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Folhas Coloridas

Summary:

Jongin estava cansado dos encontros às cegas que seu appa vivia marcando e não esperava nada do encontro daquela noite, além de poder corrigir os trabalhos de seus alunos em paz. Baekhyun, um executivo ocupado, não tinha tempo para romances e não queria ir ao encontro daquele ômega desconhecido, mas o primeiro olhar que direciona ao belo ômega o faz repensar. E Jongin, não resiste ao encanto do belo alfa. O jantar é surpreendentemente bom para ambos. De maneira alguma, Baekhyun deseja encerrar essa noite sem fazer desse ômega seu. De maneira alguma, Jongin vai perder a oportunidade de fazer desse alfa gentil seu. Talvez eles façam mais que corrigir lições no meio da noite!

Chapter 1: Parent's Schemes

Notes:

Olá Pessoal,

Venho com mais uma fic para vocês. Já tem quase dois meses desde a última, e estava agoniada para postar logo.
Essa fic começa fofinha, mas não se enganem, vai ter de tudo um pouquinho.
O plot é da Darcy, @Darcynikov, minha parceirinha de sempre, e a betagem maravilhosa também é dela. Muito obrigada amore, por tudo.😘
Essa capa lindíssima foi feita pela Loren, @lorenalittrell no tt, muito obrigada🥰

Espero que gostem e se divirtam com esse KaiBaek que foi escrito com muito amor.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Capa

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 1 - Parent's Schemes


Jongin acordou estressado naquela quinta-feira. Não havia conseguido dormir direito e tinha uma pilha de trabalhos e tarefas para corrigir para o dia seguinte. Teria uma reunião com os pais dos alunos no final da tarde de sexta-feira e precisava avaliar e atualizar as notas no sistema da escola. Sabia que iria sofrer muito com isso, dado que o sistema era lento demais, e vivia travando. Já se via indo dormir tarde e pulando o almoço para poder terminar tudo a tempo.

Levantou correndo e foi em direção ao banheiro tomar um banho, para pelo menos acordar direito. Estava se arrumando e pegando algumas torradas para comer em simultâneo, já que não podia perder nem um segundo. Estava pulando com o pão na boca, enquanto colocava uma meia, quando seu celular tocou, escandalosamente, na bancada que separava a sala da pequena cozinha. Iria ignorar, mas era cedo e poderia ser algo importante. Quase tropeçou nos próprios pés e se engasgou com os farelos do pão para conseguir chegar até o aparelho, mas suspirou quando viu o nome na tela.

Era seu pai ômega, Kim Kibum, e não queria falar com ele naquele momento. Nas últimas semanas, além de ter sido empurrado para vários encontros desagradáveis, seu appa ainda insistia que fosse com ele para várias atividades, como ioga, pintura ou cultivo de bonsai. Sabia que precisava passar mais tempo com seu pai, só que ele era enérgico demais e não conseguia ficar parado, mas “ por deus, por que eu aprenderia a cultivar um bonsai?!”, Jongin pensou, lembrando do último convite. Nesses pontos, mesmo sendo um ômega, Jongin era muito mais parecido com seu pai alfa, Kim Minho.

Foi inevitável não sorrir com a lembrança, mas, mesmo assim, deixou a ligação tocar até cair e foi até a geladeira, pegando uma caixinha pequena de leite, tomando quase todo o conteúdo da embalagem, quando ouviu o toque novamente e deixou um filete de leite escorrer pelo queixo. Deu um pulo para trás, evitando assim, que o leite caísse em seu suéter marrom com capuz de ursinho. Suas turmas adoravam quando usava aquele casaco.

Sorriu lembrando de seus pequenos, e por pouco não escorregou na pequena poça de leite derramado no chão. Os toques do celular pararam novamente e ele soltou o ar aliviado, enquanto limpava a bagunça que havia feito e terminava de colocar suas meias.

Seu celular tocou novamente, e não havia jeito de continuar ignorando, por isso atendeu.

— Oi Appa, aconteceu algo?

— Oi Querido, como está? Não aconteceu nada não.

— Eu estou um pouco atrasado para o trabalho Appa, podemos falar depois? — Jongin perguntou, enquanto pegava sua mochila para sair.

— Jonginnie, marquei um encontro para você hoje à noite — ele disse, com receio que o filho desligasse o telefone, mesmo sabendo que ele jamais faria isso.

— APPA! — disse, repreensivo — Desmarque, eu não vou.

— Jongin, você vai sim. Esse é muito importante.

— Appa, por favor, eu não aguento mais isso, os alfas que você arrumou eram péssimos.

— Este vai ser diferente, meu amor — ele disse apaziguador e Jongin suspirou pois não tinha forças para negar nada a seu appa — Vou te passar o endereço do restaurante. Muito chique, por sinal.

— Appa, me prometa uma coisa, se eu não gostar desse alfa, você vai me deixar em paz por um longo tempo.

— Besteira filho, você precisa sair, conhecer pessoas, achar um namorado. Não é bom ser tão sozinho.

— Appa, eu tenho amigos, vários, eu saio sim. Só não estou procurando por namorados agora.

— Jongin, como você vai arranjar um filhote se não procura um namorado?

— Quem disse que eu quero um filhote? — ele perguntou, indignado.

— Você trabalha com crianças. Quem em sã consciência trabalharia com crianças, se não fosse pensando nos seus próprios filhotes?

— Appa, eu realmente preciso ir, vou perder meu ônibus — ele falou, se dando por vencido, já apertando o botão do elevador.

— Certo, vá com cuidado, e se arrume bem bonito, esse rapaz é um executivo.

— Okay, okay.

Jongin desligou revirando os olhos. Amava seu pai ômega, com todo seu coração, era um filho dedicado, que visitava sempre os pais, os respeitava acima de tudo, porém, eles estavam naquela fase de achar que estava ficando velho e precisava se casar. A maneira de seu pai conseguir o que queria, era lhe arranjando encontros às cegas com os filhos e filhas alfas de todos os seus amigos, de qualquer lugar.

Se a pessoa fosse simpática com ele, automaticamente puxava conversa, descobria que fulano tinha um filho ou filha na sua idade e solteiro, e marcava.

Estava extremamente cansado daquilo. Nos últimos dois meses, já tinha participado de seis encontros às cegas, e cada uma das suas experiências foram traumatizantes.

Todos sempre engravatados, impecáveis na aparência, mas com as personalidades podres. Lembrou-se do último encontro que foi, onde o alfa torceu o nariz quando soube que era professor de fundamental e deixou claro que teria que largar essa vida quando tivessem filhos. Ficou tão indignado que não conseguiu apreciar o jantar.

Outro teve a audácia de perguntar quando seria sua rotina, que poderia chamá-lo para ajudar, se insinuando para si. A gota d’água foi quando ele passou a mão na sua bunda ao se despedirem. Sorte dele que não estavam ainda à mesa, pois teria jogado o líquido que tivesse à mão, na cara dele.

Lembrou também de uma alfa, que não gostou de si por Jongin ser mais alto que ela, e criticou seu moletom cor-de-rosa. Disse que um ômega deveria prezar pela aparência, principalmente ao se encontrar com algum alfa.

Simplesmente, não aguentava mais.

Com tantos encontros detestáveis, estava completamente desiludido no quesito amor, e preferia se dedicar de corpo e alma ao trabalho de professor, já que este, era o único que ainda lhe inspirava paixão. 

Mesmo não querendo, e bufando o caminho todo até o ponto de ônibus, sabia que não poderia negar o pedido de seu pai, pois ele ficaria muito envergonhado perante a pessoa com quem havia combinado o encontro, e não pretendia ser rebelde e fazer seu pai passar por nenhum tipo de desconforto, mesmo que para si fosse extremamente desconfortável.

Por sorte, conseguiu pegar o ônibus, porém, precisou correr uns bons metros assim que viu o grande veículo virar a esquina. Cumprimentou o motorista, e sorriu para as pessoas que o olhavam, sempre recebendo um sorriso de volta. Era naturalmente simpático e sua beleza e jeitinho meigo, faziam com que fosse agraciado com gentilezas. Conseguiu um assento e se acomodou no banco, suspirando profundamente antes de desbloquear o celular e verificar a mensagem de seu pai com o endereço e horário do jantar.

Não esperava nada do encontro daquela noite, mas ficaria imensamente feliz se pelo menos o alfa o deixasse jantar em paz enquanto corrigia as tarefas de seus alunos para o dia seguinte.


coração

Baekhyun acordou feliz naquele dia. Havia fechado um contrato excepcional no dia anterior, e sentia que nada poderia abalar a sua aura iluminada. Exceto, o nome que viu no visor do celular que tocava enquanto ele tomava seu café da manhã.

Ultimamente, andava evitando seus pais, principalmente seu pai ômega, que estava exigindo vê-lo comprometido e estava obcecado por marcar encontros para si. 

Devido ao seu amor por seus pais e a sua natureza anti conflitos, aceitava ir em todos, mas estava cansando. Sentia-se tão cansado de todo aquele circo, que tinha medo de atender ao telefone quando a ligação era de seu pai. Suspirou pesado antes de atender e colocar no viva-voz.

— Bom dia, Appa.

— Bom dia, meu amor. Como você está hoje?

— Bem — disse apenas, levando à boca um pedaço do bolo de baunilha que havia comprado no dia anterior, e era seu favorito.

— Fechou o contrato ontem?

— Sim, deu tudo certo.

— Que maravilha! Fico muito feliz por você. A melhor coisa que seu pai fez foi ter deixado o cargo de CEO com nosso filho tão amado. Está fazendo um ótimo trabalho.

— Obrigado Appa — Baekhyun agradeceu, meio desconfiado pelo excesso de elogios logo pela manhã — Precisa de algo? Eu estou terminando meu café da manhã e logo vou precisar ir para a empresa.

— Ahh, queria falar com meu filho, primeiramente — disse, e riu —, mas realmente, tenho algo para te dizer.

Baekhyun riu e resmungou, pedindo que continuasse.

— Marquei um encontro para você hoje à noite.

— Appa, sabe que não gosto quando marca as coisas assim em cima da hora. 

— Não se preocupe, já falei com seu secretário, e você não tem compromissos essa noite.

— Posso saber quem será dessa vez?

— É o filho de um novo amigo do pilates. Ele me mostrou uma foto e você vai adorar, é um jovem muito fofo e bonito.

— Certo, Appa, me envie o endereço e horário, estarei lá.

— Assim que eu gosto, meu anjo. Tenho certeza que irá se divertir.

— Assim espero. Tenha um bom dia, Appa.

Baekhyun se despediu com um suspiro resignado. Precisava ser um pouco mais rígido com seu Appa, ou entraria em colapso de frustração. Não tinha nem um pouquinho da certeza de seu pai, de que se divertiria no jantar daquela noite. Seus outros encontros eram a prova disso, sendo uma decepção atrás da outra.

Em um deles, encontrou com uma ômega com uma maquiagem tão intensa, que teve que se conter para não arregalar os olhos. E o que ela exagerou na maquiagem, colocou de menos em roupas, passando a noite toda dando em cima de si. Não que não gostasse de belos ômegas, e ela era bela, mas não gostava de vulgaridade, e isso, ela tinha de sobra.

Em outro dos encontros marcados por seu pai, o ômega era muito bonito, mas passou o jantar todo se sentindo em uma reunião de acionistas, com o ômega lhe questionando sobre lucros e taxas de sucesso. E não podia esquecer do último, que foi há algumas semanas e foi horrível, já que o aroma de tutti-frutti e melão da ômega, combinava perfeitamente com ela: ambos eram insuportáveis.

Suspirou ao entrar no carro, saindo da garagem do prédio em seguida e se dirigindo até sua empresa. Sentiu o celular vibrar quando já estava no elevador, indo até o andar da diretoria, onde sua sala ficava. Esperou para chegar até sua sala e estar confortável em sua cadeira, antes de checar o celular e ver o endereço e hora que seu pai havia marcado seu jantar.

Levantou o olhar quando ouviu a porta sendo aberta e seu secretário beta, Kim Jongdae, entrar com uma bandeja em mãos.

— Bom dia Chefe, como está nessa manhã? — ele disse, sorridente, colocando uma xícara com chá à sua frente.

— Jongdae, quantas vezes eu já te disse para não compartilhar minha agenda com meu appa?

— Ele falou que era importante, que queria você em casa para um jantar de família — ele respondeu, desviando o olhar do chefe.

— Ele mentiu, e algo me diz que você já sabia disso — Baekhyun falou, resignado com a cara de cúmplice de seu funcionário, e amigo. Só assim para perdoá-lo por se mancomunar com seu pai.

— Baek, vá e divirta-se, você tem trabalhado demais, e não tem se dado tempo para relaxar.

— Impossível relaxar com algumas companhias que appa arruma para mim. Sério, é tão difícil assim achar uma pessoa que pelo menos tenha uma conversa agradável, sem interesses pessoais? — ele falou, com a frustração escorrendo pelas palavras. Se recostou na cadeira e deitou a cabeça, apertando os olhos e suspirando ao abri-los.

— Você é exigente demais. Estou torcendo para que hoje seja diferente.

— Eu tenho certeza que não será — Baekhyun falou, voltando o corpo para frente, e começando a mexer na sua caixa de e-mails, que estava lotada.

— Vamos apostar. Cinquenta mil wons que você vai curtir a noite. E não vale mentir para mim, se você realmente gostar, eu vou ficar sabendo.

— Vai fazer o quê? Colocar um espião no restaurante? — ele perguntou rindo. Jongdae piscou e saiu gargalhando.

Baekhyun suspirou novamente, iria ao jantar, estava rendido, mas realmente não acreditava que teria uma boa noite, então, só chegaria ao restaurante, fingiria receber uma mensagem de emergência, pagaria o jantar ao ômega e iria para sua casa descansar. 



coração

Jongin estava cansado. Seu dia, como já previa, não foi nada fácil. Realmente não conseguiu almoçar, pois um dos seus alunos mais novos, caiu durante o intervalo, e ele precisou levá-lo até a enfermaria. Ele se agarrou a si feito um coala, e não teve coragem de deixá-lo com a enfermeira, aguardando até um dos pais ir buscá-lo.

No final do dia, outro dos pais acabou se atrasando, devido a um acidente de trânsito e ficou com o pequeno, esperando até que viessem buscá-lo. Já havia esquecido que havia um jantar para ir, mas seu appa fez questão de lhe ligar várias vezes e enviar várias mensagens o lembrando do compromisso. Porém, já estava muito tarde para ir até em casa, se banhar, trocar de roupa e ir para o restaurante. Até tinha pensado em uma roupa bonita para usar, mas chegaria muito atrasado, e seu orgulho não permitiria essa mácula. Aceitava que não gostassem de si por sua aparência, ou personalidade, mas nunca porque era uma pessoa irresponsável, sabia cumprir com seus compromissos.

Decidiu, por fim, em ir direto para o local marcado. Chegaria um pouco cedo, mas iria aproveitar que tinha tempo, e usaria o espaço para corrigir os trabalhos das crianças, que precisava concluir até o dia seguinte.

Checou sua roupa no banheiro dos professores, jogando uma água no rosto, dando uma ajeitada leve no cabelo, e certificando-se de que não estava fedido do dia.

Sabia que a noite não seria boa, e seria provavelmente criticado por ser do jeito que era, mas não estava nem aí. A pessoa que o aceitasse do jeito que estava ou, então, fosse embora.

Suspirou novamente, não podia enganar a si mesmo dizendo que não se importava, pois se sentia mal quando era rejeitado, ignorado ou humilhado, como já aconteceram outras vezes.

Chamou um táxi e passou o endereço do restaurante. A viagem foi de uns bons minutos, e notou que era do lado oposto ao seu apartamento. Seria difícil conseguir ônibus para voltar para casa, e teria que chamar um novo táxi no final da noite, mesmo que custasse uma fortuna. Não que fosse uma pessoa sem recursos, não era, pois seus pais tinham muitas condições e ele mesmo trabalhando, era mimado com uma mesada, mas achava desnecessário gastar com coisas supérfluas.

Não lembrava de já ter ido àquele restaurante, mas achou a fachada lindíssima. Chegou na recepção e se surpreendeu com o luxo, ficou com receio de ser barrado devido ao seu casaco de ursinho, mas ficou feliz quando o maître não lhe olhou com desdém e lhe sorriu simpático, lhe perguntando em nome de quem estava a reserva. Jongin se atrapalhou para pegar o celular e pela primeira vez prestou atenção ao nome que seu pai havia lhe enviado.

— Byun Baekhyun — disse, testando o nome na língua. Era um nome muito bonito, mas não se importaria com beleza ou falta dela, desde que o alfa fosse uma pessoa simpática. Foi direcionado para uma sala privada, com uma mesa grande e baixa e várias almofadas, algumas com encostos. Assim que foi deixado sozinho, se ajeitou em um dos lados e sorriu pelo espaço que tinha. Sem pensar duas vezes, retirou a pasta grossa com as diversas folhas, seu estojo enorme, e deixou sua mochila encostada na parede ao seu lado.

Abriu a pasta e retirou uma pilha enorme de trabalhos e provas infantis. Dava aula para várias turmas, mas a reunião que teria no dia seguinte, era para pais de uma de primeiro ano e outra do segundo ano. Cada sala tinha em média vinte alunos, e tinha pelo menos umas três tarefas para olhar, então, fazendo suas contas, teria no mínimo cem folhas naquela pasta. Riu do seu destino, pois teria que passar a madrugada revisando e culparia seu pai ômega por monopolizar tanto seu tempo livre.

Não demorou para um garçom beta aparecer, trazendo uma jarra de água e encher um dos copos à mesa. Voltou-se para ele e perguntou se precisava de algo e Jongin não hesitou em pedir um milkshake de chocolate. Iria aproveitar que tinha chegado um pouco cedo, já que pelas suas experiências anteriores, os alfas geralmente se atrasavam.

Poucos minutos se passaram até ouvir a porta abrir novamente. O garçom lhe deixou uma taça bonita com sua bebida e Jongin agradeceu gentilmente. Deu um longo gole no líquido geladinho e suspirou de prazer, se debruçando em seguida sobre a sua mesa “improvisada” de trabalho. 

Ficou tão entretido, que não viu o tempo passar.


coração


Baekhyun pensou em ir direto da empresa para o restaurante, mas Jongdae e seu Appa não permitiram, o relembrando do horário a tarde toda. Saiu da empresa e voltou para seu apartamento. Em geral, ia aos encontros de terno, mas naquele dia, queria ir um pouco mais despojado, por isso, após o banho, colocou uma camisa social preta, uma calça jeans preta, mas com corte mais social, um sapato lustroso e um casaco sobretudo escuro. Se olhou no espelho e sorriu diabolicamente. Estava todo de preto, e a pessoa poderia levar para o pessoal, achando que não quisesse estar ali, o que não seria mentira, mas teria que aceitá-lo dessa maneira, ou já adiantaria sua partida. 

Saiu do apartamento para ir ao restaurante, mais cedo do que o horário programado, pensando em se acomodar e esperar pelo ômega, mesmo sabendo que eles chegavam geralmente atrasados, querendo causar um impacto com suas chegadas espalhafatosas. 

Suspirou e riu da própria autocomiseração. Pegou o carro e foi para o local combinado, não ficava longe de seu apartamento e em menos de dez minutos, estava parando o carro na frente do estabelecimento. Já havia comido ali, com alguns parceiros de negócios, mas infelizmente a reunião não havia sido tão proveitosa e ele não conseguiu apreciar a comida. Tentaria fazer pelo menos isso naquela noite. Saiu do carro e entregou a chave para o manobrista, seguindo para a recepção, onde deu seu nome e foi prontamente direcionado para uma das saletas onde jantariam.

O maître o deixou em frente a porta, que viu de longe estar com uma fresta aberta e antes de entrar, espiou para dentro do cômodo. Sentiu o estômago revirar quando teve o vislumbre de algumas folhas espalhadas pela mesa e a memória do ômega aspirante a investidor que lhe pediu dicas de mercado, lhe veio à mente. Definitivamente, não perderia tempo com aquele jantar. 

Abriu a porta e finalmente pôde ver o ômega debruçado sobre folhas coloridas, e quando colocou o pé dentro do cômodo, foi bombardeado pelo aroma inebriante que dominava o espaço. Fechou os olhos e puxou o ar, sentindo um prazer imenso naquele cheiro de baunilha e primavera. Abriu os olhos e deu mais um passo para perto da mesa, finalmente chamando a atenção do ômega. Assim que ele ergueu o olhar para si, sentiu seus joelhos fraquejarem pelo belo sorriso que recebeu.

Jongin notou alguém entrando na saleta e achou que era novamente o garçom, talvez para retirar sua taça com o milkshake terminado, e automaticamente sorriu simpático, mas o homem que viu, não era um garçom e seu sorriso se desfez em sua face. Porém, ele sorriu para si educado e abaixou a cabeça em uma rápida reverência. No primeiro momento, queria achar defeitos na aparência dele que pudessem justificar qualquer animosidade, mas ele era lindo, impecável e cheiroso. O cheiro de Almíscar e verão o pegaram em cheio, e suspirou disfarçadamente quando ele lhe dirigiu a palavra.

— Boa noite, você é Kim Jongin? — Baekhyun perguntou e quando só recebeu um aceno de cabeça, continuou — Sou Byun Baekhyun, muito prazer — ele cumprimentou novamente. Jongin lhe deu um sorriso tímido e ficaram se encarando por alguns segundos antes dele voltar à realidade, ao olhar da mesa bagunçada para o alfa em pé.

— Me desculpe pela bagunça, eu já vou guardar — ele disse, fazendo menção de juntar as folhas espalhadas para guardar, mas Baekhyun foi mais rápido.

— Não precisa. O que você está fazendo? — ele perguntou assim que viu com mais clareza alguns desenhos infantis nas folhas, minando o pensamento que teve anteriormente e aproveitou o momento para ir até a outra ponta da mesa, que era o único espaço parcialmente vazio, e sentou-se. Percebeu que estava bem mais próximo do ômega do que se tivesse se sentado em sua frente, e o cheiro gostoso voltou a se fazer presente em seu olfato.

— Eu cheguei um pouco mais cedo e resolvi corrigir alguns trabalhos dos meus alunos.

— Quer ajuda? — Jongin estava juntando algumas folhas e se espantou com a frase do alfa, olhando para ele com os olhos arregalados e com uma feição confusa — Enquanto esperamos nossos pedidos, você pode continuar e eu posso te ajudar, se quiser, é claro.

Jongin não queria, estava decidido a não dar chances, mas aquilo o pegou de surpresa e ele abriu um sorriso divertido que terminou de arrebatar o coração do alfa, que sorriu de volta.

— Você não se importa? Mesmo?

— De forma alguma. Só… — ele começou, coçando a nuca desconcertado —, você vai precisar me ensinar o que fazer.

— Sem problemas, eu te mostro — Jongin disse, sorrindo. A noite estava muito diferente do que imaginou e não reclamaria, só pretendia aproveitar ao máximo.

Antes que o Kim pudesse falar algo, o garçom se fez presente, perguntando o que eles gostariam de pedir. Jongin baixou a cabeça e esperou que o alfa pedisse, já que raramente levavam a sua vontade em consideração, mas seu coração bateu rápido no peito quando Baekhyun lhe entregou o cardápio.

— O que você gosta de comer, Jongin? — perguntou, sem tirar o sorriso mínimo do rosto.

— Hmmm, eu como de tudo. Podemos pedir… — ele folheou o cardápio, se inclinando para perto do alfa, para compartilhar as páginas que olhava, fazendo Baekhyun respirar fundo ao sentir aquele cheiro tão bom —, que tal essa sequência? Tem algumas coisas diferentes, podemos experimentar um pouco de cada.

— Acho uma ótima ideia — ele concordou, sorrindo para o ômega, que ainda estava focado no cardápio. Virou para o garçom e pediu o que Jongin lhe havia mostrado.

— E o que desejam para beber? — o garçom perguntou, simpático.

— Jongin? — Baekhyun chamou, recebendo o olhar apressado e levemente confuso do ômega, que novamente sorriu para si, derretendo seu coração — Gostaria de outro milkshake?

— Você não se importa? — perguntou, um pouco envergonhado e recebendo um aceno negativo, junto a um belo sorriso que deixou o ômega com as pernas tremendo — Vai beber algum vinho ou algo assim?

— Não — Baekhyun respondeu, com uma pequena risada — Estou dirigindo. Uma jarra de chá de yuja gelado. Traga dois copos — ele pediu, e virou para Jongin, que olhava confuso — Para caso você queira um pouco após terminar o milkshake — disse simplesmente, e virou-se para ouvir o garçom confirmar os pedidos e se retirar, não percebendo o olhar deslumbrado que o ômega direcionava a si.

Quando ficaram novamente sozinhos, Baekhyun tirou o sobretudo, dobrando e colocando sobre as almofadas ao lado, e abriu os punhos da camisa social preta, dobrando as mangas até próximo ao cotovelo. Jongin reparou no cabelo castanho arrumado em um topete bem-feito, nas roupas que pareciam serem feitas sob-medida e acompanhou os movimentos que ele fazia com precisão, sentindo-se quente a cada mínimo movimento. Ele era lindo, e gostoso. Ficou fascinado pelas veias que conseguia ver da parte do braço que ficou exposta, e as mãos, eram perfeitas. Precisou se controlar para não babar em cima do alfa e felizmente, voltou a realidade quando ele se voltou para as folhas, segurando uma em mãos.

— O que vamos fazer? — ele perguntou, analisando a letra infantil em uma folha com algumas questões, palavras cruzadas e caça palavras. Todas as atividades acompanhadas por desenhos.

— Eu tenho alguns carimbos aqui — Jongin disse, enquanto pegava sua mochila, e uma necessaire, cheia de desenhos de arco-íris, virando-se de costas para si. O alfa sorriu ao ver o capuz de orelhinhas de urso do casaco marrom felpudo. O conjunto todo era muito fofo — Quando o ômega voltou-se para si, o pegou com um sorriso enorme no rosto, e ficou confuso — O que foi?

— Nada, eu só achei seu casaco muito fofo — disse, deixando Jongin com as bochechas quentes.

— Me desculpe por isso, eu tive alguns contratempos na escola e não deu tempo de voltar para casa e me trocar.

