Chapter 1: Inicio de tudo.
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Acordei assustado com o barulho ensurdecedor do despertador.
- Aí porra – Resmunguei tentando deligar o despertador – está bem está bem.
Esqueci de diminuir o som e agora estou quase surdo do ouvido esquerdo. Que ótimo jeito de começar uma sexta e ainda por cima o último dia em casa antes da universidade.
Ah, a universidade.
Há algumas semanas fui com Tony para Nevada conhecer a universidade de Tony e ajudá-lo a conhecer o campus e se estabelecer, fiquei lá por duas semanas e foi como uma mini viajem de férias de todo o estresse e complicações que foram esses últimos dois anos. Voltei a dois dias, depois de ter certeza de que Tony não surtaria e desistiria, e hoje será o grande dia, ou terrível na perspectiva da minha mãe, em que irei me mudar para o campus da universidade de Brown em Rhode Island.
- CLAY! - gritou meu pai – Vamos nos atrasar se você continuar retardando o inevitável.
-Argh, não tem mesmo como evitar isso – resmunguei enquanto me levantava.
Depois de um rápido banho, desci para a cozinha e me deparei com o café de manhã frio.
Ah, minha culpa.
- Clay, de todos os dias para procrastinar foi escolher esse? Já não basta sua mãe adiando esse momento ao máximo, você poderia me ajudar aqui, por favor – reclama meu pai depois de me dar um copo de café - Beba e coma logo enquanto vou verificar se sua mãe está mesmo colocando suas malas no carro.
- Está bem, está bem, eu realmente não fiz de proposito desta vez!
Meu pai não falou nada desse vez, apenas saiu da cozinha depois de suspirar como se não acreditasse em nada que eu disse.
Que ótimo!
Depois de tomar meu café de manhã e de meu pai convencer minha mãe de que não estava faltando mais nada pra levar, fomos pro para o carro direito para o aeroporto, onde eu iria passar 5 malditas horas de voo até chegar na cidade de Providence, o motivo pelo qual acordei 6 horas da manhã. Ainda bem que as aulas pra mim começam só segunda pra mim.
Ao chegar no aeroporto vimos que faltava apenas 10 minutos pro voo decolar e isso pareceu ser o estopim para minha mãe.
- Não, espera, isso está acontecendo muito rápido, não precisa ser assim, suas aulas só começam segunda certo? Não precisa passar três dias apenas conhecendo o compus e os dormitórios - Minha mãe disse começando a chorar.
-Lainie, já conversando sobre isso, Clay tem adiado o isso máximo que pôde, mas isso não pode mais continuar assim, ele precisa ir e você, nós, precisamos deixá-lo ir também.
- Mas ...
- Mãe...
Eu podia entender, acho que podia entender melhor que ninguém, o como não deve ser fácil deixar ir alguém que você ama depois de você ter perdido outra a tão pouco tempo. E mesmo que Justin tenha ficado tão pouco tempo conosco ela já o amava, todos nós amávamos como se ele estivesse conosco desde sempre, como se fosse um de nós desde sempre. Eu nem sei como eu estou conseguindo me levantar da cama ou não chorar junto com minha mãe agora mesmo. Acho que as semanas com o Tony longe de tudo e de todos realmente fez bem pra mim, e acho que é por isso que não estou tão assustado ou ansioso ao me mudar para o outro lado do país, acho que ao fazer isso estarei dando uma guinada na minha vida, uma segunda chance pra viver, e não somente sobreviver, como foi a maior parte do meu ensino médio.
- Mãe, eu prometo que irei mandar mensagens todos os dias, mesmo nos dias que estarei morrendo de tanto estudar e não estive tempo nem pra tomar banho você com certeza terá notícias de mim mesmo que seja por algum emoji ou gif estranhamente fofo que você tanto gosta – digo enquanto seguro suas mãos. - E eu prometo que continuarei tomando meus remédios, e conversando com o Dr. Ellman, não deixarei que nada me faça negligenciar minha saúde mental.
- Está bem amor – diz minha mãe fungando e tentando controlar o choro. - Desculpe sua mãe está bem, eu confio em você e por favor não pense que não, eu só irei sentir tanto sua falta, uma hora a casa está tão cheia e depois tão vazia...
-Aí ...
-Matt. você me entendeu ...
