dizer ao caminhar três quadras, mas foi colocar meus pés para dentro do lugar, que meus olhos encontraram aos de Seungmin e tudo em minha mente dissipou-se no ar quente do bar sob essa tensão que se fez ao tê-lo em vista.

Ali estava ele, a nem dez passos de mim. Uma bandeja em mãos, copos empilhados e um olhar que vinha direto ao meu. Ele torna-se trêmulo e um dos copos cai sobre o seu apoio.

Eu chego a me assustar, indo em sua direção no mesmo instante e por sorte o copo não havia quebrado, mas foi eu voltar a olhá-lo que eu noto a forma que sua respiração estava pesada. No mal sentido.

— Desculpa... — É a primeira coisa que digo a ele.

Pensei em me afastar, mas decidi pegar a bandeja e tirar um pouco de seu serviço, levando-a até o bar.

— Oh, Binnie. — Hyunjin estava ali, recebendo o que eu entregava a ele. — É bom te ter aqui. Achei até que tinha acontecido alguma coisa no casamento...

— Hum... É? Por quê?

— Sei lá. — Ele olha sobre meu ombro. Seungmin devia estar ali. — É quinta-feira! Quanto tempo antes tu já ficou sem vir aqui? — Eu rio baixinho. — E o Seung anda um pouco estranho nesses últimos dias, mas deve ser outra coisa. — Ele sorri, simpático como sempre.

Suspiro, tentando analisar se havia sido uma boa ideia ter vindo aqui.

Eu queria respeitar seu tempo, sua confusão ou qualquer outro motivo que o levou a me abandonar e ignorar desde domingo, mas eu também queria respostas.

— Me diz, o que vai ser hoje? — Hyunjin me observa, esperando minha resposta, mas eu apenas suspiro.

— Será que o Seungmin pode anotar o meu pedido? — Seus olhos cerram-se em minha direção. Ele havia entendido. Eu realmente era o culpado pelo seu repentino comportamento estranho.

— Ah, claro. Eu tenho... o que fazer lá dentro, mesmo — diz e já se adentra na cozinha, indicando com sua mão para Minnie que eu devia ser atendido.

Pego o cardápio e puxo o ar, tentando pensar nas palavras certas, mas não teve tempo suficiente.

— Qual o pedido? — Ouvir sua voz era bom, mesmo que nesse tom propositalmente ríspido.

Observo as palavras ali escritas em minhas mãos, sem conseguir realmente assimila-las.

— Uma porção suculenta de jokbal, hoje vou tomar cerveja... tu sabe qual eu gosto.

— Uhum — diz, absolutamente impessoal.

— E, para a sobremesa... uma conversa. — Eu o noto engolir em seco.

— Essa não tem no cardápio. Com licença.

E simplesmente da as costas pra mim. Meu Deus. Ele queria me matar.

Kim Seungmin entra na cozinha e meio minuto depois, é Hyunjin quem sai dali. O garoto alto é quem me entrega a cerveja que eu havia pedido. É, claro. Ele havia sido enviado.

— Então tu é o culpado, mesmo... — comenta e eu acabo rindo baixinho, um pouco desconfortável.

— A minha ficha está limpa. — Levanto as mãos em rendição. — Eu juro.

Então fico ali. Recebo minha comida, converso com alguns amigos da universidade que vieram beber em uma quinta à noite, peço uma segunda cerveja, só que na terceira...

Hyunjin estava ocupado, então Minnie não escapa de ser obrigado a me dar atenção.

Ele pega um copo, colocando o outro cheio na mesma posição, mas antes que ele conseguisse tirar a mão, eu a cubro com a minha.

— Ei. Eu quero conversar.

— Eu estou em horário de trabalho. — Ele tenta se soltar de mim, mas eu seguro os seus dedos.

— Me leva a sério, Seungmin. Por favor. Eu tenho o que dizer e sei que tu também tem. E eu... eu não gosto de como eu estou me sentindo com tudo isso.

Ele me olha, mordendo o lábio, com um olhar que me causava desconforto, porque era exatamente isso que ele sentia. Desconforto. Comigo. Seungmin desconfortável na minha presença causava um tipo de frustração que se elevava a dor física em meu peito. Como eu deixei isso acontecer?

— Mas eu não quero. Só a ideia de conversar já me da vontade de fingir um desmaio bem aqui no meio do bar. — Eu acabo rindo.

Como ele podia dizer coisas do tipo nessa expressão tão adorável?

— Eu sou tão assustador assim?

— O quê? Não! Não é... — Ele respira fundo, cobrindo o rosto com as mãos.

Ele arrasta os dedos pela pele em uma inquietude profunda que deixou até a mim aflito.

— Não é exatamente sobre ti. — É tudo o que ele consegue dizer.

— Mas é sobre a noite que passamos juntos...? — Ele apenas suspira antes de assentir.

Merda. Isso não era bom.

Eu queria que ele conversasse comigo. Descarregasse todas as frustrações em mim. Poderia me fazer de saco de pancada se necessário, desde que me contasse o que estava acontecendo aqui. Eu odiava ser quem causava esse aflito todo nele, esse tremor em suas mãos, esse olhar que parecia temer tanto a minha aproximação.

— Eu vou ficar aqui — anuncio.

— Os clientes podem ficar até as duas da manhã. — Afirma com um sorriso fraco em seus lábios.

Isso era decepcionante.

O vejo sair e, mais uma vez, Kim Seungmin me abandona. Tomo a minha cerveja e peço mais uma, então outra, e outra... sempre na expectativa de receber um pouquinho de atenção a mais que o mínimo dele, mas o que eu realmente consegui foi ficar bêbado. Bem bêbado.

Isso era ridículo. Bom, eu era ridículo, mas no final consegui ter um pouquinho do que queria dele: atenção.

— Vem, eu vou te levar para casa.

Minnie tocava em minha cintura e sua mão era tão grande e tão quente. Que sensação gostosa.

— Tu disse que tinha que trabalhar...

— Estamos fechando, Changbin — diz e eu pego meu celular. 01:58.

— Temos dois minutos ainda — digo e ele apenas começa a me puxar.

Sou colocado de pé e ouço alguma conversa em meu entorno, sobre precisar de ajuda, não sei, mas Minnie nega. Sinto apenas a mão dele na base de minha coluna, que logo começa a me direcionar.

Visto o meu casaco com sua ajuda e ele me tira daqui.

— O que estamos fazendo?

— Eu estou te levando em casa.

— Por quê? — Inclino-me em sua direção e puxo sua mão até minha cintura, fazendo-o envolve-la.

— É porque tu está bêbado. Só por isso — diz com desdém.

— Tu faz isso por todos os clientes? — O observo e ele apenas ri baixinho, com um sorrisinho de canto que quase me hipnotizou, mas eu fui forte e me pus no meu lugar de autocontrole.

Me disponho a puxar assunto, só que ele só respondia as minhas perguntas, das mais rasas e idiotas, e quando vi, já estávamos em frente ao meu prédio.

E eu percebo claramente a sua falta de intenção de continuar daqui, então não hesito em agir.

— São três lances de escadas... Tu vai arriscar que eu caia se for sozinho? — Argumento e não havia como perder essa.

Sou levado até o meu apartamento e finjo toda a dificuldade do mundo ao tentar tirar o meu casaco antes de entrar.

— Isso é sério? — Ele ri de mim, já vindo me ajudar.

Eu sinto suas mãos, grandes demais, passarem por meus ombros, em uma temperatura também maior do que eu devia sentir...

Ele era quente e suave. Seu toque passava com delicadeza pelos meus braços e essa sensação fazia meu âmago estremecer. Eu não devia pensar demais, redobraria o meu sofrimento mais tarde.

— O que eu posso fazer...? Bebi demais por tua culpa. Assuma a responsabilidade.

Ando até a porta de correr de meu quarto e, dessa vez sem fingir, encontro dificuldade em abri-la, o que leva Minnie a cobrir o meu corpo com o seu para alcançar a maçaneta.

Eu chego a engolir em seco, sentindo meu sangue pulsar com mais intensidade, aquecendo o meu peito.

— Não vamos conversar, mesmo. Não é? — Pergunto quando ele me senta no colchão.

— No teu estado? Com certeza não!

— Mas eu estou b-... — Não consigo terminar de falar, porque quando tento tirar os meus sapatos, quase caio para frente.

— Claro que está.

Ele me empurra para trás e eu fecho os olhos um pouquinho, imaginando se fossem outras as suas intenções... eu estaria feliz hoje.

Minnie os tira para mim. Tinha tanto cuidado em suas mãos, tanta delicadeza e atenção em seus dedos. Tanta aproximação de todo o seu corpo, tocando em minhas pernas. Eu queria me sentir assim mais vezes. Eu queria me sentir assim pra sempre.

— O que mais tu precisa? — Pergunta baixinho ao se por de pé.

Espreguiço-me sem conseguir esconder um sorriso, acomodando-me na cama.

— De ti? Tanta coisa.

— Eu quero dizer para agora, Changbin.

— É, eu também.

Seungmin parecia estático ali na minha frente. Um pouco desconfortável, talvez. Eu fazia isso com ele, não é? Bom, era menos pior do que ele havia feito comigo.

— Eu fiquei um pouco maluco esses últimos dias... — comento ao tentar sentar-me na cama.

— É, eu imagino que sim... — Ele desvia o olhar. — Mas tu não foi o único, não te preocupa.

— O que tu quer dizer com isso? — Ajoelho-me pra tentar me inclinar até ele.

Eu precisava de aproximação, mas Seungmin mantinha passos distantes demais de mim, ele estava quase encostando em meu guarda roupa. Isso era um absurdo!

O vejo suspirar e olhar para a porta. Ele queria fugir? Bom, nisso ele tinha experiência.

— Seungmin! O que tu quer dizer com isso? Porque se tu está insinuando que se sentiu tão torturado quanto eu, simplesmente não irei acreditar! — Defendo e ele suspira.

— Tudo bem, Bin. — Ele se aproxima, mas bem menos do que eu gostaria. — Pode acreditar no que quiser por enquanto...

— Tu está tentando me fazer te odiar? É alguma psicologia deturpada como quando tu tentou me fazer acreditar que estava me usando para causar ciúmes na Jisu? Porque eu não caí naquela vez e...

Insinuo com o meu pior tom. Eu queria ofende-lo, talvez assim eu o colocasse em um limite que o obrigaria a revelar seu verdadeiro eu.