— Não se desculpe, está lindo assim — Baekhyun falou, deixando o ômega ainda mais envergonhado. A cada rubor da face do rapaz, sentia uma pontinha de orgulho, sem entender o motivo — Posso ver como fica?

— Hã? — Jongin resmungou, confuso e quando Baekhyun fez um sinal de colocar um capuz imaginário, entendeu e queria morrer de vergonha, mas fez mesmo assim, puxando seu capuz e ajeitando na cabeça sem desarrumar muito seu cabelo. Olhou para o alfa e ele estava sorrindo, com um brilho no olhar, que Jongin sabia não ser de deboche. Quando voltou a tirar, desviou o olhar para as folhas, sentindo seu rosto queimar, e ouviu uma risadinha ao seu lado — Agora estou com muita vergonha — disse, tampando a face com as mãos.

— Não fique — Baekhyun falou, segurando delicadamente o pulso do ômega, sentindo um choque elétrico em todo seu braço. Tentou não transparecer, colocando a mão dele sobre a mesa, com a sua por cima — Ficou muito fofo, as crianças devem adorar.

— Sim, elas adoram. Me chamam de tio Urso há anos — ele disse, sorrindo, sentindo sua mão formigar e um arrepio quando Baekhyun se afastou.

— Consigo entender porque, parece que gosta bastante de ursos. São fofos e combinam com você — ele falou, pegando o estojo de canetas que havia em cima da mesa, cheio de ursinhos, potes de mel e abelhas. Baekhyun pensou que se era daquilo que o ômega gostava, não se importaria de ser seu pote de mel. Riu de seu próprio pensamento, e largou o estojo, se voltando para as peças coloridas que Jongin colocava em sua frente. Pegou um deles, encontrando uma estrela; em outros, um coração, um foguete e um dinossauro.

— A prova é de segundo ano. É bem simples, tem uma corrigida aqui, que ganhou 10. Você só precisa conferir, se as respostas estiverem todas certas, é só carimbar com uma figura e uma letra — ele apontou para outros pequenos que estavam dentro do estojo de urso. Cinco letras, de A a E.

— Certo, então só vou usar o A, e deixo as que estiverem com algum erro para você?

— Sim, daí te falo qual usar. E precisa pintar. Gosto de colocar cada um com uma cor diferente sempre. As crianças gostam, elas sentem que são especiais quando fazemos a mão.

— Ainda bem que você tem os carimbos, porque eu mal sei fazer um homem de palito — disse, e ambos riram. Baekhyun ficou fascinado com o som da risada de Jongin, e só pensou que gostaria de ouvi-lo a noite toda — Então, você é professor? — perguntou, retoricamente, e Jongin sorriu ao não sentir nenhum pingo de desdém na voz do alfa, o incitando a falar sobre sua maior paixão.

— Sim, dou aulas para o ensino fundamental. Tenho turmas de 1º a 4º ano, de manhã e de tarde — respondeu orgulhoso.

— Nossa, deve ser bem puxado, crianças pequenas são difíceis de controlar.

— Sim, um pouco. Tem dias que eles me deixam exausto, mas vale muito a pena ver a evolução deles. Eu ensino aqueles serzinhos a ler — ele falou, com brilho no olhar. A declaração deixou Baekhyun fascinado.

— Realmente você deve se orgulhar muito. Sua função é essencial para o futuro da nossa nação. É nessa idade que os pequenos vão se moldando. Parabéns, tenho certeza que é um professor muito amado — Baekhyun falou, deixando Jongin envergonhado e sorriu feliz ao vê-lo com as bochechas coradas, desviando o olhar de si para as folhas coloridas na mesa.

— Obrigado — agradeceu, e pigarreou, tentando se recompor do calor que tomou sua face — E você, trabalha com o quê?

— Eu sou Diretor Executivo de uma empresa de Eletrônicos — ele respondeu, despretensiosamente, enquanto pegava um giz de cera vermelho e preenchia o coração do carimbo que colocou na primeira prova, com um A azul embaixo. Admirou a prova com os acertos e o preenchimento quase perfeito de seu coração, e sorriu orgulhoso, saindo de sua nuvem de contemplação quando notou o silêncio de sua companhia. Quando olhou para o ômega, ele o olhava com a boca aberta de espanto — O quê? Fiz algo errado? — perguntou, checando a folha recém concluída.

— Você é um CEO e está aqui pintando corações com giz de cera? — Jongin perguntou, e sorriu quando ele deu de ombros — Meu appa vai me matar quando souber que te coloquei para trabalhar.

— Nossos pais vão fofocar sobre nosso encontro na próxima sessão de pilates. Precisamos de uma boa história para eles se entreterem.

Jongin riu, e entendeu que talvez Baekhyun estivesse em uma situação parecida com a sua, sobre fazer as vontades de seus pais. Só que dessa vez, queria que não fosse por obrigação social, mas que ele realmente pudesse curtir a noite consigo. Ia falar algo, mas foram interrompidos por uma leve batida na porta e após Baekhyun permitir a entrada, o garçom apareceu com algumas bandejas de comidas variadas.

Jongin sorriu quando ele colocou uma nova taça com seu milkshake de chocolate à sua frente e ficou ansioso para dar um gole. Por um segundo, pensou em se retrair, se comportar mais como um ômega de classe, mas tinha jurado para si mesmo que não fingiria ser o que não era, e estava se sentindo tão confortável ao lado de Baekhyun, que não tinha receio de só ser ele mesmo, e ser feliz.

Assim que foram deixados sozinhos, Baekhyun pegou seu copo de chá e chamou a atenção de Jongin.

— Acho que podemos brindar, mesmo com bebidas diferentes.

— E a que brindaremos?

— A essa noite. Sem arrependimentos por vir — Baekhyun falou, deixando o coração de Jongin aliviado.

— Sem arrependimentos — Jongin encostou sua taça delicadamente no copo de Baekhyun, antes de desviar o olhar que estava fixo nos olhos do alfa, e dar um gole em sua bebida.

Seguiram a noite surpreendente tranquilos, conversando sobre tudo o que viesse à mente, suas profissões, famílias, o dia a dia, enquanto comiam devagar. As palavras fluíam com facilidade, e Baekhyun se viu preso naquele espaço, com aquele cheiro maravilhoso de baunilha, que tanto gostava, em um dia fresco de primavera. Pensou que não queria que a noite acabasse, e de maneira alguma, Baekhyun desejava encerrar aquela noite sem fazer daquele ômega seu.


cap 1 final


Notes:

❤️🌹🧸🐻
E aí, o que acharam desse primeiro capítulo?
O que será que esse encontro reserva para esses dois, hein.
Espero que tenham gostado, durante a semana já venho com o próximo para vocês.
😘😘

Chapter 2: Beijo de Despedida

Notes:

Eita que voltei rapidinho...rrsrs
Eu sou muito emocionada gente, tava agoniada para compartilhar com vocês.
Presente para minha gatona, parceira de todas as horas, Darcy, que também betou todinha a fic, mas não vou cansar de agradecer.
Espero que gostem

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

CAP2

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 2 - Beijo de Despedida

 

Jongin, estava em êxtase com cada minuto do jantar, enquanto falava sobre as atividades que seu appa lhe obrigava a participar, e ouvia a risada gostosa de Baekhyun sobre seu relato. 

— Appa me obrigou a ir para a ioga com ele semana passada — Jongin falava, enquanto escrevia em seu diário de classe — Já fez ioga alguma vez? — ele perguntou, mirando rapidamente o alfa para enfatizar a pergunta, sempre com um sorriso no rosto.

— Não — Baekhyun respondeu, rindo e admirado pelo brilho que Jongin tinha ao falar empolgadamente de algo.

— Appa é bom nisso, ele tem mais de cinquenta anos — Jongin parou o relato e olhou sério para ele — não fala pra ele que te contei, ele me mata se souber que falei a idade dele.

— Prometo não contar — Baekhyun falou, com uma risadinha. Jongin sorriu de volta e continuou a contar. 

— Apesar da idade, appa é bem jovem e em forma, não sei como ele aguenta fazer tanta coisa. Foi só uma aula, cinquenta minutos, juro, passei a semana dolorido. Olha que eu sou bem flexível — ele disse, ainda voltado para suas folhas.

— É? — Baekhyun perguntou, com uma malícia quase imperceptível na voz, mas que Jongin percebeu e ficou vermelho na mesma hora. 

Ele viu o constrangimento do ômega e riu, lhe oferecendo um camarão, mas Jongin o olhou confuso, pois estava com as mãos ocupadas, e não hesitou em abrir a boca para receber o fruto do mar que Baekhyun levou delicadamente aos seus lábios. 

Os dois ficaram se olhando, vidrados no brilho da íris um do outro, até Jongin desviar o olhar para a mesa e terminar de mastigar. Pegou o copo extra e colocou um pouco do chá gelado para ajudá-lo a engolir, antes que se engasgasse.

Não sabia o que havia acontecido, mas tinha uma nova certeza em seu coração, de maneira alguma, Jongin iria perder a oportunidade de fazer desse alfa gentil seu.

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Jongin explicou para Baekhyun o motivo de ter que concluir aqueles trabalhos naquela noite, pois teria reunião com os pais das crianças no dia seguinte. Estava escrevendo um pequeno relatório para entregar aos pais, sobre como cada criança estava se desenvolvendo, como se comportava e as dificuldades que tinham em aceitar e se adaptar às mudanças de cada novo aprendizado. Baekhyun ficou feliz em saber que o ajudaria, pelo menos, a ter uma boa noite de sono, já que o ômega não precisaria ficar acordado até tarde corrigindo os trabalhos sozinhos.

Passaram horas naquela saleta, comendo devagar todas as iguarias que estavam dispostas, com Jongin se controlando em não pedir um terceiro milkshake, para tomar o chá com Baekhyun. Estava uma delícia, então, não tinha arrependimentos.

Quando a última folha foi colocada na pasta e a mesa estava vazia das travessas, se deram conta de que precisavam concluir a noite, com muito pesar no peito.

Se levantaram e saíram. Baekhyun ficou surpreso com a altura de Jongin, por ser alguns centímetros mais alto que si, mas não foi uma surpresa ruim, pois ele era todo lindo, cada pedacinho.

O direcionou para o caixa, com uma mão depositada levemente na lombar alheia, se controlando para não enlaçar a cintura dele, ou segurar a mão bonita e entrelaçar os dedos. Quando chegaram para pagar, Jongin se ofereceu para dividir, mas Baekhyun foi irredutível, de uma forma gentil, que não deixou a impressão ruim que sempre tinha com os alfas querendo se aparecer ao pagar a conta. Aceitou e foi para o lado de fora, pegando o celular para checar as horas. Estava bem tarde, então, nada de ônibus para si. Chamaria um táxi. Fechou os olhos brevemente, aproveitando a brisa fresca da noite, e sorriu ao sentir o cheiro gostoso de Baekhyun, almíscar no calor gostosinho de uma manhã de verão. Sorriu e abriu os olhos, virando-se para o alfa que estava do seu lado.

— Você veio de carro? — Baekhyun perguntou, com as mãos nos bolsos do sobretudo. Jongin sorriu, pois mesmo que ele estivesse parecendo meio desconcertado, só conseguia reparar no quanto o alfa era bonito e em como ele conseguia ser imponente, mesmo tendo alguns poucos centímetros a menos que si.

— Não, mas vou chamar um táxi — respondeu, mostrando o celular.

— Não precisa, eu te levo — ele falou, vendo o manobrista trazer o seu carro.

— Agradeço, Baekhyun, mas não precisa.

— Faço questão, por favor — falou, e Jongin só precisava de uma desculpa para aceitar e poder passar mais alguns momentos com o alfa. Recebeu um sorriso radiante quando confirmou com a cabeça, e ficou novamente envergonhado quando ele abriu a porta do carona para que entrasse. 

Baekhyun tinha um carro preto, brilhoso por fora, e todo de couro escuro com detalhes vermelhos por dentro. Lindíssimo. Sabia que era um Audi, pelo símbolo do volante, mas não fazia ideia do modelo, já que não conhecia nada de carros. Sua contemplação levou segundos, até o alfa dar a volta no carro e se acomodar no banco do motorista. Colocaram os cintos e Jongin lhe disse o bairro em que morava. Ficaram alguns minutos em silêncio, até voltarem a falar de qualquer coisa, e engataram em mais assuntos diversos, até Jongin avistar a fachada do seu prédio de longe.

— É aquele ali. Tem um estacionamento para visitantes, só entrar aqui — ele apontou onde ir, e Baekhyun seguiu. Quando estacionou e desligou o carro, virou sutilmente para o ômega, com um sorriso.

— Então, está entregue — brincou, para tentar quebrar o clima estranho que ficou no carro. O fato era que não queria se despedir, então, precisava, no mínimo, fazer valer a pena — Bem, hmmm — pigarrou, para tentar limpar a garganta e dispersar o nervosismo. Jongin sorriu, por ver que não era o único que estava nervoso, e queria também não ser o único a desejar que aquela noite não fosse a primeira, só não tinha coragem para pedir — Eu gostei muito da noite, Jongin. Foi realmente um deleite. Queria repetir, se você quiser, é claro. Poderia me dar o seu número para podermos manter contato?

— Quer repetir uma noite de correção de provas? — Jongin sentiu-se confiante para brincar, e riu, pegando o celular que o alfa lhe esticava.

— É muito cedo para dizer que eu não me importaria em corrigir lições no meio da noite com você? Mas confesso, que talvez, se pudermos fazer mais que isso, eu adoraria.

Jongin olhou para ele com os dentes à mostra em um sorriso enorme e as bochechas coradas, enquanto digitava no celular seu nome e número. Abriu o chat de mensagens e enviou um “Oi” para si mesmo.

— Enviei seu número para o meu, se não se importar.

— Nenhum problema.

— Então eu já vou indo — Jongin falou, fazendo menção em sair do carro. Baekhyun fez o mesmo, dando a volta no veículo rapidamente. Viu o ômega pegar a mochila, com um urso marrom em um chaveiro, e colocar nas costas.

— Vou te acompanhar até a porta — disse, e foram andando devagar, um ao lado do outro, até a entrada iluminada. Quando estavam próximos, mas não abaixo da luz direta, Jongin parou e virou-se para o alfa, segurando as alças de sua mochila, como se elas pudessem lhe dar algum apoio.

— Eu também gostei muito da noite. Obrigado pelo jantar, Baekhyun.

— Eu que agradeço pela companhia.

Ficaram se encarando por alguns segundos, até Jongin não aguentar mais, deixando seu desejo tomar conta e se aproximou do outro, selando os lábios finos, rapidamente. Foi apenas um encostar de lábios, suave como uma brisa, mas que fez um vendaval no interior do alfa, que assim que viu o sorriso no rosto do ômega, juntou os corpos e o segurou pela cintura, aproximando as bocas novamente. Sentiu os braços do rapaz em seu ombro, e a ponta dos dedos em sua nuca, fazendo seu corpo todo arrepiar. Não demorou para que os lábios carnudos de Jongin se abrissem, e Baekhyun aproveitou a deixa para sentir o gosto do interior da boca do ômega. 

Jongin tinha um gosto tão bom, que Baekhyun suspirou no meio do beijo e quando apartaram as bocas, sorriu ao ver como ele estava ofegante, com o rosto todo corado, o ser mais lindo que já havia posto os olhos.

— Você quer subir? — Jongin perguntou, buscando todo o estoque de coragem de uma vida para fazer aquela pergunta, e sentiu seu corpo todo tremer quando Baekhyun respondeu no mesmo instante, com um brilho nos olhos.

— Eu quero — disse, e se aproximou, encostando as testas, sentindo a respiração do ômega em seu rosto, ainda o segurando pela cintura, e sentindo-o tremer em seus braços. Desencostou as testas antes de continuar —, quero muito, mas não posso. Não hoje. Terá um dia cheio amanhã, e não quero ser responsável por te deixar cansado — disse, quase se arrependendo quando viu um biquinho sutil surgir nos lábios carnudos — Eu realmente adorei a noite. Durma bem, Jongin — Baekhyun falou, se aproximando para selar os lábios inchadinhos e com muito custo de seu alto controle, soltou a cintura do ômega.

— Boa noite, Baekhyun — disse, e se virou para entrar em seu prédio, antes que mudasse de ideia, jogasse suas responsabilidades para os ares e se jogasse nos braços daquele alfa. Quando passou a tag na tranca eletrônica da porta principal e entrou, virou para olhar o lado de fora pela porta de vidro e acenou para Baekhyun, que o olhava do estacionamento. Ele acenou de volta e sorriu. 

Jongin se sentiu nas nuvens quando encostou o corpo trêmulo na parede do elevador e suspirou. Nunca tinha se sentido tão entregue assim antes, com nenhum alfa que já tivesse saído. Baekhyun era um pacote completo, bonito, gentil, inteligente, com um cheiro maravilhoso que o atraía como urso no pote de mel, e a cereja do bolo, beijava tão bem. Não sabia o que tinha dado em si para convidá-lo a subir, mas se ele tivesse aceitado, não teria arrependimentos. Ficou feliz que ele negou, pois assim que colocou os pés dentro de seu apartamento, notou como estava tarde e estava com sono. Dormiu bem naquela noite, e sonhou com um alfa lindo de cabelos castanho escuros e cheiro gostoso.

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Baekhyun esperou que Jongin sumisse dentro do elevador, antes de se virar para ir embora. Entrou no carro e se recostou no assento. Suspirou, sem tirar o sorriso bobo do rosto. Sentia como se tivesse ganhado na loteria. Jongin era lindo, fofo, gentil, educado, trabalhava e amava seu trabalho, se mostrou interessado em si, sem ser invasivo, tinha o cheiro mais gostoso que já tinha sentido em sua vida, e os lábios mais beijáveis que já havia experimentado.

Queria ter aceitado o convite dele, mas com ele, queria ir devagar, aproveitar, curtir, conhecer; ficou com muito receio de passarem aquela noite juntos, e se estranharem na manhã seguinte, então, não tinha arrependimentos.

Dormiu maravilhosamente bem naquela noite e sonhou com um ursinho, de cabelos castanhos e lábios cheinhos.

Baekhyun chegou na empresa, evitando as ligações de seu appa. Precisava agradecê-lo pela noite que teve, porém, queria deixá-lo com receio, só um pouquinho. Como chegou mais cedo que o habitual, passou pela antessala onde Jongdae ficava e se aproximou da mesa do secretário, contendo o sorriso que queria sair e estava escondendo desde que as portas do elevador se abriram.

Parou em frente a mesa dele, olhando sério para o homem, que por um instante ficou preocupado com a feição do chefe, e antes que pudesse cumprimentá-lo, viu Baekhyun colocar a mão no bolso da calça social e espalmá-la em sua frente, no tampo da mesa, lhe dando um susto. Ficou alguns minutos sem entender, olhando para a porta fechada, depois que ele tirou a mão, virou as costas para si e entrou em sua sala.

Quando Jongdae olhou para baixo, viu a cara linda de Shin Saimdang na nota de ₩50000. O Kim gargalhou alto e Baekhyun riu quando escutou, mesmo de sua sala. Já havia tirado o paletó e estava sentado em sua cadeira quando a porta se abriu e um eufórico secretário entrou, chacoalhando a nota no ar.

— Eu sabia, eu sabia. Olha só para você, está até brilhando — ele disse, se aproximando e lhe dando tapinhas no ombro.

— Ai, sai pra lá — Baekhyun falou, empurrando o amigo — você está aliviado, isso sim, que seu planinho com meu pai deu certo. A sorte de vocês é que Jongin é a criatura mais amável do planeta — disse, com um sorriso bobo no rosto, que não passou despercebido pelo amigo.

— Nossa, ele te fisgou mesmo, já tá todo apaixonadinho. 

Baekhyun não queria admitir, mas estava com o coração nas nuvens e precisava compartilhar.

— Eu acho que tô — ele disse, rindo, e Jongdae ficou emocionado. Nunca tinha visto Baekhyun daquele jeito e não poderia estar mais feliz — Eu nunca me senti assim antes. Ele é gentil, fofo, lindo. Conversamos por horas e eu não queria ir embora. 

— Pegou o número dele? 

— Peguei — Baekhyun falou, desbloqueando o celular e vendo as poucas mensagens que havia trocado na noite anterior com Jongin. Ele colocou um emoji de ursinho ao lado de seu nome quando cadastrou o contato, e quando chegou em casa, viu uma notificação dele no chat, perguntando se tinha chegado bem. Confirmou e desejou uma boa noite de sono, e um bom trabalho no dia seguinte. Foram poucas linhas, que cabiam todas em um print de tela, sendo o último um gif de um ursinho enviando beijos de coração. 

— Meu Deus! Foi fisgado mesmo. Baekhyun, você está sorrindo para o celular — Jongdae falou, fazendo o alfa corar de vergonha, mas sem tirar o sorriso do rosto — Melhor aposta que fiz. Quero conhecê-lo, hein. Precisa da minha aprovação.

— Pior que pensei nisso, Dae. Em apresentá-lo para minha família, incluindo você. Vou ver se ele aceita sair comigo esse final de semana.

— Torcerei por você meu amigo. Foi o dinheiro mais prazeroso que já ganhei — Jongdae disse, rindo e fingindo um beijo no ar para a nota de cinquenta mil wons. Baekhyun riu do amigo, e se voltou ao computador para começar a trabalhar, mas não deixou que a memória do cheiro de baunilha de Jongin se afastasse de sua mente.

Baekhyun não se conteve, já que as lembranças da noite anterior estavam vívidas em sua memória após a conversa com seu secretário. Queria ver Jongin de novo. Abriu o aplicativo de mensagens e enviou.

 

Baekhyun ❤️:

Bom dia Jongin, dormiu bem?

Espero que sim, e que corra tudo bem com a reunião com os pais hoje de tarde.

Eu gostaria de te convidar para almoçar ou jantar amanhã. Se tiver um tempinho, me diga o que preferir.

 

Ficou ansioso por receber uma resposta, mas minutos depois, quando nada chegou, se concentrou no trabalho. Um pouco antes de pausar para almoçar, no entanto, checou as mensagens e viu que havia recebido uma resposta.

 

Kim Jongin 🧸:

Dormi bem sim, Obrigado. E você?

Eu tbm espero. Lidar com os pais nunca é fácil.

Eu adoraria sair para jantar. Tem algum lugar em mente?

 

Não hesitou em responder na mesma hora.

 

Baekhyun ❤️:

Conheço um lugar bem legal. Te busco às 19h?

 

Kim Jongin 🧸:

Perfeito, estarei pronto.

 

Não conseguia conter o sorriso no rosto quando seu convite foi aceito, e como se seu bom humor tivesse influência sobre toda a sua vida, o dia foi impecável.

Recebeu a visita de seus pais na hora do almoço, eles costumavam aparecer para acompanhá-lo na refeição, e seu pai alfa Byun Eunhyuk, gostava de averiguar a empresa, mesmo que Baekhyun já estivesse à frente dos negócios há mais de cinco anos, ele sentia uma pontada de nostalgia com seu legado. Se fosse por escolha, ainda estaria trabalhando, mas depois de um mal-estar por estresse, seu pai ômega, Byun Heechul, insistiu que ele se aposentasse, e desde então, os dois viviam para curtir a vida.

— Olá, querido — Heechul cumprimentou, assim que entrou na sala de Baekhyun, se aproximando da mesa e deixando um beijo na testa do filho. — Como foi o jantar ontem?

— Certeza que só veio para matar a curiosidade — disse rindo, se levantando para abraçar o pai, em seguida se dirigindo até Eunhyuk, e deixando um abraço com um tapa leve nas costas, em cumprimento — Como vocês estão?

— Ótimos — Heechul falou mais rápido do que poderiam pensar, fazendo marido e filho rirem —, me fale do encontro.

Sentaram-se no sofá maior que havia na sala, e Baekhyun sentou na poltrona, relaxando e colocando a perna confortavelmente sobre o joelho.

— Foi muito bem.

— Meu filho, que maravilha. É a primeira vez que você diz que foi bem.

— Me alegro de ver sua felicidade, Appa.

— Realmente estou feliz, mas “muito bem” não é suficiente, quero detalhes, Baekhyun — o alfa mais jovem riu, ponderando o que poderia contar para seus pais.

— O nome dele é Kim Jongin, tem 26 anos, formado em pedagogia e leciona para classes fundamentais.

— Ele comentou com você o que os pais fazem? — Eunhyuk perguntou ao filho.

— O pai alfa, Kim Minho, é engenheiro aposentado e o pai ômega, Kim Kibum, foi professor de balé, também aposentado.

— E o que você achou do Jongin? — Heechul perguntou, entusiasmado.

— Simpático, cheiroso e muito lindo. Vamos sair amanhã de novo.

Heechul deu um berrinho de felicidade, assustando os dois alfas e levantou de onde estava no sofá, se aproximando da poltrona do filho, deixando um beijo nos cabelos dele.

— Preciso contar para o Kibum, não posso esperar até a nossa aula de terça — ele disse, já buscando pelo celular na bolsa. 

Baekhyun se levantou e pegou nas mãos do pai, o levando até o sofá novamente e sentando no braço do móvel.

— Pai, sei que está feliz, mas vamos com calma, sim? Acabamos de nos conhecer. Não vamos criar esperanças que podem ser quebradas depois.

— Mas você disse que gostou dele — seu pai falou, fazendo um bico emburrado.

— Sim, eu gostei, nem por isso você e o pai dele vão começar a planejar nosso casamento ou escolher o nome dos nossos filhos. Vamos sair, nos conhecer melhor, e prometo que, se sentir que está dando certo, você será o primeiro a saber. Deixe que ele conte o que preferir para o pai dele, ok?

Seu pai não falou nada, e Baekhyun o abraçou e o beijou, carinhoso.

— Promete que não vai falar nada?

— Tá bom, filho ingrato, prometo. Aff. Mas me conta, o que mais você gostou?

— Querido, deixe ele.

— Eunhyuk, Baekhyun já tem 30 anos. Está na hora de nos dar netos. Quando tínhamos essa idade, já estávamos com um molequinho arteiro correndo pela casa.

Os alfas riram e desconversaram, deixando o ômega com um bico emburrado.