-Sim, sim, querida, mas não podemos esperar mais, o voo está quase saindo porque alguém decidiu dormir demais.
-Mas não foi minha decisão ...
Atenção passageiros do voo 1429 com destino a Rhode Island, embarque autorizado no portão 4.
- Clay ...
- Eu sei, eu sei, amo vocês e manterei contato eu prometo. - Digo enquanto abraço os dois com tudo que tenho.
- Também amamos você querido, qualquer coisa não hesite em nós chamar ou... ou algum adulto responsável...
- Querida ela já é um adulto também ...
- Matt!
Atenção passageiros do voo 1429 com destino a Rhode Island, embarque autorizado no portão 4.
- Está bem, amo vocês, mas já estão me atrasando, tchau.
***
Do voo até a universidade foi tranquilo, mesmo que agora que eu finalmente cheguei esteja morto de cansaço, esfomeado e congelado. Minha mãe não mentiu quando disse que eu teria que refazer meu armário, e ainda bem que foi ela quem cuidou da minha mala. Primeira desvantagem para a nova vida detectada!
Frio desnecessário!
- Clay Jensen?
Viro ao sentir alguém me cutucando.
-Er, sim?
O que, não dei três passos no campus e já chamei atenção desnecessária? Quero dizer, não que a atenção da garota bonita na minha frente seja ruim, mas minha experiência com garotas bonitas não foi muito boa até hoje então tenho direito de ficar desconfiado. Não, pera, ela disse meu nome?
-Ah, que bom! Eu já estava preste a bombardeá-lo de mensagens para saber se estava tudo bem e se já havia chegado. Ah, me chamo Barbara, muito prazer em conhecê-lo, serei sua orientadora e lhe apresentarei a universidade.
Barbara é uma garota afro-americana, cabelos cacheados, longos e castanhos, alta, uns quatros centímetros amais que eu (deve ser os saltos) e vestia um terninho feminino bastante elegante para uma estudante. Mas o que mais me chamou atenção foi seu sorriso deslumbrante, é tão, eu não sei, cheio? Além de iluminar todo seu rosta ainda destacava uma covinha única na sua bochecha direita.
-Ah sim, prazer, Clay Jensen ..., mas acho que você já sabia, desculpa ah eu ... - Que ótimo Clay, primeira conversa sendo um desastre, mal posso imaginar os próximos 4 anos - Você disse "apresentar a universidade", mas isso não é feito em grupo?
- Bem, e é, as 11:00 em ponto, e agora são 13:20, então...
Porra Clay, mal pisei na universidade e já estou atrasado...
- Ah sim desculpa, achei que daria para chegar na hora, mas o trânsito do aeroporto até aqui estava mais complicado do que imaginei que estaria...
- Tudo bem, não se preocupe com isso, acredite você não é o único e suas aulas só começam segunda, esses três dias até lá são apenas para sua adaptação. - Diz Barbara.
Passamos as próximas duas horas rondando a universidade com Barbara me mostrando todas as instalações esportivas (como se me importasse), artísticas e enfim a que mais me interessava, a de ciências, mais especificamente a aérea robótica que me fez me inscrever em Brown em primeiro lugar.
Ah, e como valeu a pena.
Era lindo, moderno e sofisticado como esperado de uma das universidades mais rica e famosa do país. Sério, não me importaria de morar nesse laboratório pelo resto da vida.
Era um paraíso.
A última parada da excursão foi nos dormitórios, são basicamente dois prédios em polos opostos ao compus, um feminino e o outros masculino. Bem rígido para uma universidade na minha opinião.
- Você sabe seu quarto? - Barbara diz, me tirando dos meus desvaneios.
- Sim, sim, é no terceiro andar quarto 34. - Respondo e depois de dois segundo me perguntando se devia ou não perguntar acabo falando mesmo assim. - Eu não sei como isso funciona, mas ah... você pode entrar aqui? Quero diz, no dormitório masculino? Ou você tem permissão por você sabe... - Minha divagação vergonhosa é interrompida com a risada de Barbara.
-haha não, não tem isso de não poder entrar nos dormitórios do outro gênero Clay, eu sei que os dois dormitórios são bem distantes um dos outros, faz sentido se levarmos em conta de quando esta universidade foi criada, mas hoje em dia sabemos que não adianta muita coisa, principalmente com casais não heteros.
