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Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2024-03-17
Updated:
2024-04-21
Words:
18,712
Chapters:
9/15
Comments:
8
Kudos:
37
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5
Hits:
933

Uma vez, no passado

Summary:

Trollstopia mal estava sendo formada, mas os outros trolls estavam furiosos com Pop ainda guardando segredos. Pop no passado, fez todas as comunidades se separando com suas tramóias e era justificável haver desconfiança, mesmo que se passassem quinhentos anos do acontecido e, segundo Poppy, absolutamente já houvessem passado pela penitência.

Poppy não quer contar o passado com os Berguens, com medo de arruinar a frágil paz que construiu com desconfianças sobre um assunto já resolvido, o que a envia para um colapso emocional quando Val e Flor d'Primavera a confrontam sobre confiança. Por algum motivo, no dia seguinte, todos acordam em lugares estranhos e interagindo com o passado da tribo.

Não o tratado de paz, tão corajosamente conquistado há menos de um ano. Mas, em épocas sombrias e de mudanças onde a maioria dos que estão aqui hoje, mal pensavam em existir.

Or: Tronco está interagindo com sua avó, mas ela tem seis anos. Poppy está estressada e quer ir pra casa.

Notes:

Basicamente, trolls interagindo com o passado. Mas, mais do que a maioria das fanfics acaba abordando, como o período em que Berguens começaram a caçar trolls ativamente e a ignorância como forma de proteção. Muitos personagens originais porque a maioria dos canônicos não existia na época em que se passa.

Branch: Tronco
Smidge: Nina
Biggie: Bitelo
Holly Darlin': Flor d'Primavera

Chapter 1: Tensão

Chapter Text

- Poppy, querida. - Flor introduziu, mexendo as mãos juntas. - Eu não sei, cês não são bons em serem abertos. Delta aprecia muito isso.

Flor d’Primavera mantinha a mão, hesitante, sob o braço do troll rosa. A coloração da pele de Poppy tornava-se mais vívida, especialmente sob o rosto, as sobrancelhas franzidas em uma carranca pouco familiar.

- Nós não estamos escondendo bases, é loucura! - Bufou, os braços cruzados e balançando o corpo automaticamente. - Eu quebrei as cordas! Não faz nem sentido tentar outra forma de tomar o poder. Nossa população ta crescendo, não tem senso tentar morder mais que isso.

- Popseed. - Val interrompeu, os braços cruzados. - Pop é forte. Ter duzentos e quarente e sete trolls em sua totalidade? Tem certeza que seu pai não escondeu a existência do restante, assim como escondeu a nossa? Sério, ofensivo. Que narcisismo isso de pensar que são os únicos trolls do mundo.

Era uma discussão crível. Poppy não comentou sobre as atrocidades que seu povo passou no último século, é algo difícil de divulgar - Entre tantos trolls diferentes. A paz com o reino Berguen finalmente estava progredindo, Gristle tendo comunicado os outros assentamentos do seu povo das novas leis, até educando sobre a abstinência e o fato que o consumo de trolls foi oficializado como uso de drogas, com consequências para a saúde. Algo que nem os trolls poderiam dizer, já que veio em tona quando centenas de Berguens colapsaram de abstinência depois da grande fuga. Os incidentes de caça estavam diminuindo, havendo até uma regulamentação adequada pela área onde são conhecidos por viver.

Trolls estavam vindo para ela quando vêem um berguen com olhar estranho, intenções indistintas.

Falar para os outros, poderia ser um erro - Seu povo cresceu em um genocídio normalizado, o perdão e a administração de medidas punitivas foi um grande passo e um alívio para a maioria dos que presenciaram Trollstício, e mesmo os que negavam acreditar, estavam relutantemente aceitando que é melhor a paz suspeita do que a caça aberta. Outros trolls não aceitariam facilmente. A paz deles foi conquistada, mas a luta não precisava ser divulgada, a ignorância mantinha eles fora do pânico geral que seu povo se adequou.

- Não vejo vocês falarem de Techno e Classico serem igualmente fechados! - A tentativa de brincadeira soou fraca, até mesmo aos seus ouvidos. Sua voz pareceu mais agressiva do que deveria, o que era incomum. Poppy herdou o fardo de manter o passado no passado, mas provavelmente morreria com ela.

Se as outras comunidades não insistissem em suspeitas.

- Vocês eram numeros! Todo mundo diz isso! Nosso povo fugiu porque vocês podiam nos sufocar sem nem tentar! - Val gesticulou, para aumentar a intensidade do que dizia. Dando alguns passos em um conflito direto com a rainha do Pop. - Não podem nos enganar. Rock aceitou Trollstopia como penitência pelo Rockapocalypse, mas que garante que não vamos colaborar com outro esquema de dominação maluco? Estar no escuro é aluscinante!

- Eu não sei, Val! O que quer de mim? - Finalmente, a Rainha gritou, a frustração escapando da voz. - Podemos ter ficado no escuro por décadas sobre vocês, mas estou tentando, ok? Estar em guerra é cansativo! Pelo menos eu tentei fazer alguma coisa depois de todo o fiasco, vocês estavam felizes em se ignorar, de novo!

O silêncio pairou, Flor com as patas sob a boca com a animosidade crescente. Poppy percebeu o que disse, percebeu que estava em um estado que não era bom discutir. E certamente se arrependeria depois. Mas Trolls Pop nunca foram bons em regulação de emoções, sentir raiva era assustador - Apenas se enfurece por Creek. E quando Tronco foi zumbificado, seus ouvidos zumbiam de fúria surda contra Barb, e os irmãos tiroleses que os traíram. E contra si mesma.

Raiva nunca foi um sentimento bem vindo. Quando ela sentia, o resto de seu povo sentia também - Ela foi a amiga madura, aquela que sorri e vê o outro lado. Aquela que lidera a energia do grupo, o papel lhe caiu bem. Assim como em seu pai e na maioria dos antigos líderes. Se afogar em sentimentos ruins nunca foi algo realmente gerenciável, não para Trolls Pop - Por isso, nos meses que seguiram o fim de Trollstício, se acomodou no Bunker de Tronco. Os pesadelos vinham, e havia aqueles momento em que queria tremer, e seus ouvidos se mexiam descontroladamente, procurando por perigo.

Ela sabe que seus amigos sentem o mesmo. Seu namorado foi solidário o suficiente para acomodar o grupo em festas do pijama, tornando o Bunker um espaço seguro.

- Vocês estão escondendo coisas, Poppy! - Val declarou, abertamente ofendida agora. - Nunca negamos a existência de vocês!

- Claro, porque convencer suas crianças que Pop é um grande monstro ganancioso é muito melhor. - A Rainha zombou, o sarcasmo se infiltrando na fala. Sentimentos negativos nunca eram bem vindos, mas eram viciantes. É fácil demais entrar no ritmo da raiva. Quando ela entra em ebulição, você se defende, grita. E morde. É difícil acionar o filtro de palavras.

- Poppy! - Flor interrompeu, entrando na frente de Val e a afastando com uma pata. - Acho melhor se acalmar.

Ela percebeu o ritmo que as coisas andariam. Poppy ficou quieta, antes de bufar incrédula.

- É claro, agora eu sou a vilã. - Riu, para si mesma. - Vocês já consideraram que há informações confidenciais numa realeza? É burocracia o nome, gerenciamento de risco, o que for! Não podem esperar saber tudo que se passa com meu povo. É normal! Todos tem isso. Mas, porque Pop tentou dominá-los quinhentos anos atrás, é claro que sou imediatamente uma tirana dominadora!

As meninas finalmente ficaram quietas, Poppy respirou pesadamente por alguns segundos, esperando um pouco de racionalidade voltar ao corpo, mas os pensamentos claramente começaram a fluir em ritmo acelerado, tomando sua cabeça - São tantos trolls, e ela sempre gostou de trolls diferentes, embora não aceitasse as diferenças antes. Não é tanto que apenas tentou fazer Tronco feliz ao invés de compreender a tristeza e os sentimentos ruins que vinham com ser grisalho. Ela sentiu isso, na grande panela. Foi como se o mundo pudesse te esmagar, e fosse difícil se mover, e as coisas parassem de fazer sentido e… Foi ruim!

Sentimentos ruins a apavoram, e agora ela os está sentindo. Provavelmente seu povo vai perceber, e vai ser tão estressante lidar com a preocupação calorosa de seus amigos - Ainda havia tanto a ser feito. Centros de festas a serem reservados, agendas reorganizadas, estoques reabastecidos. Ela tem que conversar, acolher seu povo. E certamente não poderia fazer por toda Trollstopia, mas tentaria fazer pelo máximo de trolls, e ainda pensam que são os Pop de quinhentos anos atrás. A contagem da história parece justa, já que sumiram nos últimos dois séculos, mas é tão estimulante.

Poppy não pode mudar o passado, mas a penitência de seu povo tem que ter sido paga a partir do momento que lidaram com Trollstício.

É muito. Então, ela faz o que parece racional quando fica sobrecarregada.

Senta.

E chora.

- Oh, merda. - Val xinga, observando quase catatônica a Rainha se sentar no chão, abraçando os próprios joelhos para esconder o rosto. Sendo reduzida a uma bagunça soluçante logo depois. - Vou chamar Tronco! Você. Lida com isso. - Apontou para Poppy, assustada, antes de sair correndo. Apenas um pouco de arrependimento pela forma como tratou a troll.

Era o começo de Trollstopia ainda. Seus vínculos não estavam formados, os planos políticos mal foram traçados e tido uma ordem adequada. Mas Val sabia que pode ter pressionado demais pelos segredos que estavam ameaçando a frágil paz que estavam mantendo.

Poppy mesmo, não ouviu. Mesmo quando Flor se abaixou, desenhando círculos calmantes em suas costas e pedindo desculpas com a voz mais suave que podia fazer. Sentir agora era demais, é ruim sentir tanto.

Seu povo inteiro perdeu as cores quando ela se deu ao luxo de desabar. Não é certo, mas é o que é. É muito, e eles estão vindo, há gritos do lado de fora, e as crianças; céus, as crianças buscavam orientação, sussurrando perguntas que ela não podia responder. Eles tiveram o luxo de nascer depois da fuga e ela estragou tudo apresentando-os o primeiro Trollstício. Keith estava quieto pela primeira vez na vida sem reclamar de estar tão perto das outras crianças, e isso era trágico, porque ele sempre reclamava das pilhas de abraço e a dificuldade de mobilidade.

Ao mesmo tempo, ela não queria morrer. Creek os traiu, ela os arriscou por ele, mas ele ainda os traiu, e havia aquela noite na panela em que Tronco deixou que o abraçasse, e seus amigos estavam tentando traçar planos quando era óbvio que era uma derrota. Ela nem sabe como cantar, dançar e abraçar realmente deu certo no fim, mas dói, e era um pânico cego. E Tronco quase morreu depois, e porque diabos Gristle estava recolhendo a língua. Há o medo, e como um troll poderia destruir vilas.

Não há música que justifique a destruição de culturas inteiras. Foi opressor, e ver o lado bom deu certo antes, mas não estava agora - E as coisas deveriam ser bolinhos e arco-íris, ela não foi feita para situações de tensão. É difícil continuar agora, e todos estavam cinza e era culpa dela de novo e…

- Poppy. - A voz de seu namorado a interrompeu. O aperto cuidadoso de Flor foi interrompido, e agora haviam duas patas calejadas muito familiares em seus joelhos. - Vamos contar. Quatro pra dentro e cinco pra fora. Me segue, tudo bem? - Ele diz, e em questão de segundos, está inflando e desinflando enquanto respira exageradamente, demorando mais em cada segundo que o necessário. A Rainha imita, reflexivamente.

Ela que o ensinou a técnica. Há um livreto que o deu de aniversário, com todas as técnicas que aprendeu para acalmar o pânico, conversando com idosos e se aprofundando nos livros abandonados de comportamento da biblioteca. Tronco teve um ataque de pânico depois que Trollstício acabou, quando finalmente estava no bunker, e seguro, e imediatamente começou a hiperventilar.

Poppy ergue os olhos dos joelhos, para ver o namorado. Há expressões exageradas enquanto ele respira, o que consegue arrancar uma risada. Nenhum dos dois fala, focados no exercício de respiração - Poppy desacelera. O pânico avassalador que vem com a raiva, o medo de revelar mais do que deveria, finalmente encontrando um ritmo familiar.

Uma vez, debateu com o namorado sobre a óbvia e descarada negligência emocional dos Trolls Pop. Tronco contou que, uma vez, na gaiola, Chef matava primeiro os trolls cinzento que não tinham um gosto bom. Aqueles que evitavam a colheita precoce, se matavam em seus casulos quando não tinham o medo do cadáver se tornar um petisco. Aparentemente, foi um mecanismo de sobrevivência uma vez, mas agora era apenas negação prejudicial.

Isso não faz que saibam lidar com isso. Eles não tem psiquiatras - Haviam grupos de apoio, que ajudaram os trolls a construírem uma camaradagem mútua e a falarem sobre a merda que passaram. Mas apenas amigos e colegas ouvindo uns aos outros antes de entrar no ritmo familiar de produtividade pelo qual eram conhecidos. Até mesmo seus médicos, Moonblom e Plimsy, ou seus aprendizes, eram muito mais voltados para o físico. Foi a demanda mais necessária durante e após o trollstício. Muitos ferimentos.

Há Cohor - Um aprendiz que se voluntariou para estudar saúde mental com os Trolls Techno, agora que o intercâmbio era uma possibilidade. E Plimsy faz estudos comportamentais por conta própria, mas ninguém realmente com possibilidade de atuar na área. O máximo que tem é adultos e idosos com o suficiente de empatia e muita vontade de ajudar por tentativa e erro. Agora, com Trollstopia, poderia não ser o caso.

- Estamos seguros. Você está segura. - Tronco sorri, e é tão lindo. Foi quase meia hora antes que sua respiração se regulasse. - Vamos pro Bunker, posso fazer chocolate quente. Talvez, conversar, mas acho que você precisa de uma folga por hoje.

Seu namorado a tocou pela cintura, lentamente, dando tempo para que se desvencilhasse o ou expressasse recusa, todo momento olhando a troll nos olhos. Poppy não, estava cansada. Sua cabeça ainda estava preparada para se estressar, mas seu corpo parece pesado e seria tão cansativo sentir alguma coisa agora, então ela adia, se acomodando no calor acolhedor do peito do namorado enquanto ele a embala como um bebê.

Aconochegante.

Ela adormeceu na metade da xícara. Tronco a deixou no sofá, aconchegada em uma coberta peluda confortável e um bilhete. Algumas revistas e material de colagens sobre a mesa para quando acordasse, e algumas frutas frescas, embaladas a vácuo, em um freezer na cozinha.

Val e Flor estavam pairando perto do Bunker, com expressões culpadas, quando ele saiu.

- Como ela está? - Val perguntou, baixando o olhar como uma criança prestes a ser repreendida.

Tronco moldou a expressão em algo que sabe parecer severo.

- Poppy está tentando, é rude pressionar. - Diz, um tom mais abaixo que o normal, sua garganta se fechando em um rosnado protetor. - Ela tem vinte e um e é Rainha. Todos os outros governantes parecem mais velhos, então acho que vocês entendem que ela está aprendendo.

- Eu… - Flor gaguejou, olhando para o troll. - Peço desculpas. Vocês estão guardando segredos e é de conhecimento geral que Pop tem uma tendência a ser… ruim com segredos, e Delta continua desconfiada. Val pode ter sido demais, mas está certa! Como podemos confiar em vocês se escondem todo seu povo?

Tronco tem um momento para expressar confusão, antes do esclarecimento aparecer.

- Políticas tem segredos, as coisas são assim. - Bufou, cruzando os braços com a melhor imitação de pai desapontado que poderia fazer. O que não era muito, considerando que nunca havia tido um pai. - Não tinhamos conhecimento do passado até agora, e a desconfiança não vai mudar o presente. Vocês acreditaram em Trollstopia. Acreditem nela agora. - Suas têmporas doíam, a interação começando a cansar. - Ela vai ficar bem. - Respondeu a pergunta inicial de Val, com algum receio. - Poppy não sabe lidar com emoções negativas, é um trabalho em andamento pra maioria de nós. Vou levar Nina e assumir o restante das tarefas do dia. Cuidem de seus povoados.