— Vamos almoçar, filho? Naquele restaurante que tem aqui perto.

— Claro, vamos sim. Vou só bloquear meu notebook e já vamos.

Saíram os três para um almoço harmonioso em família. E por mais que Baekhyun estivesse feliz com o ótimo dia que teve, só queria que as horas passassem rápido para que pudesse ver Jongin novamente.

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Jongin estava com sorte e sentia-se radiante por isso. Seu dia na escola foi perfeito, sem contratempos, sem pais resmungando e brigando consigo, conseguiu concluir as reuniões e ainda ganhou alguns presentes de pais cujos filhos haviam o elogiado muito em casa. Ficou emocionado. Quando terminou o expediente e estava guardando seus materiais, seu pai estava lhe esperando na saída da escola. Correu até ele, o abraçando apertado.

— Oi Appa, o que veio fazer aqui?

— Vim te fazer uma surpresa. Viemos te buscar para irmos dar uma volta no shopping, jantar juntos. O que acha?

— Acho ótimo, papai veio também? — Perguntou ansioso e abriu um sorriso quando Kibum confirmou.

— Você é muito puxa do seu pai. Vou ficar com ciúmes desse jeito.

— Não fique, sabe que amo os dois — disse, abraçando o pai ômega, e saiu correndo até onde sabia que seus pais estacionavam, para poder dar um abraço em seu pai alfa Minho, que o tirou do chão. Jongin já tinha 26 anos, mas para eles, ainda seria o bebê do casal.

Quando estavam todos no carro, se dirigindo ao shopping, Jongin e Minho conversavam sobre assuntos aleatórios, quando Kibum não resistiu e questionou.

— Como foi o encontro ontem?

Jongin sorriu, e ficou feliz que seu pai não viu e tentou se recompor antes de respondê-lo, mas seu pai alfa, falou antes de si.

— Amor, você marcou outro encontro para ele?

— Minho, ele precisa achar alguém. Da escola para casa e de casa para a escola, não vai achar um namorado.

— Pai… — Jongin tentou falar, mas os dois não lhe deram ouvidos.

— Ele ainda é muito novo para isso. Não confio nos alfas por aí.

— Amor, seu bebê já está quase na casa dos 30.

— Pai, tenho só 26 anos — Jongin tentou novamente.

— Não quero mais que arranje nenhum alfa para ele — Minho falou, e antes que Kibum pudesse retrucar, Jongin levantou a voz, coisa que não costumava fazer.

— Já chega, os dois — falou, alto e sério, fazendo os pais se calarem — Vocês precisam aprender a respeitar minha privacidade, minhas escolhas. Eu já sou adulto, tenho consciência do que preciso, mas também, não estou velho para ficar desesperado. Appa, as coisas vão acontecer da forma que tiverem que acontecer, não pense demais. Vocês são jovens ainda, mesmo que eu demore uns bons anos para ter filhotes, vocês ainda poderão brincar com eles.

— Você pensa em ter mais de um filhote? — Seu pai virou o corpo no banco do carona, encarando Jongin que estava no meio das poltronas do carro, e abriu um imenso sorriso, empolgado.

— Appa! Não escutou nada do que eu disse? — repreendeu, mas Kibum só deu de ombros e riu — Enfim, agradeço a preocupação, de ambos, mas não vamos falar de encontros por um tempo, sim?

Seu pai ômega fez um bico e virou para frente em seu assento, e seu pai alfa sorriu orgulhoso, o que pode ver pelo retrovisor. Sorriu com a reação de ambos, até ser questionado novamente por Kibum.

— Mas afinal, você gostou dele? — ele perguntou, e Jongin riu.

— Sim, ele foi bem simpático e é bonito, estamos nos conhecendo — falou com um risinho, que foi imitado pelo pai ômega, prestes a questionar mais detalhes, porém foi cortado de sua empolgação pelo esposo.

— OK, chega de ficarem falando de alfas na minha frente hoje, mereço um descanso.

— Ciumento — Jongin falou, e se esticou para depositar um beijo no rosto do pai, que sorriu todo orgulhoso.

Definitivamente, não mencionaria nada sobre o encontro que teve com Baekhyun e o quanto havia gostado do alfa, nem sobre o encontro que teria com ele no dia seguinte, pelo menos não por enquanto.

Foram até o shopping e se distraiu passeando e olhando vitrines com seus pais. Pararam em um restaurante que todos gostavam e a noite terminou da melhor forma possível.

Estava cansado quando foi deixado em frente a seu apartamento, mas feliz. 

Se deixou dormir até mais tarde naquele sábado, e quando finalmente acordou, tomou um banho, fez uma xícara de chá e sentou-se no sofá, apreciando os raios de sol que entravam pela porta da varanda. Ficou pensando em tudo que havia acontecido no jantar de quinta, nas poucas expectativas que havia tido; no quanto se sentia feliz por estar errado, e Baekhyun se mostrar uma pessoa tão cativante. 

Riu sozinho com as lembranças do alfa e corou quando se recordou dos beijos trocados na entrada de seu prédio. Levou a mão livre até os lábios, como se ainda pudesse sentir o gosto de Baekhyun em sua boca. Será que teria coragem de beijá-lo novamente? Será que se beijariam novamente? Ou será que poderiam seguir um pouco além? Sentiu o rosto pegar fogo com o pensamento, e só por precaução, decidiu se preparar para o jantar daquela noite.

Passava das 18:30 e já estava pronto, quando sentiu seu celular vibrar e viu a mensagem de Baekhyun lhe informando que estava próximo. Desceu e preferiu o esperar na entrada do prédio. Quando viu o carro preto e reluzente estacionar próximo, sorriu, mas seu sorriso findou quando o viu sair do carro, todo lindo em um terno preto e gravata da mesma cor. O único contraste da roupa era a camisa branca, e o cabelo em um topete bem alinhado. Ele estava lindo. Na verdade, já tinha chegado a conclusão que Baekhyun era lindo.

Ficou contente por ter se vestido bem naquela noite. Estava com uma camisa creme bem comprida, por baixo de um suéter vermelho. A calça e o casaco eram em um xadrez vermelho com marrom, cores que adorava. Quando Baekhyun olhou para si e sorriu, ficou tímido e colocou as mãos em frente ao corpo. Quando ele estava em sua frente, ficou receoso do que fazer, e arregalou os olhos quando ele lhe deixou um beijo suave na bochecha, quase beirando a pontinha de seus lábios.

— Boa noite, Jongin. Você está muito bonito — Baekhyun falou, assim que se afastou um passo.

— Obrigado, você também — respondeu, tímido.

— Podemos ir?

— Claro — respondeu, e assim que deu um passo à frente, sentiu as mãos de Baekhyun suavemente em suas costas o guiando. Por sorte, conseguiu controlar o arrepio que acometeu todo seu corpo.

Assim que entrou no carro, foi bombardeado pelo cheiro gostoso dele, que tomava conta de todo o ambiente e ficou meio atordoado. Quando Baekhyun colocou o veículo em movimento, ficou tímido, sem saber o que fazer ou falar, mas sorriu para o alfa quando ele lhe ajudou a quebrar o gelo, inconscientemente, ou não.

— Como foi a reunião ontem? — ele perguntou, e viu uma leve confusão em Jongin, então acrescentou — Com os pais.

— Ah, sim. Foi ótima. Estava com as expectativas afloradas, para o ruim. Geralmente os pais são meio incoerentes e agressivos em palavras. Não aceitam alguns maus comportamentos de seus filhos ou quando aconselhamos a procurarem ajuda devido algum déficit da criança, mas nessa, foi tudo perfeito.

— Que bom, fico feliz — ele disse, levando a mão até a de Jongin, que descansava na própria perna. Deu um aperto sutil e voltou-a para o volante. Jongin sentiu falta, imediatamente, daquele breve calor. Ficou alguns instantes admirando as mãos bonitas do alfa, firmes no volante e teve que se concentrar para voltar ao assunto.

— Eu acho que não teria conseguido ter um dia tão tranquilo se não fosse sua ajuda — Jongin disse, olhando para as mãos em seu colo, e não percebeu o sorriso radiante que o alfa lhe direcionou por breves segundos.

— Disponha, terei prazer em te ajudar outras vezes — ele falou rindo, causando uma risada gostosa em Jongin. Não demoraram para chegar ao restaurante e o ômega não poderia ter ficado mais feliz com a escolha. Era um restaurante que costumava frequentar com os pais, com uma comida deliciosa e chique, mas simples e aconchegante ao mesmo tempo. Baekhyun saiu do carro e se apressou até a porta do carona, abrindo-a para si. Quando andavam até a entrada, novamente ele colocou a mão sutilmente nas suas costas para acompanhá-lo e a cada pequeno gesto, seu coração flutuava.

Foram direcionados a uma mesa aconchegante, com vista para um jardim de inverno lindíssimo, e Jongin ficou encantado.

Quando o garçom veio atendê-los, novamente Baekhyun lhe deu a opção de escolha do que gostaria de comer, e mordeu o lábio antes de, empolgadamente, olhar o cardápio. Como no encontro anterior haviam optado por frutos do mar, ficou com vontade de comer carne, o questionando sobre a escolha. 

Cogitou pedir Samgyeopsal, mas teria muita comida e não queria se empanturrar, então lhe falou que poderia escolher entre bulgogi e dak galbi. Precisou conter sua empolgação quando ele pediu o bulgogi; escolheram alguns acompanhamentos, e novamente precisou conter o riso quando o garçom informou que havia um kimchi especial da casa naquela semana, de pepino, e Baekhyun negou com uma careta.

— Não gosta de pepino? — perguntou risonho, após o garçom se afastar com seus pedidos.

— Argh, não, desde criança. Não gosto da textura, do gosto e nem do cheiro — ele falou, novamente fazendo uma careta, o que causou risos no ômega.

— Lembrarei disso — falou.

— Espero que sempre para o bem. Meu appa gostava de me punir quando eu aprontava algo, e só me dava kimchi de pepino de acompanhamento, porque sabia que eu não gostava. Ele se matava de rir com as minhas caretas comendo, mas sempre foi coração mole e depois da primeira mordida, tirava da minha frente. Mas olha, era efetivo, sempre me lembrava de não aprontar novamente. Aquilo era tortura.

Jongin não se conteve em rir, e precisou colocar a mão em frente a boca. Estava tão feliz, tão tranquilo. Baekhyun conseguia deixá-lo relaxado de uma forma que nunca sentiu antes, somente com seus amigos, e mesmo assim, ainda era diferente deles, porque queria impressioná-lo, queria que ele gostasse de si.

Não demorou para a comida chegar: porções de carne, saladas, kimchi e arroz. Comida bem feita, extremamente saborosa, apresentada de uma forma mais requintada do que o tradicional, transformando a comida tão típica em um prato gourmet. Quando estavam discutindo as bebidas, pediu que Baekhyun escolhesse, o deixando feliz ao optar novamente por chá, porém lhe dando escolha de pedir o que quisesse, vinho, algum drink ou suco, mas Jongin decidiu por dividir o chá gelado com o alfa.

— Prefiro não beber nada alcoólico quando estou dirigindo. Quem sabe quando estivermos sozinhos, em nossas casas, possamos dividir um vinho — ele explicou depois.

Jongin assentiu silenciosamente, baixando a cabeça para disfarçar sua mordida no lábio. Baekhyun falava tão naturalmente sobre novos encontros que ficava sem chão em como as coisas pareciam se encaixar tão bem entre os dois.

O jantar foi maravilhoso, comeram devagar, conversaram, riram e antes que percebessem, estavam comendo a sobremesa com as mãos entrelaçadas por cima da mesa. Foi simplesmente natural, quando esticou um pouco a mão e a dele veio de encontro. Os dedos se encostando, se conhecendo, e se entregando ao enlace. 

Quando terminaram o jantar, Baekhyun pagou a conta e o convidou para saírem, com sutileza, ele se aproximou e segurou sua mão, entrelaçando os dedos e foi assim que foram até o carro. Ambos sentiram o frio nas palmas quando precisaram se separar para entrar no veículo. Sem precisarem verbalizar, ele fez o caminho de volta para o apartamento de Jongin, e foram conversando sobre as músicas que tocavam no rádio do carro durante os minutos do percurso.

Assim que Baekhyun estacionou o carro na área de visitantes, Jongin tirou o cinto e se virou para ele, fazendo um convite antes que ele pudesse se despedir.

— Você quer subir? Conhecer meu apartamento — falou, simples.

— Eu adoraria — respondeu, com um sorriso contido.

Notes:

Eita que esse ômega é do jeito que a gente gosta, vai atrás do que quer. O que rola agora, hein...rsrsrs
Até o próximo, prometo que final de semana já vem aí

Chapter 3: Pegos em Flagrante

Notes:

Já voltamos, bem rapidinho com esse casal todo fofo e fogoso...rsrsrrsrs, pq não podemos viver só de fofura né.
Se eu não aproveitasse esse Baekhyun todo gostoso, não estaria me sentindo completa.

Então, espero que gostem do capítulo.

Boa leitura!!!!!

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Chapter Text

cap 3

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 3 - Pegos em Flagrante

 

Baekhyun saiu do carro, dando a volta e ajudando Jongin a sair, não perdendo tempo em entrelaçar os dedos novamente, enquanto andavam até a entrada e depois até o elevador. Baekhyun viu Jongin apertar o botão do quinto andar e ficou olhando para cima, onde o visor passava os números dos andares. Estava ansioso e isso ficou claro para Jongin, por ficarem em silêncio os poucos minutos que passaram dentro da caixa metálica.

Quando saíram, o ômega o levou até a porta 504 e digitou a senha na fechadura eletrônica, abrindo a porta para entrarem, fazendo com que soltassem as mãos nesse momento. Baekhyun tirou os sapatos na entrada e calçou o chinelo extra que havia ao lado, vendo Jongin tirar o casaco bonito e dobrá-lo, colocando-o sobre o encosto de uma poltrona e pediu licença, indo em direção ao corredor dos quartos. Fez o mesmo com seu paletó, retirando, dobrando e colocando por cima do blazer do dono da casa. 

Só naquele momento parou para olhar ao redor. O apartamento era deveras aconchegante e bem decorado, com uma aura que combinava totalmente com Jongin. Havia fotos e desenhos espalhados pelos nichos em volta da televisão; se aproximou para olhar e sorriu ao ver algumas do ômega criança. Ele era lindo desde cedo. Pegou uma de sua formatura, que já tinha alguns anos, pelo que soube das conversas que tiveram. Admirou o sorriso radiante dele com a beca, capelo, segurando um canudo, sendo abraçado pelos pais, e sorriu, ele não havia mudado nada.

Deu uma volta na sala, sentindo o cheiro de Jongin espalhado por todo o ambiente. Não se conteve em fechar os olhos e respirar fundo, sentindo seu interior agitado com a ânsia que se apossou de si, para o abraçar e sentir aquele cheiro diretamente da pele.

 — Se precisar ir ao banheiro, é aquela porta em frente — Jongin falou, assim que voltou, apontando para uma das portas no corredor — Pensei em fazer um chá para nós, aceita? Infelizmente eu não tenho bebidas alcoólicas em casa — Jongin falou, meio tímido, apertando as mãos na frente do corpo.

Baekhyun achou uma fofura e sorriu para ele, se aproximando e segurando uma das mãos, acariciando o torso com o polegar.

— Um chá seria perfeito, mas podemos deixar para depois — ele falou, andando devagar até o sofá, trazendo Jongin consigo. Sentaram-se de lado, para que pudessem se olhar, e os orbes ficaram presos um no outro, ainda com as mãos conectadas sobre o encosto do móvel. Baekhyun não desviava o olhar de Jongin, enquanto continuava acariciando a mão que segurava. Levantou a mão livre e depositou suavemente na bochecha corada. Instantaneamente, Jongin fechou os olhos e deixou a cabeça pender para a mão dele, sentindo como se ali fosse seu lugar, ouviu-o suspirar e abriu os olhos, vendo-o com os olhos brilhantes em si — Você é lindo, Jongin.

Não soube o que dizer quando ouviu o elogio. Sabia que era um rapaz bonito, mas além de seus pais, e amigos mais próximos, não costumava escutar elogios tão sinceros. Sentiu-se nas nuvens, sorriu e deveria culpar o alfa, pois novamente, estava usando seu estoque de coragem ao erguer o corpo um pouco e se aproximar mais dele, até estarem com os joelhos encostando. 

Baekhyun sorriu, aprovando e como se estivesse em câmera lenta, aproximou o tronco, até estarem com os rostos próximos. Agora, nenhum dos dois conseguia mais disfarçar a vontade de sentir a boca alheia que vinha lhes acometendo desde cedo, e intercalavam o olhar entre lábios e olhos.

Em qualquer outra ocasião de sua vida, teria esperado que o alfa tomasse a iniciativa, com receio de aparentar ser um oferecido. Nunca havia agido primeiro, nos poucos relacionamentos que teve, mas com Baekhyun, queria ultrapassar todas as barreiras existentes, só queria se entregar para ele, saber se o toque das mãos dele em seu corpo seria tão bom como foi na primeira vez que se beijaram, e por isso, decidiu jogar qualquer prudência para o alto e finalizar o espaço entre eles.

Baekhyun sentiu seu corpo inteiro se arrepiar quando os lábios carnudos de Jongin encostaram aos seus. Sua reação foi imediata, em levar a mão até a nuca e puxar levemente em sua direção, enquanto abria os lábios e acariciava os alheios com a língua. O ômega abriu a boca e no primeiro encostar de línguas, sentiu seu mundo ruir e suspirou. Um suspiro tão profundo que quase parecia um gemido, se aproximaram mais no sofá, e Jongin ousou novamente, colocando uma das pernas sobre a coxa de Baekhyun e o beijando com afinco.

Sem perceberem, Baekhyun deitou o corpo de Jongin do sofá e se enfiou no meio das longas pernas do ômega, extasiado quando ele prendeu a posterior de sua coxa com o calcanhar e o trouxe para mais perto, fazendo seus corpos se encostarem. Precisava de muita força de vontade para não ficar excitado demais e ultrapassar os limites, mas era tão difícil, Jongin era tão gostoso, tão macio, seu cheiro tão atrativo.

As mãos do ômega estavam pousadas em suas costelas por cima da camisa social e seus antebraços apoiados no sofá rentes a cabeça dele, para sustentar seu peso e não despencar em cima do mais novo. Separaram as bocas para poderem respirar, mas Baekhyun não se afastou, descendo os lábios para o queixo anguloso e deixando selos apressados por toda a extensão, Jongin riu, um som tão gostoso que Baekhyun poderia passar a vida toda escutando.

 Seguiu o caminho da bochecha, quando Jongin virou o rosto, lhe dando permissão e espaço. O sorriso de Jongin se transformou em gemidos quando beijou e lambeu seu pescoço, e mordeu o lóbulo de sua orelha.

— Queria tanto fazer isso — Baekhyun falou, com a voz grossa bem no ouvido de Jongin, que sentiu seu corpo todo arrepiar. Fechou os olhos e encostou o rosto nos ombros largos, respirando fundo e absorvendo o cheiro gostoso que vinha dele, e que tanto o atraía. Gemeu quando uma mordida leve foi dada em seu ombro, no espaço que sua camisa permitia. Estava quente, com tanto calor, só queria tirar todas aquelas peças e se entregar a ele. Levou uma das mãos até o rosto do alfa, lhe chamando a atenção e quando pôde ver seus olhos novamente, uniu as bocas em um novo beijo, e ergueu o quadril, encostando as pélvis que estavam, muito timidamente despertando.

A nuvem de desejo e anseio era tão densa, que nada mais importava para os dois jovens entregues aos beijos no sofá.

E por estarem tão absortos na própria bolha de prazer, não ouviram a fechadura eletrônica ser acionada e a porta do apartamento ser aberta.

— KIM JONGIN! O que significa isso? — Kim Minho falou, com a voz grossa e uma imponência que raramente usava com seu único filho.

Ao som da voz de trovão, Baekhyun se afastou do corpo do ômega, tropeçando nas pernas dele e caindo de bunda no chão. Jongin, com o coração acelerado levantou em um pulo e o ajudou a levantar.

— Appa, o que estão fazendo aqui? — Perguntou, sem olhar para os mais velhos.

— Estou esperando uma explicação mocinho — quando o novo questionamento veio, Jongin olhou para seu pai ômega, que o mirava com uma malícia indisfarçada, segurando o riso. 

— Appa! — chamou manhoso, tentando apelar para a compreensão do outro. Baekhyun se ajeitou como pode nesses meros segundos e assim que estava recomposto, iria se apresentar, mas o ômega mais velho se pronunciou.

— Você é o Baekhyun, filho do Heechul?

— Sim, senhor, Byun Baekhyun — respondeu, fazendo uma pequena reverência a ambos. — Conhece meu pai do pilates, certo?

— Sim, fazemos aula duas vezes na semana juntos. Adoro Heechul — ele falou, sorrindo para o alfa e sendo retribuído.

— Kibum, não confraternize com o inimigo — Minho bradou com o rosto vermelho.

— Appa, Baekhyun não é inimigo, não fale assim — Jongin tentou colocar senso no pai, segurando a mão do alfa, que olhou para o gesto e sorriu. Kibum via a cena extasiado, queria dar pulinhos no meio da sala, mas precisava manter a compostura.

— Deixe eles, querido, são jovens — Kibum disse, finalmente se virando para o marido e o abraçando de lado.

— Eu sabia que não devia tê-lo deixado sair de casa e vir morar sozinho — falou, bufando para o ar, e fazendo os outros rirem, com exceção de Jongin que ainda estava se recuperando do choque.

— Appa, o que vieram fazer aqui a essa hora?

— Jongin, você não atendeu o telefone a noite toda, te liguei várias vezes, enviei várias mensagens, fiquei preocupado, então decidimos passar aqui. Trouxe algumas comidinhas — disse, e só naquele momento Jongin e Baekhyun notaram as sacolas na mão do ômega.

— Senhores, peço desculpas pela cena. Não era minha intenção desrespeitar seu filho, de forma alguma.

— Eu vi o seu respeito, rapaz, enquanto tentava engoli-lo.

— Pai! — Jongin repreendeu, e colocou a mão no rosto, envergonhado. Baekhyun o abraçou e ele retribuiu, se escondendo no vão do pescoço do alfa.

— Podem separar vocês dois. Chega de demonstrações de afeto explícitas por hoje — Ele falou, puxando Jongin dos braços do alfa.

— Vamos todos nos sentar e conversar, sim? — Kibum fez as vezes de apaziguar a aura de seu marido, o levando até a ponta contrário do sofá maior.

Baekhyun preferiu sentar na poltrona solitária, já sentindo falta do calor que o contato da pele de Jongin lhe transmitia.

— Kim Jongin, você disse que só estavam se conhecendo. Se conheceram há dois dias.

— Eles estavam se conhecendo, Amor, deixe as crianças — Kibum falou, apertando a mão de seu alfa com carinho, rindo quando ele bufou.

Baekhyun assistia à interação da família com certo prazer em ver como eram unidos, e se entendiam, assim como ele com os próprios pais. Tinha certeza que todos se dariam muito bem. Sorriu sozinho com o pensamento. 

— Me desculpe por isso — Jongin falou, baixinho ao seu lado. Olhou para cima quando ele sentou no braço de sua poltrona e segurou sua mão. Sorriu bobo para ele.

Kibum via o olhar encantado, para não dizer apaixonado, dos dois jovens e cutucou o marido, falando baixinho.

— Veja, veja, como eles são lindos juntos — E Minho não conteve o sorriso mínimo que liberou, vendo seu filho tão iluminado.

— O que faz da vida, Byun? — Minho perguntou, após limpar a garganta, chamando a atenção do casal.

— É um pouco tarde para interrogatórios, pai — Jongin tentou, mas Baekhyun segurou a mão dele, o tranquilizando.

— Sou Diretor Executivo da Byun Eletronics — disse, e viu o casal arregalar os olhos e se recompor rapidamente. Conheciam a empresa, que era grande no mercado e muito bem sucedida pelo que sabia.

— E quais são suas intenções com nosso filho? 

— Pai!? — Jongin tentou novamente interrompê-lo.

— As melhores, lhes garanto — respondeu com firmeza, fazendo o ômega mais jovem olhá-lo com os olhos marejados, enquanto ele encarava firme seu pai.

— Já está bem tarde, acho que está na hora de se despedirem — ele falou sério, olhando para o pulso e percebendo que estava sem relógio. Baixou rapidamente e desviou o olhar. Baekhyun sorriu e se levantou.

— Tem razão, já está na minha hora. Pode me levar até o elevador? — Pediu, segurando a mão de Jongin, que virou para os pais e falou que logo voltaria. Baekhyun pegou o paletó e o colocou no braço.

— Senhores, foi um prazer conhecê-los. Espero que possamos nos encontrar novamente no futuro.

— Foi um prazer conhecê-lo, querido. Não ligue para meu marido, ele só ladra — Kibum disse, quando se aproximou do jovem alfa, lhe dando um abraço e um beijo. Baekhyun sorriu e cumprimentou o alfa com uma reverência de corpo, que foi respondida com um resmungo.

Assim que a porta do apartamento se fechou atrás dos dois e Baekhyun se viu sozinho com Jongin, o abraçou e o mais novo não resistiu em afundar o rosto no pescoço do alfa e rir da situação.

— Me desculpa por isso, meu pai não está acostumado em me ver acompanhado.

— Nunca apresentou nenhum namorado para ele?

— Já, mas não duravam muito, todos saiam correndo amedrontados. Realmente, me desculpe por essa cena.

— Não se preocupe, não levei a mal — ele falou, ainda agarrado à cintura do ômega — Podemos nos ver amanhã? — Perguntou e Jongin confirmou sorrindo — Vamos almoçar e passear, nada muito perigoso.

Ambos riram da brincadeira, e ficaram se encarando, até Baekhyun unir os lábios novamente. O beijo foi ligeiro, mas intenso e quando se separaram, o alfa deixou um último selo nos lábios inchados e o soltou, se afastando.

— É melhor eu ir, antes que seu pai saia para te buscar.

— Se puder, me avise que chegou bem. Bom retorno.

— Aviso sim, até amanhã — se despediu, entrando no elevador e sorrindo para o ômega até as portas se fecharem. 