Fiquei meio envergonhado por causa da pergunta estupida e obvia, mas não foi tão ruim quando me ajudou a tirar uma risada de Barbara. Ela é realmente bonita e quanto mais a vejo e converso com ela, mais fascinado fico. Não é só a beleza, quando passamos no laboratório de química ela me contou que ela presidia a atual equipe de química que desenvolveu um esmalte de unha que pode alertar mulheres de substâncias usadas em tentativas de estupros.
Com meu passado, tive que usar todas as minhas forças pra não me ajoelhar e beijar seus pés.
- Ah!! - resmunguei quando alguém esbarrou em mim por trás e derrubou seus livros.
- Desculpa, desculpa...
- Não, de boa... - Disse enquanto me abaixava para ajudá-lo.
- Ah Clay?!
Ergo minha cabeça surpreso ao ouvir meu nome de alguém que não era a Barbara. E minha surpresa fica ainda mais agravante ao ficar cara a cara com ninguém mais que a porra do Scott Reed!!!
-Scott??!!
Continua...
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- O que... o que você está fazendo aqui??
A última vez que vi Scott foi na formatura no meu discurso, sentado ao lado de Chloe, antes disso foi quando tive uma alucinação com ele se preocupando comigo, o que sempre achei estranho porque de todas as pessoas próximas a mim para alucinar foi justamente com alguém com quem não havia trocado mais que 10 palavras, e honestamente, não com um atleta, a espécie que passei a vida evitando, e falhei miseravelmente.
-Ah, em Brown? Eu estudo aqui, especificamente aqui. - Scott ri enquanto aponta para o quarto 34.
Não, não pode ser.
-Ah que legal Clay, parece que você já conhece seu colega de quarto! - Diz Barbara animada – isso é bem raro de acontecer quando as universidades gostam de espalhar os alunos aleatoriamente para ajudar na socialização e um monto de outas bobagens motivacionais que eu já esqueci haha...
Enquanto é a vez de Barbara divagar, observei Scott enquanto ele fazia o mesmo. Não pareceu ter mudado muito desde a formatura, além do corte de cabelo e pelo fato de estar menos bronzeado, o que é justificado com a completa falta de sol em Rhodes Island em pleno meio-dia.
- Então... é, Scott certo??? - Questiona Barbara ao notar que não estava sendo ouvida.
- Ah? Sim! - Scott respondeu depois de parecer ter sido acordado de um transe.
- Você pode continuar com a tour do Clay? Já que vocês estão no mesmo quarto e eu estou atrasada para uma aula você poderia continuar por aqui?
- Não precisa disso eu posso...
- É Claro! Sem problema! Não é Clay? - Fui interrompido por um Scott estranhamente animado.
- Er.. Claro, por favor não se atrase por minha causa – Digo apressadamente
Quer dizer, idai que é um atleta da minha antiga escola? Mesmo com minhas preocupações iniciais Scott no final foi um cara descente que ajudou, ou melhor, tentou nos ajudar no final contra Month e Bryce e já ouvi o bastante de Jeff sobre meu suposto "preconceito" com atletas, não o quero me corrigindo de novo nas minhas alucinações.
- Que bom! Então até mais. - Barbara se despede.
- Até. - Scott e eu dizemos em uníssono.
-Então...
Droga! Silêncios constrangedores me deixam mais constrangido e achava que já tivesse passado da fase tímida.
-Quer ajuda?
- Que???
Scott aponta para as malas na minha frente.
- Ah não, não precisa, eu já os trouxe até aqui e...
- Vamos Clay, não somos estranhos, não precisa ser tão formal. - Scott diz depois de revirar os olhos e pegar a maior mala.
- Sim, certo...
Eu realmente não sei por que estou agindo tão tenso. Acho que a perspectiva de que começar uma vida nova com pessoas novas ter sido quebrada tão inesperadamente me deixou sem muita reação.
- Então, eu achei que ficaria com outro calouro...
Comento depois de adentrar o quarto que consiste em duas camas em lados opostos do quarto um banheiro, e duas mesas de estudo, um de frente há janela e outra do lado da porta de entrada. Acho que as roupas ficam nas gavetas debaixo das camas.