Ele diz, e saiu.

Indiferente ao fato que havia deixado as meninas com mais perguntas e menos respostas.

Chapter 2: Rosie

Summary:

Rosie é uma boa garota - Sua família está viajando para mais perto da árvore Troll. As coisas podem ser divertidas, mesmo com estes forasteiros fascinantes que apareceram por detrás do rio.

Chapter Text

Rosie é uma boa garota, é o que seus pais dizem. Ela só tem seis anos e vive alguns quilômetros leste da árvore troll, perto das margens do rio. Algumas centenas de metros aquém da estrada principal, e muitos quilômetros longe de qualquer criatura que não seja nativa ou silvestre. Tranças embutidas esverdeadas, que dificultam o controle do cabelo, mas são tão lindas e fáceis de decorar com flores que quase não liga.

Sua familia é simples. E ela gosta disso. Quase nada muda, mas agora seus pais querem se aproximar mais do povoado principal - Talvez por causa das pegadas grandes e desconhecidas que encontraram enquanto pulavam em cogumelos, ou porque os animais pequenos estavam se afastando, e isso era mau sinal. Seu irmão mais velho, Puff, diz que quando animais se afastam, há predadores se aproximando. Áreas silenciosas não são seguras, então ela tem que ir embora. Genuinamente, não entende. Há muitos trolls por aqui, então não há como o silêncio ser um problema.

Mesmo que eles pareçam ir embora a cada ano.

É estranho.

- Rosie. - Mamãe Hann está dobrando a roupa em algumas maletas de grama. Papai Thorn e Puff estão voltando do rio, com uma cesta e um balde d’agua, enquanto ela se concentra na pulseira de flores que estava trançando no chão. - Fique perto, por favor, vá ajudar seu pai a armazenar a comida. Vamos partir depois do almoço.

- Ta! - Rosie riu sozinha, não fazendo nenhum movimento para realmente se levantar. - Acha que Honey vai ir com a gente? Os pais dela ficam falando em ir também, eu fiquei triste quando pensei que ia ficar, porque ela é a melhor amiga do mundo! Ou Moon e Moss, acho que estão alguns dias em frente, Moon tem a maior parte dos nossos livros, é entretenimento!

- Rosie, sem divagar. - A mãe repreendeu, um sorriso suave no rosto. Hann é uma troll completamente verde, e seu pelo é mais duro que os outros. Provavelmente por estar acostumada com trabalhar muito, mas tem a voz mais linda de todas. Sem amplificador, podia facilmente chamar a atenção de todos seus vizinhos. Era tão legal. - Vá ajudar seu pai, talvez encontre seus amigos depois.

- Sim, lady! - Ela riu, levantando e tropeçando. Então, ficando muito quieta e se abaixando na grama, seu cabelo automaticamente combinando para que ficasse discreta, mirou em Puff.

Seu irmão mais velho tem a cor de sua mãe. Mas seu cabelo é roxo, um pouco rosado, e por algum motivo, nasceu com glitter nas bochechas. É incomum realmente haverem trolls com glitter como parte integrante do corpo, mas é brilhante e bonito, então tudo bem. As coisas devem ter permissão para apenas existirem e serem belas. Ele deve ter quatorze agora, se ela se lembra bem - E nunca se assusta. É tão injusto!

Ela pulou, como um filhote aprendendo a predar, direto nas costas do irmão. Em hipótese, o derrubaria e o baque deveria ser uma surpresa, mas Puff esperou um pouco antes de se virar e abrir os braços, e o que era pra ser uma queda surpresa, se transformou em um abraço de urso.

- Chato. - Rosie choramingou, mas não desfez o abraço. - Mamãe mandou eu ajudar vocês. Estavam colhendo algas? Elas tem um gosto nojento, por que não podemos levar mais frutas? São muito mais toleráveis.

Thorn, seu pai, era um troll roxo, com o cabelo rosa. Seus olhos eram azuis, e era a única parte distoante de todo seu corpo. Um troll grande, com rugas de velhice, mas um sorriso muito bobo e voz mansa. Ele trabalhava e cantava, como a maior parte dos trolls da área, mas tinha dificuldade em mudar a cor do cabelo.

- Não conhecemos todos os tipos de frutas, Rosa. - Ele bufou, a retirando cuidadosamente do aperto do irmão. - Os especialistas em botânica já foram há muito tempo. Algas estragam mais devagar, e são fáceis de guardar. É melhor por alguns dias ou semanas que estaremos nos movendo.

- É? Tudo isso? - A criança choramingou, rastejando pro cabelo do pai em uma tentativa de conforto. - Nunca estive na grande árvore. A Rainha geralmente vem visitar antes de qualquer um ir pra lá, ou tem aqueles batedores em insetos, deveriamos apenas esperar.

- Não, não, não, pirralha. - Seu irmão interpôs. - Agora, vamos, tem algumas flores que realmente tem o nectar doce, e o chá da folha é maravilhoso, vou te ensinar a escolher. - Puff a colocou debaixo do braço, já que não cabia mais na cabeça do pai, dispensando o velho com um aceno. - Vamos ir porque a família real vai ter um ovo. É um grande acontecimento, certo? Então temos que nos aproximar um pouco mais para poder participar da festa. Os gêmeos deveriam se sentir bem vindos, não acha?

Rosie murmurou em concordância, seguindo o irmão obedientemente. A sua cabeça passando das perguntas aos ritmos que suas patas tomavam nas folhas, quase ignorando completamente a explicação adocicada que seu irmão estava dando pra ela.

Foi na Grande Loja, que eu comprei um pianinho
Ela cantou a cantiga que estava na sua cabeça, interrompendo a explicação do irmão com uma risada divertida. Rosie sabe que eles não estão contando tudo, os adultos estão com medo, com medo de contar e com medo de ficar. Mas tudo bem, porque ir embora vai deixar todo mundo mais feliz.

- Plim, plim, plim, um pianinho. - Puff cantarolou, apontando alguns botões abaixo da terra. - Veja, esses são amarelos. É sinal que estão bons, você os colhe por debaixo, encontra a raíz e os desencaixa, assim. - Demonstrou com a mão, pegando um único botão. - Pra comer, é pra apertar nas laterais e colocar a boca onde as pétalas se fecham. É doce, quer experimentar?

Com as mãos cuidadosas, Rosie repetiu os passos do irmão, levando um botão na boca, apertando e sugando. O néctar saiu em sua boca, imediatamente fazendo seus olhos brilharem e as patas rolarem pra buscar mais um. A pata do seu irmão a impediu.

- Menos, é pra encher a cesta deles. Pra achar mais, é só cavar aqui perto, depois que encher a cesta, pode comer quantos quiser. Mas os que estiverem guardados tem que estar bem fechados, entendeu? - A sobrancelha arqueada e a expressão cuidadosa. - É uma missão muito importante. Vai garantir que nossa viagem não seja só de algas nojentas, entende?

- Para não haver apenas algas nojentas? Claro! - Ela gorjeou, imediatamente voltando a cantarolar e ficando imersa em sua tarefa muito importante.

Fo na Grande Loja, que eu comprei um violão
Dão, dão, dão, um violão
Plim, plim, plim, um pianinho
Ai olé, ai olhe só!
Foi na Grande Loja!

Ela ficou ali por alguns minutos, muito focada em cavar e guardar, sob o olhar atento de seus responsáveis, antes de ouvir algo suspeito. Seus ouvidos se animaram em direção há alguns arbustos perto do rio, onde seu pai já havia se afastado.

- Oi! - Cumprimentou, sem nem saber o que é. Os mais velhos tiveram a atenção imediatamente atraida pra mais nova, que estava muito focada em se levantar sem escorregar nos buracos de terra enlameada que cavou, para perceber.

Definitivamente havia alguma movimentação agora. Seu pai se aproximou dela em passos largos, a impedindo de correr para o desconhecido com um toque no ombro.

- Eu sou Rosie! Estamos na comunidade troll, quem é você? - Ela optou por gritar, ignorando o estremecimento do pai atrás dela. - Aqui sou eu, o grandão é o papai. E tem a mamãe no nosso casulo, e o troll com cara de quem ta com prisão de ventre é meu irmaozão, Puff. Você é legal? Nós vamos viajar daqui a pouco, tem tanta gente viajando recentemente, mas pelo menos tem um monte de tarefas de estrada divertidas, não é legal? Já sei! Quer brincar de amarelinha?

Seu pai apertou um pouco o seu ombro, então a criança o olhou, reflexivamente, pedindo uma explicação.

- Rosie, não é bom ficar gritando informações. Muito menos pra alguma coisa que você acabou de ver. - Repreendeu, a voz suave e cautelosa, mantendo o olhar naquele arbusto. Como uma deixa, as folhas farfalharam quando um troll saiu de detrás delas.

Seu pai relaxou quase imediatamente, o troll molhado focado demais em enxugar o rosto e gesticular como algo inofensivo.

- Oh, meu deus. Desculpa, fiquei com medo de assustar alguém e o tempo justo para não ser suspeito estava passando. Caramba, eu acho que engoli um girino. - O troll parecia nauseado, sussurrando a explicação, antes de olhar para o cenário com surpresa. - As árvores estão tão… Verdes. Onde é aqui?

- Oi. - Seu pai cumprimentou, a impedindo de se aproximar, mas tomando a frente. Toda a diversão foi tão injustamente tomada! - Quem são vocês? Só vejo você aqui.

O troll olhou para os lados, antes de enfim entender a confusão.

- Ok, só pra deixar claro, eles não vão machucar ninguém. Ah, propósito. Sou Tronco, prazer em conhecer. - Ele cumprimentou, tão certamente cansado. O troll se abaixou, cutucuando a água, então a criatura mais absurdamente fascinante pulou para fora, flutuando sob o solo.

Escamas como um grande peixe, mas colorido como um troll. Essa criatura não tinha pelos, mas escamas e algas que escapavam de sua cabeça em tons neons e maravilhosos. Rosie soltou um grito fino, e a única coisa que a impediu de avançar para verificar a criatura curiosa foi seu irmão, que de repente havia pulado na sua frente e a posicionado nos ombros como um saco de batatas.

- Um troll Techno? - Seu pai reconheceu, que nome estranho. - Vocês são de longe. Berguens chegaram tão longe?

Outro… Troll Techno despontou, apenas a cabeça, do Rio, completamente submerso e observando.

O nome enviou um arrepio pela espinha de Rosie, instintivamente calando sua movimentação - Ela nunca viu um de perto, mas os adultos diziam que aquela pegada grande que as crianças encontraram é de Berguen. Mamãe a alerta para não cantar alto durante a noite, e papai a diz para ficar em silêncio se a floresta está em silêncio. É um predador, mesmo que ela não saiba mais que isso.

- Berguens? - O troll maravilhoso perguntou, olhando pro companheiro reflexivamente com confusão genuina. - Tronco?

O troll que era parecido com ele recuou, a expressão se transformando em suspeita.

- Berguens são hostis agora? - Seus olhos pairavam pelo chão, antes de se voltar para Thorn. - Perdoe-me a pergunta estranha, mas qual o nosso Rei?

Seu pai refletiu a confusão.

- Rainha Valley, louvada seja. Não um Rei, estamos viajando para a grande árvore, se estiverem recuando, a época do ano não é boa nos últimos meses.

O trolls encostou os lábios, olhando para os seus companheiros de outras espécies. Rosie ficou quieta, entendendo o momento curioso.
- Se não for incomodar. - Diz, por fim. Ele enfiou a mão no cabelo, retirando uma mochila. - Tenho meus próprios suprimentos, um kit de primeiros socorros e algumas pomadas. Não vamos ser um estorvo. Ouvi falar sobre isso, é época de migração?

Chapter 3

Summary:

Tronco, Synth e Rei Trollex acordam na caverna Techno, em Trollstopia. Sem trollstopia.

Notes:

Aviso: Berguens, morte de personagem menor.
Só queria terminar o arco de Rosie e os forasteiros antes do domingo acabar, não sei quando vou ter tempo de escrever de novo.

Chapter Text

O dia passou normalmente. Mesmo depois do conflito, Tronco estava acostumado a assumir as tarefas de Poppy por algumas horas e, Nina estava feliz em orientar no que ele não tinha ideia de como fazer - Principalmente chateada por Poppy estar muito estressada e absolutamente descontando isso mantendo os outros trolls na linha. Ele voltou para casa ao anoitecer, levou seu saco de dormir para a sala onde Poppy estava aconchegada, tão desacordada quanto mais cedo, e dormiu. As coisas chatas poderiam ser explicadas outro dia.

Isto é, mas quando seus olhos se abriram depois do mais breve cochilo, não foi seu teto que o cumprimentou - Talvez, estivesse acostumado demais com tentativas de sequestro, mas isso foi incomum. Não havia o estrondo que deveria vir com o perigo, como foi com Chef. Tampouco a barulheira da competição entre K-Pop e Reggaeton, ou o ambiente assobiando em suas orelhas quando havia algum maldito predador voador por perto. Ao invés disso, reconheceu as rochas, a iluminação neon e o silêncio da madrugada.

A caverna Techno. E o silêncio que vem quando está desocupada, todos os nativos dormindo abaixo d’agua. Não havia motivo para ele ter acordado aqui, mas ao menos, sabia onde estava.

- Isso é um sequestro? - Uma voz externalizou seus pensamentos. Uma que não foi a sua, forçando a reação de estar alerta quase imediatamente. Rei Trollex estava sentado, os braços cruzados, ainda encharcado e escorrendo para o piso. O tom azul neon claramente abafado pela escuridão.

- Nem ideia, mas estamos perto de trollstopia agora. Deve ser prático voltar pra casa. - Tronco rebateu, contra a própria lógica de descobrir o que diabos estava acontecendo.

- Bom saber que você não me sequestrou, carinha. - Trollex ri, se levantando e pairando sobre o piso. A água remanescente apenas o deixa mais brilhante, a coroa acomodada em sua cabeça muito facilmente.

Foi questão de sair da caverna para notar que algo estava errado. Os casulos e as movimentações comuns da área haviam sumido, e a floresta na verdade tinha o aspecto mais natural que quando se estabilizaram na área, vinte e cinco anos atrás.

- Eu acho que o resto da aldeia foi sequestrada. - Tronco diz, quase por reflexo, tornando a ideia de sequestro uma piada entre ele e o Rei, porque Trollex ri. Incrédulo.

- Dubstep!! - Alguém grita de dentro da caverna. Os sons demarcando o fato que o troll estava saindo da água e andando de forma muito escorregadia antes de lembrar do fator de flutuação da espécie. - Pensei que alguém falando… Caramba, Vossa Majestade. - O troll recuou de seu frênesi agitado e claramente confuso, para dar dois passos para trás, abaixar as orelhas e a expressão, os bigodes muito finos da espécie tremulando um cumprimento. - Não que eu não esteja feliz, sua presença agrada todos os lugares, mas o que diabos está acopntecendo aqui? Os Techno Trolls sumiram! Tipo, escafedeu-se. E nossa decoração também, não encontro meu rádio, ou player. Ou qualquer coisa que tenha trago na verdade, há peixes nativos que tentaram comer minhas guelras!

Com toda a sinceridade, provavelmente seria quase engraçado, se houvessem outros trolls por perto. Todos os casulos, caminhos e modificações que Trollstopia exigiu perto da área, simplesmente, desaparecidos. Os caminhos estavam naturais, e não havia a comoção típica da manhã.

- Ok. Hum… - Tronco teve o instinto de se sentar, as mãos sob o queixo enquanto tenta reunir as pistas de contexto.

1º Ele, Trollex e Synth vão dormir. Acordam em um ambiente familiar, mas descaracterizado.
2º Não há Techno Trolls abaixo deles como deveria. Mais ainda, não há a rave que fazem antes de cada amanhecer. Os trolls interromperam uma rotina muito fixa.
3º Trollstopia, e por extensão todo o ambiente familiar em que estão, foi brutalmente descaracterizada.