Jongin suspirou algumas vezes, passando a mão nos lábios e sorrindo. Se recompôs e voltou para seu apartamento, encontrando seus pais conversando animadamente. Kibum veio logo ao seu encontro, abraçando o filho e dando pulinhos e gritinhos histéricos, o volume máximo permitido para aquele horário sem incomodar os vizinhos.

— Heechul me mostrou uma foto dele, mas nada se compara a ver pessoalmente. Ele é lindo, como você disse, filho.

Jongin não se aguentou e riu com o pai, o abraçando.

— Appa, ele é tão… — não sabia definir sem soar piegas, mas era isso —, Baekhyun é perfeito, ele é lindo, gentil, disse que sente orgulho pela minha profissão, me escuta, me conta as coisas, pede minha opinião. Tudo o que não encontrei em nenhum alfa antes — falou suspirando.

— Ninguém é perfeito — Minho falou do sofá — Ele é baixinho.

— Pai, ele não é baixinho, só tem alguns centímetros a menos que nós — falou, sendo que ele e seu pai alfa tinham a mesma altura, três centímetros a mais que seu pai ômega — E eu não me importo, porque ele tem uma aura tão imponente, sempre — falou, apaixonado.

— E lindo, não vamos esquecer — Kibum falou, risonho.

— Sim, lindo, com uma pegada — falou, e os ômegas riram, cúmplices.

— Ah, não, não vou ficar aqui escutando meu filho falando de macho o pegando, não te criei para isso — Minho levantou do sofá, separando esposo e filho, indignado e bufando. Jongin logo se aproximou e o abraçou.

— Appa, uma hora eu terei que casar, construir minha família, você não gostaria de conhecer seus netinhos?

— Já mudou de ideia? Ontem você disse que ainda era novo, e blá blá blá…

Os ômegas riram do alfa, sabiam que toda a pose de bravo era só isso, pose, e o amavam incondicionalmente por saber como ele se importava e amava ambos.

— É só que, é a primeira vez que me sinto assim, tão ligado, tão atraído e realmente me fez pensar no futuro. Eu quero investir.

Minho parou para olhar o filho que reluzia na sua frente. Ele sempre foi um jovem alegre, cuja única paixão era a profissão, e sempre que falava de relacionamentos, murchava e reclamava. Sabia que ele não era mais virgem, desde a faculdade, por mais que eles não falassem diretamente em sua frente, o relacionamento de pai e filho ômega era muito aberto e Kibum foi um ótimo pai, sempre instruindo, incentivando e compartilhando das experiências. Ficava feliz em saber que seu filho poderia contar com os pais, poderia sempre lhes incluir, pedir ajuda ou só desabafar.

— Se você está feliz, meu filhote, terei prazer em tê-lo na família — Minho falou, abraçando o filho e lhe dando um beijo na bochecha. Jongin soltou um gritinho retribuindo o abraço e logo Kibum se juntava aos amores da sua vida. Todos seus esforços sempre foram com as melhores das intenções, e em um golpe de sorte, quem sabe seu filhote tenha finalmente encontrado a sua outra metade. Só desejava que ele pudesse ser feliz, assim como era com o esposo, desde quando se conheceram, há quase trinta anos.

cap 3

Mesmo com o susto que tiveram naquela noite, Baekhyun saiu do apartamento de Jongin com um sorriso no rosto. Respeitava os mais velhos e os entendia, pois se tivesse filhotes, pensava que agiria igual, mas não ficou intimidado ou com medo, entendia o instinto. Entrou no carro flutuando e antes que percebesse, já estava em seu apartamento. Queria trazê-lo para conhecer sua casa; será que ele gostaria do espaço? Quando se casassem, ele iria gostar de viver ali consigo, ou ia preferir uma casa maior?

Baekhyun riu desses pensamentos.

— É Baekhyun, está ficando emocionado como seu pai. Realmente a fruta não cai longe do pé — falou para si mesmo no caminho até o quarto. Enquanto tirava a roupa para ir tomar um banho, todos seus pensamentos se dirigiam para o ômega. Nunca tinha encontrado nenhum ômega que fosse tão completo como ele. Jongin era gentil, esforçado, educado, sabia escutar, demonstrava interesse e tinha uma empolgação na voz quando falava, que se descobriu amando escutar. Fora que era um ômega lindo, com um corpo maravilhoso, como pôde constatar e um cheiro que o deixava inebriado, sempre com vontade de abraçá-lo e beijá-lo assim que sentia.

Se esforçaria para manter as mãos longe dele no dia seguinte, não queria que tivesse uma impressão ruim de si, mas sorriu com a lembrança dos beijos ousados que recebeu, só querendo repetir a dose quanto antes.

Assim que terminou de se lavar, secar e já estava vestido, pegou o celular e enviou a mensagem que havia prometido.

 

Baekhyun ❤️:

Oi Ursinho
Já cheguei, pronto para dormir 

 

Baekhyun enviou a mensagem e um gif de um ursinho dormindo. Riu da imagem fofa que se repetia em sua tela, até ver que Jongin estava digitando. Ficou esperando ansioso pela mensagem.

 

Kim Jongin 🧸:

OI Baek, que bom que chegou bem. 

Meus pais foram embora agora há pouco
Vou tomar um banho e tbm ir deitar 😁

 

Baekhyun não devia, não devia mesmo, mas foi inevitável não imaginar Jongin nu, com a água escorrendo pelo corpo, ensaboando aquela pele macia. Ah, suspirou e pensou em outra coisa, que pudesse para evitar ficar necessitado.

 

Baekhyun ❤️:

Seus pais brigaram muito com você?

 

Kim Jongin 🧸:

Não, rsrsrrs, eles são muito legais

Me apoiam no que eu escolher

 

Baekhyun ❤️:

É? E qual a sua escolha?

 

Kim Jongin 🧸:

🤭🤭🤭🤭🤭
Boa noite, Baek, durma bem!

 

Baekhyun sorriu para o celular. Jongin foi evasivo de sua pergunta, mas sabia que foi invasivo ao perguntar, porém, de uma coisa tinha certeza: Jongin era sua escolha e investiria naquele relacionamento para que o sentimento fosse recíproco.

cap 3

O domingo chegou e ambos acordaram ansiosos, cada um em sua respectiva residência, mas mesmo sem saberem, seus corações já batiam em sincronia. Enviou um bom dia cedo ao ômega, perguntando que horas poderia passar para pegá-lo, e com a resposta, pouco mais de uma hora depois, estava estacionando em frente ao edifício de Jongin. Saiu do carro após avisá-lo de sua chegada e ficou apoiado na porta do veículo.

Seu coração acelerou e flutuou quando viu Jongin sair do prédio e vir em seu encontro. Ele estava tão lindo com uma camisa branca de mangas longas, um colete listrado em azul clarinho e uma calça cinza escuro, com as pernas mais cheinhas. Não se surpreendia, ele ficava lindo com qualquer roupa. Sorriu e esticou a mão quando ele se aproximou. Jongin não hesitou em entrar nos braços do alfa e deixar um selo nos lábios ansiosos.

— Bom dia — Jongin cumprimentou risonho.

— Bom dia — Baekhyun devolveu, e olhou suspeito para todos os lados, antes de se aproximar e o beijar de verdade. Jongin ficou sem fôlego, mas nada o faria tirar o sorriso do rosto. Quando se separaram para finalmente entrar no carro, o ômega reparou em como o alfa estava bonito, bem mais despojado do que as outras vezes. Baekhyun usava uma calça cargo preta, uma camiseta simples branca com algumas estampas aleatórias e um blazer escuro por cima, sem contar com o topete bem alinhado, o deixando simples, mas lindo e imponente como sempre.

Baekhyun planejou passarem o domingo passeando, então levou Jongin até o parque da torre Nansam. Andaram, apreciaram a paisagem, pararam para almoçar, foram em uma exposição especial que havia inaugurado, tomaram sorvete, tudo sempre de mãos dadas, como se fossem um casal há tempos juntos. Conversaram e riram o tempo todo, e em alguns momentos que ficavam sozinhos, roubavam beijinhos um do outro.

Já havia escurecido quando Baekhyun estacionou o carro no edifício de Jongin.

— Amei o dia, obrigado por me levar — Jongin falou, virado para o alfa.

— Eu que agradeço a companhia, e disponha — ele disse rindo, puxando a mão do ômega até seus lábios e depositando um beijo no torso.

— Não te convido para subir, porque tenho que trabalhar cedo amanhã — falou, com um bico nos lábios.

— Não te julgo, eu também começo cedo. Precisamos descansar.

— Sim — Jongin falou, mas queria falar algo mais —, mas eu não queria me despedir de você.

Baekhyun viu o desejo estampado no rosto, que por vezes era tão inocente, mas que estava adorando cada nuance e olhou em volta, se deparando com o estacionamento vazio, e por sorte havia estacionado em uma parte não tão iluminada. Outra vantagem era que seu carro tinha os vidros fumês, não possibilitando que o interior fosse visto de fora. Apertou um botão para levar o banco para trás, lhe dando um grande espaço entre si e o volante e olhou para Jongin.

— Vem — chamou, com a feição séria.

Jongin ficou olhando para o alfa, com o lábio entre os dentes, com vontade, mas indeciso, e quando olhou para o colo dele, as coxas fortes tão convidativas, não resistiu. Saiu de seu banco e subiu no colo de Baekhyun. Agradeceu por ele ter um carro grande, pois havia bastante espaço, mas também não era como se não fosse ficar grudado nele. Assim que se ajeitou nas coxas grossas, sentiu os braços dele se fechando em volta de sua cintura e ofegou.

Baekhyun buscou pelo pescoço alheio e passou a lamber e beijar a extensão, ouvindo os leves gemidos de Jongin, enquanto ele se mexia em seu colo. Subiu o rosto e atacou a boca carnuda, finalmente o beijando da forma que desejou por todo o dia. Foi retribuído de imediato, e naquele espaço só se escutava os estalos dos beijos e os gemidos de ambos.

Soltaram-se com dificuldade.

— Estou viciado em você — Baekhyun falou, afundando o nariz no pescoço de Jongin, que novamente gemeu baixinho — No seu cheiro, na sua pele, na sua voz. Sinto como se nos conhecêssemos há uma vida.

Jongin estava embriagado em uma nuvem com o cheiro de Baekhyun, que conseguia sentir mais forte dentro do carro, como se ele, inconscientemente, estivesse querendo marcar território. E de forma alguma, se oporia. Mas sua frase final o retirou da bolha de sedução, o deixando emocionado. Se afastou minimamente do alfa, colocando ambas as mãos em seu rosto, e o fazendo olhar para si.

— Baek — chamou, sorrindo para os olhos brilhosos dele — estou tão empolgado com isso tudo. Eu nunca me senti assim antes. Sei que pode parecer precipitado — falou, e riu, bufando —, não, é precipitado, nos conhecemos tem poucos dias, mas… — novamente mordeu o lábio inferior, e só soltou quando Baekhyun sorriu, e deixou um beijo em sua palma —, você pensa em algo sério, algo duradouro? Ou seremos só um casinho, e quando “ficarmos” de verdade, essa magia toda acaba?

— Eu não menti quando disse para seus pais que tinha as melhores das intenções com você. Não estava buscando um relacionamento antes, e não me envolvi intimamente com nenhum dos encontros que meu pai arranjou para mim, mas com você, tudo é muito diferente, intenso, eu só consigo pensar que quero mais, assim que me despeço, só quero voltar e sentir seu cheiro de novo, sentir seu gosto — falou, puxando o lábio que Jongin mordia, e chupando a carne, soltando devagar, causando um gemido no ômega.

Jongin não precisou de mais nada, atacando a boca avermelhada. Compartilhando beijos e mãos onde pudessem alcançar, perderam a noção do tempo e do espaço. Jongin soltou os lábios de Baekhyun em um sobressalto quando ouviu um barulho muito próximo e uma luz adentrar o veículo. Ambos prenderam a respiração, esperando para ver o que era.

Quando perceberam ser outro carro que havia estacionado próximo, caíram na gargalhada.

— Meu Deus, por um instante eu havia esquecido que estava no estacionamento do meu prédio.

— Eu também, me desculpe.

— Não se desculpe. Eu adorei essa aventurinha — Jongin falou, rindo e buscando novamente pelos lábios do alfa — Eu vou indo agora. Se não, não sairemos mais daqui.

Baekhyun riu alto, e Jongin sentiu um calor no peito, a risada dele era tão gostosa.

— Certo, você tem razão. Durma bem. Me envie mensagens quando quiser, e caso eu demore para responder, não pense que te deixei no vácuo, só que minha semana será bem corrida.

— Não se preocupe, eu também não posso usar o celular durante as aulas, Durma bem — Jongin lhe deu um último beijo antes de suspirar e sair do colo de Baekhyun. Quando foi até o seu banco e se ajeitou para sair, viu-o saindo do carro também. Riu quando ele arrumou a calça e a camisa que estavam bem amarrotadas. Esperou ele dar a volta no carro, esticar a mão para si, e andar ao seu lado até a porta do prédio.

— Alguma chance de nos encontrarmos essa semana?

— Vou ver minha agenda com Jongdae — ele falou, e Jongin sorriu, pois lembrava dele falar bastante do beta, que além de seu secretário, eram amigos de anos —, qualquer brecha, prometo que darei um jeito.

— Certo, mas não se esforce demais — selou novamente os lábios do alfa e o abraçou, se soltando em seguida.

— Boa noite — Baekhyun desejou e ficou olhando Jongin até ele sumir de sua vista, suspirou e voltou para o carro. Sentiu um déjà vu naquela cena, parecia que já estava habituado e sorriu, estava mesmo rendido.

cap 3

Notes:

kkkkkkkkkk me desculpem gente, não foi dessa vez que esses dois matavam o desejo um pelo outro, mas não se preocupem, o próximo será 🔥🔥🔥🔥 purooooo.

Terça que vem já venho com 4...Me aguardem.
Beijos no ❤️

Chapter 4: Queria te ver

Notes:

Oi Pessoal, já voltei com mais um capítulo super fofinho de Folhas Coloridas.

Espero que gostem.
Boa Leitura!!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

capa 4

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 4 - Queria te ver

 

Quando chegou em casa naquele domingo, Baekhyun só queria tomar um banho e se jogar na cama para ficar lembrando e pensando em seu ômega. Sim, faria de Jongin seu ômega, seu coração já havia o escolhido, e agora, só precisava conquistá-lo. Terminou seu banho com o plano de trocar algumas mensagens com ele, mas recebeu um alerta de e-mail em seu celular, e pelo assunto e emitente, sabia ser coisa importante.

Foi até o escritório e ligou o notebook, logando na rede da empresa para poder ler a mensagem enviada. Bufou e xingou mentalmente algumas pessoas, antes de pegar o celular para realizar uma ligação. Infelizmente, algo que não estava em seus planos e que não gostaria de fazer, aconteceu. Precisaria viajar.

Enviou e-mail para os diretores de sua empresa, copiando os secretários, informando que teriam uma reunião importante no primeiro horário da segunda-feira. Assim que desligou a máquina, foi para o quarto e se jogou na cama. Bufou novamente de frustração e só tirou a carranca do rosto, quando o visor brilhou com uma nova notificação de mensagem. Era de Jongin. Abriu ansioso e sorriu quando leu o desejo de boa-noite, perguntando se eles se veriam naquela semana. Queria tanto dizer que sim, mas não tinha certeza de nada.

 

Baekhyun ❤️:

Oi Ursinho
Eu acho que não 😭

Talvez eu precise ir viajar



Kim Jongin 🧸:

Aconteceu algo?

 

Baekhyun ❤️:

Nada muito grave, 

mas vai exigir minha atenção

Kim Jongin 🧸:

Certo. 

Caso não vá e puder, marcamos algo

 

Baekhyun ❤️:

Prometo que avisarei

Tenha bons sonhos ❤️



 Apesar de ter ficado triste ao pensar em não ver Baekhyun naquela semana, ficou feliz com o simples emoji de coração que ele lhe mandou. Estava totalmente rendido ao alfa. Ainda sentia os lábios dele em sua boca, e as mãos que pareciam delicadas e feitas para segurar uma caneta em um escritório imponente, eram firmes e o seguraram com tanto desejo.

Queria ter aquele toque de novo. Suspirou com as lembranças e tentou dispersar os pensamentos, já que estava ficando excitado e não queria se aliviar sozinho. Queria Baekhyun o tocando, o beijando, apertando todo seu corpo. Como será que ele seria na cama? Calmo? Riu com esse pensamento, lembrando de quando ele o chamou, quase ordenou, que fosse para seu colo. Jongin sentiu todo seu corpo arrepiar só com aquela lembrança. Aquele alfa era um perigo para sua sanidade.

Com tantos pensamentos rondando sua cabeça, dormiu e acordou molhado, depois de um sonho intenso que teve com um certo alfa.

 

 

Na terça, Kibum entrou eufórico na academia. Havia trocado mensagens com Heechul, falando que estava ansioso pelo encontro deles daquela semana. O Byun ficou ansioso e empolgado pela fofoca que viria. Quando o Kim chegou até a sala do Pilates onde praticava seus exercícios, o parceiro de prática já estava lá, colocando a meia antiderrapante.

— Heechul! — Kibum chamou, se aproximando para abraçar o amigo.

— Kibum, já estava quase te ligando. Como está? — O Byun perguntou risonho.

— Tenho novidades.

— Se é sobre o encontro dos nossos filhos no sábado, já estou sabendo. Baekhyun nos contou quando fomos almoçar com ele na sexta — falou, todo orgulhoso.

— Ele te contou que meu alfa e eu encontramos ele com as mãos em locais indevidos e com a língua enfiada na garganta do nosso filho no sábado? — Kibum comentou, como quem não quer nada.

Assim que Heechul assimilou a informação, soltou um gritinho e levantou empolgado, olhando para o amigo.

— Ah, eu não acredito, como assim? Me conta isso direito. Eles já estão assim? Nossa, será que seremos parentes? — Heechul perguntou e os dois passaram a aula fofocando sobre os filhos, torcendo para os jovens se darem bem e quem sabe, engatassem em algo mais sério.

 

 

Como previu ao ler a mensagem no domingo à noite, Baekhyun precisou viajar no dia seguinte. Fez as reuniões que precisava, juntou a equipe necessária e foram para Shenzhen, na China. No caminho até em casa, enviou mensagens para Jongin, avisando que não poderiam se ver naquela semana.

Entre as idas até em casa para preparar a mala, ir até o Aeroporto de Incheon, mais de quatro horas de voo até o Aeroporto Shenzhen Bao’an, ir do aeroporto até o hotel, foram mais de sete horas de viagem e muito cansaço. Chegou de madrugada e só queria dormir, pois o dia seguinte seria cheio.

Após visitar uma fábrica e passar horas em uma sala de reunião, estava voltando para o hotel no final daquela terça-feira, quando viu algo que lhe chamou a atenção em uma vitrine. Pediu ao motorista, que estava encarregado de levá-lo para todos os lados, que parasse e foi ver mais de perto. Era uma bolsa com vários ursos bordados no tecido marrom. Quando entrou na loja e olhou a peça de perto, viu o símbolo da Gucci, porém, pelo local em que estava e o valor da peça, sabia que era falsificado.

Assim que voltou para o carro, pegou o celular e foi pesquisar, encontrando uma coleção original da marca, toda de ursinhos. Quase gargalhou dentro do veículo com aquele achado. Era a cara de Jongin. Pesquisou novamente e achou uma loja da marca em um shopping da cidade, passou o novo trajeto para o motorista e para lá se foram. 

Ele entrou empolgado na loja, sendo muito bem recebido pelas atendentes, o que seria estranho se acontecesse o oposto, já que Baekhyun era um alfa extremamente imponente, sempre muito bem trajado, com ternos sob-medida e acessórios que não ostentavam, mas deixavam claro seu valor. Mostrou para a ômega o que procurava e ela fez uma feição triste quando disse que não tinham recebido nenhuma peça daquela coleção ainda, e as peças estavam sendo comercializadas somente na Europa.

— É possível encomendar?

— Podemos verificar, senhor. Um momento — a atendente pediu. Nos minutos que ela pesquisava no sistema, deu uma olhada na loja e resolveu levar um presente para seus pais. Achou uma carteira muito bonita para seu pai ômega e um cinto para seu pai alfa. Sorriu quando a atendente disse que poderia escolher as peças e seriam enviadas para Seul o mais breve possível. Ficou desacreditado quando viu que a peça poderia chegar até antes dele em casa. Concluiu suas compras e voltou feliz para seu hotel.

Os dias foram corridos e começavam cedo. Teve que visitar fábricas, fazer reuniões com fornecedores, refazer contratos, aceitar muita burocracia desnecessária, o que o impediu de dar a atenção que gostaria a Jongin. Porém, trocavam mensagens todos os dias, mesmo que rápidas e se falaram por ligação duas vezes, pois Baekhyun precisava escutar a voz do ômega. As ligações eram rápidas, satisfazendo somente o desejo de escutar a voz um do outro e desejar uma boa noite de sono.

Na quinta, quando estava no hotel arrumando as malas para retornar à casa no dia seguinte, ligou para Jongin.

— Oi Ursinho, pode falar? — ele perguntou, assim que o ômega atendeu.

— Oi Baek, sim. Como você está?

— Com saudades de você — falou, ouvindo um suspiro do outro lado da linha e rindo em seguida.

— Queria te ver — falou, com a voz manhosa e Baekhyun ficou imaginando o bico beijável que ele deveria estar fazendo naquele momento.

— Podemos fazer chamada de vídeo — ele sugeriu, o que foi prontamente aceito, já que a ligação foi desligada e no segundo seguinte, recebia uma nova chamada.

— Oi — Jongin falou, com um sorriso enorme na tela do celular.

— Como está sua semana, Ursinho? — ele perguntou, carinhoso.

— Semana que vem será semana de provas, então as crianças estão bem estressadas revisando matérias.

— Que bom que eles têm você para ajudá-los. Quem me dera eu tivesse um professor tão lindo na minha época — Baekhyun galanteou, e ouviu a risada gostosa de Jongin.

— Você vai voltar amanhã? 

— Ainda não sei ao certo, mas pretendo. Estou arrumando minhas malas agora — ele disse, mostrando as roupas e a mala aberta sobre a cama.

— Espero que consiga. Vou te deixar arrumar as coisas em paz, para poder dormir cedo. Me ligue quando estiver de volta e podemos marcar algo, não é? — o ômega perguntou, esperançoso.

— Sim, com certeza ligarei. Não vejo a hora de te abraçar, Ursinho.

— Só abraçar — Jongin brincou, jocosamente, fazendo Baekhyun gargalhar.

— Melhor não perguntar. Durma bem — o alfa desligou, mesmo querendo passar a noite conversando com ele.

Pegou o voo de volta para Seul, dando tchau para a China, na sexta-feira bem cedo, chegando no meio da tarde em sua empresa. Jongdae havia ficado na sede, para tocar as coisas em sua ausência, e quando lhe viu, abriu um enorme sorriso.

— Chegou uma encomenda expressa para você hoje. De Florença, na Itália. O que é? — Assim que ouviu de onde veio a caixa que avistou no sofá de sua sala, sorriu.

— Um presente, para o Jongin — falou simplesmente, pegando um abridor de cartas em sua mesa, que era mais de enfeite do que outra coisa, e abriu os lacres da caixa grande. A embalagem interna estava fechada para presente e havia um laço muito bonito, não queria estragar — Só não te mostro porque não vamos saber arrumar isso depois.

— Tem razão. Como vocês estão?

— Eu estou com saudades — ele disse, recebendo uma gargalhada de Jongdae.

— E quando vai vê-lo?

Baekhyun olhou para o relógio em seu pulso, conferindo se teria tempo de fazer o que queria.

— Vou correr para casa agora, tomar um banho e encontrá-lo na saída da escola.

— Boa sorte, amigo. Pedirei para te esperarem na entrada e te levarem até em casa. Bom final de semana — ele desejou, com um sorriso malicioso.

Baekhyun, mesmo cansado da viagem, foi para casa, com o presente em mãos, e teve ajuda do motorista da empresa, que o acompanhou até seu apartamento com a mala e a pasta da viagem. Tomou um banho, ajeitou o cabelo no seu topete usual e colocou uma roupa bem despojada, um jeans claro e uma camiseta preta básica. Pegou sua carteira, chaves do carro e o presente que havia deixado na sala e foi encontrar seu ursinho.

No passeio que fez com ele no domingo, passaram na frente do colégio onde ele lecionava e ele falou empolgado sobre o trabalho. Sabia onde era e não demorou a chegar. Faltavam poucos minutos para o final das aulas. Estacionou e viu que haviam muitos pais e outros responsáveis prontos para receber as crianças, que logo sairiam. Achou um canto que não incomodasse ninguém, se encostou, pegou o celular e ficou respondendo mensagens até que o sinal tocasse e ele pudesse prestar atenção.

 

 

Jongin amava sua profissão, suas crianças, mas o sinal informando o término das aulas de sexta-feira, eram seus favoritos. Teria o final de semana todinho para fazer o que quisesse e ansiava por conseguir encontrar Baekhyun pelo menos uma vez nos próximos dias.

Tinha se despedido da última criança há poucos minutos e estava arrumando seus materiais na sala, quando um de seus amigos, também professor na escola, adentrou sua sala com uma empolgação anormal.

— Jongin. Jongin! Não acredito que você ainda está aqui, já te falei que nosso melhor entretenimento é despachar as crianças lá na frente, assim podemos ver os pais e mães fazendo das suas — Sehun falou e Jongin riu da euforia dele.

— O que você tem de novidade?

— Você tem algum aluno novo? — perguntou, deixando Jongin confuso.

— Não.

— Tem um alfa que nunca tinha visto antes, esperando na entrada com os outros pais. Sério, ele é lindo, um baita de um gostoso, e tá chamando a atenção de todos os ômegas que passam por ele, alguns betas e alfas também — ele falou rindo, e Jongin riu junto. Estava curioso para saber quem seria, mas precisava terminar de arrumar suas coisas.

— Hmmm, deve ser interessante. Quem sabe ele ainda estará lá quando eu terminar de me arrumar — falou, demonstrando pouco interesse.