— Não tem estratégia ou manipulação nenhuma aqui, Changbin — diz já com um pouco mais de impaciência em seu tom. — Eu não vou discutir contigo, já disse! Eu só te trouxe e agora estou indo.

E seus pés direcionam-se a porta. Não. Não!

— Não! Não está. Não tem como... não tem como eu aguentar mais essa angústia. Eu preciso saber por quê tu me abandonou!!! — Insisto.

É, eu estava sendo dramático. Mas eu tinha esse direito!!!

— Eu não te...

— Não diz isso! — Acabo me exaltando. — Me ofenderia se tu tentasse mentir pra mim agora. Eu só quero a verdade. É pedir demais?

Meu corpo fervia e eu odiava isso. Seungmin me deixava a flor da pele. Como uma única pessoa era tão capaz de me desestabilizar tão facilmente? Eu me sentia um maluco obcecado e era tudo culpa sua!

— Me diz?! — Inclino-me mais em sua direção. — Me diz ou eu vou tirar essa informação de ti a for-... — Eu simplesmente me desequilibro e meu corpo direciona-se ao chão.

Só que Seungmin é capaz de me segurar antes do pior acontecer.

Suas duas palmas agarram a lateral de meu corpo. Oh, ele era forte. Seungmin tinha um físico incrível, mais impressionante e desejável do que eu jamais poderia imaginar — devia admitir. Só que... força não era o que eu realmente esperava dele.

Ele me envolvia com facilidade, fazendo-me voltar a sentar sobre a cama e toda essa aproximação me desestabiliza. Seu cheiro. Seu calor. Minha respiração pesa, meu coração quase pula de mim e isso...

Isso me faz devolver o toque. Isso me faz querer testar a sua força. Isso me faz... me faz agarra-lo e derruba-lo na cama.

Seungmin não esperava por isso e — provavelmente — foi o motivo de ter sido tão fácil manipular seu corpo até me colocar sobre ele, apoiando-me em meus joelhos a cada lado de sua cintura.

Um estado de quase choque pareceu cobri-lo. Mas eu disse — ou melhor, tentei dizer — que tiraria suas respostas a força, então era isso que eu faria.

— Changbin, o que tu...? — Ele nem se esforçava para escapar se mim, como se eu fosse inofensivo.

Só que quando vi suas mãos virem até meu quadril para me tirar de cima dele, eu não me detive em segurar seus pulsos, prendendo-os acima de sua cabeça.

E mais uma vez... choque. Seus olhos tornam-se arredondados, seus lábios entreabrem um pouquinho e ele não tenta escapar, apenas... parecia tentar digerir o que estava acontecendo.

— Tu disse que o problema não era eu, mas a nossa noite juntos. — Lembro-o de suas palavras de mais cedo. Eu podia estar bêbado, mas eu lembrava de cada sílaba produzida por esses lábios a minha frente. — Me explica.

— Quando tu estiver sóbrio... — começa mais uma vez com o mesmo entediante discurso.

— Não! — Não seguro meus ânimos e me exalto um pouquinho. — Para com isso! — Aperto seus pulsos contra o colchão, inclinando meu corpo em direção ao seu ao deixar de me apoiar em meus joelhos e usá-lo como suporte, sentando-me sobre seu quadril.

E foi nesse instante que eu vi sua respiração realmente oscilar. Ele olha para baixo, onde nossos corpos se tocavam e agora sim, tenta escapar de mim. Mas eu não o permito.

— Por que tu fugiu de mim? — Volto a perguntar e ele desvia o olhar do meu. — Por que é tão difícil me dizer? Se fosse algo simples como "não fiquei confortável em acordar do teu lado" ou "eu tinha um compromisso" ou  até mesmo um "me apavorei um pouquinho"... Eu consigo entender qualquer coisa, Seungmin!!! O problema é o silêncio. Eu odeio o silêncio! Por que tu só não me diz...? — Junto minhas sobrancelhas ao vê-lo apertar seus olhos em puro desconforto. — A não ser que...

Ele não me dizia nada porque sabia que eu não iria gostar de ouvir.

— Foi porque tu odiou?

Minha voz quase falha e ele tenta se aproveitar desse momento de fraqueza minha para escapar de minhas mãos, mas mesmo bêbado ele jamais seria mais forte do que eu.

— É isso? — Só podia ser. — Tu odiou a nossa noite juntos?

E só de imaginar que era realmente isso que se passava por sua mente, meu estômago embrulhou. Como poderia ter sido tão bom pra mim, enquanto pra ele...?

Não podia ser, podia?

Me sinto zonzo. Eu só queria que isso acabasse. Se essa fosse a verdade, por que Seungmin só não admitia que não havia gostado? Sua intenção era me torturar?

— Por que tu não me diz que odiou? — Indago, quase sem fôlego. — Não seria mais fácil? — Uso força com só uma das mãos contra seus pulsos, porque a outra vai de encontro ao seu queixo, obrigando-o a me olhar.

E eu sinto o pulsar de seu coração na ponta de meus dedos que encostavam em seu pescoço. Seungmin estava mais instável por dentro do que aparentava por fora.

— Changbin, para com isso — pede baixinho, apertando os olhos.

O que ele tinha tanto medo de demonstrar? Por que Seungmin se levava a exaustão para esconder tanto de mim? O que ele tinha para esconder se não fosse alguma coisa da qual eu não queria ouvir?

— O que tu está fazendo? Me enrolando? É de propósito? — Minha voz torna-se trêmula. — O que eu fiz? Me diz o que eu fiz de tão errado!!!

— Não é nada disso.

— Me diz! — Aperto minha mão em seu rosto e ele me encara em um estado melancólico que era difícil decifrar.

Seus olhos pareciam querer falar comigo, mas sua boca não o permitia. Ele me olhava com desejo? Com medo? Com impaciência? Havia tanto ali, mas eu não tinha certeza o que significava.

— Changbin... — Sua voz mal saía. — Não...

— Me diz que odiou, por favor. Me diz que foi terrível. — Imploro, vacilando na entrega de cada palavra. Eu me sentia bambo, fraco, vulnerável. — Vai ser mais fácil, Seungmin. Me diz que abominou meu toque, que repudiou meu beijo. Que não quer mais te sentir da forma que eu te fiz sentir...

— Não!

Ele balançava a cabeça, claramente perturbado, mas incapaz de se justificar. Seungmin continuava sem ter o que dizer. Minha teoria estava certa.

— Me fala, Seungmin!

— Para, não diz... — Sua voz soa embargada e ele aperta seus olhos.

— Foi horrível?!?!?!

— NÃO!!! — Ele literalmente grita. — O problema foi ter sido bom!

O quê?

O que ele queria dizer com isso?

— O problema foi ter sido bom! — Repete, e agora sem dificuldade alguma, solta-se de mim. — O problema foi... um dia eu estar absolutamente obcecado pela Jisu, chorando noite após noite por ter perdido ela. Me odiando por ter deixado isso acontecer. — O quê? Por que de repente sua ex namorada havia virado tópico?

Seus dedos me agarram e eu não consegui reagir. Não consegui sequer respirar.

Seungmin se senta e eu quase caio para trás, mas ele me segura e meu corpo inteiro treme.

— Só que no dia seguinte, Changbin... — Suas mãos vem ao meu rosto.

O que estava acontecendo? Eu fico confuso, tão confuso que meus olhos marejam. O que ele estava fazendo comigo? Por que eu estava tão instável? Suas mãos... era culpa de suas mãos. Tão gigantes que cobriam meu rosto inteirinho. E tão quentes... eu queria senti-las o máximo possível.

— Foi só tu me tocar que... — ele continua em um tom bravo que eu gostaria de entender — não é mais nela que eu penso. Não é mais ela que não sai da minha cabeça.

Ele praticamente cospe as palavras, como se eu fosse um grande vilão aqui, sendo acusado de todo o seu conflito.

De repente, a sobriedade me atinge.

Tinha um ponto específico em suas palavras que tomavam todo o meu foco. Seungmin pensava em mim. Ele realmente pensava. Eu não estava maluco. Não fui só eu que senti naquela noite.

— Tu sabe o quão perturbadora é essa sensação? — Seus dedos me apertam. Ele parecia ter raiva minha também. — A sensação de ser dominado. De ser consumido. De ser... — Seus olhos encaram os meus.

Ele não soube continuar, porque Seungmin perdeu-se ali, nesse encontro dos nossos olhares. E sua respiração pesa, ele morde o lábio, tornando-o úmido e eu não consegui deixar de analisar essa sua boca. Eu precisava dela na minha e agora — nesse instante — pela primeira vez na noite eu não achei que ele fosse me rejeitar.

Então tudo o que eu faço é levar os meus lábios aos seus. E não houve hesito seu. Sua boca vem a minha e ele as encaixa em um toque suave, mas intenso. Sinto a sua língua e o ouço suspirar, apertando o meu rosto em suas mãos.

E mesmo que fosse curta, a distância entre nós faz de mim impaciente, o que me leva a colar o meu peito no seu.

Sentir o seu coração no meu... eu tive essa oportunidade uma única vez antes, não devia significar tanto, mas o alívio que me preencheu ao tê-lo contra mim me fazia questionar se a minha irmã não estava certa.

Tinha sentimento aqui? Era por isso que seu toque era tão inexplicavelmente bom?

Não tinha como tudo que ele causava em mim fosse único e exclusivamente o poder de seu toque. Não tinha como!

Eu volto a derruba-lo sobre a minha cama, aprofundando o meu domínio pelo seu corpo. O seguro, arrastando-o mais para o centro do colchão e suas mãos descem por mim, voltando a subir sob a minha camiseta e — Meu Deus — aqui estavam, nesse instante, contra a minha pele. Essas suas mãos. Tão, mas tão quentes. Como ele era capaz de ser assim? Estar sempre fervendo! Eu realmente gostava disso nele.

— Bin. — Ele me chama em um grunhido que eu quase não identifiquei ser meu nome.

Sigo os meus lábios por seu maxilar e pescoço, beijando-o e chupando-o de leve para oportunizar suas palavras de saírem com mais clareza.

— Me desculpa — diz baixinho.

E eu não consigo continuar, acabo alinhando o meu rosto no seu para encarar seus olhos.

— Por ter te abandonado — continua.

— Eu nunca estive bravo por causa disso, eu só... queria entender — sussurro, beijando seus lábios em seguida. — E eu entendo agora.

Levo meus lábios de volta ao seu pescoço, mas agora eu os deslizo até seu peito, pelo vão que revelava a sua pele sob o segundo botão aberto de sua camisa branca.