- Podemos tentar encontrar outros trolls. A árvore Pop fica apenas alguns dias de caminhada. - Sugeriu, enfim, tensionando os ombros. Não há plano.

Prenda-o em um buraco, nas mais variáveis gaiolas, na beira de um penhasco ou em uma caixa sem trancas, e provavelmente teria uma forma de escapar em alguns momentos. Poderia ser engolido por uma cobra e ainda rastejar de volta, agarrar a goela de um predador antes de ser engolido apenas para ser vomitado. Se fingiria de morto até que alguns filhotes achem que não é saboroso. Ou não divertido, sem estimular o instinto de caça de alguns felinos.

Mas aquilo? Ele estava em casa. Só não sabia se a merda tinha acontecido com ele, ou com os outros. As coisas deveriam estar bem.

- Parece bom? - Arqueou a sobrancelha para o Rei em sua frente. O troll tem a personalidade passiva e agradável da maior parte dos trolls Techno, mas não sabia se haveria conflito.

- Você é o nativo aqui, cara. - Trollex suspirou, os braços descruzando em alguma preocupação. - Tenho certeza que se eu nadar de volta ao meu reino, será uma situação parecida com aqui.

- Ok… - Tronco hesitou, antes de começar a andar. - Vou verificar se meu bunker ainda existe. Tenho provisões de emergência no cabelo. Fruta desidratada, nozes, pétalas de Kuyam. Pomadas e suprimentos para primeiros socorros. Facão, estaca, corda e pá. Algo que eu deva saber de vocês? Podemos seguir o rio, é o caminho mais longo, mas é melhor do que andar em ambiente seco por muito tempo. Há poucas nascentes no caminho, a maior parte da água vem bem do subsolo.

Isso parece plausível. Synth o olha como se tivesse pendurado as estrelas no céu.

- Genial, Dubstep. Essa função esquisita de armazenar é super útil. - Sussurrou para si mesmo. Tronco rebateu o elogio internamente, vindo do cara que controla a água e pode flutuar.

- Se andarmos pelo rio, deve ficar bem. - Trollex deixou por aí. Provavelmente algo sobre a alimentação natural deles. O Rei mantinha uma expressão pensativa, e seus ouvidos estavam abertos como a cauda de um pavão, apenas tremendo um pouco. - Tenho remédios, antídotos para os venenos naturais do mar. Caso seja útil.

Tronco arqueou a sobrancelha, procurando por algum espaço onde o Rei pudesse estar guardando. Techno Trolls realmente não usaram tanta roupa, sua roupa uma armadura natural - Um pouco similar aos Trolls Glitter, não que fosse mencionar. Sua hipótese é que a textura de Trolls de Glitter é mais incomoda de mastigar que um troll comum, então apareceu como um passo da evolução dos Trolls Pop. Eles sobreviviam mais na árvore.

Antes que pudesse realmente formular a pergunta, Trollex riu zombeteiramente, antes de pressionar o estômago. Tronco entrou em pânico pensando ser algum sintoma estranho, mas Synth estava calmo, observando o Rei como se aguardasse a exibição passar. O troll engasgou e, por sua boca, junto de uma espessa camada de saliva, alguns frascos cuidadosamente amarrados juntos foram despejados.

- Nosso ácido estomacal realmente não é forte, ou adequado para alimentos variados. - Synth explicou. - Mas as coisas geralmente podem ser voluntariamente armazenadas se engolidas, e vomitadas depois, sem grandes danos.

Tronco parou um momento para raciocinar o que havia acabado de presenciar. Muito simiar aos anfíbios que conseguem colocar os órgãos para fora, ou aos mamíferos que vomitam rapidamente o que estiver causando incomodo no intestino - Não uma visão bonita, mas, útil.

- Ótimo… - Gaguejou, sem graça. - Pode engolir, provavelmente vai ser mais útil com alguém que saiba usar.

Por favor, que ele jamais precise de um destes antídotos - E isso vem do cara que costumava armazenar o próprio suor.

Seu bunker não existia. Apenas rocha sólida sem nenhum dos mecanismos que levou anos para montar, nem Poppy que deveria estar lá dentro. O plano provisório funcionou o suficiente, os três andando trocando conversas em tons mais baixos, antes que houvesse outras vozes chegando em seus ouvidos.

Logo depois de uma curva, algumas centenas de metros de onde haviam começado, os casulos começaram a aparecer. Casulos parecidos com botões de flor em disposições muito variadas em árvores - Trolls Pop.

- Ótimo! Dá pra pedir ajuda! - Synth comemorou, acelerando o passo. Tronco sentiu o estômago baixar, reconhecendo uma cantiga infantil antiga que sua avó o ensinara. De vários anos atrás.

- Espere! - Repreendeu, contra o bom senso, puxando Synth e o Rei para detrás de um arbusto. - Não são os trolls que conhecemos, parece imprudente só chegar assim e…

- Oi!

A criança os enxergou.

-.-.-.-.

 

- Tronco, eu tenho a impressão que você sabe mais que nós do que está acontecendo agora. - Trollex comentou, andando atrás da família.

Alguma viagem de migração, aparentemente. Trollex se considera um Rei complascente, entreteu a pequena Rosie respondendo todas as perguntas que tinha, fazendo truques com suas cores, arrancando risadas extasiadas da criança. Muito pura para uma troll Pop. Todavia, mal estavam andando, e a pequena se cansou, se enfiando na cabeça do Pai para um cochilo agradável. Tronco estava com uma expressão nauseada desde que sugeriu que os acompanhassem.

- Rapaz, você ta péssimo. - Puff, a criança mais velha, tomou o dever de ficar para trás, verificando os forasteiros, enquanto os pais iam na frente, liderando o caminho.

- Obrigado, me sinto muito melhor. - Tronco zombou, arrancando mais de uma expressão preocupada dos trolls Techno.

- Vocês sabem sobre a gente. - Synth apontou o óbvio, tocando o próprio peito. Puff encarou, confuso.

- Por que não saberíamos? Haviam contos nos grupos de criança que contavam sobre outros trolls. Toda a coisa da separação e cordas e, tanto faz. - Desfez com as mãos. - Vocês sabiam sobre a migração. Sabemos coisas uns dos outros, que legal.

Puff era um jovem atrevido e protetor. Era uma família adorável, diferente do que as histórias ensinavam sobre os Pop.

- Na verdade, Dubstep sabia. - Synth apontou o amigo, que estava surpreendentemente prestando atenção na conversa. - Nós vivemos muito longe.

- Supus que vieram todos pelo mesmo motivo. - Puff subiu os ombros. - Berguens chegaram nas suas terras também, né? Mamãe e Papai dizem que são uma praga cada vez mais frequente desde que eram crianças. É um incomodo ter que se mudar tantas vezes, mas estar perto da Grande Árvore é mais seguro que por aí.

Synth engoliu as outras perguntas, Trollex abaixou o vôo, as patas roçando o chão enquanto ouvia o menino.

- Se me permite… Por que Berguens são uma praga?

Eles estavam absortos na conversa, que nem perceberam quando os adultos pararam de caminhar. Em frente ao mato fechado, o suficiente para cobrir-lhes todos. Trollex bateu nas costas de Thorn, apenas seus reflexos impedindo a pequena Rosie de cair.

- Silêncio. - Tronco ordenou, ainda mais alerta, enxergando o que os adultos haviam visto. Há uma barraca, uma muito grande e empoeirada logo abaixo de uma árvore.

Trollex sabiamente entendeu o aviso, baixando a saturação das cores para não ser chamativo, puxando Synth para o chão, em uma avaliação muito minuciosa da situação. Um grupo de três berguens, muito mais carrancudos do que aqueles que conheceu quando Rainha Poppy apresentou-os muito brevemente na turnê sob seu território. Deveriam ser uma espécie aliada, foi o que Poppy contou.

 

- Cara, é sério? - Um berguen macho zombou, os braços cruzados. - Não acredito que fizemos toda essa viagem por um mito. Chef claramente só quer dominar, é loucura algo assim.

- Mas e se for real? - A fêmea retrucou, cutucando alguns pedaços de carvão em uma churrasqueira portátil. - Podemos testar aqui. Se for bom mesmo, catamos alguns antes do próximo evento financiado, tenho certeza que nos colocaria bem ser alguns fornecedores. Sem contar, que a sensação não pode ser ruim, se é tão famosa. Não ouviu o Rei comentando que quer experimentar?

Outro deles apenas folheava um livro. Trollex reconheceu os símbolos como um livro de receitas muito fino.

Hann deixou o cabelo crescer, cobrindo-os com a saturação que os trolls Pop podia fazer, tornando-os muito mais confundíveis com a grama. Thorn tomou Rosie de seus braços, a menina muito acordada, olhando todos com os olhos arregalados. Se Tronco normalmente parece cinza, agora parece branco.

É uma situação ruim, mesmo que Trollex não pudesse entender o porque.

Uma pata em seu ombro. Puff estava com uma expressão séria enquanto apontou para uma das árvores mais altas. “Interior das raízes” balbuciou, sem realmente tocar os lábios ou emitir o mínimo som. Thorn e Hann estavam recuando, balançando na vertical para combinar com o ritmo do vento.
Synth se encolheu, os olhos arregalados em confusão e sem saber realmente como reagir. Tronco o pegou pela pata, guiando na direção que a família foi seguir. Isto é, até que Puff pisou em frente à um besouro. O besouro se assustou, abriu as asas e voou, um zumbido muito alto para qualquer situação.

Os trolls se viraram lentamente e, talvez, em outra situação, não houvessem sido notados - Mas Puff tem glitter nas bochechas, que é mais difícil de cobrir, e Techno Trolls são naturalmente brilhantes, então os olhos dos três predadores se fixaram imediatamente no pequeno grupo que estava se movendo.

Trollex sentiu medo muito justo.

- Espalhar e esconder! - Tronco enviou o aviso, e foi aí que o caos começou.

Thorn segurou a mão da esposa, correndo para a árvore que estavam mirando antes, com a filha nos braços. Puff pareceu hiperconsciente do fato que chamava a atenção e correu na direção oposta, para debaixo de alguns cogumelos. Tronco impulsionou o chão com o cabelo, puxando Synth com ele, agarrando algum dos galhos mais altos e os escondendo, Trollex os acompanhou, impulsionando o chão com as patas e flutuando, mas a fêmea pulou ao mesmo tempo, suas garras apenas roçando suas escamas e roubando algumas. Antes que pudesse cair, Tronco agarrou sua cintura com o cabelo, puxando-o para o alto. O Berguen silencioso pulou de quatro onde o grupo estava antes, os olhos na linha do chão, pupilas dilatadas como um grande predador quadrúpede.

- O que diabos? - Trollex gemeu, sob as folhagens mais altas, enquanto o Berguen vigiava a grama, esperando algo. Até, parecer encontrar algo, um trilho luminescente, cor de grama, mas muito mais brilhante. Seus olhos se fixaram em Puff, ao mesmo tempo que o filhote o encarava, aterrorizado.

- Puff! - Rosie gritou, do buraco na árvore, e seus pais pareciam querer gritar de horror. O menor deles pulou e agarrou a criança em uma pata muito grande, enquanto a fêmea se voltava para a árvore com um gorjeio maravilhado. Suas patas desembainharam e atacaram madeira, procurando a parte oca do tronco.

Ao mesmo tempo, Trollex só pôde observar quando o Berguen menor não hesitou em levar a criança gritando e esperneando para a boca, engolindo sem mastigar..

Aquela coisa. Engoliu uma criança. Uma criatura tão racional quanto eles comeu uma criança inteira e parecia absolutamente extasiado! Ele era um Rei, com um povo inteiro em mãos, e não fez nada. Não reagiu para salvar uma criança.

Os sons pararam quando a fêmea encontrou um buraco na árvore. A parte oca, olhando por dentro, procurando, antes de bufar, insatisfeita.

- Kaleb! Não é justo, você tinha que dividir! - Reclamou, as mãos na cintura. O macho que ficou no acampamento olhou para o berguen menor com expectativa.

- Como é? Funciona?

O berguen sorriu, o rosto mais corado que antes, os dentes babados e as narinas dilatadas.

- É maravilhoso. - Ronronou, abrindo os braços e caindo na grama macia, independente de quão aterrorizado deixou o grupo de trolls se escondendo na área. Os Berguens levantaram as patas em comemoração.

- Porra, um lote destes e estamos ricos. - O macho riu, se jogando ao lado do menor, Kaleb. - Podemos presentear o Rei! Vamos viver no luxo, caralho.

Trollex olhou para Tronco, os globos oculares quase saltando das órbitas. Seu amigo não estava surpreso, apenas abaixado protetoramente sobre os Techno Trolls, quase sem respirar.

Aterrorizado, enjoado e absolutamente protetor, mas não surpreso.

Chapter 4

Summary:

A Árvore Troll - Princesa Viva faz sua guarda. Os tempos parecem ruins e, mesmo tendo apenas dez anos, como princesa, é seu dever assumir um pouco do fardo dos seus pais.

Mesmo que estes trolls estúpidos não ouçam a lógica e fujam faltando semanas para o Trollstício - Ou que haja este grito muito incoveniente há alguns metros na floresta.

Notes:

Não desisti, yay.
Vamos para o cenário da árvore troll. É um tempo visivelmente diferente dos capítulos passados.

Chapter Text

A árvore troll está em pleno funcionamento - É algo que a Princesa Viva gostaria de atestar. Os avistamentos estão cada vez mais frequentes, e os casulos tem se amontoado na grande árvore. Os acampamentos de Berguens tem aparecido de todos os lados, forçando os trolls a recuarem ao seu centro, então a carga dela tem aumentado e diminuído muito, mesmo que só tivesse dez anos agora. Ela não é uma criança tola, e Rainha Karla continua reforçando os seus deveres, como é bom verificar os casulos, anotar as pessoas que faltam, saber quem passa por dificuldades e garantir que a maioria dos mais vulneráveis estivesse escondida na pior parte do ano.

Viva nasceu e cresceu como uma borboleta social e, embora não tivesse tempo para brincadeiras e um tempo de leviandade que era merecido para as crianças, era aquela que garantia que houvesse uma película muito fina cobrindo os horrores que seu povo passava há anos. Afinal, Trollstício se tornou uma coisa real desde antes dela nascer. É difícil para o povo sair quando há berguens acampando por vários quilômetros após a árvore, forçosamente se mantendo nos esconderijos bem conhecidos da área.

Todo Trollstício, ela e o pai ficam na periferia da árvore, abaixados sob a raiz, esperando a colheita começar. Eles tem o trabalho de ver as vítimas antes dos Berguens, empurrá-los para algum esconderijo mais adequado ou de segurar os pobres familiares de uma criança que acabou de ser pega, para que a família inteira não seja digerida. É pesado, e o sucesso é bem pouco em comparação com a quantidade de falhas - Karla e Peppy sussurram entre si quando pensam que ela não está ouvindo, seus números estão caindo. Os trolls estão a caminho da extinção. E ela só pode observar.

- Clay? - Sussurrou, perto das raízes. Brozone tinha se apresentado e se separado há quinze dias. Pelo menos três dos irmãos se aventuraram a sair da árvore, para o desconhecido, provavelmente para serem mortos. Não há como chegar muito longe. Não é trabalho dela impedir a estupidez dos mais novos, mesmo que sejam mais velhos que ela.

Suas informações estão rasas sobre Rosiepuff nos últimos meses, desde que seu filho morreu há três Trollstícios. O ovo do caçula da família ainda estava em fase de desenvolvimento e, sem o progenitor, realmente demorou para eclodir. Ultimamente, só tem sabido da senhora em salões de jogos.

Agora, haviam três trolls diferentes saindo da árvore, na calada da noite. Mas Viva sabe estar alerta.

- Princesa, oi! - O garoto cumprimentou, condenscendente. Ele é pelo menos cinco anos mais velho que ela, mas Viva não acha que mereça ser tratada como criança quando tem tanto o que fazer.