— Que nada, vem comigo, e a gente curte as fofocas um pouquinho.

Sehun não lhe deu muita chance e foi lhe arrastando corredores afora. Quando chegou no pátio onde os pais esperavam seus filhos, alguns de seus alunos vieram em sua direção, para lhe dar um último abraço. Sehun apontou a direção do alfa tão falado e Jongin mirou o local, tendo seu coração acelerado no minuto que reconheceu a pessoa. Seu sorriso se abriu enormemente e foi inevitável não se desvencilhar de seu amigo, pedir licença para as crianças e ir em direção a ele. 

Baekhyun estava maravilhoso, de uma forma tão casual que não tinha visto até então, e tinha que concordar com Sehun, ele estava extremamente gostoso. Quando essa constatação lhe veio à mente, juntou os fatos e percebeu que o alfa que eles estavam cobiçando, era o seu alfa. Precisava fazer algo, e não hesitou em ir na direção tão olhada por todos. Assim que Baekhyun ergueu o olhar e o encontrou andando em sua direção, sorriu para si, e quando estava mais próximo, constatando seu sorriso feliz, abriu os braços e Jongin não pensou duas vezes antes de se aconchegar naquele meio. Foi abraçado e afundou o rosto no pescoço dele.

— Você já voltou? — perguntou, retoricamente, no ouvido do alfa.

— Cheguei agora de tarde e queria muito te ver. Se importa de eu ter vindo assim, de surpresa? — perguntou, meio receoso. Não pensou direito nas consequências de seus atos quando resolveu esperar Jongin junto com os pais, e percebeu muitos olhares em sua direção, e alguns cheiros de ômegas tentando se sobressair e chamar sua atenção.

— Eu amei a surpresa, de verdade — Jongin falou, se afastando do abraço e deixando um selo nos lábios sorridentes do alfa.

Nesse momento, ele não viu, pois estava com toda sua concentração voltada para o belíssimo alfa à sua frente, mas o queixo de seu amigo caiu, e da metade dos presentes.

— Tio Nini — ele ouviu uma das crianças se aproximar e quando se virou na direção do pequeno, sem ter o contato de Baekhyun perdido, já que ele manteve a mão em sua cintura, a criança perguntou — É seu namorado, tio Nini?

Jongin ficou envergonhado, sem saber o que responder, e quando ia falar algo, Sehun apareceu, colocando as mãos nos ombros do pequeno.

— Jisung, querido, sua omma está esperando ali na frente — Sehun falou e a criança não disse mais nada, saindo correndo com a mochilinha nas costas — Jisung, não corre — ele berrou de longe, antes de se voltar para o casal.

— Kim Jongin, não vai apresentar o seu amigo para os amigos? — ele perguntou, escorrendo malícia na fala. Jongin fez uma careta para ele sair e resmungou, e Sehun resmungou de volta. O alfa só pôde rir da situação.

— Sou Byun Baekhyun, muito prazer — ele estendeu a mão em direção ao ômega que apertou animado.

— Oh Sehun, o prazer é meu.

— Baek, Sehun é instrutor de natação.

— E um amigo desinformado.

— Sehun! — Jongin tentou repreender, mas o outro só sorriu para si, então suspirou e virou para o alfa — Não dê bola pra ele. Você vai trabalhar ainda?

— Estou livre por hoje, pensei em jantarmos juntos — ele falou com a mão na nuca. Jongin não conseguiu deixar de reparar no bíceps salientes na manga curta da camiseta. E quando ouviu um resmungo de seu amigo, soube que ele via a mesma coisa. Se recompôs rapidamente, ficando em frente a Sehun.

— Baek, vou só buscar minhas coisas. Você me espera?

— Claro — confirmou, e se aproximou para deixar um selinho nos lábios carnudos. 

Jongin saiu apressado, carregando Sehun consigo de volta para dentro da escola. Assim que estavam sozinhos, perguntou:

— Então, Jisung queria saber, vocês são namorados?

Jongin bufou e parou de andar, se virando para o amigo. Ia fingir estar bravo, mas não aguentou.

— Ainda não — disse, risonho, e os dois ômegas deram pulinhos no corredor, de empolgação — Mas eu quero, Sehunnie. Ele é… maravilhoso.

— Eu sabia que tinha algo. Essa semana você tava tristinho, daí às vezes ficava brilhando de felicidade, só podia ser paixão isso.

— Ele estava viajando essa semana, mas chegou hoje e veio direto me ver — Jongin contava, com a voz apaixonada.

— Seu falso amigo, por que não me falou nada? — Sehun reclamou, lhe dando um tapinha no ombro enquanto entravam na sala dos professores e ele pegava suas coisas no armário.

— Lembra que appa marcou um encontro às cegas para mim semana passada? — ele perguntou.

— Claro, e você tava todo putiado porque não queria ir.

— Sim, foi com ele — Jongin falou, sorrindo para o amigo.

— Não creio. E vocês já estão nesse chamego todo?

— Eu nem acredito também.

— E esse gostoso te aceitou com aquele casaco peluciado de ursinho — Foi a vez de Jongin deixar um tapa no amigo — Ai, só queria dizer que ele é inteligente, você fica muito fofo com aquele casaco. 

Os dois riram e Sehun ajudou o amigo a terminar de arrumar a bolsa. Como trabalhavam com crianças, sempre tinham peças de roupa extras nos armários, já que poderiam passar por diversos acidentes durante as aulas, e nas sextas era o dia de levar tudo embora. Quando estavam saindo, já visualizando o alfa esperando e alguns abutres em volta, Sehun o puxou para um canto, antes de se despedir do amigo.

— Pergunta se ele tem algum amigo solteiro e apresenta pra mim.

— Ah, Sehun, toma vergonha nessa cara, tu tá cheio de gente atrás de você, gostoso desse jeito.

— Sabe que até agora, nenhum valeu a pena além de uma ficada.

— Quem sabe, se as coisas evoluírem e derem certo… — riram e se abraçaram.

 

 

Quando Jongin chegou perto do alfa, ele veio ao seu encontro, pegando as bolsas que carregava com uma mão, e segurando a mão do ômega com a outra. Foram andando devagar até o carro.

— Como foi sua viagem?

— Foi boa. Problemas urgentes resolvidos e poderei descansar no final de semana. Confio muito na minha equipe, mas se não tivesse ido pessoalmente, talvez não tivesse dado certo. 

— Que ótimo, fico feliz. 

— E como foi sua semana? — perguntou, enquanto colocava as bolsas do ômega no banco de trás. 

— Foi ótima. Sem contratempos. Quais são os planos pra hoje? Já escolheu onde iremos jantar?

— Então, pensei em comermos em casa hoje. O que acha de pizza?

— Adoro. Vou até avisar aos meus pais para não aparecerem de surpresa — disse, pegando o celular e começando a digitar algo.

— Pensei em irmos para a minha casa — Baekhyun falou, fazendo Jongin parar o que fazia. Olhou de soslaio para o alfa, com um sorriso mínimo no rosto — Você se importa?

— Não. Vou adorar conhecer sua casa — falou com um sorriso envergonhado e voltou a digitar.

No caminho, por ser horário de pico, havia bastante trânsito, então foram falando de sabores de pizzas e Baekhyun pediu a Jongin que fizesse o pedido para entrega, passando o endereço de seu prédio. Ele morava em um bairro nobre e o edifício era muito chique. Estacionaram o carro na garagem, e Baekhyun novamente pegou as bolsas, deixando só a mochila de ursinho para Jongin carregar. O ômega notou que além da sua bolsa, o alfa havia pegado uma mais no banco de trás, mas não conseguiu ver o que era.

— Vamos só passar na recepção, ver se a pizza já chegou — Baekhyun disse, e apertou o botão do térreo, já que estavam no subsolo. Jongin só assentiu e saiu logo atrás dele. Por sorte, assim que chegaram na recepção, viram que os pedidos tinham chegado.

— Boa noite menino Byun, seu lanche chegou.

— Boa noite Sr. Jung, obrigado por receber o pedido — ele falou, sorrindo simpático para o senhor que trabalhava aí — Aqui, o reembolso e a caixa pequena é sua, com o suco — Baekhyun disse, colocando uma nota maior que o valor do pedido. Agora Jongin entendia porque ele pediu uma pizza broto de uma sabor que já havia nas grandes e além do refrigerante, um suco de laranja sem aditivos.

— Você mima demais esse pobre velho. Querem que eu ajude a levar?

— Não precisa, Senhor, estou com as mãos livres — Jongin se pronunciou, tomando a frente e pegando as embalagens de comida.

— Obrigado, tenham uma ótima noite.

Quando estavam novamente no elevador, Jongin o viu apertar o botão do último andar. Ele morava na cobertura. Ficou um pouco intimidado, mas vendo como Baekhyun era com as pessoas à sua volta, só via uma pessoa decente em todos os seus atos, não precisava se sentir envergonhado pela riqueza dele.

— Ele é um senhorzinho muito simpático — Jongin falou, quebrando seus próprios pensamentos.

— Sim, gosto muito dele, simpático e leal. Trabalha há anos no prédio e todos os moradores o apreciam.

— Muito legal da sua parte pedir lanche para ele também.

— Na verdade, eu não devia. Ele me contou que estava com problemas de colesterol alto e o filho não deixava mais que comesse nada gorduroso ou fast food, por isso pedi a vegetariana para ele, e para nós. É uma delícia — ele falou, já saindo do elevador quando esse se abriu. Jongin reparou que só haviam quatro portas naquele corredor e o prédio era bem grande. O apartamento devia ser enorme.

Baekhyun digitou a senha eletrônica e deixou Jongin entrar em sua frente. Tiraram os sapatos no hall e o alfa o direcionou até a sala, colocando as bolsas sobre um puff largo que havia na grande sala.

— Seja bem-vindo a minha humilde residência — ele brincou, fazendo uma reverência de apresentação.

— Seu apartamento é lindo, Baek — falou, olhando ao redor. Era bem espaçoso, os móveis de qualidade, decoração bonita, alguns quadros nas paredes. Só conseguia ver a sala, um corredor com algumas portas, uma porta próxima à saída, que poderia ser um armário para casacos e sapatos, ou um lavabo.

— Obrigado. Quer que eu te mostre, ou prefere comer primeiro?

— Podemos comer, se você voltou de viagem, deve estar faminto. Onde fica a cozinha? Vou te ajudar com os pratos e talheres — Jongin falou, se aproximando do alfa e encostando as mãos, para que fosse segurada. Por algum motivo, estava ficando com um pouco de vergonha, mas precisava se recompor. Ele estava sendo tão acolhedor, que não havia motivos para se sentir tímido.

Baekhyun entrelaçou os dedos nos seus e levou a mão até os lábios, deixando o ômega com um rubor nas bochechas.

— Aqui fica a cozinha, ali naquela porta é a lavanderia, tem um banheiro ali nos fundos. Naqueles armários tem pratos, talheres nas gavetas do meio. Ali fica a dispensa e a adega — apontou para outra porta — Vou escolher um vinho para nós. Pode ser?

— Claro. Posso ir arrumando a mesa?

— Quer comer bonitinho, ou podemos sentar na sala e assistir algo? Se você preferir — falou, voltando-se para ele e o abraçando.

— Parece uma boa ideia. Pode escolher com calma, eu me viro aqui — respondeu, e deixou um beijo nos lábios do alfa antes de se afastar.

Quando Baekhyun voltou, Jongin já tinha colocado uma toalha pequena na mesa de centro, algumas almofadas no chão, entre o sofá e a mesinha, pratos, talheres, guardanapos, que achou nos armários, e duas taças.

 — Não sei se peguei as taças certas — falou, abrindo as caixas das pizzas.

— Estão perfeitas.

Baekhyun sentou ao lado dele, colocando sobre o tapete, um balde com gelo e a garrafa de vinho dentro, envolta por um pano. Abriu a garrafa, serviu as duas taças e quando estava tudo pronto, virou um pouco de lado e ergueu a taça em direção ao ômega.

— A nós, que esse seja só o primeiro, de muitos jantares assim — Baekhyun riu com a risadinha de Jongin — Tenho que agradecer a meu appa, já que esse foi o único encontro às cegas que realmente apreciei, pois pude conhecer você.

— Assim me deixa com vergonha — Jongin falou.

— Se eu estiver sendo emocionado demais, não hesite em me falar — ele falou rindo.

— Eu quase não fui àquela noite, e agora, não me arrependo de ter ido. Estar com você em todos esses momentos, tem sido incrível. A nós, Baek — Jongin brindou, tocando a taça do alfa, e tomando um golinho pequeno. Colocou a taça com cuidado sobre os porta-copos, e colocou um pedaço de pizza para cada, entregando um dos pratos para Baekhyun.

— Obrigado — ele agradeceu, e levou o pedaço até a boca — Me desculpe se eu for muito ogro, mas realmente, eu tô com muita fome. Eu almocei e só tomei um café no avião.

— Então, coma à vontade, não se preocupe com isso.

Comeram e conversaram tranquilamente, sobre a escola de Jongin, coisas que aconteceram na viagem de Baekhyun e antes que pudessem prever, estavam às gargalhadas na sala. Já tinham comido bastante e a garrafa de vinho já estava vazia.

— Vou limpar aqui — Jongin falou, se levantando devagar.

— Não precisa, eu limpo amanhã.

— Imagino que você deve estar cansado, acho que deu a minha hora — Jongin falou, levando os pratos até a cozinha, não vendo o semblante triste de Baekhyun. Ele se levantou, com as caixas de pizza e seguiu o ômega. O cheiro de Jongin estava tomando conta de sua casa, seria muito difícil conseguir dormir sentindo aquele cheiro gostoso, sem a fonte ali.

— Já está tarde — Baekhyun falou e Jongin entendeu que ele não iria querer sair de casa para levá-lo. Virou-se para ele, o abraçando.

— Não se preocupe comigo, posso chamar um táxi.

— Não é isso, se quiser ir, farei questão de te levar — falou, fazendo uma pausa para olhar nos olhos do mais novo — Mas pode passar a noite, se quiser.

Jongin arregalou os olhos com o “convite” e Baekhyun ficou preocupado que ele tivesse se ofendido.

— Não precisamos fazer nada, não se preocupe, só quis dizer que não precisa ir embora, pode dormir no quarto de hóspedes.

Jongin deu um sorriso mínimo para o desespero do alfa. Não tinha se ofendido, porém, quando ele falou que poderia passar a noite, outros pensamentos se apossaram de sua mente, e o desejo de aceitar e se jogar em cima dele, foi quase incontrolável. Não diria nada naquele momento, mas amou a ideia.

— Vou precisar de um banho. Você me mostra onde?

Jongin foi até a sala, buscar a bolsa que continha as roupas, pois sabia que tinha uma muda de roupa limpa e uma boxer, e em seguida, Baekhyun o levou pela mão até o corredor com as portas e foi lhe mostrando o que cada uma continha. Havia um escritório belíssimo, com várias estantes repletas de livros, dois quartos de hóspedes e pensou que seria deixado em um deles, mas Baekhyun o levou para a última porta, abrindo e lhe mostrando seu quarto.

O cômodo era grande, com uma cama enorme e bem arrumada, passou pelo closet e o deixou dentro do banheiro enorme.

— Pode ficar à vontade, vou deixar algumas peças de roupa para você separadas aqui no closet. Tem toalhas limpas no armário da pia e escovas de dente novas na gaveta — falou e se virou para sair. 

Jongin queria tanto convidá-lo a ficar, mas depois de passar o dia todo com um bando de crianças, estava realmente precisando de um banho. Enquanto deixava a água cobrir seu corpo, lembrou da chegada dele na escola e em como Jisung conseguiu deixá-lo desconfortável. Será que era muito cedo para falarem de namoro? Não podia mentir para si mesmo e dizer que se fosse pedido naquele dia, não aceitaria. 

Suspirou e terminou seu banho. Abriu a porta do banheiro e colocou a cabeça para fora, procurando por Baekhyun, mas o ambiente estava vazio. Viu algumas peças dobradas sobre uma banqueta no closet e foi até elas, verificando que ele havia deixado duas bermudas e duas camisetas. Pegou a peça maior e ignorou o restante. Em uma das paredes havia um espelho grande, onde se olhou e mordeu o lábio para segurar o risinho que queria sair. Estava gostoso, e só pouparia o alfa se ele dissesse que estava cansado da viagem, mas esperava que não. 

 

Notes:

E aí, será que agora esse dois chegam nos finalmente? rsrsrsrs
E gostaram do Sehun? Eu adoro ele, e já aviso que ele volta ❤️

Espero que tenham gostado desse, e já aproveito para deixar um Spoiler do capítulo 5: 🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥

Até a próxima❤️

Chapter 5: Quente

Notes:

Olá Pessoal,

Tava ansiosa para trazer esse cap para vocês. Isso aqui é a prova de que eu não consegui resistir a esse Baek alfa gostoso e meti um monte de sacanagem e putaria na fic. Para quem achou que ela seria fluffy, mil perdões, mas a partir daqui ela tá quase uma pwp...kkkk.

Será a primeira vez do nosso casal boiolinhas apaixonados, e será intensa, já que as tentativas de pegação deles até agora não deram muito certo.

Aproveitem sem moderação.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

 

capa 5

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 5 - Quente

 

Baekhyun pegou algumas camisetas suas e bermudas de pijama, deixando na banqueta de seu closet. Ficou alguns minutos olhando para a porta fechada, e quando escutou o barulho da água, acordou de seu torpor, saindo de seu próprio quarto para dar privacidade ao ômega. Decidiu tomar um banho também, mais rápido, para colocar de uma vez seu pijama, e usou o banheiro do quarto de hóspedes. Enquanto se banhava, pensou que tinha sido egoísta ao deixar Jongin usar o seu banheiro, já que estava impregnado com seu cheiro. O que tinha em mente? Fazê-lo se acostumar, viciar em si? Não, aquilo nem passou pela sua cabeça, o que queria mesmo era que o cheiro de Jongin ficasse em seu espaço pessoal.

O que faria quando ele saísse do quarto? O convidaria para dormir consigo? Lidava com decisões importantíssimas no trabalho, diariamente, e não tinha medo de perder milhões, tanto quanto estava com medo de perder Jongin, de decepcioná-lo com alguma atitude sua.

Não demorou no banho, já que havia se banhado e lavado o cabelo naquela tarde, quando chegou de viagem. Colocou uma camiseta e uma bermuda leves, ajeitou o cabelo e voltou para sala para esperar Jongin. Pegou o celular e ficou ali lendo algumas notícias, só percebendo que ele estava presente quando sentiu o cheiro dele se aproximando. 

Virou o rosto, se deparando com o rapaz e seu sangue parou de correr nas veias por alguns segundos. Não, melhor, seu sangue foi todo direcionado para seu baixo ventre, já que sentiu seu pau dar sinal de vida ao ver Jongin com os cabelos brilhosos, com uma camiseta sua, que ficava larga nele, já que tinha os ombros mais largos, e que chegavam nas coxas, bem acima da barra de sua cueca. Ele não usava mais nada. Engoliu em seco e o convidou para sentar consigo no sofá. Limpou a garganta e desviou o olhar das pernas de Jongin, enquanto pegava o controle para colocar algo que pudessem assistir. Estava desconfortável e não sabia o que fazer para disfarçar.

Jongin viu o estado em que Baekhyun se encontrava, sério, se remexendo a cada minuto, desviando os olhos de si e se concentrando para não liberar seu cheiro. Queria senti-lo, queria que ele se soltasse, e se ele não fosse fazer isso espontaneamente, daria um empurrãozinho. Sentou de lado no sofá, dobrando a perna e colocando o tornozelo por baixo da outra coxa. Colocou as mãos para baixo, segurando a barra da camiseta. Ficou ali, olhando Baekhyun de perfil, enquanto ele fazia esforço para não olhar para si, e prendeu o lábio nos dentes, para não rir da situação.

— Baek — chamou.

— Hmm — Baekhyun resmungou e continuou olhando para a televisão.

— Baek — chamou de novo e o viu fechar os olhos e baixar a cabeça — Olha pra mim — chamou, manhoso e viu Baekhyun se arrepiar. Quando ele finalmente olhou para si, foi bem dentro de seus olhos, nem uma piscadela para qualquer outro lugar — Você vai me colocar para dormir no quarto de hóspedes?

Jongin perguntou, com uma carinha tão inocente que Baekhyun quase teve um infarto de tanta doçura, mas se concentrou no duplo sentido da frase e no sorrisinho safado que ele lhe deu.

— Se você quiser — ele falou, meio indeciso e arregalou os olhos quando Jongin respondeu mais rápido do que pudesse processar.

— Eu não quero — falou com um bico nos lábios que Baekhyun teve vontade de morder.

— E onde você quer dormir? — perguntou, sorrindo e suavizando as feições sérias.

— Nos teus braços, seria um ótimo lugar.

— Ah, Jongin, eu tô me esforçando ao máximo para ser cavalheiro aqui — ele falou, desviando o olhar do ômega. Suspirou resignado quando Jongin colocou a mão sobre o encosto do sofá e levou os dedos sutilmente para sua nuca, acariciando os fios.

— Não seja, não agora, pelo menos.

— Estou a ponto de entrar em ebulição, desde o momento em que te vi hoje.

Jongin se ajoelhou no sofá e colocou uma perna por sobre as coxas do alfa, sentando no colo dele. Diferente da vez que fez isso no carro onde tentou sentar sobre as coxas fortes, agora, nada o impediria de tê-lo todinho para si. Sentou e apertou a bunda na pélvis alheia, sentindo o volume que começava a crescer e um ofegar do alfa o deixou todo orgulhoso.

— Posso sentir. Você já tá duro por mim? — perguntou safado. 

— Eu quero tanto te beijar até não sentirmos mais os nossos lábios — ele disse, colocando as mãos na cintura fina do ômega, apertando e fazendo Jongin resmungar.

— Agora você pode, desde que ninguém nos atrapalhe de novo.

— Ninguém vai, eu te garanto — falou, enquanto beijava e chupava o pescoço longo e imaculado. Jongin jogou a cabeça para trás, gemendo quando ele chupou mais forte seu ombro, e sorriu quando pensou que deixaria uma marca. Queria ficar todo marcado, se olhar no espelho e se orgulhar das marcas que seu alfa havia feito em si.

Baekhyun foi subindo os beijos até o queixo bem desenhado, deixando beijos gulosos por toda a extensão. Jongin segurou o rosto dele e grudou as bocas, afoito em sentir a língua dele na sua. Era tão gostoso, Baekhyun tinha um gosto tão bom. Se beijaram até o fôlego faltar, se soltando e respirando com dificuldade. Jongin rebolava no colo do alfa, e podia sentir pelo volume e dureza, que ele estava pronto. Queria tanto mandar tudo às favas, abaixar a cueca e se empalar no pau dele, mas mesmo que tivesse se preparado no banho, fazia mais de anos que não transava e podia doer. Baekhyun levou uma das mãos para sua bunda, acariciando as bandas por cima do tecido, descendo e subindo as mãos por baixo da camiseta, até Jongin interromper o beijo e tirar a peça, ficando com o tronco livre para a visão do alfa, que olhava para si como se fosse uma joia rara.

Baekhyun o segurou firme e levou a boca até um dos mamilos escuros, fechou os lábios e chupou. Jongin sentiu seu pau dar uma guinada dentro do tecido apertado e gemeu, prensando mais o colo abaixo de si. Baekhyun soltou o ponto rígido com um estalo, porém, antes de atacar o outro, firmou as mãos nas coxas do ômega.

— Ei Ursinho, se segura — falou, e se ergueu do sofá, carregando o ômega junto. Jongin imaginava que ele era forte, mas aquilo foi… combustível para seu fogo. Fechou as pernas na cintura dele e segurou firme nos ombros, depois que deu um gritinho e começou a rir, descendo a boca em seguida para o pescoço de Baekhyun, o provocando com beijos e mordidas enquanto ele os levava até o quarto. 

No meio do caminho, ele parou e prensou Jongin em uma das paredes, atacando a boca do ômega.

— Não me provoca, criatura, ou eu vou te comer no chão desse corredor — ele disse, quando apartou o beijo. 

— Não vejo a hora — Jongin riu e segurou o rosto dele com as duas mãos, voltando a beijá-lo com urgência. Baekhyun amava aquela risada. Desencostou da parede e seguiu novamente o caminho que planejava; assim que entrou no quarto e se aproximou da cama, jogou o ômega no meio das almofadas que enfeitavam o grande móvel.

Enquanto Jongin se ajeitava sobre o colchão, sem desviar os olhos do alfa, ele tirou a camiseta do pijama, puxando pela gola, em um único movimento. Ficou fascinado com o corpo bonito que pode contemplar. Ombros largos, peitoral e braços definidos, abdômen liso, mas firme e um caminho de pelos ralinhos formando uma seta para o volume do calção que já não se escondia mais. Lambeu os lábios desejoso, antes de mirar os olhos de Baekhyun.

O alfa subiu na cama e foi até o ômega, que estava apoiado nas almofadas, observando-o sem perder um vislumbre sequer. Ele se aproximou, ajoelhado no meio das pernas longas, pegando um dos tornozelos de Jongin e erguendo até seus lábios. Deixou um beijo suave na pele, e foi descendo os beijos, até estar mordiscando a parte interna da coxa, perto da barra da cueca boxer preta. Jongin ofegou quando ele deixou um beijo bem na cabeça de seu pau, que estava marcado no tecido. Sua lubrificação já estava escorrendo e o cheiro de ambos tomava conta do quarto.

Baekhyun fez o mesmo com a outra perna, se aproximando mais e mais, até estar com o quadril prensado ao de Jongin, que gemeu com o aperto, buscando pela boca do alfa para mais um beijo sôfrego.

Quando ele apartou o beijo e levantou o tronco, trouxe a mão que estava ao lado da cabeça de Jongin, passeando com a palma pelo peitoral, torcendo um dos mamilos nos dedos, se deleitando com o gemido alto do ômega, acariciou o abdômen liso com as palmas, só parou quando seus dedos encostaram na barra do tecido. Olhando para Jongin e recebendo um sorriso de aprovação, encaixou os dedos na cueca e a puxou para baixo, revelando a mais pura beleza que era Kim Jongin completamente nu, deitado em sua cama. Nunca mais esqueceria aquela imagem.