Mas eu sentia que dois botões era pouco demais, então me atrevi a abrir o terceiro. Sem repúdio algum seu, desloco meus dedos até o quarto e então o quinto... e o sexto e... bom, sigo o caminho até o fim.

Revelo o seu abdômen com lentidão, roçando o tecido em seu mamilo e eu o observo perder o fôlego.

— Minnie? — Chamo-o ao dedilhar em toques leves esse seu ponto de fácil estímulo.

— Sim?

— Quer passar a noite aqui?

Ele me olha, deslizando os dedos por meus braços, que arrepiavam-se sob a provocação. Devolvo meus lábios e língua por seu peito, observando-o apertar os olhos, aparentemente considerando a minha proposta.

— Eu não... não sei. Quer dizer... — Seus olhos vem aos meus. — Não, eu não posso. — Sinto seus dedos em meus cabelos. — Meus pais não gostam que eu passe a noite fora sem avisar e... eu também não sei se é uma boa ideia.

Eu entendia, talvez fosse necessário planejamento para passar a noite fora e, de acordo com ele, eu estava bêbado... Era o que devíamos fazer? Planejar?

— E quando tu pode?

— O quê? — Ele engole em seco, encolhendo-se um pouquinho. — E-eu não sei, acho que... aos domingos, como eu não trabalho, só que...

— Perfeito. Domingo, então! — Seungmin arregala os olhos.

— O que tu está fazendo? O que eu fiz...? Nós vamos...? — Sua respiração pesa.

— Transar? — Era isso que Seung queria saber, não era? — Bom, podemos se tu pedir com jeitinho. — Ele revira os olhos, o que me faz rir. — Mas se tu não quiser, tudo bem.

Se fosse ser a sua primeira vez com um cara, ele devia sentir-se perfeitamente pronto, eu com certeza não insistiria. Meu plano era fazer com que ele se desesperasse para me ter dentro de seu corpo. Assim seria mais fácil.

— Tudo bem — ele sopra as palavras e eu sorrio. — Eu acho que... tenho que ir — diz já apoiando-se em seus cotovelos.

— Não, ainda não.

Então o devolvo ao colchão e ali o prendo por longos minutos. Eu o beijo, arranco grunhidos seus, sinto seus dedos me agarrarem, puxarem meus cabelos e tirarem todo o meu fôlego.

A parte de manter-me contido foi realmente difícil, mas quando ele insistiu que devia ir para casa, eu o permiti partir.

Só que já na porta, depois de assisti-lo vestir suas roupas com lentidão, eu o paro.

— Espera aí, eu esqueci de três coisas — anuncio.

— O quê? Três? — Seungmin vira em minha direção.

— A primeira é essa aqui.

Levo minha mão ao seu pescoço e o beijo, profundamente. O colo contra a parede e arranco todo o seu ar e estabilidade ao ponto de de vê-lo bambear atordoado quando eu me afasto.

Deus, como ele era bom.

— A segunda é um pedido — sussurro — se tu me permitir. — Ele assente e eu sorrio. — Eu só quero que... — Volto a colar meu corpo no seu, começando a falar perto de seu pescoço. — Quando tu estiver cansado, em casa, talvez até hoje... querendo relaxar, toma um banho quente antes de deitar e... — Mordisco o lóbulo de sua orelha ao pressionar a base seu abdômen. — Pensa em mim — peço.

E eu volto a olhá-lo, vendo o quão soturnos seus olhos haviam tornado-se. Era como ele me olhava ali sob mim na cama. Lutando contra o crescente desejo que parecia ter capacidade de tomar conta a qualquer momento.

— Mas... não pensa tocando aqui... — Deslizo minha mão mais para baixo, encontrando seu membro. A parte de seu corpo que eu havia me negado a encostar mais cedo... Ah, como era bom tê-lo em mãos. — Faz isso tocando aqui... — Então levo meus dedos para trás, encontrando sua bunda antes de afundar dois dedos até sua entrada, com os tecidos de sua roupa de distância.

E ele aperta os olhos, incapaz de me impedir ou rejeitar. Isso era bom. Um ótimo sinal, para ser
sincero.

— E a terceira? — Pergunta ao tentar disfarçar sua instabilidade.

— A terceira é igual a primeira.

Seung ri e não me espera ir até ele para receber um beijo meu. Seus lábios que vem até mim e eu já vou levando-o até a porta enquanto o beijo. Ele devia ir agora, se não... eu o faria ficar. E eu podia me sentir melhor em relação ao álcool, mas meus instintos estavam perigosos.

— Boa noite — diz em um sussurro.

— Boa noite, Minnie.

Então o vejo sair. Foi só fechar a porta que meu corpo desliza pela porta até o chão. Um instante de silêncio se faz aqui dentro até eu simplesmente começar a rir.

Rio tanto que perco o fôlego, arrastando-me mais para dentro antes de conseguir me colocar de pé. Tomo um banho sem conseguir tirar o sorriso de meu rosto e quando me deito, meus músculos faciais já doíam pela minha feição não mudar, mas foi como eu acabei dormindo. Em um estado de felicidade que chegava a doer.

Os poucos dias passam e no almoço de domingo com a minha família, não consegui esconder a minha nova situação com Seung.

— Incerta, porém... boa. Melhor do que eu podia imaginar.

Afinal, havia sido bom demais a ponto dele sequer conseguir me encarar por alguns dias. Como isso não poderia ser incrível?

— Vocês vão namorar? — A minha mãe era do tipo antiquada demais.

— Não é isso que significa, mãe...

— Mas é a possibilidade disso acontecer! — Jaehee defende.

E mesmo que — como sempre — ela estivesse sendo mais intrometida do que deveria, eu não conseguia me irritar, porque... nada parecia capaz de me atrapalhar.

A noite chega e, depois de tentar cozinhar para Seungmin e me provar extremamente incapaz, pedimos comida de seu restaurante favorito.

Ele ria tanto de mim e da minha habilidade de queimar um frango que eu não via motivo para ficar estressado.

Sirvo vinho e depois de três taças, estávamos nos beijando no sofá.

Não conversamos sobre nada sério. Não citei nossa primeira noite juntos ou o quão terrível foi a semana passada por conta de seu silêncio. Não havia porque abrir esse tópico, ele já me parecia muito bem encerrado.

Apenas jogamos conversa fora, como fazíamos quando éramos amigos, só que... agora haviam flertes e toques que me animavam tanto. Eu me sentia um idiota, mas a verdade era que fazia tempo demais que eu não me sentia tão bem.

E ali ficamos, entre almofadas. Não tentei levá-lo para o quarto e... bom, ele também não tentou me levar. Só que seu toque era intenso como se me dissesse tudo o que ele queria fazer comigo. E era tanta coisa...

Foi difícil me segurar, controlar o meu corpo, mas... quando já passava das três da manhã e — já sem camisetas — minhas mãos ameaçaram arrancar as suas calças, Seung pareceu inseguro demais e reagiu dizendo que devia ir.

Combinamos de nos encontrar no domingo seguinte, só que... quando era terça-feira, meu celular tocou e era ele me dizendo que sabia que eu tinha um horário livre à tarde, porque em algum momento eu devia ter comentado.

Então nos encontramos em um café e ali eu me vi realmente animado por alguém pela primeira vez em muito tempo. Seungmin era leve, divertido, me fazia rir como ninguém e... me olhava como se... eu não sei...

Eu o levei para o trabalho e acabei ficando para alguns drinks. Na quarta, trocamos mensagens o dia inteiro e só fui perceber isso ao receber um "boa noite" seu, já próximo das duas da manhã, quando ele saía de seu expediente. Oh. Isso estava acontecendo?

Quinta tentei me testar. Quanto tempo eu conseguiria levar a minha vida de forma normal sem me desesperar por qualquer tipo de contato com ele. Silenciei meu celular antes de sair de casa e... bom, não durou duas horas. Me senti terrível pela possibilidade de estar ignorando-o, só que o resultado foi pior! Ele não havia enviado um "bom dia", sequer.

Então acabei fazendo-o e já perguntando se ele queria almoçar comigo e... recebi um "claro que sim" logo em seguida. O que me pegou desprevenido, fazendo meu coração bater rápido demais.

O que estava acontecendo comigo?

Desespero-me um pouquinho com o que essa sensação podia significar e a caminho do restaurante que encontraria-me com Seung, entre pensamentos frustrantes demais, acabo ligando para a minha irmã.

— É paixão! — Ela defende. — Não amor, não acho que seja amor. Quer dizer, deve ter sim, mas pela amizade e... tornar um amor romântico fica mais fácil quando vocês já se conhecem e já... sabe, se dão tão bem.

— Mas o que eu faço? — Pergunto, nervoso demais.

Para a minha má sorte, ela ri.

— Nada, oppa. Não te enlouquece com isso! Não precisa ficar com medo. Tu já sabia que ia acontecer, porque eu te disse.

Eu tinha certeza que ela expressava o seu sorrisinho mais confiante do outro lado da linha. O que eu mais odiava.

— Eu realmente não sei da onde tu tirou isso...

— Os olhos não mentem, Changbin-ah. — Ela volta a rir. — Te deixa sentir, não te apavora. Eu sei que deve ser a primeira vez e pode parecer assustador, mas eu te prometo que vale a pena.

Acabo resmungando, mas aceitando o conselho, já desligando o celular, quando de longe vejo o caminhar descontraído de Seungmin.

Ele balançava os braços em uma dancinha adorável enquanto tinha seus fones nos ouvidos. E seus olhos vem aos meus, fazendo-o abrir um sorriso que me esquentou inteirinho.

É, isso estava acontecendo.

Almoçamos juntos e — mais uma vez — vê-lo tornava-se a melhor parte do meu dia. Era tão insuportavelmente fácil rir com ele. Eu me pegava gargalhando e sorrindo feito um idiota. Qualquer coisa que Minnie dizia era simplesmente interessante demais. Sobre sua adoração por livros e músicas. Tudo nele me agradava, principalmente suas implicâncias.

Foi sempre o que mais me divertiu em nossa relação, mas na última semana parecia estar intensificando-se.

Assim que terminamos, o levo de carro até seu campus e estaciono um pouco escondidinho, já mostrando a meia hora adiantado que ele estava como uma ótima desculpa para ocupar esse tempo beijando-o.

E a cada encontro, Minnie parecia querer mais de mim. O que era incrível, mas ao mesmo tempo... perigoso.

E o domingo seguinte me provou isso. Ficarmos na minha casa não era seguro se ir até o fim não fazia parte de seu objetivo agora. Mais uma semana se passa e se nossos encontros diurnos já estavam animados demais, os noturnos viraram sinônimo de tensão acumulado, o que não era nada saudável.