- Alexa, Robin. - Cumprimentou os outros trolls. Clube do Livro Triste, embora, agora, possam ser clube de trolls imprudentes e estúpidos. - O dia depois do Trollstício é o dia mais seguro para sair. Se forem ser inconsequentes, tenham algum tato. - Seu orgulho subiu, repetindo as palavras de sua mãe para algum troll que não podia lembrar o nome.

- Se Johnny conseguiu, a gente consegue. - Clay zombou, cruzando os braços em desafio. Provavelmente, apenas não a levando a sério, por ser uma criança. Viva levantou os braços em rendição.

- Quando estiverem prestes a morrer, não digam que não avisei. - Cantarolou, mais pra si mesma, antes de se afastar para seu posto, acompanhando o grupo com os olhos. Adolescentes podem ser tão estúpidos, Viva realmente espera não ficar assim.

Cruzando os braços, forçou os ouvidos a ficares atentos, os pés descalços para melhor sentir qualquer vibração de gigantes se aproximando dela. Em tom grave, vibrato, começou a cantar, o mais baixo que podia, mesmo depois que os trolls sumiram de vista.

Hello Darkness, my old friend
I’ve come with you again
De noite, quase não parecia que os avistamentos estavam cada vez mais frequentes. Cada casulo ressoando com a melodia de sono de suas famílias. É pacífico. Ela sabe que Berguens estão tramando alguma coisa, mas o ritmo é tão familiar que quase pode relaxar.

Because a vision softly creeping
Left its seed while I was sleeping
Em alguns minutos, papai vai vir. Então, vai subir para o próprio casulo e cochilar, acordando periodicamente durante a noite para verificar se as coisas estão bem, antes de voltar a dormir. Mamãe não gosta de dormir, sempre com aqueles adultos, conversando entre si, e remanejando provisões para os cantos onde sabia que Trolls precisavam. Ela era muito estressada para dormir, então Viva tinha que se rastejar pra cama dela se papai demorasse, se acomodar em seu seio para que não pudesse se levantar e fosse forçada a desligar.

And the vision that was planted in my brain
Still Remaind
Within the sound of silence.

Ao contrário do que esperava para o fim do versinho, um grande estrondo soou, algumas centenas de metros da árvore. Algo quebrando, algo que mantinha um amplificador. Seus ouvidos se animaram na direção, forçosamente ficando quieta.

- Você está louca, Valentina? - Uma voz. Definitivamente uma voz de troll rebateu, muito irritada, antes de haver um arquejo, talvez lembrando onde estavam. Seus ouvidos se agitam, berguens estão acordando.

Viva se afasta, subindo a árvore em um ritmo familiar.

- Há trolls lá fora, Pai. Clay e um grupo acabou de sair, e algum idiota está fazendo barulho. Berguens estão acordando!

Chapter 5: Poppy

Summary:

Poppy acordou em um lugar que reconheceu - Como aquela vez que acordou determinada à salvar seus amigos na cidade Berguen. Mas a vegetação é diferente, e a garota só quer se aconchegar com o namorado. Se ninguém a conhecesse melhor, diriam que está amargurada. De qualquer forma, ir para o alto parece ok enquanto suas colegas de aventura não despertam.

"Poppy, escute. Os Berguens não nos colocaram simplesmente em uma gaiola, acredite se quiser, mas já fomos muito numerosos. Eles vieram de longe, para a árvore. Eles nos fizeram recuar até a Árvore sagrada, em busca de segurança, e construíram a cidade deles ao nosso redor. Não saíamos porque estavam por vários quilômetros, e os fugitivos não voltavam. Nos fizeram recuar e amontoar até que a gaiola foi uma opção."

Chapter Text

Poppy foi do confortável sofá de seu namorado, para a clareira onde havia acampado com Tronco em sua primeira ida para cidade Berguen - Na época, Tronco explicou que era uma toca de um animal que foi abandonada há muitos anos, cuja vegetação já estava cobrindo, mas vida animal se resumia principalmente há insetos. Agora, todavia, parecia escavado muito recentemente, uma série de túneis por debaixo das raízes das árvores, e ninhos nos galhos mais altos. Para o bem ou para o mal, suas orelhas não captaram nenhum ruído suspeito, além das suas colegas, tão desacordadas quanto ela há alguns segundos.

 

Ainda estava um pouco zangada com Val, e nunca tinha perdoado completamente Barb - Embora, se pudesse perdoar Gristle, que só foi convencido que não precisava comer trolls muito encima da hora, poderia lidar com alguma bobagem de Rockapocalypse. Ambos quase mataram Tronco, aparentemente.

 

- Certo. - Cantarolou sozinha, cansada, mesmo tendo acabado de acordar. Sua cabeça se confortou pensando nos tempos de aconchego com Tronco e, agora a situação desconhecida e a aventura involuntária que parecia estar se formando, não deixou de parecer decepcionante.

 

Poppy quer chocolate quente, cafuné e espaço para chorar, enquanto Tronco explica porque emoções são normais, e porque não deveria acostumar seu povo a seguir seu fluxo emocional. Ela ia concordar, mesmo sem vontade de fazer qualquer coisa, ou alguma perspectiva de mudar a situação atual, e iriam ficar lendo ou fazendo colagens por horas, sem precisar conversar. Parecia um dia maravilhoso.

 

Mas ela estava aqui.

 

- É possível reconhecer e não reconhecer um lugar? - Perguntou, sozinha. Poppy levou as patas aos olhos, se forçando a levantar. Seu corpo reconheceu o movimento, enviando um fluxo de adrenalina e motivação para seus ossos, a Rainha se ergueu nas pontas dos pés, alongando a coluna e os braços, deixando o sentimento começar. - Ok, se Tronco estivesse aqui…

 

Ela queria que Tronco estivesse aqui. Tronco sempre arriscava sua vida com ela. Tornava as aventuras menos aterrorizantes.

 

- Eu não posso sair. Qualquer coisa pode vir, seria perigoso. - Sussurrou, as garras dos pés sendo desenterradas e roçando a terra. Poppy começou a se mexer, andando em círculos ou dando pulinhos enquanto estabelecia um processo de pensamento. - Mas eu sei onde estamos. É apenas algumas horas da Cidade Berguen. Dá pra seguir pra lá quando as meninas acordarem, eu acho. Isso parece ok, talvez encontre Bridgette, e tudo parece melhor quando temos Bridgette. Tão doce, temos que marcar aquele jantar, Gristle não tinha pedido ela em noivado? Ok, Poppy, foco. - Se repreendeu sozinha, grata por Tronco ter trabalhado com ela manter as vozes baixas. Quieta, direcionou as orelhas para o ambiente.

 

Val e Barb tinham respirações inquietas, se mexendo durante o sono. Provavelmente iam acordar em breve. Não há ruídos, cantos de pássaros, insetos criquilando, nada. Isso é ruim, Tronco diz que é sinal de predadores.

 

A terra ao redor delas parecia lar de vários bichinhos pequenos, mas atualmente, sem movimento. Os menores são organizados e tem rotinas estabelecidas desde a madrugada, então mesmo parecendo ser um estado mais vivo da toca, poderia ter sido recentemente abandonada - Há predadores ao redor. Não os normais.

 

Sempre há sons de patas acompanhando a caçada noturna, a predação natural dos predadores ao redor da vila pop, mantidos longe dos trolls por medo do barulho. Tronco enviou uma lista com os padrões de imigração uma vez, surpreendentemente detalhado, ela realmente não quer saber como Tronco os acompanhou até quilômetros longe da vila ou verificou dentro de seus ninhos. Imprudente!

 

- Alto. Eu deveria ir pro alto, isso parece ok. - No chão, não há informações suficientes para trabalhar. Ela já quase morreu vezes o suficiente para gostar de mais informações, mesmo que seu adorável namorado as organize pra ela.

 

Uma vez, pensou que o estava usando. Então Tronco a tranquilizou, explicando o processo em total e absoluto fascínio enquanto trabalhava - Ele adora organizar coisas. Deixá-las do jeito dele e então, demonstrá-las nos mínimos detalhes. Sky o contratou uma vez para organizar seus estoques de festa e saiu com uma planta completamente nova de sua fábrica, com sugestões de melhorias, pontos de organização, inclusive apontando as máquinas que rangiam de forma suspeita. Um pouco parecido com Poppy, quando se tratava de organizar festas.

 

Poppy espichou o cabelo, como um hábito bem arraigado, enrolando-o no primeiro tronco firme que pôde alcançar. Se deixou subir por reflexo, parando apenas por um momento para ver se podia ver os pontinhos acinzentados que eram Barb e Val. Então, mirou e espichou de novo. Uma vez, Tronco explicou o mecanismo do cabelo de um troll em tantos detalhes que foi opressor.

 

Os fios são elásticos, e no couro cabeludo há alguns nervos cobertos de fibra óssea, retráteis e controláveis como qualquer membro do corpo. Para mirar, estes nervos se expandem, e o cabelo deles seguem, pois os cobrem como uma camada de defesa. Então, se alguma coisa acontecer com o seu cabelo em estado de trabalho, há muito potencial para doer e causar lesões, como a vez em que o torceu. Quando retraídos, em seu estado normal de operação, o que é aparado é apenas a proteção, portanto, não é realmente doloroso.

 

Os nervos funcionam melhor para manter um espaço de armazenamento constante, ou um local seguro para quando precisar manter um ovo. É interess-

 

Seu pensamento foi interrompido quando viu um borrão. Verde e amarronzado, sem graça, mas diferente da vegetação. Barracas de acampamento, não uma ou duas, mas pelo menos dezessete em um espaço de menos de cinco quilômetros. Olhando para longe, para perto da árvore Troll, que deveria ser visível dessa distância, há um raro espaço de verde quase initerrupto. A árvore é esplendorosa e vívida como no passado, mesmo depois de ser ressuscitada.

 

Poppy, escute. Os Berguens não nos colocaram simplesmente em uma gaiola, acredite se quiser, mas já fomos muito numerosos. Eles vieram de longe, para a árvore. Eles nos fizeram recuar até a Árvore sagrada, em busca de segurança, e construíram a cidade deles ao nosso redor. Não saíamos porque estavam por vários quilômetros, e os fugitivos não voltavam. Nos fizeram recuar e amontoar até que a gaiola foi uma opção.

 

Foram décadas decididas à ordenhá-los como gado. Forçando-os a se refugiar cada vez mais no centro, pra que pudessem espremê-los em uma gaiola apertada. O trollstício existiu, claro, por caças irregulares, de Berguens aleatórios e dos cozinheiros, uma colheita até o grande dia. Sempre foi ruim, mas antes da gaiola, quase foi gerenciável.

 

E os dados apontam: Elas estavam nessa época.

 

Uma guitarra tocou lá embaixo, a iluminação das barracas tremeluziu enquanto Poppy se virava pra baixo. Quase tão aterrorizada quanto quando quase levou sua aldeia até a morte.

 

Val tinha acordado. Barb estava confusa ao seu lado, olhando com raiva para as árvores, e Val estava externalizando sua confusão da maneira Rock - Um acorde poderoso e a quebra da guitarra. Em trollstopia, Poppy ficou adequadamente admirada com a forma barulhenta e definitiva de demonstrar os sentimentos. Agora, era uma fúria fria e o terror.

 

Isso não deveria ser possível, mas é.

 

- Você ficou louca, Valentina? - Delatou em histeria, pulando e descendo em queda livre. O barulho vai ser muito ruim aqui, mesmo ela tendo acabado de gritar.

 

Isso não deveria ser possível.

Chapter 6

Summary:

Barb estava cumprindo sua penitência. Se redimindo legalmente com todas as tribos e fazendo o que podia para remediar os danos que causou.
Acordar com sua prima em um território Pop relativamente desconhecido não era a experiência que esperava. Definitivamente uma armadilha estúpida, certo?

Notes:

Consegui escrever um! Não sei escrever diálogos fluídos, ou mudanças de cenas. Isso me deu um pouco de trabalho.

Chapter Text

Barb se arrependeu do Rockapocalýpse no momento em que as cordas se partiram, embora culpasse majoritariamente a Rainha Poppy. Nada teria acontecido se esta criança não atrapalhasse, se apenas se deixasse transformar em um dos seus.

 

Todavia, a oposição é o que torna um reinado divertido, e um mundo de pessoas iguais a ela, que apenas concordam com o que diz, poderia ser… Tedioso à longo prazo - Assumiu o reinado muito cedo, talvez apenas quisesse uma injeção de adrenalina e uma desculpa para se enfurecer, já que seu pai estava lentamente sucumbindo à demência. Um líder influencia seus súditos, sua raiva passou aos seus trolls, e o apoio reforçou sua decisão imprudente. No fim, estava no fundo da hierarquia dos Reinos.

 

Rei Quincy e Rainha Essence se autoincubiram de mantê-la na linha. Organizaram viagens para cada reino, levantamento de danos, um orçamento completo dos gastos e perdas. Enumerar seus crimes pela legislação de cada Reino e, depois de pagar uma justa indenização e auxiliar na reconstrução de todos os reinos, ainda passaria alguns meses em observação em uma sala no Reino Country. Apenas uma palavra a ser dita, prisão domiciliar; por alguns anos, suas ações seriam medidas, observadas e controladas por outro troll. E foi uma merda.

 

- Os corais faziam parte do ecossistema. - Rei Trollex se incubiu de explicar, naquela vez. - A maior parte dos predadores maiores não ultrapassa algo tão grande. As algas, crustáceos e faúna era uma colheita ambundante. Facilmente, um reservatório de comida por décadas.

 

E ela destruiu. Barb observou com irritação enquanto o amigável Troll Techno, mais que disposto a dar-lhe uma segunda chance, explicou suas ações e planos para realocar seu povo. Maestro Trollzart nem se fala, o material no céu é pouco denso e resistente, foi fácil de estilhaçar como vidro ou papel. Inúmeras casas e comércios completamente desabados, trolls desabrigados e feridos pela repercursão de sua guitarra. Ela os destruiu e, no fundo, se orgulhava da destruição que poderia causar.

Os Pop Trolls tinham planos de reconstrução e dados de arquitetura incrivelmente fundamentados e poucas perdas, além da material, para relatar. Foi surpreendente. Sua prima foi enviada para o projeto de paz de Trollstopia, Rainha Poppy planejando ter relações melhores com os outros reinos, mas também oferecendo local para os trolls que Barb deixou desabrigados. O plano é que houvesse uma embaixada de Trollstopia para cada reino, incentivando o intercâmbio cultural e a troca de recursos. Suas cartas diziam que os Pop guardavam segredos e que definitivamente não era confiável, mas Barb, tampouco, era confiável, então esperou.

 

Ela não esperava não acordar no rancho antiquado de Delta, no qual teve que usar uma daquelas ridículas vassouras de feno e aprender a usar uma caixa de ferramentas, para auxiliar na reconstrução. Ao invés disso, o gramado ao seu redor era surpreendentemente verde.

 

- Que porra? - Grunhiu, se sentando na grama, a confusão incentivando a raiva. Por sua vez, a desconfiança. Sem que percebesse, sua garganta reverberou em um rosnado agressivo enquanto catalogava a floresta ao seu redor. Floresta Pop. Algum tipo de armadilha estúpida.

 

- Minha Rainha, Barb, queridinha. - A voz zombeteira de sua prima soou ao seu lado. Valentina havia se sentado com as pernas cruzadas, suas chiquinhas bagunçadas em um aglomerado roxo e tingido. Seus lábios, desnudos do batom preto que geralmente usados, tensionados em uma linha fina. - Que porra é essa? Por que eu não sei o que é aqui.

 

Barb mesmo, não estava tão melhor. Seu moicano era cuidadosamente cuidado durante a madrugada, penteado e mantido firme. E sua maquiagem, sua forma de expressão, não estava presente. Na verdade, em território Country, mesmo sendo permitida a levar seus instrumentos e itens pessoais que fossem julgados inofensivos - Já que, aparentemente, privar um troll de sua música era uma crueldade sem precedentes. E não, ela não estava sentindo nada sobre isso, não agora; suas roupas atingiram uma variedade um pouco limitada. Haviam coletes, e estampas chamativas, enfeites de ferro e os exagerados acessórios que amava, mas para dormir, realmente só tinha sua camisola e o par de coturnos que deixava do lado da cama. Era intimidador não estar montada em público, ela podia dizer.