— Você é maravilhoso, Jongin — disse, com os olhos brilhando de luxúria. Por mais que esperasse por aquilo, ansiasse aquele momento, nada o preparou para o alfa descendo a boca até seu pau rígido, segurando com a mão e chupando a glande, fazendo um arrepio de prazer subir por toda a sua coluna. Gemeu alto, deixando Baekhyun satisfeito — Geme mais pra mim, Amor.

Jongin arregalou os olhos e sentiu seu coração acelerar mais, quando escutou a forma carinhosa como foi chamado, queria falar algo, mas Baekhyun o tomou por completo em sua boca, e arqueou as costas, sentindo todos seu corpo se arrepiar. Agarrou os lençóis com uma mão e a outra, levou até os cabelos sedosos do alfa, passando o dedos pelos fios, apertando e puxando para ajudá-lo a suportar o prazer que estava sentindo.

— Baek — chamou, com a voz quebrada por um gemido.

Baekhyun soltou o pau em um estalo, olhando inflamado para o ômega.

— Te machuquei de alguma forma? — perguntou, ofegante.

— Não, não. Só continua — pediu, salivando com a visão de Baekhyun com a cabeça no meio das suas pernas. Conseguia ver os músculos das costas largas se movimentando, e a bunda linda ainda presa na bermuda do pijama. Jongin estava em êxtase, com os dedos do alfa acariciando sua entrada, sua respiração foi cortada quando sentiu um dos dedos entrando. Puxou o ar para os pulmões e gemeu alto quando o segundo dedo entrou. 

O alfa tinha dedos longos e não demorou para senti-los acariciando sua próstata. Jongin estremeceu o corpo todo com o prazer que Baekhyun estava lhe proporcionando com tantos estímulos e estava a ponto de explodir, porém, o frio e vazio se fizeram presentes quando ele se afastou. Estava vermelho, com o corpo queimando, as pernas arregaçadas, todo aberto para o deleite do alfa, e sem um pingo de vergonha. Só conseguiu sorrir sacana quando ele deu a volta na cama, pegando um tubo de lubrificante e camisinhas, subindo de volta ao seu lado e desceu a boca sedenta para grudar em seus lábios.

Jongin o puxou pela nuca para poder beijá-lo com mais urgência, e desceu as mãos pelos ombros, braços, costelas, até alcançar a barra da bermuda, e tentar tirá-la, mas não conseguiu, mesmo com esforço.

Baekhyun, vendo o desespero do ômega, se afastou novamente, indo até os pés da cama, onde Jongin pode ver o pau bem marcado no tecido fino. Sorriam com desejo um para o outro, e o alfa desceu a peça, soltando-a pelas pernas e finalmente, retirando a última peça de roupa. Estava nu, com o pau pingando pré-gozo, à disposição do olhar faminto do ômega, e Jongin não pode resistir quando o convidou, fazendo-o lembrar dos momentos quentes que tiveram no carro.

— Vem.

Baekhyun não esperou dois segundos para subir na cama e avançar na boca de Jongin, soltando seu peso parcialmente sobre o corpo alheio, porém, o ômega não reclamaria de sentir-se apertado por seu alfa.

O beijo era urgente, assim como as mãos que passeavam pelos corpos suados, com os paus rígidos se esfregando entre os abdomens, até Jongin ofegar, apartando o enlace de línguas. Baekhyun aproveitou o momento para abrir uma das embalagens de camisinha e vestir o pau entumecido, despejando lubrificante na extensão e esfregando com a mão. Levou a mão lambuzada em seguida para a entrada avermelhada que piscava para si, o chamando, e com a outra mão, ajudou Jongin a abrir mais as pernas, ficando pronto para si. Se aproximou devagar, colocando somente a glande na entrada apertada, trancando a respiração com o gemido que ouviu do ômega. 

Queria subir o olhar para ele, vê-lo todo descontrolado sobre sua cama, mas a visão de seu pau entrando devagar, tomando espaço, enquanto Jongin apertava as próprias bolas, estava o deixando louco. Continuou se introduzindo no interior quente e quando finalmente estava todo dentro, soltou a respiração em um gemido gutural. Olhou para o ômega, ofegando e mordendo o lábio e se aproximou para beijá-lo, mas ao se mexer, o viu fazer uma careta de dor.

— Está doendo? — perguntou, com o semblante mesclado entre preocupação e o controle do prazer que sentia com o aperto.

— Não… Ah… não, só faz um tempo.

Quando Baekhyun se mexeu novamente, para poder se aproximar e beijá-lo, o som foi diferente, um gemido gostoso, baixinho, que o deixou aceso e Jongin se surpreendeu quando sentiu ele crescer mais ainda dentro de si. Sorriu para o alfa, lhe dando aval para se movimentar, e Baekhyun não hesitou em grudar os troncos, segurar o rosto dele com uma das mãos e beijá-lo, enquanto arremetia devagar, fundo, saindo e voltando, mesclando os sons úmidos da pélvis se chocando, com as línguas se entrelaçando na boca.

Jongin sentiu o corpo todo arrepiar quando sua próstata foi atingida pelos movimentos acelerados do alfa em si, o fazendo apartar o beijo, enfiar o rosto no pescoço de Baekhyun e grudar as unhas nas costas musculosas. Sabia que estava perto, muito perto, com seu ponto de prazer sendo acertado constantemente, e seu pau sendo esmagado e masturbado pelos abdomens, estava indo à loucura.

Baekhyun estava enlouquecendo com os gemidinhos de Jongin bem no seu ouvido, se arrepiando todo a cada resmungo do ômega. Porém, queria vê-lo quando gozasse, e por isso ergueu o tronco, saindo dos braços que o apertavam, ergueu e segurou as coxas abertas, arremetendo sem pausas, até Jongin fechar os olhos e arquear as costas, apertando seus antebraços, que estavam com as veias marcadas. 

O alfa sentiu o orgulho inflar quando viu os jatos de porra sujarem toda a barriga lisinha do ômega, queria abocanhar o pau que balançava pelos espasmos do orgasmos, mas não podia, pois toda aquela visão maravilhosa estava o levando ao limite. Acelerou os movimentos e poucas estocadas depois, urrou ao se desmanchar dentro do ômega. Viu Jongin tremer consigo e olhá-lo dentro dos olhos. Sentiram naquele momento, uma conexão única, e a decisão, que ainda seria verbalizada em algum momento, de que queriam manter aquilo, se possível, para sempre.

Jongin sentiu um vazio quando Baekhyun saiu de si, e mesmo com a respiração falha, o observou tirar a camisinha, se esticar na grande cama e jogá-la ao lado, que pelo som, poderia imaginar haver uma lixeira. Ele voltou-se para si, deitando ao seu lado e o puxando para seu peito. Não se fez de rogado, abraçando o alfa e sorrindo feliz. Estava realizado.

— Está bem? — perguntou, ainda ofegante, deixando um beijinho nos cabelos de Jongin.

— Sim, muito bem — falou, aconchegado naquele peitoral. Baekhyun sorriu, continuando a acariciar suas costas, fazendo Jongin se sentir tão bem, tão acolhido — Agora, posso dormir por aqui — Jongin brincou, se aconchegando mais ao alfa, apertando a coxa na pélvis dele, o deixando arrepiado.

— Quer ficar por aqui — perguntou, juntando os lábios em um beijo rápido — ou quer tomar um banho?

— Um banho seria ótimo. Vem comigo? — Jongin convidou, todo insinuante.

— Não precisa pedir duas vezes — falou, saindo da cama em um pulo, e erguendo o ômega nos braços, o levando até o banheiro às gargalhadas.

Baekhyun pensou em encher a banheira, mas estava com pressa, com ânsia de se grudar em Jongin novamente. O colocou em pé no piso do banheiro e entrou no box para ligar o chuveiro e testar a temperatura da água. Quando estava de seu agrado, virou-se para o ômega, apreciando toda a obra de arte que era Kim Jongin, nu e recostado na pia de mármore claro. Sorriu quando mirou em seus olhos e esticou a mão, o convidando. Assim que o ômega entrou no box consigo, não resistiu em puxá-lo em um abraço e grudar as bocas.

Jongin sentia a água morna caindo por seus corpos e o calor do alfa se apossar de si, como se estivesse com febre. Se entregou ao beijo inflamado, extasiado com as mãos de Baekhyun que passeavam firmemente por todo seu corpo, apertando e o arrepiando em cada trecho de pele. Jongin não fez o rogado quando apartou o beijo e olhou para o alfa que o mirava com o olhar brilhante.

— Agora, é a minha vez — ele disse, deixando Baekhyun confuso por meros segundos, antes de entender ao ver o ômega se ajoelhar no piso do box e segurar seu pau já semidesperto nas mãos úmidas. 

Acompanhou o movimento e o olhar safado quando ele levou seu pau até os lábios e deixou beijinhos pela glande, sem tirar os olhos dos seus. Baekhyun sorriu de volta, sentindo um arrepio por toda a coluna quando Jongin abocanhou seu membro, alcançando até a metade do comprimento e subindo, deixando todo babado. Aquela visão de seu ômega nu, com a bunda empinada e a coluna arcada, o chupando com tanta devoção, ficaria marcada a ferro em sua mente, e poderia dizer que seria uma das melhores vistas de sua vida, é claro, tendo Jongin sorrindo para si, sendo uma das primeiras.

Gemeu alto quando Jongin sugou com mais força a glande o fazendo ver estrelas. Estava com o corpo quente e sentiu o choque térmico ao encostar na parede de piso do box, mas precisava se encostar, pois os movimentos ritmados e as encaradas luxuriosas que recebia do ômega, estavam o deixando com as pernas bambas. Passou uma das mãos nos cabelos úmidos, segurando com força, mas com delicadeza, se controlando para não puxar os fios e machucar Jongin de alguma forma, porém o cheiro gostoso de baunilha de Jongin se apossava no ambiente, aumentando junto com sua excitação, se misturando com o vapor da água quentinha, fazendo o alfa delirar. 

— Jongin — chamou, repetidas vezes quando estava quase chegando ao seu limite — Ah, Jonginnie.

— Pode vir, meu alfa — Jongin provocou, soltando o falo duro por meros segundos, olhando nos olhos de Baekhyun, presenciando o orgulho que se apossou dele quando o tratou com possessividade. Baekhyun gemeu e Jongin sentiu a vibração de suas coxas tremendo, logo antes de sentir o gozo quente preencher sua boca. Sugou e chupou com mais afinco, deixando a porra escorrer pelos cantos da boca. Quando o soltou, sorriu para Baekhyun, com um semblante realizado e desavergonhado. 

O alfa não esperou para se abaixar e ajudar Jongin a ficar de pé, abocanhando os lábios vermelhos e inchados, lambendo e chupando a língua do ômega com todo o desejo que tinha em si. O beijo foi quente e urgente, deixando-os novamente em ponto de explosão. Baekhyun levou as mãos até as bandas de Jongin e apertou, o ouvindo gemer no meio do beijo, mas não largou sua boca, e nem os apertos em sua bunda. Levou os dedos até a entrada que se contraia sozinha, devido à excitação que sentia com os paus duros se esfregando entre os abdomens, e passou a esfregar a entrada com mais ímpeto, até estar com dois dedos introduzidos no canal, entrando e saindo, se deleitando com os ofegos e gemidos de Jongin, gemendo com ele de prazer.

— Baek, eu quero você — Jongin disse, entre um fôlego e outro — eu quero… dentro.

Baekhyun rosnou baixinho, porém sem se mover, continuando a beijar o pescoço de Jongin, deixando marcas vermelhas pela pele, sem parar os movimentos dos agora, três dedos que iam e voltavam. Jongin estava todo mole em seu aperto, tremendo e gemendo para seu deleite. Quando acertou um ponto mais fundo dentro do ômega, ele ofegou, prendendo a respiração e soltando com dificuldade.

— Alfa… eu quero… — ele tentou falar, mas as palavras se perderam em meio a um gemido.

Muito doía em Baekhyun, que estava com o pau duro resvalando no semelhante de Jongin, mas afastou-se por um segundo, tirando os dedos de dentro dele, para ir até a gaveta da pia e pegar uma camisinha. Vestiu a peça com cuidado, sendo observado com o olhar em fogo do ômega, que se surpreendeu quando Baekhyun o virou em seus braços, o puxando em seguida para grudar as costas molhadas a seu tronco. 

Jongin sentiu o pau duro, já protegido bater na sua bunda e suspirou. O alfa passou a beijar as costas e morder o ombro de Jongin que já estava amolecido, mas seguro pelo seu braço, que o apertava firmemente.

— Abaixa, Amor. Segura aqui — ele disse, direcionando as mãos de Jongin até o nicho interno e se afastou, só para apreciar aquela visão de Jongin com as costas arrepiadas, a bunda arrebitada e o buraquinho piscando para si. Levou a mão até o próprio membro, masturbando algumas vezes, se deleitando com Jongin se remexendo inquieto até acabar com a agonia dele, entrando calmo e fazendo ambos gemerem quando estava finalmente todo enfiado no interior quente do ômega. Não demorou para começar a se movimentar com pressa e força, já que Jongin o pedia para ir mais rápido e forte, e quando ele começou a tremer com os anúncios do orgasmo, se colocou para frente, apoiando um braço na parede e outro na cintura do ômega, para que ele não caísse quando as pernas amoleceram, após ambos gozarem em simultâneo.

Quando se acalmaram, Baekhyun o ergueu e abraçou, o virando para si e o beijando com toda a paixão que estava sentindo.

Finalmente conseguiram se separar para terminarem o banho, com o alfa ajudando Jongin a se lavar, e o secando em seguida. Os dois sorriam satisfeitos um para o outro, e Jongin começava a mostrar sinais de cansaço, com os olhos pesados, se apoiando em Baekhyun a cada movimento.

— Vamos para o quarto, preciso colocar meu ursinho para descansar — ele disse, sorrindo com a cara fofa e cansada de Jongin, e gargalhou quando o ômega o abraçou pelo pescoço e se içou para o colo do alfa, prendendo as pernas ao redor da cintura.

Baekhyun levou Jongin até a poltrona que ficava próxima à cama, o colocando sentado e deixando um beijo na testa, avisando para esperá-lo que voltaria logo. Jongin se encolheu no espaço, prendendo os joelhos com os braços e ficou observando o alfa indo para lá e para cá no quarto, somente com uma samba-canção pendendo no quadril, com os músculos das costas e dos braços se contraindo enquanto ele retirava a colcha da cama que estava toda molhada pelo sexo que fizeram antes, e suas bochechas esquentaram de vergonha pelas lembranças ainda vívidas. Ele tirou as almofadas, deixando só os travesseiros, ergueu e ajeitou o lençol e foi para o banheiro. 

Demorou alguns minutos lá, e Jongin imaginou que ele estava secando o cabelo pelo barulho e quando voltou, estava com um secador em mãos, que colocou na tomada ao lado da cama e se aproximou de Jongin, ligando o aparelho em um vento quentinho, direcionando para os fios úmidos.

— Você fica muito gostoso andando assim pelo quarto — Jongin disse, de olhos fechados, aproveitando o carinho em seus fios, e sorriu quando ouviu a gargalhada do alfa atrás de si. Sentiu ele lhe deixar um beijo na bochecha e se afastar.

— Posso dizer o mesmo com você nu enrolado no meu roupão. Nunca mais vou olhar para ele de outra forma.

— Você já trouxe outras pessoas para sua casa? — perguntou, por curiosidade, mas após ter liberado as palavras, sentiu um tiquinho de remorso e ciúmes, caso ele dissesse que sim.

— Não, nenhuma — foi a resposta firme que veio, mas podia sentir um fio de humor na voz dele.

— Por que resolveu quebrar o padrão comigo? — Jongin ouviu ele desligar o secador, e o acompanhou dar a volta na poltrona, se ajoelhando à sua frente.

— Porque desde o momento que te vi pela primeira vez, senti que você seria especial para mim — Baekhyun falou, sorrindo orgulhoso quando viu o olhar iluminado de Jongin para si.

— Como você consegue me deixar envergonhado depois de tudo que fizemos? — Jongin falou, cobrindo o rosto com as mãos. Baekhyun levantou e sentou no braço da poltrona, buscando as mãos dele e levando até os lábios.

— Ainda está desperto o suficiente para eu te entregar um presente que trouxe? Ou se preferir, podemos ir dormir — Baekhyun riu dos olhos arregalados e o sorriso do ômega.

— Você comprou um presente para mim? Trouxe da China? — ele perguntou, se ajeitando na poltrona para olhar melhor o alfa. Ele apenas assentiu com um sorriso e se levantou, se afastando. Jongin ficou eufórico, saindo da poltrona e se aconchegando na cama grande, sentado em posição de lótus ficou a espera do retorno de Baekhyun, que não demorou a voltar com a sacola grande que havia visto mais cedo no carro dele.

— Foi algo que vi em uma vitrine em Shenzhen, mas quando fui procurar, me falaram que ainda não estava à venda — ele disse, entregando a sacola para o ômega abrir, que o fez todo alvoroçado. 

Quando Jongin abriu os laços e pegou uma das duas bolsas aveludadas de dentro, já ficou espantado com a marca brilhando em dourado. Gucci, não iria falar nada, mas sabia que independente do que fosse, saiu caro. Mordeu o lábio envergonhado. Será que deveria aceitar? Afastou o pensamento por um momento e abriu a embalagem, deixando o queixo cair com o que viu. Era uma bolsa marrom, da coleção de ursos da Gucci, cheia de ursinhos e o símbolo da marca. Já tinha visto aquela peça na internet, e sabia que ainda só vendiam na Europa. Virou para Baekhyun e não resistiu em se jogar no colo dele o abraçando.

— Baek, é lindo — disse, rindo com os braços em volta do pescoço do alfa — eu amei demais — ele disse, se afastando e deixando um selinho nos lábios ainda sorridentes.

— Fico muito feliz que tenha gostado. Eu achei que combinavam com você. Tem mais um — ele disse, apontando para a sacola grande. Jongin correu para averiguar e pegar a outra bolsa. Seus olhos se arregalaram mais e abriu a boca em surpresa, soltando um gritinho. Era uma necessaire da mesma coleção, e um urso com uma gravata de laço azul bebê muito fofo, bordado nas laterais. Seus olhos se umedeceram e ficou com vontade de chorar. Quando Baekhyun viu, o puxou para um abraço, deixando que ele se refugiasse em seu pescoço — Espero que tenha gostado.

Jongin fungou e separou-se do abraço.

— Eu amei, muito, são lindas.

— Não mais que você — ele disse, galante.

— Ahhh, não vou aguentar — Jongin murmurou, colocando a mão no peito e suspirando. Baekhyun gargalhou, o puxando novamente para lhe roubar um beijo e ambos riram.

— Acho que agora está na nossa hora, não é? — ele falou, tentando conter um bocejo, sem muito sucesso.

— Nossa, me desculpa Baek, eu acabei esquecendo que você voltou de viagem hoje, deve estar bem cansado. Vamos dormir — ele disse, tirando os presentes e embalagens de cima da cama e levando até a poltrona que estava sentado minutos atrás. Voltou para a cama e se aconchegou embaixo das cobertas, esperando Baekhyun fazer o mesmo. Assim que viu o alfa acomodado com um braço esticado no travesseiro, lhe dando espaço, se aproximou e o abraçando pela cintura, deitando entre o peitoral e o ombro dele, sendo abraçado em seguida.

— Durma bem, ursinho — ele disse, e Jongin sorriu para si mesmo, respondendo em seguida.

— Você também, Baek.

Ele não viu o sorriso orgulhoso de Baekhyun antes de fechar os olhos e se deixar levar pelo cansaço.

 

Notes:

E aí gente, o que acharam dessa sem-vergonhice toda? Um absurdo, né...rsrsrsrrs

Mas mesmo no meio da pegação, eles ainda conseguem ser fofos e claramente apaixonados.
Até terça que vem, beijos no ❤️

Chapter 6: Chamego

Notes:

Depois do calor do cap anterior, essa tá mais fofo, mais susse, cheio de chamego, como diz o título (zero criatividade minha para títulos, os mais legais, podem ter certeza que foi a Darcy que pensou...rsrsrsrs).
Enfim, vocês verão esse casal lindo, se curtindo e sendo um casalzinho fofo.

Espero que gostem.
Beijos❤️😘

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

cap 6

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 6 - Chamego

 

No sábado, Baekhyun acordou antes de Jongin e ficou admirando ele enquanto dormia. Só conseguia pensar em como ele era uma obra de arte, esparramado em sua cama, em seus lençóis.

Levantou com cuidado, tomou um banho rápido, colocou um roupão confortável e foi para a cozinha preparar algo para comerem. Aproveitou esse tempo para ligar para seus pais, avisando que iria descansar no final de semana e que os veria de noite, durante a semana seguinte.

Depois de muita insistência de Heechul, Baekhyun contou que estava com Jongin e pediu que eles não aparecessem de surpresa em seu apartamento. Quase ficou surdo com o berro que seu pai deu no telefone, mas riu com a felicidade dele.

Levou a bandeja com algumas opções de lanche até o quarto, colocando em uma mesinha que havia ao lado da poltrona e voltou para a cama, se aconchegando perto de Jongin, deixando um beijo no ombro exposto, e fungando no pescoço, o fazendo se arrepiar e resmungar no sono. Baekhyun riu, e puxou o ar para seus pulmões. O cheiro de baunilha havia tomado conta do quarto e só pensou que não queria sair dali nunca mais.

Jongin se virou na cama, chegando perto de si e o abraçando, quase inconsciente. Baekhyun o ajeitou em seu abraço, acariciando os cabelos revoltos.

— Bom dia — falou, deixando um beijo nos cabelos, e vendo o ômega abrir um sorriso, ainda de olhos fechados. Ele se afastou e se espreguiçou todo na cama antes de abrir os olhos e aumentar o sorriso ao ver o alfa em sua frente.

— Bom dia. Dormi muito?

— Não, ainda são 8h. Mas sugiro que ligue para seus pais e avise que está aqui. Acabei contando para meu appa e não sei o estrago que ele pode fazer.

Jongin arregalou os olhos e saiu debaixo das cobertas correndo, quase tropeçando nos lençóis. Ajeitou o roupão no corpo, que estava todo frouxo e correu até a sala, pegando o aparelho e voltando para o quarto, sentando na cama e desbloqueando o celular, começando a digitar freneticamente. Baekhyun aproveitou para pegar a bandeja e levar até o meio da cama.

— Me desculpa, eu não queria ter dito nada, mas também não queria eles aparecendo aqui de surpresa.

— Sem problemas. Pronto, os meus estão avisados — ele falou, sorrindo para Baekhyun, que mastigava algo. Quando ele olhou para si, pegou um biscoito e levou até os lábios de Jongin, que abriu a boca para aceitar o doce e deixou um beijinho nos dedos do alfa — Você vai trabalhar hoje? Tem algo planejado para esse final de semana? — perguntou assim que terminou de mastigar, pegando um pedaço de queijo em seguida.

— Preciso dar um pulo na empresa para uma reunião, dar uma olhada em alguns e-mails agora de manhã, fazer algumas ligações e depois estarei livre. Quer ficar por aqui até eu voltar?

— Adoraria, mas vou aproveitar e ir para casa.

— Posso te deixar em casa e depois te buscar para irmos almoçar juntos. Quer passar esse final de semana comigo? — ele perguntou e Jongin sentiu as bochechas esquentarem, por mais que fosse exatamente aquilo que queria que ele propusesse.

— Não vou te atrapalhar?

— De maneira alguma, só vai fazer meu final de semana mais doce — falou, recebendo um beijo nos lábios, com gostinho da geleia de morango que Jongin havia passado na torrada.

— Então, eu vou ficar por aqui mesmo — disse, se jogando para trás na cama e abrindo os braços, rindo alto. Baekhyun riu com ele e avançou como pode até estar com o rosto em seu pescoço, deixando beijinhos que faziam cócegas em Jongin.

Se separaram em seguida, para voltarem a sentar e terminar o desjejum. Jongin ficou olhando para Baekhyun enquanto ele mastigava, sem conseguir tirar o sorriso do rosto. O cabelo dele estava solto e leve, e amava aquela versão descontraída.

— Você fica tão lindo com o cabelo assim, parece bem mais novo, até que eu — Jongin falou, passando a mão pelos fios caídos na testa do alfa.

— Você não gosta do topete? — ele perguntou, fazendo um bico preocupado.

— Eu adoro o topete, é lindo, você fica mais maduro, sexy, um gostoso, mas estou adorando essa versão mais light, descontraída.

— Ela será uma versão exclusiva para você.

— Fico honrado — falou, com as bochechas coradas, baixando a cabeça de vergonha.

— Eu assumi o cargo do meu pai na empresa tem alguns anos, e alguns membros da diretoria ou acionistas, não conseguiam aceitar um alfa tão jovem no comando. Tive que me provar de várias maneiras e inclusive, mudar algumas coisas na minha aparência, para demonstrar mais maturidade. Que bom que deu certo — Baekhyun falou enquanto tirava a bandeja da cama e colocava no chão.

— Deu muito certo — Jongin comentou, abrindo os braços quando ele voltou, se aconchegando em si. Pensou que devia ficar com vergonha, por ainda estar nu, somente com o roupão fofinho que Baekhyun havia lhe entregue na noite anterior.

Ficaram de chamego na cama por mais uma hora, até Baekhyun levantar e ir até o closet. Jongin ficou deitado na cama, todo estirado com as pernas cruzadas na altura dos tornozelos, apoiado com o corpo na cabeceira. De sua posição privilegiada, viu Baekhyun se despir em sua frente, tirando o roupão e mostrando as costas largas, bunda e coxas firmes, fazendo sua boca salivar com vontade de se aproximar e experimentá-lo novamente, mas se conteve assim que ele saiu de suas vistas. Quando ele voltou para perto de si, já estava de meias, calça social escura e uma camisa branca com os botões ainda abertos no peitoral.

Jongin se ajoelhou na cama, pegando as abas da camisa de Baekhyun, e o alfa pensou que ele o ajudaria a abotoá-la, mas rosnou quando ele desceu o rosto e lambeu seu peitoral.