Por isso, tive a brilhante ideia de, no próximo final de semana — na única noite que ele tinha livre e usava para me ver — ao invés de irmos para o meu apartamento, deveríamos sair, assim ele teria menos chances de me colocar na corda bamba.

Só que Seungmin foi mais esperto do que eu, porque quando estacionei em frente ao prédio de sua família, depois de um jantar delicioso a beira do rio Han, suas mãos me agarraram e...

Bom, a rua estava escura, não estávamos a vista do porteiro, nenhum carro ou pessoa passavam e acho que simplesmente pelo fato de não estarmos perto de uma cama, Minnie se sentiu seguro e não hesitou em me excitar.

Sua boca era efervescente como sempre, só que seus dedos tornavam-se cada vez mais traiçoeiros, sendo enfiados entre as minhas coxas em uma provocação perturbadora capaz de arrancar grunhidos meus, encorajando-o a recostar seu polegar em meu membro.

Tento não reagir demais com as suas carícias, mantendo as minhas em seu rosto, mas a minha excitação pareceu querer se rebelar, o que me levou a morder seu lábio.

— Bin. — Me chama em um grunhido que me desestabiliza.

— Desculpa — sussurro. Havia sido forte demais.

— Não... — Ele leva dois dedos aos lábios rosados e inchados. — Eu gostei.

E ouvir essas palavras olhando em seus olhos obscuros que penetravam os meus famintos faz meu corpo inteiro formigar.

Meus instintos me dominam e eu simplesmente ataco seu pescoço, beijando-o e chupando-o com gosto enquanto derrubava sua jaqueta de seu ombro, para puxar a sua roupa e morder a sua pele.

Seungmin solta o ar, agarrando a minha coxa com força e eu não me seguro. Acabo descendo a minha mão antes de subi-la novamente, só que sob os tecidos grossos que o cobriam, indo de encontro a sua pele que fervia e parecia agradecer ao meu toque.

Subo mais meus dedos, provando da rigidez de seu mamilo. Meu Deus. Como eu queria a minha boca nele, fazendo-o gemer, esperneando-se de tesão sob meu toque...

Eu precisava me conter. Seguir seu ritmo era a minha intenção aqui, o problema era que... Minnie parecia tão desesperado quanto eu.

Seu beijo é aprofundado e eu o sinto me segurar fortemente antes de praguejar ao — repentinamente — soltar-se de mim.

— Inferno.

Seungmin empurra o próprio corpo contra porta do carro, distanciando-se do meu.

Eu encaro a pele de seu pescoço, avermelhada por culpa de meus lábios. Sua roupa fora do lugar. Sua calça com um volume que não estava ali antes...

— A gente precisa transar. — Acabo dizendo em voz alta o que passava pela minha cabeça.

Cubro meus lábios no susto de ter vocalizado meus desejos intrusivos e Seungmin me encara, respirando pesadamente.

— Não! — Apresso-me para consertar. — Eu sei que tu não está pronto, não quero colocar pressão, afinal não faz nem três semanas que começamos a sair. É só que... esse processo cíclico de te ver, te beijar, te tocar e... — Eu acho que estava falando demais, porque Minnie acaba me calando com os seus lábios.

Ele cobre o meu peito com seus longos dedos, descendo-os por meu abdômen até a barra de minha calça e eu vou ficando tenso até vê-lo milimetricamente afastar-se de mim.

— A gente precisa transar — sussurra em meu ouvido e eu chego a suspirar.

— Quando? — Atrevo-me a perguntar e ele respira fundo.

— Quando tivermos tempo e uma cama.

— No próximo domingo? Lá em casa? — Ele assente e meu coração acelera. — Quer que eu cozinhe pra ti...?

— Não! — Seungmin ri alto. — Por favor, não. — Acabo rindo também enquanto ia até seus lábios.

E ele me beija, então eu envolvo seu corpo com meus braços e o aperto contra mim, com força.

Então seu rosto afasta-se do meu e Minnie permite-se deitar em meu ombro. Eu acho que... essa era a primeira vez que nos abraçávamos dessa forma. Com esse conforto. E era... bom.

— Tu não vai fazer isso só porque eu quero, não é? — Pergunto em um sussurro.

— Olha com quem tu está falando, Changbinnie. — Ele volta a alinhar o rosto no meu. — Eu jamais faria qualquer coisa só pra te agradar. — Acabo rindo com o seu desaforo e ele me beija. — Eu tenho que ir.

Então eu me despeço e — mais uma vez — vou para casa frustrado, porém diferente das tantas outras vezes, com um quê de satisfação.

Alguns dias passam e na minha mente não passava outra coisa. Era quase obsessivo. Era exaustivo. Nós iríamos transar. Finalmente.

Só que para piorar a minha situação, achei que vê-lo durante a semana acalmaria um pouco nosso ânimos, porque sabíamos o que estava por vir, mas não!!!

Em qualquer oportunidade, fosse na universidade, dentro de meu carro ou até nos fundos do bar de Hyunjin, estávamos atracados no outro.

E eu não estava reclamando, juro que não estava. Eu nunca senti tanto desejo por alguém na vida. Era palpável e inconfundível, mas... eu realmente havia o subestimado. Minnie estava mais desesperado do que eu imaginava e isso acabou provando-se na quinta à noite.

— Minnie? Oi!

Era ele. Bem ali, aparecendo na minha porta sem avisar e, com um olhar doce, pedindo para entrar.

Notes:

Espero que estejam gostando!!!!

Caso queiram comentar, eu apreciaria muito qualquer opinião!!!

Até amanhã, com o 4o e último capítulo.

Chapter 4: ෆ 𝗖𝗮𝗰̧𝗮 𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗾𝘂𝗶𝘀𝘁𝗮 ෆ - parte 4

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Eu o via ali, a minha frente, em uma plena quinta-feira à noite. Quando eu menos esperava, Kim Seungmin realmente sabia me surpreender.

— Minnie? Oi! — Fico confuso no primeiro instante, ajeitando os meus cabelos que eu não lembrava bem o estado antes de abrir a porta de meu apartamento.

— Tu está de óculos — comenta, vidrado em meu rosto.

— Oh! — Os tiro de mim no mesmo instante.

— Eu nunca tinha te visto de óculos — diz e eu percebo o quão perdido ele parecia. — Eu gostei. O teu cabelo está molhado...

Acabo rindo e puxando-o para dentro.

— Saí do banho agora. Alguns minutos atrás eu não teria te ouvido na porta — comento e ele suspira, estranhamente tenso demais.

— Tu está ocupado? Por isso os óculos?

— Só finalizando um trabalho, mas é para semana que vem, não te preocupa. — Eu o observo ir em direção até a minha sala de estar. — Mas e tu...? O que está fazendo aqui?

— Pedi folga.

Ele vira-se para mim, com um constrangimento em seu tom e feição que me causou curiosidade.

— Hum... — Aproximo-me dele, cruzando os braços ao ronda-lo, notando a tensão de seus ombros ao ser observado. — Tu pediu folga e resolveu vir aqui ou... pediu folga para vir aqui? — Seungmin engole em seco.

Eu já tinha a minha resposta.

— Importa? — Minnie ri, nervoso. — Eu trouxe... — Uma garrafa surge de dentro de seu casaco. — ...vinho.

Ele sorri para mim e eu não consigo esconder uma expressão de adoração. Porque é claro que Seungmin havia vindo até aqui em uma dia de semana à noite com uma garrafa de vinho.

E com esse rosto perfeito. Essas bochechas rosadas pelo frio e esse sorriso... esse sorriso que era ele mostrar para mim uma só vez que ficava gravado em minha mente por tanto... tanto tempo.

Então não consigo evitar e avanço até ele com um beijo, sendo muito bem recebido por seus lábios ao levar as minhas duas mãos a sua pele fria, já esquentando-a com o meu toque quente.

Eu sabia porquê Minnie estava aqui. Era óbvio. Ele com certeza sabia que eu sabia também, então... pra que fingirmos?

— É bom te ver... — sussurro.

— Desculpa ter vindo sem avisar.

— É uma surpresa perfeita. — Ele sorri e eu mordo o lábio, observando-o. — E ainda trouxe vinho! — Pego a garrafa de suas mãos. — Oh, eu amo vinho... — Tento soar sincero assim que me afasto depois de alguns últimos selinhos, já olhando para o rótulo. — Uau, um Merlot argentino. O meu favorito. — O faço rir com o meu sarcasmo.

Ando até a cozinha, trazendo a garrafa comigo para abri-la enquanto o ouvia rir e tirar o casaco antes de vir em minha direção.

— Eu posso trazer uma cerveja na próxima vez. — Seungmin da a volta na bancada, vindo ao meu lado ao pegar duas taças do armário, já que ele sabia bem onde ficavam. — Ou trago a vodka, o limão e o gengibre para preparar um Moscow Mule só pra ti.

— Poderia até ser uma boa ideia, porque tu realmente fica sexy preparando drinks para mim, mas... — Eu estouro a rolha. — Eu ando aprendendo a apreciar vinho, sabia? — Revelo já servindo as taças.

— Bom, alguém tinha que te educar, não é? — Minnie brinca e eu não consigo desviar o olhar dele.

Essa sua energia atrevida sempre fazia meu coração acelerar um pouquinho. Ele me aquecia de uma forma que eu ainda não entendia direito. Era insano estar tão fora do controle, mas eu... eu acho que gostava disso.

— Tem outras coisas que te deixam sexy... — comento ao levar o meu braço entorno de sua cintura e ele me olha, tomando um primeiro gole da bebida. — Como agora, tomar vinho te deixa sexy. — Ele ri e eu levo meus lábios ao seu pescoço. — Esse teu cheiro também... — Chego a suspirar.

— Eu poderia te indicar o perfume...

— Não! Eu prefiro ter só um lugar para sentir esse cheiro, então terei a desculpa perfeita para... — Chupo a sua pele devagar e eu o ouço suspirar.

— Tudo bem. Vai ser segredo, então... — diz já com a voz falhando.

— Vir aqui a noite sem avisar com a clara intenção de transar comigo é uma jogada arriscada, mas também bem sexy. — E Minnie quase engasga na bebida, o que me faz olhá-lo. — Ainda mais quando tu não nega.

— Bom... — Eu chego a rir. Seungmin sequer conseguia fingir que não veio aqui para me levar para a cama.