 

- Ótimo. - Barb não evitou a risada irônica e o revirar de olhos de raiva mal-direcionada. - É a floresta Pop. Caímos em uma armadilha estúpida, genial! Você devia estar cuidando disso! - A acusação veio fácil. Barb não tinha os melhores relacionamentos, ela poderia dizer. Sentia raiva em sua totalidade e quando não entendia, entrava na defensiva. Haviam sido meses estressantes desde o Rockapocalypse, tendo de enfrentar as consequências de suas ações.

 

- Eu estava! Eu avisei você! - Val se levantou, imediatamente em uma postura defensiva. Brigavam todo o tempo quando crianças. A linguagem de afeto do Rock inclui agressões e lutas casuais e era até fácil determinar uma luta séria de uma competição casual. Mas, Barb não se sentia bem o bastante para realmente não machucar sua prima, então abriu os braços em completa frustração e se jogou no gramado, gritando contra as folhas verdes.

 

Ela imediatamente se arrependeu. Sua boca ficou com gosto de terra.

 

Val, tampouco, estava melhor. Estava um pouco mais composta, já que foi para um show noturno e adormeceu, embriagada, no sofá de Demo. A discussão com Poppy no dia anterior foi… Confusa, para o mínimo. Um povo que não sabe lidar com sentimentos negativos, soa como Pop.

 

- O que diabos acha que “Pop tem segredos”, quer dizer? Não era um ingrediente para uma receita de bolo. - Embora Val se recusasse a comer os cupcakes de Cooper.

 

- Precisamos sair daqui. - Barb gemeu, tirando o rosto da terra. Val mostrou os dentes, bufando.

 

- Claro, porque sair de uma floresta é fácil como afinar uma maldita guitarra.

 

A Rainha reverberou, encarando a prima enquanto sua visão focaliza um pouco, tornando irritação muito justa. Seu rosto esquentando foi uma indicação mais clara que poderia dizer.

 

- Você está sendo insuportável, Valentina. - repreendeu, os olhos se estreitando em uma fenda. Uma forma de aviso. Val retribuiu, as mãos sobre a cintura.

 

- Você também, Majestade. - Soletrou o título, lentamente.

 

Barb não pensou, suas garras flexionaram sobre a grama, juntando um apontoado de terra fofa, mirando diretamente no rosto da prima. A troll mais jovem claramente fechou os olhos, e a terra repercutiu suavemente sob sua pele, causando não mais que alguns arranhões, mas sujando a roupa. Se estivessem em um quarto, seria o equivalente a ser golpeada por um travesseiro.

 

Todavia, Val estava tão confusa e assustada quanto Barb, e talvez um pouco de terra tenha sido o suficiente para que sua cabeça realmente explodisse, porque no segundo seguinte, estava gritando.

 

- Foda-se! - Gritou, finalmente, em um reflexo bem treinado, batendo a guitarra elétrica contra o tronco de uma árvore. As cordas reverberaram e um amplificador embutido fez com que soasse muito mais alto que deveria, indo além das árvores e até mesmo colocando as duas em um estado de alerta ao olhar ao redor.

 

Foi recompensado, Val encontrou sua resposta vindo do alto, em um grito histérico da desgrenhada Rainha do Pop. 

 

- Você está louca, Valentina? - Os fios rosados pousaram em sua frente, amortecendo o troll em queda livre que apareceu, bem em frente ao seu rosto. A expressão de Poppy poderia combinar com alguns dos dias ruins de Barb, pupilas dilatadas, lábios tremendo e sobrancelhas bizarramente franzidas.

 

Val encarou com confusão, leve assombro, antes de finalmente se recuperar a voz e se inflar em defesa.

 

- O que diabos você fez, Rainha? - Acusou, andando em passos largos enquanto Poppy pousava no chão, suas patas foram para seu colarinho em um gesto impulsivo. Talvez realmente partisse para agressão física se tivesse tempo o suficiente. - Esse lugar é seu território. Você sabe disso.

 

Barb ficou subitamente calada com o aparecimento da Rainha do Pop, cruzando os braços em contemplação. Poppy teve um reflexo de mágoa, antes de refletir a expressão da acusadora.

 

- Eu? Seu maior reflexo ao acordar em um ambiente desconhecido é gritar e xingar! Faz ideia de como isso é perigoso? - Praguejou, os dentes estalando o aviso. - Sou uma vítima tanto quanto você, porque diabos tenho que ser a agressora? Você está me ameaçando!

 

Val rosnou, não gostando do rumo da conversa, e teria gritado de novo se Barb não tivesse andado para seu lado, flexionando as patas sob seus ombros em uma ordem silenciosa. 

 

A troll parou para finalmente refletir a situação. A Rainha do Pop tinha os olhos arregalados e as orelhas alertas, rodando em um ângulo de 360º, mesmo estando interagindo com ela, seus olhos não estavam exclusivamente nas trolls em sua frente. A Rainha estava apavorada e super alerta, e não era um estado comum que se esperasse dos trolls Pop. Val forçou suas patas a abrirem, libertando o colarinho, mesmo contra seu raciocínio.

 

- Você não fez isso. - Barb começou, muito mais calma que antes. Seu moicano mal formado agora se espalhava por toda sua careca em ondas, uma vez que não houve tempo para mantê-lo de pé. Mesmo isso não deveria ter mudado toda sua aura como estava acontecendo agora. - Mas você sabe mais do que a gente. Você está com medo de algo que não sabemos. - Eram afirmações, linguagem simples e acusatória. Poppy recuou.

 

A outra Rainha pareceu pesar suas opções antes de sussurrar.

 

- É por isso que papai não me contou sobre vocês. Vocês ficam procurando um pretexto para um novo conflito. - É uma realização, nem sequer direcionada para Barb. - Não importa, temos que sair. Árvores, é melhor ir pro alto, isso, faz sentido. Droga, papai me explicou as coisas sobre a Árvore Troll antes, por que diabos eu não prestei mais atenção?

 

Um som estranho reverbera na floresta. Trolls são criaturas pequenas, estão acostumados com sons de criaturas maiores. Depois deste, há mais, o chão treme como se fosse um terremoto e há sons de sussurros que soam como gritos para ouvidos menores - Barb, acidentalmente, assumiu todo o alarme da Rainha ao primeiro tremor. Criaturas grandes não são bom sinall, trolls são esmagados facilmente.

 

Algo bom de usar acessórios ofensivos, a maioria não joga seu peso encima de você se pisar causar dor o suficiente. Como os ouriços, Trolls do Rock se defendem pela ofensividade.

 

- Poppy? - Val soou insegura, pela primeira vez, desde que chegaram ali. Olhando ao redor atentamente. - O que é isso?

 

A Rainha não respondeu, laçando-as com os fios rosa-chiclete e espichando o cabelo até um galho mais grosso. Barb gritaria, reflexivamente, mas seus instintos entendem. Apenas manteve um arquejo assustado, deslizando um punhal pelo punho - Já que, claramente, teria alguns brinquedos armazenados no corpo.

 

Quase por reflexo, uma criatura irrompe pelas árvores - Um Berguen, Barb pode dizer. Criaturas rudes e brutas, os conheceu como aliados do Pop, então a animosidade atual não fazia sentido. Quando em Trollstopia, Poppy insistiu que eram inofensivos.

 

Não pareciam agora.

 

Eles são corpulentos e tortos, quase corcundas, uma característica anatômica da espécie. Mesmo coloridos, há uma tonalidade doente e escura. Há mais e mais surgindo dentre as árvores, farejando e se apoiando nas árvores, murmurando entre si.

 

- É a gente. - Val conclui, suas orelhas animadas em direção para baixo. Tão confusa quanto Barb, se resignando a tentar entender a situação pelo que a Rainha estava oferecendo. A Rainha do Rock escutou. - Estão procurando por trolls. É um favor para alguém, não parece… Bom, exatamente. Tipo, somos a base da cadeia alimentar, então ser caçado é um fato, mas isso parece… Mais consciente que uma predação. Há muitos deles.

 

Sua prima poderia ser inteligente tanto quanto poderia ser impulsiva.

 

- Sim. - Rosa concluiu. Poppy tinha um olhar sombrio, cobrindo-as com os fios e a tonalidade mudando como um camaleão para se misturar ao ambiente. - Berguens. Nossa história é complicada. Eu não sei explicar. Eu acho… Isso é o passado, a floresta não é a mesma dos dias atuais. E é muito ruim estar no passado, muito mais aqui. Berguens… Nem sempre foram amigáveis.

 

Barb atentou os ouvidos, procurando entender fragmentos da conversa.

 

- Acho que isso é óbvio agora. - Val zombou. - Pera, você me chamou de Valentina. É ofensivo, eu te dei meu apelido. - Uma mudança completamente drástica de assunto. A Rainha do Pop teve uma expressão de completa incredulidade.

 

Barb tapou a boca, mas foi impossível não soltar um bufo zombeteiro.

 

Eles deveriam estar muito no alto para o som alcançar as criaturas lá embaixo, mas de alguma forma, uma corrente fria passou por seus corpos, fazendo seus pelos eriçarem em defesa. Os Berguens, abaixo deles, iluminando o caminho com lanternas de querosene, haviam focado os olhos em seu galho.

 

Antes que alguém pudesse pensar, um deles foi para a árvore, atacando o tronco nu com garras apretejadas. O tronco balançou, Poppy retraiu o cabelo para se equilibrar, Barb cambaleou alguns passos para trás pelo inesperado, enquanto Val se colocava de quatro e pulava em sua direção para manter as duas firmes no galho. Outro golpe veio, sulcos se formando entre a madeira.

 

Os instintos correram por suas veias - Luta  ou fuga, eles diziam. Val estava rosnando, agarrando o tronco com as quatro patas e formando finos sulcos onde sua garra se firmava, Barb estava deitada abaixo dela, depois de sua queda anterior. Sua prima, por mais irritante que fosse, era uma escudeira, o tipo que protege e ataca antes que um atentado fosse possível. A Rainha do Rock balançou junto da árvore, mantida segura pelos braços da embaixadora, antes de se rastejar de pé de novo. A árvore se inclinou um pouco demais, iriam derrubá-la neste ritmo.

 

Poppy chegou na mesma conclusão, aparentemente, atacando antes que qualquer uma delas pudesse pensar no que fazer. A troll do pop se impulsionou no galho, mirando diretamente abaixo e seu cabelo a rodeando como uma forma única de defesa que os trolls Pop aperfeiçoaram. Ela atravessou o caminho como uma bala, passando direto por uma das lamparinas que um berguen sem nome segurava. Foi um buraco no vidro, o impeto fazendo a criatura largar, a vela lá de dentro imediatamente incendiando o líquido inflamável que havia caído aos pés do Berguen.

 

- Respeito. - Barb assobiou, não podendo evitar de observar a bola de desenrolar em um monte de grama e Poppy correr por entre os pés das critauras. Elas gritavam algo sobre um cozinheiro e uma recompensa, e vários se abaixavam, tentando abocanhá-la diretamente entre os dentes. O berguen tentou apagar o fogo de seu pelo com água de um cantil, mas devido a ser um óleo, o fogo crepitou e se espalhou por mais pontos na grama.

 

Eventualmente, a rainha encontrou um refúgio entre as raízes e se escondeu na escuridão e poeira. Val, ao seu lado, exibia algum assombro diante da comoção de predadores no chão, a árvore estável desde que Poppy os distraiu. O chão tremeu de novo e, havia outra criatura. A mesma espécie, mas os outros se agitaram em algum tipo de reverência, imediatamente se calando dos gritos anteriores.

 

As chamas tremulavam na grama verde e alguns galhos menores. A berguen respeitada fincou as garras em um de seus companheiros, arracando-lhe um tecido que servia como blusa junto de algumas gotas de sangue - O Berguen não reclamou, exibindo um olhar admirado enquanto a mulher que portava um avental muito grande e que definitivamente poderia servir para o mesmo propósito, o jogava sobre as chamas, abafando o fogo até que restasse grama queimada.

 

- O que é isso? - A voz soou, surpreendentemente simples. Mesmo Barb se arrepiou com a fúria nojenta que fluía da criatura. - Já estão caçando fora de época, mas ainda falham? De que servem vocês se não mantém os trolls controlados?

Um berguen, baixinho, que tinha os pés queimados originalmente.

 

- Foi um acidente. Você sabe, eles estão ficando melhores em correr. - Gaguejou, projetando falsa confiança. Seus olhos não encontravam os de Chef.

 

- Um bando de incompetentes! - A criatura bradou, um grito de fúria que forçou todos os instintos dos trolls a se manterem o mais imóveis possíveis. - É isso que vocês são! Eles tem o tamanho de unha, quão difícil pode ser segurá-los? Vocês estão lentos, lentos e estúpidos. Não acredito nos fracotes que sua Majestade me enviou, você sabe o que acontece quando não há trolls para o Trollstício? - A coisa rosnou, avançando contra o baixinho. Os outros se afastaram, silenciosamente, embora o mais alto deles tivesse soltado um arquejo assustado.

 

Seu som fez os olhos de Chef recaírem sobre ele.

 

- Nós tentamos, juro. - Suspirou, forçando a voz a sair. - Nós os queremos tanto quanto você.

 

A coisa riu em deboche.

 

- Não tanto quanto eu. - Suas garras se desembainharam, empurrando o Berguen alto e agarrando seu colarinho. - Quando não há trolls, a culpa não vai ser sua, vai ser minha. Minha tia-avó provou isso, e eu não serei mais um exemplo da história! O reino precisa de mim, como ousam usar trolls como moeda de troca? - Ela gritou, não para o troll que segurava, mas para uma figura imaginária. Era fúria que silenciou a floresta. Não haviam mais criaturas ao redor além destes berguens e os trolls, em um raio de quilômetros. - Vocês tem sorte que preciso de vocês! Ou os mataria e usaria em minha próxima receita.

 

Chef gesticulou para uma árvore oca em um reflexo mal-contido. Pela visão periférica, há um flash de laranja e vermelho, embora tenha sido recompensada quando suas mãos se fecharam ao redor de algo.

 

- Você! - Sibilou, largando o Berguen que intimidava, para segurar o novo troll em ambas as mãos. Não houve gritos, Barb apenas pôde observar de longe. - Você sempre nos causa problemas, sua ratazana de esgoto!

 

- Seriamente? - Surpreendentemente, o troll respondeu. A voz, Barb pôde reconhecer. Rei Peppy, embora muito mais firme e alto, sem as rugas e falhas da velhice. - Você sabe que não deve nos matar. Não fora do trollstício. Ou nossa espécie se extinguiria e sua profissão seria tão inútil quanto estes que reclama tanto. Então, devo dizer, me coma se tiver culhões.

 

Uma zombaria divertida, um sorriso maroto e olhar tão sério que poderia arrepiar - Peppy deveria estar na casa dos trinta, não que Barb pudesse especular desta distância.

 

O silêncio se estendeu pela floresta, enquanto Chef tremia de indecisão, seu punho apertando e relaxando, o troll entre seus dedos mantendo o ar entre seus pulmões com algum esforço. 

 

No fim, ela o largou.

Chapter 7

Summary:

O trio estava se divertido. Clay saiu de casa em uma decisão imprudente, mas não podia dizer que se arrependia.
Há hipóteses e falhas na comunicação passadas, mas majoritariamente, é bom cantar sem a ameaça iminente de Berguens

Notes:

Próximo no mínimo semana que vem. Finalmente, música em uma fanfic de trolls - Tenho ouvido tantas músicas, e dá pra relacionar muitas com o modo de vida na árvore, ou com a saída dos irmãos, só que precisa de um timing (Meio que queria Barb cantando Make a Move - Icon for Hire no capítulo passado, mas não encontrei uma brecha pra encaixar.)