- Geralmente é assim, mas como teve muitos calouros este ano, tiveram que realocar os que sobraram no lugar dos que não puderam continuar na universidade. - Diz Scott enquanto colocava a mala no que parecia que seria minha cama. - Tipo, meu colega de quarto do ano passado teve que sair por problemas pessoais, então tinha uma vaga sobrando pra quem, você sabe...
- Quem sobrou... entendi...
Obrigado mãe por me fazer ficar até o último segundo.
- E acho que é isso, acho que não tem mais o que mostrar. - Ele diz e logo aponta para a cama. - Esta era a cama do Oliver então está obviamente livre.
- Oliver era seu colega de quarto? - Scott acena.
- Somos amigos também, mas deve ser difícil nos vermos de novo já que ele viajou para a França.
Enquanto conversávamos sobre qualquer coisa coloquei minhas coisas nos lugares certos.
- Então, você ainda mantém contato com os outros? - Scott pergunta, e com "outros" eu presumo ser meus amigos do colégio.
-Sim, víssemos até um grupo de celular pós formatura que ... acho que você também estava lá, não é? Com Chloe?
-Sim, voltei para Crestmont para passar o final de ano com minha família e aproveitei para assistir à cerimônia, mesmo que pelos poucos amigos que me restaram. - Disse com uma risada sem graça.
Isso me deu uma pontada de culpa no coração, não que eu tenha me arrependido de ter feito de tudo para conseguir a caixa com as polaroides e fazer o Bryce pagar pelas coisas que fez, mas ter envolvido Scott só fez com que ele perdesse a maioria dos amigos e tudo foi atoa porque no final o Monty nem estava com a caixa. Depois de ter celebrado a própria formatura com Zach e Justin sendo os únicos atletas a terem o parabenizado depois que o Monty contou sobre sua traição, meses depois veio a morte de Bryce e logo em seguida a morte de Monty. Mesmo distantes, posso imaginar que não tenha sido fácil perder duas pessoas que uma vez já chamou de irmãos. E depois teve Justin. Porra. Se eu for contabilizar direito, deveria ter começado com Jeff que eu me lembre bem eram bons amigos.
E eu com meus problemas.
- Eu... é... sinto muito por isso... quero dizer... eu não deveria ter...
-Não! Não se desculpe por isso, não estou arrependido, mesmo que eu tenha sido inútil no final haha. - Scott disse com uma meia risada. - Eu pensei muito sobre isso, claro que eu preferia que pelo menos a maioria dos meus amigos tivessem me entendido e concordado comigo, mas infelizmente para alguns o sentimento de lealdade cega e irreversível é mais forte, e eu nem posso julgá-los porque eu também fui assim por mais tempo do que gostaria de admitir.
- Quando você é um jovem garoto, principalmente se for pobre e não for dotado de uma grande inteligência e sem privilégios, o esporte se torna a sua única opção de conseguir algo na vida, no colégio e principalmente para o futuro. Você se agarra a essa oportunidade com sua vida porque no final das contas é isso que vai salvar sua vida. Por isso que para esses mesmos garotos seus colegas de time se tornam mais do que colegas, se tornam sua família. Mas... como nas famílias de verdade, você não é obrigado a conviver com toxicidade e muito menos a defender o que acha errado. - Scott dá de ombros. - Gostaria que os outros garotos soubessem disso também.
Sinto que Scott está diferente, quero dizer, mais maduro, mesmo que ele seja apenas um ano mais velho que eu. E tenha passado só um ano desde que ele se formou e deixamos de estudar juntos.
No começo eu admito que tinha minhas reservas em relação a Reed, mas lembrei que além da minha suposta, de acordo com Justin "intolerância a atletas", nas vezes que Jeff falou mal de algum atleta apenas entre nós ele nunca citou Scott e tenho certeza de já tê-los vistos rindo e conversando juntos.
E sempre considerei Jeff um bom julgador de caráter.
- Bom... fico feliz que você esteja bem com isso... eu realmente não pensei em momento algum em prejudicá-lo... só queria conseguir justiça pela minha própria família de escolha, acho que mesmo com meus preconceitos eu sei melhor do que qualquer um sobre defender sua família cegamente. - Respondo depois de ponderar por um tempo.
Scott apenas acena.
Depois que pareceu um minuto com Scott sentado em sua própria cama me vendo dobrar e guardar minhas roupas ele pareceu preste a dizer algo quando ouvimos alguém bater na porta.