Subo minha mão ao seu rosto e o vejo morder o lábio, em um claro anseio que me dizia o quão importante isso era para ele. Eu teria que fazer dessa noite perfeita, mesmo sem ter tido tempo para planejar.

— Foi muito difícil ter que esperar até domingo, não é? Eu entendo, sou irresistível, mesmo. — O provoco e ele empurra o meu ombro, rindo.

— Ah, cala a boca. — Dou alguns passos para trás, permitindo-o me afastar e Minnie apenas engole em seco, desviando o olhar.

Ele estava nervoso. É claro que estava. Essa não era para ser só a nossa primeira vez juntos, mas... era a sua primeira com um cara e pelo que eu pude notar nas últimas semanas, isso o apavorava um pouquinho.

Seungmin da as costas para mim e entrega toda a sua atenção ao seu vinho, enquanto sua outra mão agarrava a bancada.

Com calma me aproximo, envolvendo-o por trás em um toque firme que o estremece. Então beijo sua nuca e o ouço suspirar, o que me faz pressionar seu corpo com meus dedos.

— Me diz uma coisa. — Digo baixinho. — O vinho... é hospitalidade ou tu trouxe para ficar bêbado?

— Para ficar bêbado. — Oh, direto ao ponto.

— Sinceridade, eu aprecio isso. — Ele me olha sobre o ombro. — Tu sabe que não precisa ficar nervoso, não é? — Sussurro beijando seu rosto ao arrastar as minhas mãos entre sua cintura e peito.

— É irracional...

— Então me diz o que tu precisa. — Eu o viro em minha direção. — Qualquer coisa.

E tudo o que Minnie faz é derrubar o restante da bebida garganta abaixo. Oh. Ok.

— Eu realmente preciso beber mais um pouco — sussurra e eu assinto, servindo mais do vinho para ele.

— Certo, então o álcool é o nosso aliado. O que mais tu precisa? Velas? — Seungmin ri. — Música? Uma massagem sensual? Melhor do que isso! Uma dança sensual! — Ele gargalha.

— Tu vai me correr daqui se tentar fazer isso — Seung me provoca e o meu queixo cai.

— É, tem certeza? — Rebolo um pouco contra o seu quadril, esfregando-me nele enquanto o ouvia rir sem parar, o que me leva a continuar. — Eu sou um ótimo dançarino, poderia fazer um striptease de tirar o fôlego...

Proponho já puxando a minha blusa para cima e uso o tecido para envolver o seu pescoço, puxando-o contra mim enquanto mexia todo o meu corpo contra o seu e sinto sua mão subir pelo meu peito.

A minha intenção era fazer dessa descontração outro aliado, mas a sua risada simplesmente para de soar alto, porque Minnie encarava o meu corpo.

Seus dedos descem um pouco, tocando em meu mamilo e eu engulo em seco, observando-o perder-se um pouco ali.

Ele percorre a palma por minhas costas e nuca, fazendo o meu corpo ferver enquanto sua outra mão tocava a sensibilidade em meu peito com uma curiosidade estimulante até demais.

— Eu não preciso de nada além de ti — sussurra alinhando nossos lábios e eu não consigo evitar beija-lo.

Então desço o toque de minha língua por seu pescoço, ouvindo-o suspirar.

— Tem certeza? Por que se tu disser que sim, saiba que eu vou te agarrar e te arrastar direto pra minha cama. — Minnie ri baixinho, nervoso. — Tu quer isso?

— Tu quer? — Era um absurdo isso ser uma pergunta.

— Se eu quero...? — Envolvo sua cintura com meus dois braços, para tê-lo ao máximo contra mim — Minnie, eu quero isso a muito mais tempo que tu imagina.

— Quanto tempo? — Recosto o meu nariz no seu, incapaz de conter um sorriso.

— Lembra aquela festa que eu te puxei para a área vip...?

— Isso faz muito tempo. — Assinto, levando os meus lábios aos seus.

— Faz mesmo. Ou tu acha que eu ficava te perseguindo no bar de graça? Eu não sou persistente daquele jeito com qualquer um, Kim Seungmin! — Defendo e ele esconde o rosto em meu ombro, rindo.

— Sei lá, achei que tu só fosse um pouco maluco e pervertido.

Meu queixo cai e eu seguro suas bochechas com só uma mão, apertando-as com o meu polegar e indicador.

— Entendi, tu espera de mim um pervertido. — O acuso e seus olhos arregalam no mesmo instante, já prestes a negar, mas eu não o permito, porque logo o agarro em meus braços.

— Não, não. Calma. — O ponho sobre meu ombro e o carrego até meu quarto, ouvindo-o gargalhar, mas talvez fosse de desespero. — Eu nunca disse isso! Eu jamais... — Ele para de falar quando suas costas encontram o colchão. — Oh, estamos no teu quarto.

— Parabéns, tu sabe identificar cômodos. De fato, onde tem uma cama costuma ser um quarto. — Tiro sarro dele, recebendo seu dedo do meio em troca.

Então levo a minha mão pela sua, subindo o restante de seus dedos ao puxar sua palma até minha boca antes de beija-la com calma.

— Sabe o que eu vou fazer? — Ele engole em seco ao negar, sentindo os meus lábios percorrerem a pele que eu ia revelando ao arrastar a manga de sua camisa por seu braço. — Vou pegar um pouco do teu vinho pra ti e algumas velas, porque sabe... velas são meio idiotas, mas...

— Eu gosto de velas — sussurra e eu sorrio para ele, beijando os seus lábios assim que ele se senta sobre o colchão. — Eu vou ao banheiro enquanto isso. É ali, certo? — Minnie aponta para a porta ao lado.

— Sim, hum... — O puxo para colocá-lo em pé. — Tu precisa de algum tipo de ajuda? Instrução ou...?

— Oh, não! — Ele balança as mãos. — E-eu não preciso. Eu... vim mais preparado do que tu imagina. — Claro que veio.

Apenas assinto e beijo os seus lábios enquanto o encaminhava até ali e só saio de vista quando ele fecha a porta.

Meu Deus isso estava acontecendo.

Volto a atravessar o meu quarto e tento me concentrar. Eu sabia como tirar uma virgindade. Quer dizer... eu nunca havia tirado, sempre saí com caras mais velhos e já experientes, mas... eu havia pesquisado e perguntado um pouco para alguns amigos. Eles eram do tipo discretos e prestativos, o que era bom, mas eu ainda sim estava um pouco nervoso.

Já pensava nisso antes mesmo da nossa noite no casamento. Só que... antes eu estava menos tenso. De alguma forma, em só três semanas, parecia importar mais.

Então ajo rápido. Sirvo sua taça de vinho, tomo uns bons goles da minha, pego as barras de cera brancas com os pavios nunca queimados e as acendo.

Espalho um total de seis delas no quarto e no instante que me afasto para olhar ao redor, tentando aprovar a minha pequena arte, ficando contente com o resultado e ao ter a porta do meu banheiro no meu campo de visão, prendo meu olhar nela.

E, no instante que dou um passo em direção a ela, uma fresta abre. Minnie me espia e eu rio baixinho, andando em sua direção assim que pego a sua taça.

— Se tu quiser isso aqui, vai ter que sair. — Ele resmunga, fazendo-me rir e vem até mim.

Entrego a taça, notando seu olhar em volta e levo os meus lábios aos seus, deslizando as minhas mãos por seus ombros.

— Oh, romântico — comenta baixinho e eu não consigo evitar abrir um sorriso para a forma que seus olhos brilharam.

Deslizo meus dedos pela sua camisa e quando o vejo tomar um gole do vinho, apenas me atrevo a começar a abrir os botões.

— Eu estou... — Ele puxa o ar, olhando para a minha mão que descia lentamente por seu peito ao despi-lo. — Um pouco nervoso — admite baixinho.

— É, eu sei. — Agarro o tecido de sua roupa e vou puxando-o até a cama. — Mas sabe... isso não é um problema, até porque quem não ficou nervoso em uma primeira vez?

Pergunto fazendo-o se sentar sobre a lateral do colchão enquanto eu me abaixava ali a sua frente para pegar a camisinha e lubrificante na gaveta, o que o faz tremer um pouquinho.

— Eu estou tendo que ter a minha primeira vez pela segunda vez! — Acabo rindo dele e Minnie não se contém e rosna pra mim, o que, eu admito, foi adorável, antes de tomar mais uns bons goles de seu vinho com uma clara urgência.

— O que te assusta? É porquê pode doer? — Ele inclina-se para o móvel ao lado da cama, pegando a garrafa de vinho para servir mais para si e eu envolvo a sua cintura com as mãos, só para me assegurar que ele não fugiria daqui.

— Eu nem sei o que me assusta, ou se assusta, ou se eu estou sendo dramático ou... ou se é por ser contigo...

— Por que ser comigo seria um problema? — Pergunto permanecendo abaixado a sua frente, dando toda a minha atenção a ele enquanto levava uma mão com carícias por suas coxas.

— Porque eu... — Ele toma mais da bebida em sua taça. — Eu me importo mais do que eu achei que me importaria com o que vem acontecendo entre nós dois. — Admite sem conseguir olhar em meus olhos.

— Ah, é? Prepare-se para ficar chocado agora! — Digo e ele olha curiosamente para mim, enquanto eu aproximava-me de seu rosto. — Eu também me importo com isso aqui — sussurro apontando entre nós dois e levo as minhas duas mãos por suas bochechas antes de beija-lo. — Me importo muito, Minnie. E eu também estava um pouco assustado antes, talvez ainda esteja agora, mas... vale a pena, sabe? Parece certo. Pra mim parece, pelo menos.

— Pra mim também parece — diz baixinho e eu chego a suspirar.

— Então da isso aqui para mim. — Digo com calma ao tentar pegar sua taça de vinho e seus olhos arregalam-se.

— Espera! — Diz querendo tomar mais um gole.

Só que eu notava como suas palavras já saíam um pouco emboladas e eu realmente não o queria bêbado essa noite, por isso a tiro de seus dedos e tomo o último gole, para que ele não tivesse pelo quê lutar.

— Bin! — Eu rio de sua feição de cãozinho e faço a sua camisa cair de seus ombros antes de empurra-lo na cama. — É pra acalmar o nervosismo. Álcool igual a aliado, lembra?

Ele vai de encontro ao colchão, já trazendo as mãos pelos meus braços, arranhando-os com esses dedos quentes pelo susto de ser derrubado... Talvez eu estivesse obcecado por suas mãos.

— Não da pro álcool o trabalho que é meu — peço e ele ri da forma mais sarcástica possível. — Assumi a responsabilidade de tirar o teu nervosismo agora.