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Jhameel - Blue Satellite Remix - Feisty

Me comporto mal. Querida, para onde você vai?

Vai me salvar, lliberte-me da saudade, querida

Me comporto mal. Querida, Para onde você vai?

Vai me salvar, liberte-me da saudade, querida.

 

Um troll dançava na mata densa. Robin tem um vermelho muito vívido e olhos amarelados, seus passos se conectavam naturalmente, como um milhão de coreografias ensaiadas. O troll cruzou as pernas em uma curvatura, forçando o giro antes de parar em uma pose planejada, ondulando com o batida imaginária.

 

Me diga o que o ritmo diz, eu te vi

Está na vibe, vejo por como você se move

De relance, pela direita

Licença, moça, não quero ser rude,

Mas é maravilhosa a forma como dança

Volte pra mim? É um desastre!

Realmente sente apatia?

Eu tenho o gingado, venha pra mim

Feisty!

 

O trio saiu da árvore intacto, como cortesia da madame sorte. Sapateando em silêncio tenso pelos acampamentos de berguens adormecidos, caminhando por quilômetros até que não houvesse berguen há vista - Foi uma decisão de impulso. Clay foi para Alexa, pedindo um quarto para dormir, naquele dia. Robin visitou em uma reunião do clube informal, para consolo. Então, dois dias depois, souberam que seus irmãos realmente haviam saído da árvore. Bom, não havia o que os impedisse. Pré-adolescentes são impulsivos assim.

 

Groovin’ - RMC3

Movo os pés no ritmo da batida

Não é sobre onde estede, mas para onde vai

Se eu te tomasse a noite toda

Prometo confidenciar-lhe ao luar,

Levo meu tempo

Digo a verdade, é estúpido mentir

É estúpido mentir

 

Alexa é a mais velha do grupo. Seus pais morreram alguns trollstícios atrás e, a forma que encontrou para não afundar na depressão do luto e da perda, foi ler o que passava o mesmo sentimento - Ninguém espera isso dela. Uma troll tão alegre e espontânea quanto a maioria, mas traumatizada como a maioria também. Sua cor que um dia foi tão vívida como ouro, havia atingido um tom permanentemente pastel. Não havia muito o que a prendesse na árvore, então a sugestão, por mais estúpida que fosse, foi seguida.

 

A troll balança em um galho, acima dos outros, fazendo de seu ritmo o soberano do momento - Uma competição divertida, desde que aprenderam a viver por ali. A área perto da estrada tinha menos predadores, um resquício da passagem dos berguens, mas a maioria dos comércios e lojas haviam sido abandonados desde que cercaram a Grande Árvore.

 

Não me vêem,

Eu não ligo,

Dê-me a chance, uma segunda vez,

Fora de vista,

Não me importa,

Mova-se com a música, dançando até a caixa explodir

 

Como um território completamente inexplorado. Um dia, aquelas áreas foram povoadas por trolls, do seu povo, mas foram tomadas, novas construções, pontos de suprimentos. Lanchonetes, freezers com comida sobressalente estragando. Uma variedade de recursos simplesmente abandonada.

 

Era bom. Cantar e se divertir em um território que Berguens não sondam mais - Se não tivessem abandonado família e amigos quando saíram, provavelmente teriam se afastado por quilômetros, até que a ameaça não fosse mais possível. Mas nunca foi o plano ficar fora para sempre, mesmo que os dias, semanas e meses se confundissem sem um sistema de navegação adequada. 

 

Turn Of The Lights - Panic! At the disco

Tão cansado de estar sozinho

Agora a tentação não me deixa em paz

É como um novo amigo

Que está ali até o amargo fim

 

Clay improvisou seus passos, como fazia há tantos dias de banda, tomando o volume de Alexa, como a troll fez com Robin. As crianças eram quase adultas agora. Dezessete, quase dezoito. O troll derrapou, se apoiando em Robin em uma representação de desleixo, ganhando um empurrão, que apenas o fez cair em outra troca de passos e um sapateado improvisado. Meticulosamente planejado.

 

Nossa consciência

Sempre mais pesada que nossos egos

Minhas expectativas são altas

Então nada nunca dá certo

 

Depois de tanto tempo, as crianças definiram que deveriam voltar para casa - O dia após o trollstício, como recomendou a Princesa Viva no dia em que saíram. É o dia em que os berguens estão mais calmos e é mais fácil entrar e sair sem ser notado. Pelo menos, para levar sua família e amigos para o pequeno refúgio que encontraram, onde Berguens se cansaram de explorar. 

 

Atire uma estrela na avenida ao anoitecer

Posso descobrir com um pouco mais de tempo

Mas quem precisa de tempo?

 

Crianças acreditam ter todo o tempo do mundo, estarem a salvo de quaisquer tragédias. Mesmo criados na árvore troll, em salas infantis no topo da árvore, com adultos que cuidadosamente chamavam suas atenções com histórias. Assistindo famílias inteiras serem levadas porque um de seus colegas foi pego e os pais certamente vão tentar fazer alguma coisa. E sempre havia o cheiro de caramelo queimado pós trollstício. Por alguma nuance, mesmo enroscados com as tragédias de enredos fantasiosos e da realidade, tinham certeza que havia tempo.

 

Apague as luzes

Apague as luzes

 

Robin zombou, se juntando em uma voz de apoio, deixando o troll se mostrar um pouco. O passeio era para coletar recursos para a viagem de volta. Alimentos que ainda não haviam estragado, remédios dentro da validade, pás e cordas construídas pelas próprias mãos. Facas, lanças e estacas esculpidas durante uma noite inteira. Afinal, voltariam para o recanto dos Berguens.

 

Ligue o charme pra mim esta noite

Tenho um coração pesado para segurar,

Ao desmoronar, minha cabeça irá às nuvens

Aproveitar as chances enquanto as tenho

Como o troll que sei que não sou

 

Alexa caiu ao lado deles, uma pilha de gravetos e madeira seca escorregando em um saco de tecido folhoso. Um breve relato da posição do rio e do que podia ouvir na floresta, mesmo que balançasse pelo ritmo familiar.

 

Estou cansado de desperdiçar meu tempo

Como diabos eu sobrevivi?

Preciso de sua simpatia,

Para minhas dolorosas inseguranças 

Nossa consciência

Sempre mais pesada que nossos egos

Minhas expectativas são altas

Então nada nunca dá certo

 

Alguns versos e passos de dança enquanto acumulavam recursos em uma pequena clareira perto da estrada, entrando e saindo da floresta mais densa. Hoje, é trollstício, então tinham que cantar, para toda aquela árvore que certamente estava silenciosa. É uma sensação maravilhosa poder se divertir e seu maior medo ser alguns insetos - O maior predador que encontraram foi uma cobra. Foi um tempo difícil, ao contrário das rãs e da maioria dos insetos que tentavam predá-los, as cobras não tem exatamente ossos ou coluna para contornar com agilidade. Mas ela parou, uma vez que Alexa arrancou seu dente com uma catapulta improvisada. A maioria dos pássaros é evitada se se esconderem bem. 

 

- Ay, Rainha do Drama. - Alexa zombou, se jogando na grama ao lado de Clay. - Como pode cantar uma música tão sombria com um ritmo tão cativante?

 

O troll riu abertamente, o cabelo desgrenhado caindo sobre o rosto - Não o cortou ou penteou uma vez desde que saíram da Árvore, mesmo nas vezes em que se lavou.

 

- Nós não temos caixa de som para explodir, ‘Lexa. - Robin retrucou em seu lugar. - O único motivo que havia eletricidade era por causa dos pequenos furtos dos acampamentos. Olheiros da Rainha, impressionante.

 

- Ainda não acredito que realmente entravam nas tendas para pegar as coisas. Tipo, ajudou pra caramba nos efeitos especiais e em todas as técnicas dos shows, e tenho certeza que Rainha Karla estava implementando um alarme para quando um Berguen se aproximasse. - Clay divagou consigo mesmo, revirando os olhos com as lembranças. - O que foi muito útil, mas isso é tipo, entrar na garganta do dragão em busca do tesouro. 

 

Robin assobiou, cruzando os braços em contemplação.

 

- Acho que se podemos morrer todos os dias, que seja pelo menos sendo útil. - Uma observação, o troll deu de ombros, antes de se deitar ao lado de Alexa, que se espreguiçava como um gato dengoso, aproveitando para relaxar os músculos. - Acho que meio que sinto falta da biblioteca. Discutir os mesmos quinze livros pode ser entediante.

 

- Pra constar, Diário de Zet sempre vai ser um clássico e nunca vou enjoar. - O troll retrucou, sentando em frente aos gravetos com as pernas cruzadas. - Vovó tava ficando velha, eu acho. E nunca visitei Tronquinho desde a briga, talvez não se lembre de mim. Ou totalmente me odeie, mas provavelmente não lembra. Fui meio idiota sem me despedir.

 

- Um arrombado total. - Alexa cantarolou, olhando para o céu. As tarefas tinham um ritmo estável aquele dia, o sol brilhava forte e haviam poucas nuvens. Era um dia ruim para ser a base da cadeia alimentar, a luz solar geralmente reflete nas coisas e alerta as criaturas voadoras. Deveriam tomar cuidado com os pássaros. - Totalmente desnecessário. - Conclui, mordendo a língua.

 

A grama é verde, o céu azul, e o tempo era tão limpo que era agradável respirar. Trilhas de formiga subiam pelas árvores mais altas, alertando que talvez pudessem estar formando frutos, e havia som de fundo, junto do vento passando pelas folhas e pela mata mais densa. Nunca uma grande comoção, apenas o silêncio ambiental típico de uma área que as presas escaparam há muito tempo.

 

- Se eu voltasse, iam me impedir de ir. - O Troll retrucou, distraindamente levando as mãos aos pulsos e coçando levemente, um indicativo de ansiedade. - Um lugar menos familiar para dissipar o rancor. Tipo, sabe? Esse território. É como se fosse nosso. Não há muitas coisas minhas como irmão do meio.

 

- Duvido que sua avó ia te impedir. - Robin zombou sozinho. - Papai dizia que eles estavam no mesmo grupo de aposta. Piorou pra caralho depois que Terra e Thunder foram pegos. Ela realmente era a adulta da casa? - Um arquear de sobrancelha indagativo, Clay coçou o pulso um pouco mais forte e Robin suspirou em derrota. Nada vinha de pressionar demais.

 

Não era como se concordassem totalmente em abandonar a família sem dar um tchau - Alexa só tinha a irmã mais velha, que havia se mudado há tempos e constituido família com outros trolls, mesmo tendo um contato relativamente frequente. Robin era um caso clássico de pais um tanto quanto irresponsáveis que provavelmente demorariam para notar que se foi.

 

A coisa de trolls exaltarem a felicidade e negarem o luto de estarem sendo lentamente encarcerados e exterminados, é que não havia espaço para a frustração familiar. Os relacionamentos que causam frustração geralmente são abandonados logo no começo, as vezes isso se extendia as crianças. Haviam professores e tutores que se encarregavam de manter as crianças juntas e se divertindo no dia a dia, e claramente, a maioria dos pais tinha um mínimo de bom senso. Outros, iriam para festas e jogos assim que a criança pudesse se locomover e receber ordens dentro de casa.

 

Era similar à situação de Clay - Seus pais os deixaram para a avó, mas continuaram tendo filhos. E a avó parecia ser relativamente competente até o filho morrer, se impulsionando para novos hábitos que mal incluiam os netos. Parece que o irmão mais velho deles assumiu as responsabilidades que ela abandonou.

Mesmo assim, não o impediram quando Clay sugeriu fugir da árvore. Ao contrário, embarcaram na aventura com empolgação, mal se permitindo hesitar até semanas se passarem.

 

Clay inflou as bochechas, o cabelo murchando, sem uma resposta - Ele não lembra como era a dinâmica em casa. Apenas de John Dory mandando, repreendendo e mudando as coisas dele. Embora, também houvessem travessuras com Spruce e mimos para Floyd, o pequeno caçula. No que o diz respeito, as crianças estavam perfeitamente bem cuidadas pela avó.

 

- Que seja, vamos voltar de qualquer form… - O troll parou de falar, seu olhar focalizando em uma criatura desacordada há alguns metros, enroscada em galhos e com um pescoço longo caindo dependurada de um galho muito alto. - Isso é novo, eu acho.

Notes:

Gente, bora combinar:
Rosiepuff não interviu na luta de Brozone, o que é o mínimo que qualquer adulto responsável faria. E John Dory estava definitivamente sobrecarregado no filme. Não pinta um quadro bonito, se considerarmos que ele começou a cuidar d seus irmãos a partir de Spruce, provavelmente teve no máximo três anos para ser uma criança.
Portanto, estou definindo:
Rosiepuff tem depressão incapacitante. Ela teve de cuidar dos netos e fazia um trabalho relativamente ok até perder o filho, que estou chamando de Thunder. Os pais de Brozone ficavam em casa apenas o tempo para chocar o ovo, tinham uma relação distante com os filhos, mas morreram antes de Tronco chocar, o que atrapalhou seu desenvolvimento primário e causou uma eclosão tardia.
JD tem TOC e dificuldades sociais e motoras, porque nunca se desenvolveu adequadamente e no ritmo certo, devido à negligência emocional dos pais e a idade de Rosiepuff atrapalhando suprir algumas demandas básicas.
Tronco tem autismo. Uma consequência da eclosão tardia foi que seu sistema nervoso não se desenvolveu de forma típica, causando dificuldades mesmo antes do combo trauma que levou.

Chapter 8: Os Country Trolls

Summary:

Flor acordou em um lugar com muitos trolls. É desconhecido, mas eles parecem ter tanto medo dela quanto ela deles.
Felizmente, há uma companhia familiar. E um troll que nenhum dos dois conhecia, mas poderia reconhecer o parentesco.

Notes:

Ok, consegui terminar um.
Quem diria que estudar e trabalhar poderia ser um saco? Ainda tenho que estudar para concursos públicos porque enviar currículos é humilhação demais.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Flor acordou em uma área movimentada, não muito longe da fazenda. Haviam trolls, trolls multicoloridos por todo o lugar - Especificamente, Pop. A cauda era pequena e fofa como a de um coelho, facilmente escondida sobre as roupas, embora ainda fosse uma extensão da coluna e auxiliasse no equilibrio. Cabelos multicoloridos e libertos aos ventos, diferente dos penteados extravagantes que eram moda entre os trolls Country.

 

A moda era uma coisa peculiar para os trolls - Cores eram superestimadas, tecidos confortáveis também, mas roupas não eram uma obrigação. Trolls Glitter e Franjas vivem sem a necessidade de utilizar nada mais que a própria pele, e ninguém realmente estranhava a nudez. Era algo mais relacionado à moda e personalidade do que qualquer senso de pudor. Mesmo entre os Country, mais usavam roupas para prevenir a desidratação e se proteger do sol escaldante do que como medida de moda.

 

De toda forma, alguém a viu, e gritou. Um troll verde pastoso, de cabelos rosados. Holly não o reconheceu de trollstopia, o que era uma coisa - Ela deveria conhecer todos! É uma mudança grande de sua pequena tribo junto de Delta, com não mais que duzentos habitantes, mas ela genuinamente se esforçou!

 

- O que é isso? - O troll se amedrontou, visualizando-a com receio.

 

Ela reconhecia este medo do desconhecido. Flor poderia estar grogue de sono, ainda usando seu pijama de maçãs que vovó e Clampers cuidadosamente costuraram, e uma touca de cetim cobrindo todo o seu cabelo.

 

- Oi, Docinho. Eu… Não sou má, eu acho, cê pode me explicar onde é que eu to? - Uma risadinha sem graça e seu sorriso simpático, mostrando os dentes. Os trolls recuaram mais um pouco, mas o movimento parecia ser demais, forçando-os a se mover. Outro grito soou, alguns metros de distância, para onde Flor não poderia ver, já que haviam muitos trolls por centímetro quadrado. Uma movimentação incomum?