-Clay? - Eu ouvi uma voz familiar me chamando.
E depois que essa mesma pessoa entrar no quarto tinha ainda mais certeza de quem era
-Courtney? - Estava em choque, como você vai para o outro lado do país procurando se desvincular com seu passado quando não para de brotar gente desse mesmo passado?
- Docinho! Achei que Barbara estivesse enlouquecendo quando disse que o novo aluno era ninguém menos que o famoso Clay Jensen. - Diz Courtney enquanto me abraçava.
- Sério, famoso? Você não está exagerando?
-Exagerando? Clay, a própria Brown postou seu discurso na página da universidade no facebook e no Instagram, como se estivesse exibindo com todo orgulho de um pai seu mais novo e estimado aluno.
- Outras universidades também postaram seu discurso. - Incluiu Scott animadamente.
-Então eles estão exagerando também. - Resmungo já começando a ficar com dor de cabeça. Odeio atenção e parece que mal pisei na universidade e já tem holofotes virados pra mim.
- Se dirige a mim como Cory de agora em diante, por favor! - Imploro.
Todos no quarto riram.
- Não se preocupe muito com isso, Clay, todo começo de ano escolhem um discurso de formatura de colégio de algum aluno novo pra postar e dar boas-vindas aos calouros. O seu só teve um pouco mais de destaque porque ... bem... as pessoas realmente gostaram dele, mas duvido que muita gente vá incomodá-lo por causa disso. - Reed tenta confortá-lo.
Ênfase em "tenta".
- Sim, sim, Barbie me disse a mesma coisa, poucas coisas ficam por muito tempo na cabeça de universitários. Ironicamente falando. - comentou Courtney um pouco distraída no final.
Espera, Barbie?
- Você quer dizer Bárbara? - Courtney acenou. - Vocês são amigas?
- haha bem, na verdade... - Courtney de repente fica vermelha. - Eu e Bárbara... estamos meio que... namorando? É... é isso, estamos juntas a algum tempo agora... - Courtney ri timidamente.
Inicialmente me sinto um pouco decepcionado, mas tento o máximo possível corrigir qualquer expressão incriminatória.
- Fico feliz por você. - Digo com o melhor sorriso que consigo no momento. - Depois de tudo que você passou você merece isso.
- Hum você sabe que isso não é verdade, mas obrigado mesmo assim. - Ela diz e depois me dá um beijo na bochecha. - Bem, só vim para ver com meus próprios olhos e agora que já chequei tenho coisas para revisar. Até mais Clay, Reed.
-Até. - Ambos respondem.
Depois que a porta se fechou suspiro e me jogo na cama.
Poucas horas na universidade e já me sinto cansado. Que ótimo.
- Qual das duas? - Me assusto com a repentina voz do atleta.
- O que?
Ele suspira.
- Quando Courtney disse que ela e Barbara estavam namorando... por um segundo... você fez uma cara de decepção... sei lá, pareceu que você ficou incomodado com isso... e eu tenho certeza de que não é por preconceito... então só achei que talvez você gostasse de alguma delas e por isso ficou assim, mas deixa pra lá. - Scott divagou enquanto coçava a cabeça.
- Não... quero dizer... argh... - por que a verdade parece tão humilhante? - Na verdade é algo como isso. Quando cheguei Barbara foi a primeira pessoa que falou comigo... por causa de sua função é claro..., mas a primeira coisa que pensei é em como ela é bonita – Scott acenou com a cabeça concordando. - E depois de descobri sobre seus projetos e ter um vislumbre de sua inteligência e caráter fiquei estupidamente encantado e... pensei que minha futura vida amorosa na universidade podia ser melhor que o desastre que foi minhas tentativas amorosas do colegial.
Scott riu disso.
- Acho que todo mundo espera por isso. Acho que nenhum relacionamento de colegial por mais forte que parece consegue vingar por muito tempo. Acho que é pra isso que essa época serve, para nos treinar e nos preparar para o futuro, para a pessoa certa. - Scott diz, terminando a última frase quase em sussurro.
Espero que tenha razão Scott, porque senão estou ferrado.
astrospace on Chapter 2 Sat 08 Jul 2023 11:54PM UTC
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astrospace on Chapter 2 Wed 28 Aug 2024 04:51PM UTC
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