— Tu é literalmente a causa.

— Causa e antídoto! Eu prometo — digo e levo meus lábios aos seus, fazendo-o se calar e só para provar o meu ponto, aprofundo esse beijo, chupando a sua língua e lábio até ouvi-lo grunhir. — A partir de agora tudo o que eu preciso de ti é que tu me beije.

— Parece fácil — diz manhoso, parecendo desnorteado pelo meu beijo.

— É muito fácil — sussurro e aproximo o meu rosto do seu até Seung vir em minha direção e alcançar a minha boca.

Eu o toco com calma, gravando a sensação de seus lábios tão macios, sua língua tão quente, sua respiração pesada e essa pressão de dedos tão intensos pelas minhas costas.

Minnie me puxa mais contra si e eu não nego aproximação, deixando o meu peso cair sobre ele, enquanto sentia sua mão subir a minha nuca para acariciá-la e agarrar os meus cabelos, em um toque que fazia meu corpo arrepiar-se por inteiro.

Acabo suspirando e descendo meus lábios pelo seu pescoço, em busca de causar nele o que ele causava em mim. E não precisei de muito para ouvi-lo gemer baixinho. Fui chupando a sua pele enquanto descia esse percorrer de lábios até seu peito, levando a minha língua ao seu mamilo, então chupo devagar enquanto o ouvia grunhir sob suspiros.

— Isso é tão bom — murmura e eu uso mais intensidade em meus lábios, tendo-o puxando os meus cabelos com uma mão enquanto a outra descia pelo meu peito nu que fervia por sua culpa. — Tu é tão gostoso. — Minnie aperta onde seu toque alcançava. — Muito... muito gostoso — sopra as palavras enquanto eu alinhava a coluna e sentia seus dedos acariciando meu mamilo.

— Se tu ficar falando dessa forma e me tocando assim, vai ser difícil ir tão devagar quanto eu estava planejando — digo baixinho e ele abre um sorriso maléfico demais, do tipo que me faz estremecer um pouquinho.

— Eu não me lembro de pedir por lentidão.

E eu simplesmente quase perco o ar. E como eu não queria que Seungmin me visse tão desorientado sob seus efeitos, apenas levo meus lábios de volta aos seus.

Desço minhas mãos por sua calça e alcanço o fecho, olhando em seus olhos a procura de permissão e ele apenas assente.

Abro a peça de roupa e a arrasto por suas coxas, ouvindo respirar profundamente e eu não me dedico a me livrar de tudo, porque só de ter seu membro em meu campo de visão, meu corpo me leva a agir antes mesmo de eu raciocinar sobre isso e não consigo evitar quando tudo em mim me implorava para descer a boca por ele.

Beijo a sua cintura, tentando fazer com que ele se acostumasse com a ideia e vou descendo lentamente com a minha língua.

Sinto sua mão em meus cabelos e Minnie simplesmente os puxa quando eu levo meus lábios por sua rigidez ainda sobre o último tecido que o cobria.

Uso as minhas mãos para excita-lo, procurando por seus pontos mais sensíveis com as pontas de meus dedos pelo seu abdômen, quadril e coxas.

Vou arrastando esse toque em uma suavidade que o fazia tremer um pouquinho em espasmos deliciosos de assistir sempre que encontrava um pequeno pedaço de sua pele que gostava de reagir a mim.

Sua respiração pesa e ele agarra a manta sob nossos corpos enquanto eu provava de sua rigidez, só que... eu queria tanto sentir a sua pele. Tanto.

— Eu quero te chupar. — Soei um pouco desesperado demais.

— Por favor — grunhe e eu chego sorrir, satisfeito com seu desespero, já puxando a sua cueca e não me demoro para senti-lo com a minha língua. — Ah, porra.

Sua pele era tão quente. Eu odiava e amava a forma de como isso era bom.

Minnie xinga baixinho e isso me incentiva a tirar mais dessas suas reações e é exatamente o que eu consigo.

Seungmin começa a contorcer-se sob mim, gemendo, agarrando tudo o que podia, puxando meus cabelos, pedindo para que eu continuasse...

E chegou um momento em que eu simplesmente o tinha nu sob mim, com as pernas mais afastadas do que eu jamais o tive, suando e pedindo por mais.

Então me aproveito desse seu momento de imersão para pegar o lubrificante e descer meus dedos por ele, permitindo-o ter a sensação do meu toque em sua entrada.

Ele se assusta um pouco e eu o agarro para colocá-lo no centro da cama, deitando-o no travesseiro. Então beijo seus lábios ao me acomodar ao seu lado antes de olhar em seus olhos.

— Me diz uma coisa. Tu por acaso fez o que eu te pedi? — Pergunto ao levantar seus joelhos com calma e o noto engolir em seco. — Fez, Minnie?

Eu queria saber se Seungmin havia se tocado e ele sabia muito bem disso.

— Sim. E-eu fiz — admite e eu volto a beija-lo.

— E como foi? Foi bom? — Pergunto acariciando-o com as minhas duas mãos, uma em cada sensibilidade, o que o fazia grunhir e cobrir a minha coxa com as sua palma em um aperto realmente forte.

Ele claramente tentava se acostumar com a sensação, mas olhando para seu membro, que pulsava e escorria de tesão, eu chegava a conclusão que estava tudo indo muito bem.

— Foi... diferente, mas... — Sua respiração começa a tornar-se curta e ele volta a olhar para baixo, perdendo o foco de nossa conversa.

— Não. — Subo o seu queixo, fazendo-o voltar a me olhar. — Aqui, olha pra mim. Foi diferente, mas...?

Ele parecia quase perder o controle. Era muito bom assisti-lo reagindo dessa forma ao meu toque tão dedicado.

— Depois foi ficando bom — murmura.

— Te fez gozar? — Ele aperta os olhos e eu intensifico o toque, circulando essa sua sensibilidade entre várias ameaças de penetra-lo que o faziam grunhir baixinho.

— Sinceramente? Não. Mas foi bom, foi... realmente bom — sussurra a última parte e eu sorrio para ele.

— Não te preocupa, Minnie. Hoje eu vou te fazer gozar e vai ser assim... — Então finalmente introduzo um primeiro dedo.

Ele solta o ar, apertando os olhos e mordendo o lábio ao tensionar todo o corpo, o que me leva a acariciar toda a sua pele em uma tentativa de relaxa-lo, passando por seu peito, circulando por seus mamilos, arranhando seu abdômen, quadril e dando toda atenção ao seu membro, o que o levava a soltar grunhidos em cada movimento lento de minha mão.

— Tudo bem? — Ele assente. — Qualquer coisa diz que eu paro — sussurro e Minnie apenas afasta mais as pernas.

— Por favor, não para — pede e eu não tive outra reação além de me reacomodar, agora entre suas pernas, para dar a essa sua sensação toda a minha atenção.

Pego mais lubrificante e inicio um movimento um pouco mais rápido e profundo, a procura de seu ponto mais sensível e não foi difícil encontrar.

O estimulo por longos minutos e Minnie parece ir perdendo os sentidos ao trancar o maxilar e alcançar os meus pulsos assim que começa a vazar pela frente sem sequer conseguir prever.

— O-o quê...? — Ele agarra o meu braço, tentando sentar, mas eu o prendo de volta ao colchão. — O que eu estou sentindo? — Pergunta em um gemido delicioso.

— É aqui, não é? — Sorrio satisfeito antes de voltar a estocar, mas agora com um segundo dedo, que é muito bem recebido.

— Bin, eu vou... — Estimulo mais e mais, desnorteando-o enquanto sentia suas pernas apertarem meu corpo, produzindo os sons mais excitantes que eu já ouvi na vida antes de puxar o travesseiro sobre o rosto quando eu o levo ao limite.

Não me atrevo a diminuir o ritmo, mesmo com suas pernas fechando, seu corpo tremendo e suas mãos tentando me afastar de si.

— Eu disse que te faria gozar assim. — Me vanglorio ao usar força para distanciar seus joelhos.

— Isso é trapaça — argumenta, absolutamente sem fôlego e eu o calo ao recolher seu líquido com a minha língua. — Por Deus, não faz isso.

Chupo a sua glande e ele volta a gemer, agarrando meus cabelos antes de descer esse toque até a minha nuca e eu volto a penetra-lo com meus dedos, dedicando-me a sua próstata mais uma vez e sua respiração volta a desregular-se.

— Isso é demais pra mim. Bin, por favor... — Um tom de desespero me faz tirar a boca dele. — Ah, eu te odeio.

Minnie põe-se de lado, tentando recuperar-se da brutalidade que eu havia lidado com seu corpo e eu apenas beijo o seu quadril, subindo esse toque pela sua cintura, por seu braço, ombro e pescoço.

Ele grunhe baixinho e eu o noto sorrir satisfeito enquanto eu chupava a sua pele. As suas mãos alcançam o meu rosto e ele me puxa para beija-lo.

Sinto a sua língua na minha e sob a sensação desse toque eu me aproximo dele, sentindo cada
milímetro meu desejando-o e essa reação no meu corpo fica explícita quando sinto seus dedos descerem por mim até alcançar o meio de minhas pernas.

Sua mão me envolve e eu tento me manter firme enquanto o beijava, mas uma carícia ritmada inicia e torno-me incapaz de não reagir.

Acabo me afastando de seus lábios para abafar meus sons em seu pescoço ao morder a sua pele antes de tê-lo dizendo palavras das quais eu realmente gostei de ouvir.

— Pede a tua recompensa. Qualquer coisa. Eu faço. — Sua determinação me excita mais ainda.

E eu considerei a minha vontade de sentir sua língua em meu pau, mas sabia que a possibilidade de Seung já ter tido essa experiência era baixa e eu não queria colocá-lo em tantas situações novas hoje.

Por isso, apenas trouxe as suas mãos ao meu quadril e o pedi para despir-me. Então é exatamente o que ele faz. E, assim que me vejo nu, apenas o puxo ao meu colo, finalmente sentindo cada centímetro seu contra cada um dos meus.

— Como tu te sente sobre isso aqui? — Pergunto baixinho ao levar minhas mãos por seu bumbum para pressionar sua rigidez contra a minha.

Minnie arfa, arranhando a minha nuca com uma mão enquanto a outra descia por entre nossos corpos.

— Eu me sinto realmente bem sobre isso — murmura sob grunhidos ao deslizar a mão por nós dois.