 

Lado bom? Eles estavam tão confusos e assustados quanto ela. Então, provavelmente algum mal entendido ou sonho muito estranho. A discussão com Poppy no dia anterior meio que empurrou suas boas impressões iniciais para o fundo do celeiro, mesmo que não soubesse exatamente o que estava acontecendo.

 

Delta a ensinou a manter os olhos abertos, mas a ser leal a seus amigos. Flor apenas queria saber se eram mesmo amigos, um confronto direto e claro deveria resolver as coisas, mas não resolveu. Ela realmente deveria encontrar um presente para Poppy, como oferta de paz. É um dos assuntos que a manteve acordada até tarde no dia anterior.

 

- Que diacho, minha filha? Larga meu rabo, caramba! - O relincho seguiu o fraseado indignado. Flor virou a cabeça em um ângulo de cento e oitenta graus ao reconhecer a voz. O som de trotar no chão e mais trolls se afastando revelou o outro troll Country escondido, se abanando de um monte de crianças curiosas, que aparentemente, se assustaram o suficiente para voltar aos pais.

 

O reconhecimento brotou de ambos os olhos. Sem saber, recuaram até ficarem costas com costas para a multidão.

 

- Flor, cê sabe que tranqueira é essa? Eu preciso me preocupar?

 

- Tava bom demais, num é? - A troll riu, nervosamente. - Esmola muito boa, santo desconfia. Nem ideia, Docinho. 

 

Gust relinchou em uma risada suave.

 

Ambos ficaram tensos, olhando entre um e outro e a multidão curiosa. O céu, ainda escuro - A árvore troll estava com todos os casulos apagados, o que era incomum. Os olhos atentos de Flor D’Primavera puderam identificar lascas de madeira e materiais de construção. Quase todos os trolls carregavam malas; a multidão ao seu redor começando a se dispersar enquanto trolls caminhavam para onde quer que todos fossem.

 

Um troll de glitter se aproximou - O rosto era reconhecível, mas não o que estavam acostumados. Muito mais velho, definitivamente dourado e uma mistura típica de fios azuis marinho e grisalhos, mas o rosto era muito diferente do que Sky Toronto costumava ser. O homem usava uma mochila parental, uma criança presa em suas costas, escondendo o rosto. Grande demais para o cabelo, pequeno demais para andar sozinho entre tanta gente.

 

- Não sei quem são vocês. - O troll falou, a voz clara e cautelosa. - Mas são parecidos com trolls. E trolls tem que sair daqui antes do dia acordar, então, sugiro que venham conosco. Vocês não querem estar aqui quando o Trollstício acontecer.

 

Gust abaixou a cabeça em confusão, mantendo Flor firmemente ancorada antes de qualquer coisa impulsiva. Todavia, sua boca se mexeu por vontade própria, a curiosidade maior que o medo.

 

- O que é Trollstício? - Isto. Causou uma pequena onda de arquejos e suspiros, mais trolls olharam e se afastaram há passos rápidos, quase amedrontados. O próprio troll que os abordou tinha olhos arregalados e surpresos.

 

A criança na mochila abriu os olhos e os encarou com desconfiança. Olhos castanhos, não como Sky Toronto, mas definitivamente perto disso.

 

- É quando os Berguens vem nos pegar. - A criança sussurra, a voz cuidadosa e olhando para os lados, como alguns mais. Estendendo um pouco mais a visão, Flor encontrou grossas barras de ferro e arquejou em surpresa.

 

- Isto é uma gaiola? - Gust arquejou do seu lado, identificando as formações. Inconscientemente, seus rabos se entrelaçaram em busca de conforto. O troll glitter `frente os olhava como se tivesse crescido uma segunda cabeça.

 

- Vamos, é melhor andar. Meu filho mais velho foi com o primeiro grupo, já que participou das escavações, só que realmente não temos tempo para ficar conversando. - O troll diz, antes de se virar, dar-lhes as costas e começar a andar. Flor trotou para seu lado, um tanto quanto horrorizada. 

 

- Cara, nóis num é daqui. Isso é óbvio. - Gust começou, o que foi bom, Flor não poderia falar. As barras de metal se fechavam acima da árvore troll e se estendiam por vários metros, onde, ela sabia, era a cidade Berguen. - Estou supondo que algum pássaro maluco nos jogou nessa muquefa, ou isso é uma aluscinação muito bizonha e estou morrendo por conta de um vazamento de gás. O que é maluco, porque meu fogão é à lenha. Então, por favor, compadre, pode contextualizar como se estivesse falando com idiotas?

 

Gust sempre foi bom em explicar, mesmo que as vezes fosse mesquinho e irritante - Cresceram juntos e brigavam como irmãos, saindo no soco, mordidas e puxões de cabelos por motivos realmente estúpidos. Por algum motivo, isso se tornou afeto platônico e confiança muito leal ao ponto que Delta confiou em enviá-los junto aos terrenos Pop.

 

A menina é esquisita e ta escondendo o estrume, Delta havia explicado, antes de saírem. Mas não parece ruim. Cês precisam verificar se a parceria vale a pena.

 

De toda forma, a situação desconhecida era uma merda. Mas era um alívio ter um companheiro de viagem adequado, já haviam lidado com os predadores do deserto juntos, isso é apenas outra coisa para lidar.

 

- Vocês falam engraçado. - A criança chiou. Gust, logo em sua frente, espremeu o rosto em falsa indignação. - E andam engraçado também! É legal. Achei que a coisa mais estranha fosse ser aquele bebê que nasceu todo no cabelo, e o ovo cabeludo que ele foi. 

 

- Fala dos Franjas? - Ela inclinou a cabeça em confusão, olhos amendoados e confusos. Agora que estavam se movendo, a maior parte dos trolls se dispersou, andando em grupos menores e se amontoando em uma frente que ela não poderia ver. Um alívio, não ser o alvo de atenção. - Eles são bem comuns, não são?

 

Era algo troll. As evoluções tendiam a funcionar de forma que os trolls se adaptassem rápido à situações de perigo, poucas gerações até a seletividade natural começar a funcionar - Haviam tantos Franjas e Trolls Glitter na comunidade Pop, provavelmente por viverem tão na natureza. Há predadores muito naturais entre as matas.

 

Pássaros, cobras, insetos, qualquer espécie que queira um pouco de proteína fácil… Ser a base da cadeia alimentar é realmente ruim, por isso os Rock e Country desenvolveram uma agressividade em comum, já que constantemente mudavam de território. Clássico, Techno e Pop estavam isolados, e de alguma forma, Funk evoluiu ao ponto de não ter predadores suficientemente perigosos para eles.

 

- Ninhadas múltiplas estão aparecendo, mas não é necessariamente comum. É dos ovos que perderam os pais, a casa de grupo não consegue mantê-los adequadamente em desenvolvimento, e eclodiram bem cedo. - O troll glitter expressou, a expressão vagando longe. - São umas quinze crianças assim agora. Não falam e são bem excitáveis. É trágico, mas talvez na nova vila, acabem bem. - Um sorriso esperançoso e olhar longe. Como daquelas esposas enlutadas que relembram com nostalgia dos tempos de juventude. Crianças que perderam seus animais de estimação ou idosos com saudades do companheiro.

 

Uma nostalgia esperançosa.

 

- Certo… - Flor sussurrou, a voz alternando, sem saber muito o que dizer. - Pode me chamar de Flor, meu amigo aqui é o Gust. Desculpa brotar do seu chão, Docinho. Pra onde estamos indo?

 

- Fora daqui. - A criança cantarolou, erguendo os braços e quase tombando da mochila enquanto o pai passava um braço hábil para firmá-la adequadamente. - Eu sou Smok! E pai é Blue, o que é muito engraçado, porque ele é dourado. Na verdade, vovô queria chamá-lo de Gold, e quase que vovó o chamou de Jóia, acredita? - Como é tipico de crianças, Smok divagou, voltando a agarrar a gola do pai em um instinto de proteção. Gust riu suavemente, trotando com alguma empolgação.

 

- Bom, Seu Blue. - Flor se apressou para o lado do senhor, olhos brilhando de curiosidade e cautela. - Pode explicar para estes pobres leigos no que nos metemos?

 

Blue revirou os olhos. Rugas de tensão e idade muito proeminentes, mesmo com tanto glitter. Era comum. Os mais velhos trabalhavam muito. A vida no deserto não era algo fácil, Flor podia aceitar isso com naturalidade - Se estabeleceram em uma área com poucos recursos naturais. Sua alimentação acabou se adaptando para poder comer um pouco de tudo e reter umidade por mais tempo, para que não morressem de desidratação.

 

- A gaiola é uma coisa recente. Do ano retrasado. - Blue explicou, apontando para as barras de metal. - Esses berguens estão nos seguindo desde a época que meu pai era uma criança. Antes, nossas casas se estendiam por toda a floresta, era uma beleza. Até peguei um pouco, meus pais faziam artesanato e itens de festa, e trolls amam essas coisas. Viajei pra todos os lados dessas árvores, eram tempos bons. - O troll riu sozinho.

 

Gust escutava com atenção, como era típico quando os mais velhos falavam.

 

- Eles tem aumentado de quantidade. Recuamos para mais perto da árvore, porque é mais seguro, mas conseguiram nos amontoar como ovelhas e trancar depois de anos. Essas criaturas tem uma determinação muito estranha. Levaram quase toda a família de minha mãe antes mesmo que eu nascesse, o que foi um pouco desagradável. Eles… Comem trolls, não tem como adocicar isso. Alguma coisa na gente faz eles ficarem felizes.

 

Flor parou de andar, olhos muito arregalados. Outro troll, passando muito perto, a empurrou para andar, então trotou, passos muito mais cuidadosos que antes.

 

- Trollstício era uma coisa, mesmo antes. Eles não nos comem no resto do ano, exceto em eventos que a cozinheira deles financia. A ceifeira, uma coisa horrível ela. O Rei fez túneis que nos levam por alguns quilômetros, até um caminho na relva na floresta. De lá, podemos achar um espaço seguro. Podemos reconstruir, e vai dar pra realmente criar as crianças sem que se acostumem a ter que se esconder da morte anualmente. - Blue suspirou, passando os dedos pelos cabelos grisalhos, suas rugas se aprofundando. - O principe das coisas está atingindo a primeira infância. É costume dar-lhes um membro da família real nessas ocasiões, o Rei se apressou desde que o pirralho nasceu. A última, foi Rainha Karla, bendita seja, pouco antes das gaiolas. Acho que a rainha deles estava morrendo ou algo do tipo, e foi como um presente. Obviamente, Rei Peppy não ficou feliz. 

 

Na frente, havia uma fila mais organizada. Uma troll cor-de-rosa, muito parecida com Poppy, ajudava os trolls a descerem pelo que parecia a toca de algum animal, estendendo o cabelo e erguendo os idosos.

 

- Crianças e idosos primeiro, se lembrem disso. - A troll repetia, informando cada troll que passava. - Não corram, façam silêncio. Papai estará na frente, guiando vocês, sigam os outros trolls. Temos algumas horas até o amanhecer ainda, boa sorte.

 

Blue continuou, indiferente à nevoa de horror que se acumulava entre os dois trolls Country.

 

- Acho que planejavam dar a Princesa Poppy. Ela acabou de eclodir, sabe? Uma gracinha, mal deu as primeiras palavras. Foi a informação que a Princesa Viva ouviu. Então, estamos aqui. Os trolls que ajudaram a construir foram os primeiros a sair. Agora, é o grupo das crianças e os pais, além dos idosos. Tentar alguma dianteira antes do Trollstício, são muitos pra atravessar. - O troll ri, um otimismo característico dos Trolls Pop. - Se sairmos, vai ser uma nova era. Entrar nos livros de colagens oficiais, imagine?

 

Poppy havia acabado de eclodir. Isso não era real - Não era o presente.

 

- Estou apostando na aluscinação causada por gás. - Gust sussurrou em seu ouvido. Flor não evitou que seu sorriso se esticasse, em completa incredulidade. - É como vivenciar as histórias do folclores do vovô.

 

- Quer tentar a troll do grito? - Flor arqueou a sobrancelha, o rosto murchando em algo que parecia seriedade. - Gust, isso é ruim. Tipo, muito ruim. Por que nunca ouvimos falar disso?

 

- Bom, querida. - Seu apelido desceu fácil pela garganta do companheiro. - Eu acho. Que nós não confiamos nos trolls Pop. E acho, que eles escaparam de alguma coisa e precisavam de alguém a confiar. Do jeito que a merda bateu no ventilador antes, era só eles.

 

Flor queria retrucar. A Princesa que estava guiando-os para dentro dos túneis então, segurou suas patas, os olhos arregalados.

 

- Tenho certeza que te conheço dos livros de ficção da mamãe. - Ela diz, o que claramente saiu por impulso, então se retrai rapidamente. - São os desconhecidos que apareceram de madrugada? Certo. - A Princesa falou rápido demais, batendo as mãos em uma palma rápida. - Nenhum troll é deixado pra trás. Olhem por onde pisam, andem rápido. Estarei guiando o próximo grupo, vamos nos encontrar depois. - Os avisos foram padronizados.

 

Tão rápido quanto aconteceu, o momento de admiração passou.

 

- Espero te ver depois. - Por mais que o dissesse, Flor não se lembrava daquela Princesa em nenhum lugar de todo o passeio de Trollstopia.

 

A criança assobiou, alguns metros há frente, já com trolls Pop colocados entre eles. Mandando-os acompanhar. A Princesa deu um breve empurrão nas costas de Gust, incentivando-os a continuar, talvez a oferecer alguma ajuda, mas os trolls country pularam no chão de terra com facilidade assustadora.

 

Eles começaram a andar. Por horas, mesmo a conversa e os burburinhos diminuíram.

 

Havia muito a ser dito - Muitas perguntas a serem feitas. Flor queria respostas, mas aquele momento era aquele que era perigoso respirar muito alto. Forçosamente, entrelaçando seus pelos com os de Gust em sua proximidade, seguiram no caminho escuro e claustrofóbico, os trolls se organizando em filas cada vez menos amplas em busca do caminho da liberdade.

 

Poderia dar tudo certo.

 

Então, as escavações começaram.

Notes:

A linha do tempo:
Berguens caçam trolls há pelo menos centro e trinta anos. Trollstício e celebrações envolvendo trolls ganharam força há pelo menos cem anos, mas como eram muitos numerosos, prendê-los todos não foi uma opção. É algo que começou desde antes de Rosiepuff nascer, então todos personagens que conhecemos já vivenciaram o trollstício - Inclusive as crianças, graças à trolls 1. Mas o dessa geração não terminou em tragédia, yay.
A gaiola aconteceu um ano após o término de Brozone, então os irmãos e vários grupos independentes de trolls que ousavam se aventurar por acampamentos e civilizações de Berguen, conseguiram sair - Infelizmente, um grupo maior era inviável sem um plano oficial. A família real formou planos para levá-los para longe, mas nunca conseguiram desenvolver o suficiente antes de serem enjaulados. Rainha Karla foi morta seis meses depois que a gaiola aconteceu, como um presente para a rainha Berguen, que estava morrendo de causas naturais. Peppy assumiu depois disso. Rosiepuff morreu mais ou menos na mesma época.
A fuga acontece dois anos depois de Peppy assumir, dado que reciclou os planos dos antigos reis e improvisou pedindo ajuda de todos, para tentar escapar. Houveram muitas baixas - Incluindo trolls desaparecidos e mortos. "Nenhum troll é deixado pra trás" foi mais ele se convencendo a ajudar o máximo que puder. Como um mantra de auto-encorajamento.

Tronco apareceu quando Rosiepuff era criança - Algumas décadas de distância deste capítulo.
Poppy, Val e Barb, antes da gaiola se consolidar. Pelo menos dois anos e meio de distância daqui. Eles estão muito espalhados, yay.

Chapter 9: Funk

Summary:

Reis não dormem - Quincy poderia se gabar. Estava trabalhando demais, mas pode-se dizer que estava adequadamente investido no projeto de Trollstopia e todas as variáveis que incluia - Os Pop trolls salvaram Cooper, o permitiram viver o suficiente para voltar à família. Nem toda ajuda do mundo poderia pagá-los por isso.
Todavia, ele pisca. Um pouco mais de tempo, definitivamente não o suficiente para dormir. Talvez um cochilo que mal foi pensado.
E estava despencando por centenas de metros, sem nave, casa ou família em vista.