— Ah, Jongin — gemeu, quando ele mordeu seu mamilo — Você também precisa se arrumar se for ir comigo — Baekhyun falou, seguido de um novo gemido. As mãos estavam fechadas em punho ao lado do corpo, deixando o ômega fazer o que quisesse.

— Sim, eu preciso. Mas tem algo que eu preciso muito mais — Jongin sussurrou rente a pele, deixando Baekhyun arrepiado. Ele foi descendo os beijos pelo peitoral do alfa, mordendo perto do umbigo, até deixar uma lambida lenta bem na linha onde o cós da calça estava. Baekhyun ainda não havia posto o cinto, então não foi difícil abrir o botão e baixar o zíper. Fez todo o movimento com um sorriso inocente no rosto, mirando a febre que via no olhar do alfa.

— Você é uma surpresa deliciosa — Baekhyun falou, acariciando os cabelos de Jongin, enquanto ele apertava seu pau por cima da boxer preta, sentindo o volume marcado no tecido —, com essa carinha de inocente.

— A culpa é só sua. Quem mandou ficar desfilando todo gostoso na minha frente assim? Agora, aguente as consequências — Jongin disse, antes de puxar o tecido e segurar o pau rígido na mão, levando a boca até a glande em seguida e deixando um beijo estalado na cabecinha, lambendo a gotinha de pré-gozo que surgiu. 

— É? Então aproveita, meu ursinho — Baekhyun sorriu para ele, incentivando, ainda passando os dedos suavemente pelos fios dos cabelos sedosos de Jongin. Gemeu quando ele abocanhou seu pau, mas não desviou o olhar. Sentiu a eletricidade correndo entre eles quando o ômega ergueu os olhos para si, o encarando e Baekhyun segurou firme os fios, empurrando devagar a cabeça de Jongin, acompanhando o movimento de vai e vem que ele fazia com a boca no membro duro e babado.

Jongin ainda estava com o roupão pendendo nos ombros, ajoelhado na cama a sua frente, com a bunda arrebitada bem ao alcance das mãos do alfa, que não hesitou em esticar a mão livre e puxar a aba do roupão para cima, deixando as bandas a mostra. Levou os dedos até o vão, passando até onde alcançava, e capturando a lubrificação natural do ômega, esfregando pelo buraquinho e subindo. 

Jongin chupou, lambeu, sugou à vontade, claramente se divertindo, sentindo-se no céu em experimentar o alfa gemendo de prazer com sua boca. A dedicação foi diferente como na noite anterior no chuveiro, sentia-se mais livre para senti-lo, porém, engasgou e gemeu alto quando o alfa adentrou um dedo em si, e soltou o pau a sua frente, suado e ofegante quando o segundo dedo entrou.

Ele ergueu a cabeça para mirar Baekhyun que soltou a mão e capturou o rosto avermelhado nas palmas, baixando a cabeça para sugar os lábios inchados dele. O beijou com urgência, entrelaçando as línguas com pressa. Baixou uma mão e soltou o laço frouxo do roupão, empurrando as abas pelo corpo perfeito de Jongin, tendo a ajuda dele para tirar a peça e jogá-la no chão. O agarrou pela cintura e o trouxe para si, até estarem com os troncos grudados, sem soltar as línguas famintas.

— Você me deixa louco — Baekhyun falou em um fôlego e Jongin só conseguiu gemer quando ele o ergueu e o virou de costas para si, empurrando o tronco para a cama, beijando toda a extensão da coluna do ômega, que estava todo arrepiado, tremendo e respirando com dificuldade. 

Jongin apoiou as mãos no colchão macio e virou o rosto por sobre o ombro para admirar o alfa. Baekhyun pegou uma camisinha, entre as que haviam deixado sobre a mesinha de cabeceira na noite anterior, abriu e vestiu em tempo recorde, se enfiando no interior quente, satisfeito ao ver Jongin com as costas arqueadas e um gemido longo sair dos lábios grossos.

Na visão de Jongin, Baekhyun estava extremamente delicioso, com a camisa social totalmente aberta, o tronco exposto parcialmente, a calça presa nas coxas e a cueca baixada só o suficiente para o pau e as bolas ficarem pendendo duras e inchadas sobre o tecido.

Não conseguia deixar de salivar com a visão das mãos dele presas em seu quadril o puxando de encontro a pélvis dele, com força, rápido, enquanto gemia forte a cada estocada e Jongin mordia o lábio para não gritar o quanto aquilo estava gostoso. 

Desde que estavam trocando beijos após o desjejum, estava excitado e sabia que não duraria muito. Baekhyun continuou estocando e Jongin sentiu os braços amolecerem, baixando o tronco, descansado a cabeça nos braços e empinando mais a bunda para o alfa. Deu um berrinho, seguido de um gemido longo, quando ele depositou um tapa certeiro e estalado em uma das suas bandas, e sentiu seu pau dar uma guinada e expelir pré-gozo, que pingava na cama.

Fechou os olhos com força quando Baekhyun acertou sua próstata e tremeu por inteiro.

— Baek, aí — disse em desespero, e quando foi acertado novamente, repetiu — Bem aí — falou com o resquício de voz que tinha, em meio a tantos gemidos.

Baekhyun arrematou com mais força e rapidez, ouvindo o barulho que a pélvis fazia ao se chocar com a bunda de Jongin. Estava enlouquecendo com aquela vista, com aquele corpo, com aquele cheiro de baunilha maravilhoso que o ômega tinha e estava impregnado em cada canto de seu quarto e de si mesmo.

Gemeu alto quando Jongin tremeu ao chegar ao orgasmo e o aperto involuntário em seu canal, o levou ao delírio e não demorou para vir forte.

Esperou os espasmos de ambos se acalmarem antes de sair de dentro do ômega, e assim que o soltou sutilmente, Jongin despencou para o lado, na cama, respirando audivelmente.

Sorriu para o rosto suado e avermelhado, mas risonho do ômega. Subiu na cama e engatinhou até estar com a boca rente a dele.

— Se divertiu? — ele perguntou, selando os lábios cheinhos.

— Muito — Jongin respondeu, rindo — Agora, vamos nos arrumar que você tem compromissos — falou e saiu correndo da cama gargalhando. Baekhyun deixou o corpo cair sobre os lençóis revoltos e suspirou. Não podia estar mais feliz com tantas cores novas que Jongin trouxe para sua vida. Chutou as calças que estavam pendendo em seus joelhos e quando estava livre delas, saiu atrás do ômega, que já estava embaixo da água se ensaboando. Riram juntos e o alfa não perdeu tempo em grudar os corpos em um beijo satisfeito, apartando em seguida para realmente poderem se arrumar. Em menos de 30 minutos estavam prontos e descendo pelo elevador até a garagem do prédio. Sempre de mãos dadas e sorrisos constantes.

Jongin foi deixado por Baekhyun na frente do próprio prédio, com a promessa de que ele voltaria para buscá-lo e irem almoçar juntos, se despedindo com um beijo rápido. 

cap 6

Baekhyun não demorou a chegar até a empresa e teve que enfrentar a cara desconfiada e falsamente brava de Jongdae quando chegou.

— Você está atrasado — seu secretário disse, e Baekhyun não conseguiu conter um sorriso, que tentou disfarçar em seguida, mas já era tarde demais.

— Eu sei — falou simplesmente, entrando na própria sala — Pode preparar a sala de Reunião para às 11h? Eu vou correr para fazer as ligações que preciso.

— Você não vai me contar como foi seu encontro ontem? — Jongdae perguntou, enquanto digitava algo no tablet que carregava para todos os lados.

— Foi perfeito — Baekhyun falou risonho.

— E Jongin gostou do presente?

— Ele amou.

— Cara, tu tá radiante demais. Tô começando a ficar intimidado — Jongdae brincou, pescando o sorriso no rosto do amigo.

— Eu tô feliz, não vou negar. Agora, vamos trabalhar que eu quero ir embora assim que possível. Vou passar o dia com ele — falou todo orgulhoso, deixando o amigo feliz.

cap 6

Jongin foi para casa como se pisasse em nuvens. Nunca se sentiu tão bem após uma transa. Uma não, três. Riu sozinho enquanto se jogava na própria cama e ficou fazendo listas mentais do que precisava para passar o final de semana com Baekhyun. Torcia para que ele o convidasse para ficar no dia seguinte também, e não tinha forças para negar nada, pois seu coração e seu corpo estavam entregues.

E se fosse ficar, só por precaução, precisaria de uma roupa para ir trabalhar na segunda, uns dois conjuntos de roupa para usar em casa, um pijama, sua escova de cabelo, seu creme, se bem que os produtos que Baekhyun usava eram ótimos. Por via das dúvidas, levaria somente um conjunto para passar o dia, e aproveitaria para pegar algo do alfa e ficar desfilando com as roupas dele pelo apartamento. Riu e mordeu os lábios, lembrando novamente do quanto gostou de cada minuto, cada toque que recebeu, cada beijo.

Gargalhou enquanto rolava na cama. Já estava pensando demais no quanto queria ficar com ele novamente e precisaria limpar a mente antes que ficasse excitado novamente, só com as lembranças.

Levantou e separou as peças, colocando em uma bolsa de mão, para em seguida ir preparar os materiais que precisaria levar para a aula da semana, conferiu se seu notebook e carregador estavam na mochila, e pegou o celular para conversar com os pais. Após um pequeno interrogatório, gritos de felicidade de Kibum e resmungos raivosos de Minho, ele desligou, com as bochechas doendo de tanto rir.

Trocou de roupa, escolhendo uma calça de alfaiataria cinza, uma blusa colada bege e por cima, um blusão de lã creme, que ficava muito charmoso em si. Foi para a sala respondendo às mensagens de Sehun e Kyungsoo no grupo que mantinha com os amigos e se distraiu até o momento que recebeu uma mensagem de Baekhyun, avisando que já estava indo em direção ao prédio para buscá-lo.

Pegou suas coisas e desceu, ficando em frente a porta de entrada. O sorriso se abriu automaticamente quando viu o Audi entrando no estacionamento e assim que ele parou próximo, correu em direção ao lado do carona. Entrou, colocou a bolsa no banco de trás e se aproximou do alfa, selando os lábios rapidamente, antes de colocar o cinto de segurança.

— Como foi sua reunião? — Jongin perguntou, enquanto Baekhyun colocava o carro em movimento.

— Correu tudo bem, mas levei esporro de Jongdae, por estar atrasado.

— Me desculpe — ele pediu, tímido, mas com um sorriso satisfeito.

— Pela sua cara, você não sente nenhum pouco de remorso — ele disse rindo, apertando a coxa de Jongin e ouvindo a risada do ômega reverberar pelo carro.

— Nenhum pouco.

— Eu também não. Foi maravilhoso — disse, roubando mais um beijinho rápido enquanto estavam parados no semáforo — Pensei em irmos almoçar no shopping e pegar uma sessão de cinema. O que acha?

— Vou adorar.

Assim que chegaram, foram direto até o andar onde ficavam as salas de cinema e compraram o ingresso para aquela tarde. Em seguida, foram até um dos restaurantes que ficavam fora da praça de alimentação, para almoçarem. Conseguiram uma mesa aconchegante e comeram com calma, conversando, sorrindo e segurando as mãos sempre que surgia a oportunidade.

Baekhyun sorriu quando Jongin fez uma cara debochada para a atendente que estava se insinuando para si, mas que ignorou tranquilamente. Tinha o ômega mais lindo do local em sua companhia, não tinha interesse em reparar em mais ninguém. Sorriu, olhando o cardápio e colocou a mão livre na coxa do ômega, apertando sutilmente para lhe chamar a atenção para si. E quando Jongin o olhou, estava o mirando com um enorme sorriso, claramente apaixonado, recebendo um semelhante que o deixou mais feliz do que poderia mensurar.

Depois disso, terminaram de comer tranquilos entre conversas e sorrisos. Passearam pelo shopping de mãos dadas, olhando as vitrines e contando histórias. Jongin se sentia tão confortável na presença de Baekhyun. Às vezes o pensamento de que se conheciam há poucas semanas lhe vinha à mente e sorria sozinho, pois parecia que o conhecia há anos. Com eles, tudo parecia ser muito natural, fluído, agradável e estimulante. Baekhyun lhe dava vontade de sorrir o tempo todo, de ser fofo, tímido, ousado, de ser ele mesmo a cada momento, demonstrando os sentimentos que tinha no momento, sem receios, sem vergonha, sem medo do que ele ou outras pessoas pudessem pensar.

Ainda tinham bastante tempo até o início da sessão de cinema e quando passaram em frente a uma área infantil, com fliperamas e jogos, resolveram entrar. A hora que passaram lá, foi regada de gargalhadas e beijinhos inocentes roubados a cada oportunidade.

Na saída, havia uma máquina com bichos de pelúcia e Jongin ficou babando em um urso que havia na máquina, o que não passou despercebido pelo alfa, vendo o brilho no olhar do ômega.

— Você quer? — Baekhyun perguntou ao lado dele, sorrindo quando Jongin deu um pequeno pulinho de susto.

— Não, imagina. Esse negócio é muito difícil. Nunca consegui ganhar nada — falou, fingindo desolação.

— Eu pego para você — o alfa falou, andando até a bilheteria e pedindo três fichas para a máquina. Jongin iria tentar impedi-lo, mas ele já estava fora de seu alcance.

— Baek, não precisa, sério — ele falou, quando o alfa voltou e se colocou em frente a máquina, mas ele só riu confiante e ajeitou as mangas.

— Não se preocupa, eu sempre fui muito bom nisso — falou, todo orgulhoso. Jongin revirou os olhos e riu. Esperava que ele não ficasse chateado caso não conseguisse, mas se acontecesse, estaria ali para consolá-lo. — Tem alguns truques muito úteis para conseguir tirar alguma pelúcia. Primeiro, a máquina não deve estar muito cheia, e precisamos avaliar se há bichinhos soltos, que não estejam com braços ou pernas presas por outros bichinhos — Baekhyun falou, concentrado no discurso. 

Jongin mordeu o lábio e pensou que se era assim que ele fazia negócios, esse era um dos motivos pelo qual era bem sucedido. Sorriu e resmungou assentindo, incentivando que ele continuasse.

— Já escolhi minha vítima, e vai ser esse ursinho aqui — ele apontou para uma pelúcia de urso marrom, muito fofa, e justamente aquela que o ômega estava namorando — então, precisamos posicionar a garra bem acima da pelúcia — disse, saindo da posição para olhar ao lado da máquina e voltar a mexer nas garras — Temos que tentar posicioná-las com uma garra na cabeça e duas no tronco, então você dá dois toques no botão. Você aperta uma vez pra descer e outra vez para agarrar a pelúcia. Isso faz a garra ficar mais forte.

Baekhyun apertou a confirmação e Jongin trancou a respiração na expectativa. As garras desceram e agarraram seu ursinho, que chegou a subir alguns centímetros, até se soltar e cair na pilha. Jongin soltou o ar que estava prendendo, mas não resmungou de frustração, e incentivou o alfa a gastar as outras duas fichas que havia comprado.

— Não tem problema não conseguir da primeira vez, só precisamos continuar tentando e impor um limite. O meu são as três fichas, mas confesso que estou confiante — falou, sorrindo para o ômega que ergueu os braços no ar e desejou boa sorte.

— Fighting!!

Baekhyun riu e colocou a segunda ficha, fazendo todo o seu ritual, concentrado e mordendo o lábio. As garras firmaram no ursinho e se ergueram. Vibrou minimamente quando a máquina aproximou o bichinho do buraco, e trancou a respiração quando ela deu um tranco e soltou a pelúcia, que desapareceu no buraco.

Gargalhou quando Jongin vibrou com a vitória e se abaixou para colocar a mão no buraco e retirar o ursinho.

— Para você, meu ursinho — Baekhyun brincou, recebendo um abraço do ômega que estava com as bochechas doendo de tanto rir.

— Eu não acredito que você conseguiu. Parecia tão fácil. Obrigado Baek, eu amei — Jongin falou, após soltar o alfa e se agarrar ao ursinho recém ganhado.

Baekhyun estava orgulhoso, e fez menção de sair do espaço após entrelaçar os dedos aos de Jongin, mas foi puxado novamente.

— Você ainda tem uma ficha — ele pontuou e Baekhyun ficou pensativo.

— Quer tentar?

— Neh, sou péssimo nisso.

— Mas já ganhou um, esse será só por diversão mesmo — Baekhyun o incentivou. Jongin ficou olhando dele para a máquina, até decidir rindo e pegar a ficha do alfa. Ele pegou sua pelúcia enquanto se preparava, e repetia as dicas anteriores. Dessa vez, o escolhido seria um polvo cor de rosa, muito fofo — É o único que vale a pena tentar, que está solto.

Jongin se concentrou e fez todo o passo a passo, mas infelizmente o bichinho se soltou das garras antes que chegasse perto do buraco. O ah exclamado, não foi de frustração e sim de diversão, estava muito contente com o seu prêmio.

Saíram de mãos dadas, com o ômega agarrado ao seu ursinho e Baekhyun todo feliz ao lado.

— Como você ficou tão bom nessas máquinas? — Jongin perguntou, enquanto passeavam. Viu Baekhyun rir e erguer o braço livre, levando a mão até a nuca.

— Bem — ele começou, e Jongin riu, o incentivando — eu costumava pegar os bichinhos para os ômegas no colégio, em uma máquina perto da escola. Eles caiam de amores, toda vez.

— Então você era um namorador? — Jongin perguntou, rindo.

— Não vou negar.

Eles riram divertidos, e Jongin imaginou o alfa mais novo, rodeado de meninos e meninas. Se ele tivesse só uma parcela do charme que tinha hoje, entendia como era difícil para os outros resistirem. Mas bem, era ele que aproveitaria agora, e sorriu orgulhoso.

Finalmente estava na hora da sessão, e foram em direção ao cinema, compraram águas e um potão de pipoca doce, que Jongin disse adorar e foram para a sala. Haviam escolhido um lugar bem central, como os bons nerds que eram e assistiram ao filme todo sem soltar as mãos, por vezes perdendo a atenção da película para admirarem o parceiro.

Se divertiram muito com o filme e quando saíram, passearam novamente pelas lojas, jantaram e logo já estavam saindo e indo em direção ao carro. Passaram a viagem toda até o apartamento de Baekhyun falando sobre os detalhes do filme assistido e quando perceberam, já estavam sentados no sofá da sala do alfa, conversando sobre tudo. Quando Baekhyun viu Jongin segurar um bocejo, sabia que estava na hora de se recolherem. Levantou e convidou o ômega a acompanhá-lo. Tomaram banho juntos, trocando beijinhos apaixonados. Jongin colocou uma cueca que trouxe consigo e uma camiseta simples de Baekhyun e o alfa vestiu somente a bermuda de um pijama, se aconchegaram nas cobertas e dormiram abraçados.

No meio da noite, Baekhyun acordou com o movimento ao seu lado. Por uns segundos, precisou se localizar, já que dormia raramente acompanhado, e sorriu ao sentir o cheiro de baunilha. Jongin estava se aconchegando em si inconscientemente. Quando deixou um beijo nos cabelos do ômega, o sentiu apertá-lo com mais força e em seguida, ele virar para si com os olhinhos quase fechados e sorrir. Não resistiu em selar os lábios carinhosamente, sorrindo para o ômega, que se esticou e deixou vários beijinhos pelo rosto do alfa. Riram juntos, já despertos e continuaram a trocar beijinhos, que foram evoluindo gradativamente até Jongin estar sentado sobre o colo de Baekhyun, rebolando e apertando o pau duro do alfa, que já ofegava desejoso. 

Jongin se esticou até a mesinha ao lado, abriu a gaveta e pegou o lubrificante e a camisinha, vestindo o alfa e despejando o líquido viscoso na própria mão, levando até seu traseiro. Baekhyun assistia tudo com deleite, com as duas mãos firmes na cintura de Jongin, acompanhando os movimentos dele quando ergueu o tronco, pegou seu pau, e direcionou para a própria entrada, se empalando em seguida.

Gemeu rouco com a pressão em seu membro e deixou que o ômega se movimentasse em seu próprio tempo, o que não demorou a acontecer e a cada rebolada, subida e descida da bunda macia em seu pau, Baekhyun via estrelas. Levou a mão até o pau duro do ômega, que pendia sobre seu abdômen e passou a estimulá-lo com carinho, aumentando a velocidade gradativamente, conforme Jongin ia mais rápido com as quicadas e reboladas. Baekhyun ergueu o tronco, sentando na cama e grudando os troncos suados, capturando os lábios carnudos de Jongin em um beijo alucinante. 

O ômega começava a tremer todo o corpo com o alfa indo fundo em si, com seu pau sendo apertado entre os abdomens, e com tantos estímulos, não demorou que viesse forte, tremendo no colo do alfa, com os braços presos sobre os ombros largos e a cabeça afundada no pescoço alheio, sendo segurado firmemente por ele, que o ajudou a movimentar o quadril para cima e para baixo, até senti-lo chegar ao orgasmo logo depois.

Os dois ficaram ali, abraçados, suados, satisfeitos, esperando as respirações se acalmarem. Jongin se separou minimamente do abraço e beijou Baekhyun, com todo o sentimento que vinha sentindo, transbordando feito uma avalanche, sentindo que era retribuído em cada mínima nuance do mais velho.

Foi erguido vagarosamente e deitado ao lado na cama, vendo a silhueta do alfa levantar e ir até o banheiro, voltando com uma toalha úmida, que ele usou para limpar as barrigas de ambos. Ele jogou a toalha no chão e voltou a deitar-se ao lado do ômega, que esperava o convite para se aninhar em seus braços.

Não disseram nada, só sorriram um para o outro e assim voltaram a dormir.

cap 6

Jongin teve outros relacionamentos, mas duraram poucos meses, e o máximo que conheceu da vida dos alfas, foi o dormitório das faculdades, hotéis, motéis e casas de amigos. Lembrava de ter conhecido o apartamento de um alfa que conheceu em uma balada, e após alguns encontros, ele o levou para seu apartamento. Não teve uma impressão muito boa do lugar, não se sentindo confortável, por isso, não retornou mais, além disso, nunca havia passado a noite na casa de nenhum deles. Os alfas tinham a enorme tendência de achar que se um ômega adentrasse seus domínios, eles iriam querer mudá-los para seu bel prazer, manipulá-los, tirar o espaço do alfa.

Baekhyun não era assim. Ele parecia feliz por receber Jongin ali, por dividir cada cômodo da própria casa, e Jongin nunca havia se sentido tão confortável na casa de alguém, que não fosse seus pais e amigos mais próximos.

Aquele domingo correu da forma mais tranquila e natural possível, como se os dois já convivessem por anos. Acordaram tarde, fizeram o desjejum juntos na cozinha, limparam tudo juntos, em meio a conversas e toques sutis e quando terminaram, Baekhyun avisou que precisava dar uma olhada em alguns e-mails, pois tinha postergado aquela tarefa do dia anterior, devido a seu atraso.

Jongin falou que também precisava terminar de preparar alguns trabalhos que faria com as crianças durante a semana, para só imprimir quando chegasse na escola. O professor ajeitou algumas almofadas no chão da sala, encostou-se no sofá e abriu o notebook e alguns livros sobre a mesa de centro.

Baekhyun iria para o escritório para trabalhar, mas quando viu aquela cena adorável do ômega rodeado de folhas coloridas em sua sala, pegou um suporte de almofada e se acomodou no sofá, com o notebook no colo. A cada poucos minutos, desviava a atenção de sua tela para olhar para baixo e suspirar pela beleza do ômega.

Jongin ouvia o barulho que os dedos do alfa faziam nas teclas do computador, com algumas pausas e sentia o cheiro dele mais intenso nesses momentos. Sorria para si mesmo, feliz por estarem tão confortáveis um com o outro. Quando terminou as atividades que tinha programado, guardou todas as suas coisas e foi para a cozinha, preparar um lanche para os dois. 

Em todas as conversas que tiveram até o momento, o ômega tentava falar sobre tudo, inclusive hábitos domésticos, para tentar conhecer o alfa, pois sabia que pequenos gestos poderiam causar desavenças e mal-entendidos: como levar comida até a sala, sujar o sofá ou tapete. Baekhyun havia dito que não se importava com esses detalhes, e que se sujasse, era só limpar, não iria estragar um momento de diversão por bobagem, e foi lembrando disso que levou a bandeja com os pratos de sanduíches, bolinhos e chá para o lanche da tarde. 

Baekhyun se deu por satisfeito com o trabalho que precisava fazer e também guardou tudo e colocou um filme para assistirem juntos, enquanto comiam. Sentou no chão, grudado em Jongin e quando terminaram de comer, foram para o sofá e se aconchegaram lá, com Baekhyun deitado e Jongin empoleirado em si. Jongin enviou mensagens para os pais nos dois dias, para tranquilizá-los sobre seu paradeiro, e recebeu áudios de seu pai ômega, que estava eufórico para saber dos detalhes, o que lhe causou um vermelhão pelo rosto.

Pareciam um casal de namorados já estabelecidos, e não podiam estar mais felizes por isso. Antes de irem dormir, acertaram os relógios e as agendas de ambos. Jongin precisaria estar cedo no colégio, então, precisavam começar o dia cedo.

Acordar na segunda nos braços de Baekhyun, foi a melhor manhã que Jongin já teve. Se arrumaram juntos, prepararam e comeram o desjejum juntos, conversando e fazendo planos para a semana. O carro parou no estacionamento da escola, e antes que pudesse descer, Jongin se virou para o alfa, que estava lindo naquele terno cinza claro e seu eterno topete bem arrumado e sorriu, se aproximando e lhe dando um beijo apaixonado.

— Nos falamos mais tarde?

— Sim, estarei ansioso para sairmos novamente — Baekhyun falou, pegando a mão do ômega e deixando um beijo cálido no dorso — Tenha um ótimo dia, ursinho.

— Você também, Baek.

cap 6

Notes:

E aí, o que acharam de toda essa melosidade? Gente, eu amo esses dois...rsrsrrss

Espero que tenham gostado, e até o próximo.

Chapter 7: Amores e Amigos

Notes:

Oie, estamos de volta...rsrrss
Estava ansiosa para compartilhar esse cap com vocês pq vamos apresentar os amigos, e eu particularmente gosto muito do Sehun e do Chanyeol.