— Então me recompensa fazendo isso aqui.. — peço baixinho e ele me olha. — É só... — Puxo seu quadril para frente, fazendo seu membro arrastar-se pelo meu, e então o empurro lentamente para baixo, completando o movimento ao desliza-lo um pouquinho até minhas coxas.

Ele entende e toma a frente, esfregando-se contra mim sem precisar de mais inventivos e eu apenas aprecio a sensação enquanto o observava gostar bastante do que estávamos fazendo.

— Ah, perfeito. — Acabo reagindo baixinho.

Beijo seus lábios, recebendo a sua atenção de volta e vou espalhando a dedicação de minha boca por seu maxilar, pescoço e ombros, chupando-o devagar enquanto ele mantinha-se nesse movimento de seu quadril por deliciosos e intensos minutos, até que... bom, eu começo a ver os sinais de um novo orgasmo.

Seu corpo reagia em pequenos espasmos enquanto sua respiração tornava-se cada instante mais curta e Minnie mordia o meu lábio em frustração, já querendo levar a própria mão por si, mas eu o seguro.

Nego com a cabeça, só que Seungmin sequer reclama, porque ele não conseguia parar de movimentar-se sobre mim, absolutamente entregue ao tesão, o que me leva a esticar meus braços por trás de seu corpo ao juntar os travesseiros ao centro, como um bom apoio para posiciona-lo contra o colchão e, com calma, é para onde o levo.

— Bin... — Ele me chama, envolvendo o membro com a palma, mas eu a seguro, afastando-a de si. — Eu preciso...

— Tu precisa de mim dentro de ti. — Afirmo já alcançando a camisinha e ele parece travar.

Apenas visto o látex e não me demoro a levantar seus joelhos, então me acomodo ali entre suas pernas para levar a minha boca até a sua. Permito-o arrastar os dedos pela minha cintura e quadril enquanto descia a minha língua até seu mamilo antes de deslizar meus dedos de volta a sua entrada quente que pulsava sob esse toque.

O cubro com um pouco mais de lubrificante, fazendo o mesmo com o meu pau e o penetro mais algumas vezes com os meus dedos, afastando-os um pouquinho, só para ter certeza de que ele estava pronto para mim e... encaixo a cabeça.

— Oh. — Seungmin agarra as minhas costas.

— Devo começar? — Pergunto dando atenção a sua glande com a outra mão e ele apenas tranca um grunhido antes de assentir. — Vamos fazer isso com calma — sussurro já descendo o meu toque ao longo de seu membro, para garantir prazer ao me levar um pouco para dentro, o que o faz arfar. — Tudo bem? — Ele apenas confirma com a cabeça. — Fala comigo, Minnie.

— Está tudo bem — revela ao agarrar o meu pulso da mão que eu usava de apoio ao seu lado e eu observo a sua feição, pra ter certeza de que ele dizia a verdade antes de avançar mais um pouquinho. — É... diferente dos teus dedos.

Minnie aperta os olhos e eu início uma estocada lenta e curta. Bem curta.

— Isso machuca? — Ele nega, grunhindo baixinho.

— Não. — Sua voz tremula um pouco. — É uma pressão. É diferente, mas... — Sua respiração volta a desregular, parecendo sentir mais do que aguentava. — Ah, é realmente gostoso.

— Foca em respirar direito, Minnie — peço ao descer meus lábios por seu braço, esticando-me para alcançar os seus, sem parar o movimento do meu quadril. — Por favor.

Avanço só mais um pouquinho e ele não reclama, então sigo, dando o meu melhor para manter o autocontrole, mesmo que por dentro estivesse fervendo em necessidade, só que ao me levar mais fundo por ele, a sua mão acaba agarrando o meu quadril.

— Espera! — Seung perde o fôlego, afastando mais as pernas, o que me leva a segurar a sua coxa para pressiona-la contra o seu tronco, garantindo mais espaço. — Espera — pede novamente. — Só um pouquinho.

— Quer que eu me afaste?

— Não! — Ele se apressa para dizer, olhando para baixo. — Só espera um pouco, dentro de mim — pede e eu obedeço, observando-o.

Minnie aperta os olhos, tentando acostumar-se com a sensação e eu recuo um pouco, movimentando o meu quadril de forma circular e lenta, especulando se era isso que ele precisava e acabo sorrindo quando confirmo ao ouvi-lo gemer alto.

— Vamos mudar um pouquinho de posição — digo já estendendo as minhas pernas a cada lado de seu corpo antes de, com cuidado, puxar as suas sobre as minhas coxas.

Afasto o meu tronco dele e elevo um pouquinho o seu quadril antes de voltar a penetra-lo, mas agora
com sua próstata em foco. Acaricio o seu corpo, voltando a tocar com leveza nos pontos sensíveis de seu quadril e abdômen, a procura de sua sensibilidade ao me deslizar por ele e assim que a encontro, Minnie me confirma com um delicioso grunhido.

— Assim fica bom? — Pergunto baixinho.

— Ah, assim fica perfeito — grunhe, arrancando suspiros meus.

Ele agarra a manta sob seu corpo e eu continuo, dando mais ritmo e já perdendo o fôlego. Meu Deus, isso era realmente bom. E seus sons... Eu ia me perdendo nessa sensação, querendo usar força contra ele, mas repetindo mentalmente a mim mesmo que ainda era cedo, então apenas me alinhei a ele e continuei... Minnie vazava, pedindo por calma, sem eu sequer tocar em sua rigidez, e isso era capaz de me excitar mais ainda.

— Bin, por favor...

— O que tu quer? — O cubro com o meu corpo, subindo uma de suas pernas ao meu ombro e isso o faz engasgar. — Precisa que eu vá devagar?

— Não, por favor, não. Eu quero... mais — pede baixinho.

Então apenas seguro a sua cintura com as duas mão, pressionando-o contra o colchão ao finalmente estoca-lo com um pouco de força. Ah, finalmente.

— Assim? — Seung grunhi alto, enfiando os dedos em minhas costas. — É assim que tu quer? — Pergunto afundamento-me nele na mesma intensidade uma segunda vez.

— Eu quero, é exatamente... — E ele é incapaz de completar a frase, porque eu permito todo o
fervor em mim tomar conta.

Então simplesmente consumo o seu corpo e toda a sua energia, sons, tremores e reações. Seungmin causava em meu corpo essa sensação de derretimento e colapso inevitable. Era assustador e delicioso. Seus olhos prendiam-se nos meus ao gemer formando cenas de uma eroticidade que me faziam chegar a pensar que eu estava ficando maluco.

Ele é levado ao orgasmo sob mim, contorcendo-se e marcando a minha pele com as unhas, mas eu não recuo nem por um instante. Continuo e o vejo sorrir e grunhir a cada nova estocada de uma forma sádica que me descompensava. Oh, isso era difícil.

Essa sua audácia de olhar para mim assim acaba me tirando do sério, a ponto de eu agarrar o seu pescoço, mas isso não o intimida. Nada o intimidava. Eu já devia ter aprendido. Minnie pareceu se divertir com isso e esse foi o meu fim.

Acabo gozando de uma forma tão brusca que não
consegui evitar tremores. Meu corpo tornou-se fraco e eu tive que parar um pouco, absolutamente sem
fôlego enquanto sentia cada milímetro meu pulsar em uma eletricidade perturbadora.

Ah, Kim Seungmin. O que tu fez comigo?

Eu o encaro, disposto a xingá-lo por me causar esse fascínio irracional, mas nem para isso eu parecia ter forças, então caio ao seu lado, tentando recompor meus pulmões ao fechar os olhos. Eu sentia cada músculo meu tremer e precisei de alguns instantes para voltar a ter controle dos meus movimentos.

— Ah, isso é loucura. — Fecho os dedos de minhas mãos e pés, sob esse formigamento, e tudo o que consigo fazer ao voltar a me movimentar, é me levar contra Seungmin.

Seguro o seu rosto e beijo seus lábios, colando meu corpo no seu ao descer o meu toque pela sua lateral até sua coxa, que é onde paro minha palma para aperta-lo forte.

Levo meus lábios ao seu pescoço, por seu ombro e peito, chupando seu mamilo de leve enquanto sentia seus dedos tão longos e firmes em minha nuca.

— Me conta... — sussurro enquanto acariciava a sua cintura. — Como tu te sente?

— Em êxtase. — Seungmin me encara com uma expressão tão exausta e sedenta que eu me obrigo a cobrir o seu rosto com a mão, passando pelo polegar por seus lábios e ele fecha os olhos, apreciando a sensação.

— Eu quero saber mais do que isso — digo baixinho enquanto me deslizava um pouco mais pra baixo na cama, beijando a base de seu quadril, em uma diagonal curta de seu umbigo, levando-o a puxar os meus cabelos de leve.

— O que tu precisa saber?

— O mais importante.

— Precisa saber que o teu pau é gostoso pra caralho e que eu estava errado em ter te enrolado tanto porque foi uma grande, gigante, perda de tempo? — Ele me faz rir.

— Isso é ótimo saber, mas não, docinho. — Minnie faz careta quando eu o chamo dessa forma, mas sua expressão se desfaz quando eu começo a levantar seu joelho.

— O que tu...?

— Eu preciso saber se eu te machuquei e também o quanto mais tu me aguenta hoje. — Ele respirar profundamente ao sentir meus dedos gentilmente recolhendo um pouco do seu sêmen sobre a sua barriga para usá-lo a meu favor ao acariciar sua entrada. — Me diz.

— Eu... hum... — Ele se reacomoda na cama e eu deslizo esse toque mais para cima, dando atenção ao seu membro. — Ah, não faz isso. Não me olha assim — diz, frustrado.

— Por quê, não? Se o teu corpo é tão perfeito — percorro a rigidez que voltava a se exibir sob a ponta de meus dedos. — Tudo o que eu quero é te olhar assim. Mas não te esquece das perguntas que eu fiz...

— Claro. Hum... sobre ter me machucado a resposta é não. Quer dizer... — Ele aperta um pouco os olhos e eu dou atenção ao seu rosto. — Só um pouquinho, mas quase nada.

— Tudo bem. — Eu beijo a sua cintura e seu quadril, acariciando a sua pele macia em um pedido de desculpas. Nenhum de nós esperava que fosse absolutamente indolor.

— Sobre a outra pergunta... hum... já estamos aqui, não é? — Eu rio e ele morde o lábio, com aquela feição sacana que eu gostava tanto.

— Ah, tipo... é só conveniente, né? Não temos mais nada para fazer hoje, mesmo... — Finjo desdém, dando de ombros e ele ri, levantando um dedo para me chamar em direção aos seus lábios na mesma hora.