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Reis não dormem - Ou é o que Quincy costuma pensar. Havia um estreito equilíbrio entre controlar uma civilização avançada como a nave, e, naturalmente, haveriam engenheiros e representantes para manter a distribuição de tarefas e poder organizada. Apesar do sistema de poder hereditário, estavam um pouco longe da monarquia tradicional. Haviam sistemas online onde os civis podiam avaliar o desempenho da família real. Se fosse insatisfatório por muito tempo, escolheriam outra pessoa. E haveria outro ramo da realeza.

 

Foi o que aconteceu com sua avó - Doce Senhorita Almira. O governante da época estava um tanto quanto fora de seus deveres, por questões emocionais e políticas. Seus investimentos iriam para o lado errado, então recebeu uma carta de despejo educada e atuou como auxiliar em seus laboratórios até o dia em que morreu de velhice. Sua avó assumiu, então seu pai, o primogênito. Agora, ele. Em breve, pretendia passar o título para Darnell.

 

De toda forma, ele estava trabalhando. Havia todo um revisamento de leis e critérios para a embaixada que a Rainha Poppy sugeriu - Por mais que soe redundante, os líderes, além de Xerife Delta Dawn, eram jovens, Crescidos isolados. Quincy deveria levar os pontos importantes para as reuniões antes que aquilo explodisse em suas caras. Poderia contar com eles para manter Barb na linha, para consertar os danos que causou e enviar relatórios, mas um projeto grande como Trollstopia?

 

Certamente, Quincy não estava assumindo trabalho demais, como dizia sua linda mulher, Essence. Tampouco, se preocupando com caminhos que nunca aconteceram, como acusou Darnell - Ruby mostrou o projeto de Rythm e Blues, a demonstração de universos paralelos. Muita coisa poderia dar errado, era um projeto que mexia com as leis de todos os reinos Trolls.

 

Quincy não gostaria de ser o Rei nos próximos tempos de guerra, muito menos que seja sua herança para seu filho. Cooper definitivamente ficaria deprimido se estourasse uma guerra com sua segunda família e, mesmo quase a contragosto, Quincy tinha uma dívida de gratidão aos Pop Trolls. 

 

Eles mantiveram seu ovo vivo. O permitiram crescer para voltar para casa. Ele nunca poderia pagar por isso. Isso é apenas um pequeno favor em comparação. Jones foi enviado em trollstopia para auxiliar na formação das embaixadas, era o seu melhor quando se tratava de gerenciamento emocional - A música pode influenciar no que alguém pensa, por isso o Funk é suave e ritmico. Reflete na vida, nos pensamentos. Jones era muito bom em acertar o ritmo.

 

De toda forma, estava em seu escritório. Seus olhos viajavam entre três telas diferentes enquanto segurava a caneta com a boca, fazendo anotações do que achava pertinente em um bloco de notas. Questões de habitat, predadores naturais, evolução tecnológica, fonte tecnológica e biologia. As tribos precisavam evoluir urgentemente com alguns profissionais da saúde. Só haviam dois médicos em toda vila Pop, e nenhum realmente especializado. Em outras tribos, haviam especialistas em farmacologia e natureza, mas aparentemente, qualquer problema interno demais era quase impossível de curar! Lesões que curaram mal ou deixavam vestígios eram bizarramente comuns, e era algo a ser ponderado. Medicina avançada, vacinação e profissionais de outras áreas, pontos indispensáveis para se ter.

 

Respeitaria a liderança dos outros em suas próprias casas, mas em um ambiente intercambiável, estas questões devem ser duplamente consideradas.

 

Ele piscou. Sua mente flutuou da lista de nomes de profissionais que podia colher, das variáveis políticas e contradições entre os reinos. É muita informação, mas Funk Trolls poderiam lidar com isso. 

 

Ele piscou por mais dois segundos. Todavia, a gravidade cedeu sobre seus pés e o vento passou por suas orelhas e pelo em um zumbido inesperado - O Rei abriu os olhos, arregalados como pires, para estar caindo de uma altura inesperada em um ambiente sazonal.

 

A adrenalina pulsou em seu peito. Mal teve tempo de gritar ou raciocinar o que estava acontecendo, o medo vindo em ondas, acompanhando o rugido do vento. Contra a resistência do ar, moveu o pescoço para as próprias costas, sem conseguir manter as palpebras abertas e tampouco, membros coordenados.

 

Conseguiu puxar uma corda, uma prancha almofadada se estendeu de seu pelo, mal conseguindo escalá-la, enquanto caia. Poderia ter levado horas, mas deveriam ter sido meros segundos ou milissegundos, a queda parecia longa, o que tornava um pouco mais desastroso chegar ao chão.

 

Acionou o modelo de cancelamento gravitacional - Funk Trolls viviam no ar. Seus patinetes, meios de transporte e derivados, embora consistisse principalmente de bolhas previamente programadas e com menor densidade que o ar. Ou contracorrente e empuxo com base nas correntes de vento.

 

Para sua imensa sorte, tinha apenas o projeto experimental que o haviam entregue para avaliar mais cedo, já que não estava realmente preparado para cair de uma altura e perder a nave de vista, sem realmente uma explicação razoável em vista. Por sorte, pôde se equilibrar e ativar o sistema, gerando uma força contrária a queda e reduzindo o que provavelmente seria sua morte, em apenas uma queda suave, pairando por muito pouco, ainda há algumas dezenas de metros do chão.

 

De acordo com a mesma sorte que o fez cair, a prancha estava a caminho de pousar na ponta de uma árvore alta e fina. A queda faz a prancha tombar e encolher enquanto o troll é lançado em outro galho. Quincy finalmente grita em protesto com a tensão da queda, seu pelo encolhendo terrivelmente. Ele ainda rolou, tentou usar as patas para se firmar - Um objeto em movimento tende a continuar em movimento, suas patas escorregaram do tronco, caindo naquele debaixo. O impacto enviou estrelas em sua visão, mas não raciocinou a dor de primeira.

 

Foi só quando seu corpo parou, o pescoço pendurado em uma árvore e o olhar artodoado, a posição quase escorregando novamente, que o impacto foi realmente registrado. Seu corpo poderia ser adaptado para grandes quedas e caminhadas, o que provavelmente o protegeu de quebrar alguns ossos assim que reduziu a força da pancada, mas não impedia que seu pescoço e costas doessem com alguma torção e luxação em formamento, ou que houvessem feridas abertas debaixo do pelo, graças à atrito.

 

Dói. Quincy quebrou a primeira grande regra para quando estivesse realmente ferido, sem saber a gravidade do que aconteceu. - Ele fechou os olhos, sem energia para lutar ou tentar entender qualquer coisa mais. E dormiu. 

 

- E foi assim que eu cheguei aqui. - O Rei explicou, as cabeças baixas sobre as patas, enquanto o grupo de três trolls Pop que o desceu da árvore o encarava, com diferentes expressões de descrença.

 

A fêmea estava com as pernas cruzadas, em frente à uma fogueira que parecia ter sido montada coletivamente por eles. Todos abaixados em uma bifurcação dentro de uma árvore, a fumaça era redirecionada pro alto, para dentro da parte oca da árvore, o que acabou sendo um sistema eficaz para manter quaisquer outros seres que pudessem se interessar em entrar na caverna improvisada, afastados.

 

- O caso de Jekyll & Hide? Eu sei que o alter ego era um assassino, então. Mas seriamente, talvez seja uma psicose? Talvez seja como calalini. Ou! Tio Brian! - A cada palavra o Rei franzia um pouco mais a testa, buscando reconhecer os títulos. Alguns clássicos pouco populares dos trolls Pop, talvez.

 

- Senhorita, eu não estou enlouquecendo. - Era difícil saber se estava sendo zoado quando havia um claro choque cultural quando interagia com os outros. A menina estava eufórica e cautelosa, mas não necessariamente com medo.

 

- Deveriamos nos preocupar em assassinato? Tenho certeza que tem uma galera que pode matar sem saber. - Ela hipoteca. O macho, do seu lado, tinha as mãos no queixo, pensando, mas ergueu os olhos quando a hipótese foi lançada, olhando diretamente para Quincy.

 

- Bro, cê vai nos matar? - Perguntou, estreitando os olhos.

 

Quincy piscou, estupefato. Não havia muita reação plausível, eram adolescentes, à julgar pela fisionomia e comportamento. Um pouco diferente das crianças pop que conviveu, deveria admitir.

 

- Não, eu não vou matá-los. Na verdade, seria muito útil se me indicassem o caminho para algum campo de Cybecubensis, por favor. Posso usar como fonte de energia para meu comunicador e tentar identificar o que está acontecendo.

 

- Cybe o que? - O macho finalmente o olhou como se fosse louco, o que absolutamente não fazia sentido, antes de cruzar os braços em petulância e empurrar o ombro da companheira. - Viu? Ele não vai nos matar, só quer esses cubos cybe ou sei lá o que.

 

- Se ele fosse nos matar, não nos diria. Nós somos presas, esqueceu? - A menina admitiu, no mesmo tom, ambos se levantando e encarando em uma disputa teimosa. - Não aprendeu nada com os Berguens?

 

- Na verdade, os Berguens nunca esconderam que queriam nos matar. Eles diziam que iam nos comer, e comiam. - O outro macho, aquele de cabelo arrepiado, ponderou. O troll que defendia sua inocência comemorou.

 

- Clay, você não pode estar falando sério. Estamos voltando pra casa amanhã, não podemos levar um completo desconhecido.

 

Oh, certo, então o nome dele é Clay.

 

- Podem me chamar de Quincy. - O Rei anunciou, omitindo seu título, em alto e bom som. Apenas para que parem de chamá-lo de desconhecidos e, talvez, se apresentem. Clay o analisava com curiosidade, sem medo de esconder, mas recuou, um pouco surpreso.

 

- Certo, estes são Alexa e Robin. - Apontou para os amigos. - Não sei o que são estes cogumelos que fala. Estamos indo pra árvore, um dia de viagem mais ou menos. Saímos pela manhã. Talvez seja melhor falar com um de nossos idosos.

 

A fêmea abriu a boca para protestar, antes de se sentar novamente. Alexa, Quincy relembrou.

 

- Suponho que Moonblom seja melhor para lidar com um esquisitão do que a gente. - Admitiu, há contragosto. - Bom, Quincy, se é este seu nome. Conte de onde vem, temos a noite inteira antes de partir.

 

Não houve objeções, os três trolls expressando a mesma veia de curiosidade.

 

Quincy poderia estar confuso e dolorido, todo seu corpo como se fosse esmagado por uma criatura muito maior que ele. Assustado, sem forma de entrar em contato com a família, e sem saber como piscar, de todas as formas, foi a causa para que caísse em ambiente completamente desconhecido.

 

- Certo. Acho que posso contar algumas histórias de infância, se quiserem entretenimento. - A risada borbulhou em sua garganta, reverberando um pouco sobre seu peito. Era uma distração válida. Os trolls eram crianças curiosas, e poderia lidar bem com eles. - Eu conheci minha maravilhosa esposa quando já era um adolescente…

 

Essence foi uma de suas sete maravilhas. Cantando naquele karaokê, balançando os quadris e pescoço em uma dança típica, dependurada com fitilhas coloridas - Na época, ela já namorava um Matheus, troll do bem. Tinha uma voz boa. Era uma das competições amigáveis da nave para manter a música sempre em constante evolução e aperfeiçoamento, e ele ainda era um troll sem responsabilidades. Se inscreveu no concurso de última hora, no que entende agora, uma tentativa de chamar a atenção dela. Demorou alguns meses e uma centro de recreação realmente lotados para que realmente começassem a interagir. Para o desgosto de amantes de drama, Matheus era um cara legal. Eventualmente terminaram, amigavelmente, porque o cara queria sair da nave e explorar o mundo, e Essence gostava do contato para manter a paixão acesa Quincy prosperou desde que conseguiam conversar, sua linguagem de amor era absurdamente óbvia. A cortejava abertamente, soltando frases de admiração sem exigir uma resposta, até que eventualmente ela retribuiu.

 

Claro que eventualmente haveriam deveres políticos, gravidez, relações públicas, a manutenção certa de um ninho, Cooper - Não seriam mais adolescentes e seu pai o treinaria adequadamente para assumir o trono quando completasse vinte e cinco. Começaram a ser cobrados como adultos e se adaptaram assim.

 

Processe-o, mesmo que as crianças pudessem preferir uma história de aventura, tinha que soltar a saudade de uma casa que nem sabe como foi tirado de alguma forma. Esperançosamente, sua família estaria bem. 

 

Eventualmente, pulou para quando levou Jones, de cinco anos, enquanto ele tinha treze, para a zona de ejetar da nave. Flutuaram por algumas horas antes de algum dos adultos conseguirem pescá-los e dar-lhe a repreensão de uma vida. Que tal os modelos que o laboratório estão desenvolvendo?

 

Rythm e Blues eram apenas um pouco mais novas que ele, e eram brilhantes na ciência. Ele já foi uma criança curiosa e destemida que aceitava ser cobaia de alguns experimentos que poderiam ser desastrosas, pensando agora.

 

Bons tempos.

 

Talvez pudesse recarregar o sistema quando fossem para a árvore. Deve haver alguma fonte de energia em uma civilização razoável, então poderia ser possível não ter biossíntese do zero. De toda forma, seguiria este grupo. Não tinha lógica andar sozinho no local que o céu o dispensou.





Na mesma época, outro troll Funk despertava, confortavelmente deitado na grama, muito mais perto da árvore troll que seu colega, mas ainda distante o suficiente para não poder assistir. Ao invés disso, seus olhos despertaram para o tremor abaixo de suas patas. Não havia tempo para pensar em como havia saído de seu quarto em Trollstopia, um cantinho aconchegante que os Trolls Funk estavam aprimorando para si.

 

Seu primeiro instinto foi pensar que era uma pegadinha do Cara Nuvem - Aquela coisa irritante que o contraria e contradiz com argumentos tão imbecis que dão vontade de gritar. Escondendo suas coisas, redecorando seu quarto ou movendo-o para algum ambiente estranho, não era exatamente novidade. Embora, Jones não fizesse a mínima ideia de como ele fazia isso.

 

Mas, então, alguma coisa gritou.

 

- Trolls! Suas pestes, imbecis! Ratos de esgoto. Apareçam, coisa imunda! - A coisa riu, e Jones sabia que não era amigável, insultando toda sua espécie assim. O troll se encolheu abaixo de algumas raízes, uma árvore grande o suficiente para escondê-lo sem duvidas. E um monte de folhas tocando suavemente seu pelo. - Nenhum troll deixado pra trás? Peppy, continua um imprestável! Você deveria ver, as pás conseguem fazer cabeças rolarem! - A coisa riu, Jones permaneceu quieto, buscando em seu pulso seu dispositivo para pedir ajuda. Não estava lá, porque antes ele estava dormindo, e dormir conectado pode ter alguns riscos.

 

Jones queria ter corrido estes riscos.

 

Eles estavam lá! Você voltou para buscá-los, mas eles estavam lá!

Sua princesinha, tenho certeza que foi esmagada!

Como é? Perdeu a família pelo reino? Que grande Rei você é! O que seria apenas algumas baixas foi um massacre!

Suas coisinhas, poderiam ter sido obedientes. Pelo menos teria sido rápido!

Eu vou encontrá-los

Para aqueles estúpidos e ingratos. Eles vão me venerar, mais ainda quando verem o que a falta de vocês faz!

Notes:

Gust, Flor, Quincy e Jones estão na mesma linha do tempo, apenas locais diferentes. A Grande fuga envolve muitas variáveis, então preciso de trolls o suficiente para presenciar cada uma, ainda pretendo apresentar Essence. Mais um ou dois capíulos e voltamos para Tronco.
Então, algum leitor brasileiro por aqui?