— Mais um pouquinho — sussurra. — Só mais um pouquinho — pede já me empurrando e eu não hesito em me por de pé para pegar uma nova camisinha e um lencinho para seu abdômen, limpando-o ao tê-lo ajoelhado sobre o colchão já a minha espera.

Minnie arfa sob meus primeiros toques e avança pelo meu corpo. Ele sobe sobre mim, beijando os meus lábios ao agarrar a minha nuca com uma vontade boa demais de sentir. Eu seguro o seu corpo, apertando a sua cintura, quadril e bunda, sem conseguir sequer respirar direito.

Ele me permite recuperar o fôlego apenas quando se estica no colchão para buscar o lubrificante, cobrindo-se com o produto e ter a visão de sua mão indo por suas costas para se tocar enquanto encarava meus olhos me desestabilizo completamente.

Eu abro a camisinha e é ele quem a veste em mim antes de me empurrar para trás e, cheio de receio, mas com muita vontade, encaixar-se em mim.

Apenas suspiro em realização, mas noto a sua expressão levemente apavorada, o que me leva a melhorar a sua posição, cobrindo-o de carícias antes de empurrar o seu quadril contra o meu em uma lentidão que o faz grunhir baixinho.

Ajudo Minnie a encontrar seus pontos mais sensíveis e ele passa a estimula-los com o meu corpo, imergindo-se em um tesão que formava cenas a minha frente das quais eu começava a questionar se não estava sonhando.

Mas não, isso acontecia bem aqui, sobre mim, sob meus dedos, esse calor, essa sensação. E eu acho que nunca me senti tão bem em toda a minha vida.

Continuamos por longos, realmente longos, minutos. Não havia pressa nenhuma e nos aproveitamos disso para nos prolongarmos em sensações realmente gostosas.

Só que... quando meu corpo implorava por alívio, eu devia ouvi-lo e isso me leva a tomar controle e passar a empurrar meu quadril contra o seu. Tento diminuir o ritmo quando o noto marejar um pouquinho. Eu não queria machuca-lo, realmente não queria, mas Minnie praticamente me implora para continuar, e eu não negaria os seus pedidos...

Com isso, acabamos gozando juntos. E Meu Deus. A forma que seu olhar prendeu-se no meu, seus olhos tão profundamente fixos e melancólicos, dizendo tanto do que ele jamais expressaria em palavras, fez uma camada bem profunda e intocada dentro de mim aquecer até demais.

Minnie cai sobre mim e apenas me abraça. Encaro o teto alguns segundos tentando recuperar o fôlego enquanto devolvia o toque quente por suas costas. Era íntimo. Era intenso. Kim Seungmin significa alguma coisa, não é? A minha irmã estava certa. Ah, como eu odeio quando ela está certa.

— Esse é um daqueles momentos perfeitos em que se falarmos alguma coisa estraga ou eu poderia revelar que estou considerando jogar a chave do meu apartamento pela janela pra te prender aqui pra sempre? — Minnie ri e, com muito esforço, apoia-se em seus cotovelos para me olhar.

— É melhor ficar quietinho se tu for sugerir sequestro — brinca e sorri para os meus lábios antes de beija-los.

Eu seguro seu rosto, dando atenção a sua boca tão deliciosa enquanto sentia seus dedos deslizarem em um toque suave pela minha clavícula e ombro antes de deslizar ao meu lado para se acomodar melhor.

Puxo a lateral da manta que nos esparramávamos sobre para cobrir nossos corpos e pego um travesseiro do outro lado da cama para colocar sob a sua cabeça, o que o levava a rir baixinho.

— Tu já conseguiu o que queria, não precisa continuar sendo tão gentil assim comigo.

E meu queixo simplesmente cai com o seu desaforo, mas essa sua feição sacana sob mim me dizia que Seungmin só estava me provocando.

— Essa é a pior e mais falsa imagem que tu poderia ter criado de mim. — Cutuco seu peito nu e ele segura minha mão, fazendo-me abrir a palma contra sua pele.

Eu sentia seu coração pulsar rápido sob esse toque.

— É mais fácil pensar assim de ti... — Seus dedos acariciam os meus e meu peito se enchia com essa sensação.

— Pra não precisar lidar com o que tu sente por mim? — Seungmin revira os olhos.

— Eu não sinto nada por ti, Seo Changbin — defende, levando-me a rir alto e voltar a deitar ao seu lado.

— Fala a verdade.

— Hoje a verdade é relativa e perigosa — diz puxando a manta por seu ombro.

O frio do inverno que eu tentava manter do lado de fora parecia querer sobrepor o calor que havíamos criado aqui, o que me leva deslizar o meu braço sob o tecido para encontrar a pele suave e quente de sua cintura com o meu toque.

— Quer saber a minha verdade? — Pergunto baixinho e Minnie reacomoda-se sob meus dedos, aproximando seu corpo do meu para que eu tocasse mais dele.

— Eu não tenho certeza... — sussurra ao deslizar a mão pelo meus braço até encontrar o meu ombro.

— A minha verdade é que eu vou continuar te caçando...

— Ah, seu mentiroso! — Seus dedos apertam meus músculos sob a acusação e Minnie já apoia-se em seu cotovelo para me encarar. — Tu está admitindo que eu sou realmente uma presa que tu conquistou com os teus joguinhos sujos? — Eu rio alto e ele finge um beicinho bravo que me leva a beija-lo.

— Bom, se analisarmos bem... — O faço deitar em meus braços, puxando-o o máximo contra meu peito. — fui eu que fiz essa noite acontecer, não? Te persegui no bar, fui insuportável o suficiente para ti aceitar sair comigo em um acordo que assim eu te deixaria em paz...

— Tu não deixou — resmunga. Quanta audácia, Kim Seungmin.

— Pelo jeito sou péssimo em cumprir acordos...

— É, mesmo. Terrível.

— E então tu passou aquela noite comigo. Depois tu fugiu, te escondeu, mas eu não desisti... continuei na tua cola. E aqui estamos nós. Nus na minha cama. — Minnie grunhe em reclamação, o que me leva acariciar sua nuca, fazendo-o suspirar sob essa estímulo.

Era uma forma muito fácil de controlar suas reações.

— Então tu já conseguiu tudo o que queria. Não precisa continuar me caçando...

— Não consegui, não. — Seus olhos automaticamente abrem.

É, Kim Seungmin. Eu faria de ti meu. Eu não tenho certeza de quando nessa noite eu decidi isso, ou... percebi que era o que eu realmente devia fazer, mas aconteceu. Ou melhor, vai acontecer.

— O que tu... quer dizer com isso? — Eu sorrio, mordendo o meu lábio ao ver essa expressão breve de pavor que o cobria.

— Tu sabe muito bem — sussurro levando meus lábios aos seus.

E, por incrível que parece, Minnie não me rejeitou. Eu o beijo segurando seu rosto e sinto suas mãos firmes apertarem minha cintura, enquanto ele perdia o ar ao ponto de me afastar.

— Espera... não! Hum, Bin...

— O que é? Tu prefere que eu não diga nada? Prefere que eu finja que isso aqui é casual e te manipule com essas invisíveis linhas feito uma marionete até tu estar tão amarrado a mim que nada vai te fazer me largar?

Eu movia meus dedos acima de seus olhos, fingindo ser eles os manipuladores dos fios que o controlavam.

— Meu Deus. Tu é tão idiota. — Minnie agarra o meu pulso e eu rio, beijando o seu rosto antes de prender o meu olhar no seu.

— Então nada disso te agrada? — Vejo sua respiração pesar um pouquinho.

— É um pouco... difícil explicar pra ti.

Ele mordia o lábio, nervoso. Eu sabia bem o que era. Entendia e sequer questionaria isso. Minnie havia saído de um longo relacionamento a tão pouco tempo... não estar pronto para mim era bem compreensível.

— Tu precisa de um tempo, não é? Eu sou do tipo que quer tudo pra ontem, enquanto tu...

— Isso é decepcionante, não é? — Ele desvia o olhar ao meu peito, levando seus dedos por minha pele em uma tentativa de se distrair de meus olhos.

— O quê? É óbvio que não. — Acabo rindo e puxando seu queixo em minha direção. — Nada em ti é decepcionante. Nunca, Minnie.

— Mas sabe... não me parece uma ideia terrível, aquilo de... fingir que é casual.

— Fingir sem ser, hum?

— É tipo... o que já estava acontecendo...

Nós dois sendo incapazes de passar um dia sem ver o outro. Seungmin sendo a melhor parte de meus dias. Essa felicidade e animação estúpida que eu sentia com uma simples notificação com seu nome.

Era isso que estava acontecendo.

— Essa é a tua forma de me enrolar pra me dar perdido mais uma vez? — Seu queixo cai.

— Não! — Minnie ri e eu sorrio ao ouvir esse som. — Eu não vou mais ser cruel. Eu prometo. — Ele levanta o mindinho e eu estreito meu olhar para ele antes de entrelaçar meu dedo no seu. — Eu prometo — repete, só que mais baixinho. — Até porque... todo o resto meio que... me agrada também.

— Todo o resto?

— Todo a resto da tua proposta, além de fingir que é casual, tu também...

— Silenciosamente te conquisto para que tu não consiga viver sem mim? — Minnie ri, mordendo o lábio ao, discretamente, assentir.

Ah, isso era perfeito.

— Só não me deixa saber...

— Ah, pode deixar, Kim Seungmin. Eu não vou te deixar saber nenhum passo meu.

Então eu o beijo e Minnie me recebe tão bem que tudo o que eu fui capaz de fazer foi envolvê-lo em meus braços, puxando-o contra mim.

Tocando cada centímetro meu nele. Apreciando seu calor. O toque de suas mãos, o de seus lábios e língua... O olhar doce e determinado quando encontrava o meu...

Eu poderia sentir isso pelo resto da vida.

E, quem sabe, com sorte, eu faria isso acontecer. Kim Seungmin seria meu, nem que essa fosse a minha última conquista.

Notes:

E aqui termina esse breve romance SeungBin.

Espero que tenham gostado!!!

Sempre aceito críticas construtivas então fiquem muito a vontade de darem suas opiniões. Obrigada por lerem até aqui! ෆ

Se tiverem interesse em me achar em outros apps, no Wattpad meu nome é @rakulele, como aqui, enquanto no Twitter é @sparklybokie

Até a próxima!!!

Se quiserem ler mais trabalhos meus, tenho no meu perfil do AO3 um oneshot de Minsung!!!