Espero que vocês gostem também.

Boa leitura

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

capa 7

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 7 - Amores e Amigos



Jongin entrou empolgado no vestiário onde sabia que encontraria Sehun, e assim que o viu, já com o uniforme posto, correu até o ômega e o abraçou pelas costas.

Sehun sorriu divertido e virou-se no abraço, dando pulinhos com o amigo.

— Uau, quanta felicidade. Tenho certeza que o motivo é um certo alfa.

— Sim, é. Estou vivendo um conto de fadas.

— E aí, como foi? Finalmente tirou as teias de aranha — Sehun brincou, levando um tapa do amigo.

— Sim, e foi incrível. Melhor sexo que já tive — ele falou, suspirando e deixando o corpo cair no banco que havia encostado a parede.

— Tu é um sortudo mesmo, conseguiu o príncipe completo enquanto eu só queria uma foda decente.

— Você saiu na sexta?

— Sim, fui com o Soo — falou, se referindo ao primo alfa.

— Encontrou com aquele cara daquela vez?

— Não. Mas nem estou procurando. Eu até fui naquela boate mais algumas vezes depois, mas decerto ele só queria uma rapidinha.

— Você disse que foi memorável.

— E foi. A melhor foda que já tive — disse, rindo para o amigo, por ele ter falado algo similar —, mas em balada, uma vez é o limite. Pode ser que pra ele não tenha sido a melhor, não é?

— Duvido. Ficou com alguém dessa vez?

— Ahh! Jongin, acho que aquele desgraçado me estragou. Eu não consegui, ninguém detinha meu interesse. Eu até transei com um carinha nesses três meses, mas não consegui gozar e o cara nem se importou. Um saco.

— Sinto muito por você, Hunnie. Confio que você vai achar alguém legal e que te faça ver estrelas.

— Como você? — perguntou e sorriu para o sorriso radiante de Jongin — Fico feliz, pelo menos um de nós está desencalhando — Sehun falou e ambos caíram na gargalhada.

— Se o Kyungsoo não fosse seu primo, não é? — Jongin brincou, recebendo uma careta do amigo.

— Deus me livre. Soo é lindo, mas não faz meu tipo, e eu o amo como um irmão. Pena que não deu certo com vocês.

— Ahh, ele é legal, mas não sei, algo não bateu. Somos melhores como amigos do que ficantes ou qualquer coisa romântica. Mas também confio que ele vai achar alguém bem legal — Jongin falou, se referindo a vez que saiu com o primo de Sehun, Do Kyungsoo, e tiveram um namorico por algumas semanas, mas terminaram em bons termos, depois de constatarem que não dariam certo.

— E você, vai ver seu alfa essa semana?

— Não sei ainda. Hoje combinei de jantar com meus pais. Na verdade fui intimado, e quando vou até lá, costumo dormir por lá mesmo.

— Semana que vem vai inaugurar uma boate nova em Gangnam. Quero ver se consigo convites com algum dos meus contatos. Se rolar, você vai?

— Tem que lembrar que não estou sozinho, né? Se bem que, talvez só para dançar e curtir.

— Leva o Byun junto. Será que ele gosta dessas coisas?

— Ele disse que foi bastante no tempo de faculdade, mas agora é bem raro, mas não desgosta totalmente. Acho que posso falar com ele. Vou para a minha sala. Vamos sair para almoçar hoje, não trouxe nada de casa.

— Você paga? — Sehun perguntou, com um bico pidão, e Jongin o abraçou, confirmando, saindo do vestiário com o ômega fazendo festa.


Baekhyun estava radiante naquela segunda-feira. Tinha deixado Jongin na escola, se despedindo após vários beijos no carro, e seguindo direto para a empresa. Chegou bem mais cedo que o costume, não encontrando Jongdae na mesa dele quando passou para ir até sua sala.

Porém, não demorou para ele chegar e ir cumprimentá-lo, com café e biscoitos em uma bandeja. 

— Madrugou, foi? Você já é atarefado demais, se começar a chegar antes de mim, vou dizer para seus pais que está viciado em trabalho.

— Dessa vez, tive um bom motivo — falou, pegando a xícara e levando até os lábios — Obrigado — agradeceu, apontando para a louça.

— Tá, não me enrola, qual o bom motivo?

— Levei Jongin até a escola hoje de manhã.

— Vocês passaram a noite juntos? — Jongdae perguntou, espantado e curioso.

— O final de semana — ele disse, sorrindo.

Jongdae gargalhou e foi até o amigo, o abraçando.

— Estou tão feliz por você, faz tempo que não te vejo brilhar assim, por algo que não fosse o trabalho.

— Eu realmente estou feliz. Jongin é tudo o que eu queria, ele é o conjunto completo.

Jongdae estava com aquele olhar, cheio de malícia, do tipo que Baekhyun sabia que viria alguma pergunta constrangedora em seguida, mas foi salvo pela porta se abrindo e não pode sorrir mais por ver outro amigo entrando. Park Chanyeol, seu diretor de Operações, que estava há negócios em Osaka há três meses.

— Bom filho à casa torna — Baekhyun falou, levantando de sua cadeira e encontrando o amigo no meio da sala, trocando um abraço afetuoso — Não sabia que voltava hoje.

— Na verdade cheguei nessa madrugada. Queria vir entregar os relatórios logo para entrar de férias — o Park disse, após apartar o abraço com o amigo e cumprimentar Jongdae da mesma forma.

— Quem te deu permissão de tirar férias? — Baekhyun brincou.

— Depois de passar três meses no Japão, é o mínimo que você poderia fazer por mim — falou, sentando em uma das poltronas em frente ao CEO — Quais as novidades?

— Baek tá namorando, Chanyeol — Jongdae falou, recebendo um olhar arregalado do alfa.

— Não brinca? Sabia que tinha algo diferente nele. Tá escorrendo felicidade, isso não tá certo — brincou, fazendo uma careta falsa de desgosto.

— Não estou namorando, ainda — falou, relaxado na cadeira com um sorriso que poderia cegar um desavisado.

— Não dá para aguentar isso, vou puxar meu barco e viver a minha solidão — Park dramatizou.

— Deixa de ser chorão, Chanyeol. Está de volta, quem sabe não procura aquele ômega que te deixou arriado na sua despedida? — Jongdae incitou.

— Já superei isso — ele disse, ficando momentaneamente sério.

— Como superou? Cada vez que conversamos ao telefone, você me falou daquela noite e reclamou que queria voltar. Podia ter voltado nos finais de semana — Baekhyun falou, rindo com o Kim.

— Muito cansativo vir e voltar todos os finais de semana.

— Vai procurá-lo? — Jongdae perguntou

— Não. A essa altura, ele nem deve lembrar do que aconteceu no meio de uma balada há três meses — falou tristonho, e Jongdae olhou para Baekhyun, com um olhar impotente — Enfim, me fale do seu ômega — ele mudou de assunto, alegre como sempre.

— O nome dele é Kim Jongin, tem 26 anos, é professor do fundamental e o ômega mais lindo que já vi — falou com brilho nos olhos.

— Mas tá apaixonado mesmo, hein? E ainda não o pediu em namoro porquê?

— Nos conhecemos não tem três semanas, não quero parecer afobado demais.

— Eles já passaram o final de semana juntos e o Baek deixou ele na escola hoje de manhã — Jongdae falou, recebendo uma bolinha de papel na cabeça.

— Mas tu é muito fofoqueiro, ninguém merece — Baekhyun repreendeu.

— Ei, eu sou seu amigo também, mereço saber dessas coisas. Afinal, esse ômega perfeito não tem nenhum irmão para você me apresentar? — Chanyeol falou, fazendo os outros dois rirem.

— Olha, ele é filho único e pelo que soube, os primos já estão casados, mas conheci um amigo dele na sexta. Sehun é uma beldade, porém, diferente do seu tipo.

— Como assim? — Chanyeol questionou, ofendido.

— Ele não é pequeno, delicado e recatado como você gosta.

— Chanyeol é um ridículo, ele fala que quer um ômega assim, mas busca pelos mais brutos e desbocados quando quer se divertir.

— Ei Jongdae, sem ofender, hein — falou para o beta, que estava saindo da sala.

— Tenho mais o que fazer. Vou voltar para meu computador antes que meu chefe chame minha atenção — falou e saiu, após ver o sorriso cúmplice de Baekhyun.

— Então, podemos marcar algo essa semana. Vou falar para o Jongdae levar o Junmyeon e posso ver com o Jongin se ele convidaria o Sehun. O que acha? Quero que ele conheça meus amigos.

— É uma boa ideia. Pode contar comigo — Chanyeol falou, levantando e se despedindo.

Baekhyun voltou ao seu trabalho, mas assim que Jongdae o chamou para irem almoçar, enviou uma mensagem a Jongin.

 

Baekhyun ❤️:

Oi Ursinho
Como foi sua manhã?
Já estou com saudades ❤️



Kim Jongin 🧸:

Oi Baek
Também estou
Foi tranquila
As crianças começam a semana mais tranquilas

 

Baekhyun ❤️:

Fico feliz que possa ter um descanso
Já quero te ver de novo

Kim Jongin 🧸:

Podemos jantar amanhã?
Hoje combinei de jantar com meus pais
Já que não os vi final de semana

 

Baekhyun ❤️:

Diga que mandei um abraço para eles
Pensei em marcar um jantar com alguns amigos

na sexta, para apresentar você a eles 

O que acha?

Kim Jongin 🧸:

Acho uma ótima ideia

 

Baekhyun ❤️:

Que bom, será Jongdae com o marido
E Chanyeol, te falei dele, o que estava no Japão

Ele voltou hoje e está solteiro

Convide Sehun, assim o Chan não fica sozinho

 

Kim Jongin 🧸:

kkkkk Ele é bonito?

Baekhyun ❤️:

Podemos dizer que sim, só não mais que eu

 

Kim Jongin 🧸:

😃🤩

Conte conosco

Te ligo amanhã 😘

 

Jongin sorriu para o celular antes de bloqueá-lo e sair correndo para a sala dos professores para pegar sua carteira e sair para almoçar com Sehun em uma cantina que ficava próxima ao colégio. Encontrou com o amigo no corredor e foram para o local. Depois que estavam servidos e sentados comendo, Jongin comentou a conversa que teve há pouco com o alfa.

— Será que ele é bonito?

— Baek não me deu detalhes, mas disse que está solteiro. Daí você avalia. Só não vai transar com o cara e deixar ele desolado. Vai afetar o trabalho e o Baek não vai querer mais conhecer nenhum amigo meu — Jongin falou, rindo do revirar de olhos de Sehun, que lhe sorria também.

Baekhyun teve um jantar de negócios na terça, e por isso não conseguiu se encontrar com Jongin até a quarta daquela semana, onde combinou de pegá-lo em casa e saíram para jantar. Foram em uma pizzaria e curtiram a noite com uma boa comida e ótima companhia.

— Já estou triste que só poderemos nos ver na sexta — Baekhyun falou, fazendo manha quando estavam no carro, já no estacionamento do prédio de Jongin.

— Infelizmente. O conselho de classe amanhã tende a ter barraco. A professora de Química passou a semana reclamando do uso do laboratório, e o professor de Educação Física se machucou, eles vão precisar de um substituto. Até lá, os outros professores terão que revezar para cuidar e entreter as crianças. Sehun sempre paga o pato nesses momentos, já que é formado em Educação Física também.

— Mas ele vai poder ir ao jantar da sexta?

— Vai sim. Vamos nos arrumar na escola e vamos juntos.

— Você quer que eu vá buscá-los?

— Não precisa, vamos de táxi. 

— Certo, então vejo vocês lá — Baekhyun falou, e puxou Jongin para mais um beijo. Não queria deixá-lo ir.

— Vou sentir sua falta. Podemos fazer algo no final de semana? — Jongin perguntou e Baekhyun riu, pois estava pensando em perguntar o mesmo.

— Adoraria, mas infelizmente não poderei. Prometi aos meus pais ir com eles até o interior visitar meus avós. Gostaria de ir comigo? — Baekhyun perguntou, vendo o rubor assumir automaticamente o rosto de Jongin.

— Não é certo, não sem antes nos apresentarmos formalmente para nossos pais — ele falou, com uma timidez súbita. Não queria insinuar nada, mas também, não queria deixar esse detalhe abandonado. Ainda não estavam namorando oficialmente, e já tinha tomado várias iniciativas, não conseguiria tomar aquela. Não que Baekhyun fosse devagar ou não tomasse atitudes, mas esperava que ele fizesse o pedido. Ansiava por isso.

— Você tem razão. Vamos resolver isso logo, eu prometo — ele falou, erguendo o rosto de Jongin e selando os lábios cheinhos — Durma bem, até sexta.

— Até, vamos nos falando — Jongin se despediu, deixando mais alguns beijos no alfa, antes de finalmente sair do carro e entrar no seu prédio.

Baekhyun ficou pensando no que Jongin falou. Precisavam formalizar as coisas, queria muito apresentá-lo a sua família formalmente como seu namorado, mas para isso, precisava pedi-lo.

Precisava pensar no que fazer, em como faria o pedido. Riu consigo mesmo no caminho até em casa. Os dois já estavam se tratando como namorados, se duvidar, até mais que isso, mas sabia que não podia sair por aí falando que ele era seu namorado sem um pedido formal e sem que ele aceitasse.

Será que Jongin aceitaria? Ele parecia tão ligado e tão confortável consigo, o fazendo acreditar fielmente que os sentimentos que vinham crescendo em si eram recíprocos.

Era isso, em tão pouco tempo, Jongin havia lhe conquistado de corpo e alma, seu coração estava aos pés do ômega, só precisava se declarar e oficializar o que ambos queriam.

Mesmo que não tenham se visto na quinta, trocaram mensagens durante o dia e Baekhyun ligou a noite, após o jantar, para lhe desejar uma boa noite de sono. Só não ficaram horas conversando pois Jongin estava sonolento, bocejando a cada minuto na ligação, e mesmo que Baekhyun ficasse feliz só de ouvir os resmungos e gemidinhos dele, sabia que também precisava descansar para o dia seguinte. Seu dia foi tranquilo no trabalho, e saiu um pouco mais cedo, também dispensando Jongdae, pois queria ir até em casa, tomar um banho e colocar uma roupa mais descontraída.

Combinou de encontrar todos no restaurante, que não era longe de sua casa. Saiu assim que recebeu uma mensagem de Jongdae avisando que estava indo para o local. Foi o primeiro a chegar, sendo direcionado para a sala privada que havia reservado, porém não ficou sozinho por muito tempo. Logo a porta se abria e Jongdae entrava com Junmyeon.

Baekhyun levantou de onde estava e foi cumprimentar os dois.

— E aí chefinho — Jongdae brincou, recebendo um revirar de olhos de Baekhyun.

— Nem vou cumprimentar que eu já tenho overdose de você diariamente — disse, mas abraçou o amigo mesmo assim. Em seguida foi em direção a Junmyeon, abraçando o ômega com carinho — Como tem passado, Jun?

— Bem, Baek, obrigado por perguntar. Dae me disse que você vai nos apresentar o seu ômega — ele falou, sorrindo gentil.

— Estou ansioso para saber quem foi que deixou ele arriado. Você tem que ver, Amor, como ele suspira durante o trabalho — o beta revela, com os dois rindo. Baekhyun sentiu o celular vibrar e checou a mensagem de Jongin, avisando que haviam acabado de chegar.

— Eles chegaram, se comporta Kim, se não eu vou te punir com mais trabalho — ele ameaçou, em direção ao beta, mas caindo na risada em seguida. Levantou e foi até a porta, saindo da sala e podendo ver Jongin e Sehun caminhando em sua direção.

Abriu um enorme sorriso ao ver o ômega. Seu ursinho estava tão lindo, não que fosse difícil, ele ficava lindo de qualquer jeito. Abriu os braços quando ele se aproximou e deixou um beijo suave nos lábios. Jongin ficou sem fôlego quando viu o alfa. Ele estava com calças pretas, sapato social da mesma cor, e uma blusa de seda, com mangas longas, toda estampada em tons de azul, solta pelo quadril. Simplesmente lindo.

— Oi — disse, sem tirar o sorriso bobo do rosto, sendo retribuído com o cumprimento e o sorriso. 

— Hmmm, vocês dois são muito melosos — Sehun falou, depois de pigarrear, chamando a atenção do casal, que estava preso em uma bolha própria.

— Lembra do Sehun, Baek? — Jongin falou, apontando para o ômega próximo, e revirando os olhos para o amigo, que riu para si.

— Claro, fico feliz que tenha vindo. Vamos entrar, vou apresentar vocês para meus amigos. Só falta o Chanyeol, ele deve estar chegando logo — disse, direcionando os dois para dentro da sala.

Junmyeon e Jongdae levantaram para cumprimentar os recém-chegados e o beta não poupou elogios ao ômega que sorriu timidamente. Com todos sentados, Junmyeon puxou assunto com os ômegas, para fazer seu esposo se comportar.

— Dae me disse que vocês são professores, certo?

— Sim, lecionamos no mesmo colégio.

— Sou Instrutor de Natação — Sehun falou, sorrindo para a cara de surpresa de Junmyeon.

— Uau, que máximo. Eu acho lindo, mas não sei nadar e morro de medo. Me afogo até com a água do chuveiro — Junmyeon disse, fazendo todos rirem.

— É verdade — Jongdae falou, levando um copo com água até os lábios, quando seu ômega o olhou com falsa repreensão.

— Hunnie é ótimo. Ele competia na época da escola, até ganhou vários prêmios — Jongin contou, cheio de orgulho do amigo.

— Isso faz muito tempo — disse, envergonhado.

— Você parou? De competir?

— Sim. Infelizmente machuquei meu ombro. Continuo nadando, mas não o suficiente para competir — disse, com uma tristeza sutil, disfarçada em seguida — E você, trabalha com quê? — perguntou ao outro ômega Kim, mudando de assunto.

— Ah, eu sou artista plástico — disse, tímido — Trabalho em uma galeria em Gangnam, e terei uma exposição minha em breve. Enviarei os convites.

— Nós iremos, com certeza, só não vou comprar nada, me desculpe, dou aulas para crianças, então, dinheiro não é o meu propósito de vida — Sehun brincou, fazendo os outros rirem.

Estavam sentados em volta de uma mesa quadrada, com Jongdae e Junmyeon no lado esquerdo, Baekhyun e Jongin na parte contrária a porta e Sehun ao lado do amigo, com um lugar vago ao seu lado. Por um momento, olhou para o assento vazio do seu lado e ficou ansioso para a chegada do alfa, amigo de Baekhyun, para não dar aquela impressão de que estava sozinho, por mais que fosse verdade, mas eles eram tão divertidos, que também cogitou que a pessoa desse  bolo, pelo menos assim, não se forçaria a interagir com algum desconhecido.

De qualquer forma, esperava se dar bem com o amigo de Baekhyun, já que a tendência era Jongin acabar namorando ele, e a convivência dos amigos de ambos, seria inevitável.

Seus pensamentos foram dispersos com a chegada de um garçom beta, que lhes questionou sobre os pedidos da noite. Pediram algumas garrafas de soju, cervejas, um vinho, algumas doses de tequila, e vários petiscos, que Baekhyun já tinha pré-ordenado.

Não demorou para os pedidos chegarem e eles começarem a comer e beber. Já estavam no restaurante há meia hora, e a comida havia chegado há alguns minutos, quando a porta foi aberta novamente. Sehun estava entretido com Junmyeon e não olhou para ver quem entrava, achando se tratar de algum garçom, mas quando um cheiro passou pelas suas narinas, arregalou os olhos e trincou o maxilar, não podia ser, provavelmente era alguma ilusão da sua mente, mas aquele cheiro ficou gravado em suas lembranças, pinheiros no gelado do inverno. Fechou os olhos por segundos enquanto ouvia a interação ao seu redor.

— Cara, achei que não viria mais — Jongdae provocou o alfa que havia acabado de entrar.

— Me desculpem, acabei pegando um pouco de trânsito, vindo da casa dos meus pais, fora que mama Park não queria me deixar sair — ele falou, se aproximando de Junmyeon que levantou e lhe deu um abraço — Oi Jun.

— Quanto tempo, Chan. Seja bem-vindo de volta.

— Obrigado. Bom estar em casa novamente. Dae — ele chamou, deixando um abraço leve no amigo. 

Em seguida, se aproximou de Baekhyun, que levantou acompanhado de um ômega muito bonito, e trocaram um tapinha amigável nas costas.

— Então, você é o famoso Jongin — ele brincou, fazendo uma reverência, com as mãos rentes ao corpo. Jongin retribuiu com um sorriso tímido.

— Muito prazer, Chanyeol. Baek tem falado muito bem de você — retornou com gentileza.

— Eu duvido — ele brincou, e todos riram —, mas se for verdade, obrigado, cara — ele falou, deixando um tapa no ombro do amigo.

— Deixe-me te apresentar o amigo de Jongin — Baekhyun falou, e quando o ômega não respondeu, Jongin colocou a mão no ombro deste, que finalmente abriu os olhos e se levantou, fitando o alfa à sua frente — Sehun, esse é Park Chanyeol.

Chanyeol não tinha assimilado quando entrou na sala espaçosa, devido aos vários cheiros que permeavam o ambiente, e estava cumprimentando todos de forma alegre e simpática, como sempre fazia, mas quando parou em frente ao ômega e este se ergueu, ficando quase de sua altura, sentiu aquele cheiro. O cheiro que havia o atormentado por meses, o fazendo lembrar daquela noite nas vésperas de sua viagem para o Japão. O cheiro de pêssego em meio a uma manhã fresca de outono. Seu sorriso se desfez quando olhou bem para o ômega à sua frente e constatou que sim, era a mesma pessoa que havia ocupado seus pensamentos e sonhos molhados por noites a fio.

Ficaram se encarando seriamente por minutos, até alguém pigarrear e ambos voltarem à realidade. Sehun esticou a mão e cumprimentou o alfa.

— Oh Sehun, muito prazer — disse, sério.

— Park Chanyeol, o prazer é meu — o alfa retribuiu o cumprimento, sentindo um choque em sua mão, que se estendeu por todo seu braço, quando as palmas se tocaram.

— Já pedimos algumas bebidas, mas se quiser algo específico, só chamar o garçom — Baekhyun falou — sente-se, vamos comer.

Ao comando de seu amigo, Chanyeol soltou a mão de Sehun e passou por ele, para sentar na cadeira ao lado. Por alguns segundos, ficou confuso sobre o que fazer, como agir, o que falar, será que ele lembrava daquela noite? Será que só ele tinha sentido aquele turbilhão? Seu coração estava acelerado, mas tentava manter o controle, principalmente de seu cheiro, não queria assustar o rapaz do seu lado.

— Chanyeol — Jongdae chamou —, conta aí, como foi sua viagem? Nem tivemos chance de conversar antes de você sair de férias.

Não teve outra escolha a não ser interagir e começar a conversar com os amigos. Sehun estava quieto do seu lado, comendo devagar e prestando atenção à conversa, mas parecia indiferente, nada afetado como estava, pelo menos era o que Chanyeol achava.

Sehun estava surtando internamente. Não sabia como poderia estar tão controlado, tão passivo para os outros, pois estava com dificuldade para controlar a própria respiração perto do alfa. Park Chanyeol. Chanyeol. Finalmente teria um nome para chamar quando se masturbasse pensando nele. Sehun se deu um chute mental pelo pensamento que teve, sabendo que não devia pensar assim, mas se antes, após uma única transa, ele ficou com o cheiro e o gosto do alfa impregnados em si, o que faria agora que sabia quem ele era?

Não podia deixar transparecer seu nervosismo, já que se tratava do amigo e funcionário de Baekhyun, alfa de seu melhor amigo, não queria deixar as coisas estranhas. Pelo menos agora, sabia o motivo de não ter encontrado com ele novamente na boate, ou em qualquer outro lugar. Esticou o braço para pegar a garrafa de soju, pois precisava começar a afogar a quantidade insana de pensamentos que rondavam sua mente, porém, não conseguiu, quando viu uma mão grande encostar na garrafa antes de si e se aproximar.

— Pode deixar que eu te sirvo — ele disse, próximo demais de seu ouvido. Sehun virou para ele em um rompante, o encarando sério, enquanto Chanyeol ostentava um sorriso cafajeste. 

Queria retribuir, flertar com ele, mas não conseguia, estava atônito olhando para os olhos bonitos do alfa, até desviar para a boca carnuda, e aquele gesto foi a sua morte, pois ele deu um sorrisinho de lado, formando uma covinha em uma das bochechas. Ah, Sehun não aguentaria tanta provação. Será que ele lembrava daquela noite, ou será que flertava com cada ômega que encontrava. Ficou com raiva desse pensamento, desviando os olhos do alfa para o copo à sua frente. Segurou e esticou na direção dele, que encheu o copo com o líquido transparente, cheio de cerimônia.

Assim que o copo estava cheio, Sehun virou em um gole só, sentindo a bebida queimar sua garganta, o que agradeceu, pois assim, o distrairia do alfa ao seu lado. Virou para Jongin, prestando atenção na história que contava sobre situações que passavam com as crianças na escola, já que o envolvia e poderia precisar interagir, e nesse movimento de virar sua atenção para o lado oposto do alfa, sentiu-o se aproximar de si, e o braço ocupar o encosto de sua cadeira, esbarrando em si quando levou o corpo para trás.

Sentiu um arrepio pelo corpo no mesmo instante, e voltou-se mais para frente, deixando a postura ereta. Olhou de soslaio para ele, que parecia não perceber o que fazia, conversando descontraidamente com os amigos. Deu um pulo na cadeira quando sentiu um peso no braço, que estava apoiado na mesa.

— Tá tudo bem, Hunnie? Você parece meio tenso — Jongin perguntou, pertinho do amigo.

— Tô sim — ele disse, e sorriu tentando tranquilizá-lo — Eu acho que vou ao banheiro — Sehun falou, se levantando em seguida.

— Ele tá bem? — Baekhyun perguntou no ouvido de Jongin, que sorriu para si.

— Ele disse que sim, mas vou ficar de olho quando ele voltar do banheiro — falou, somente para o alfa ao lado e voltou a conversar com Jongdae e Junmyeon.

Como todos estavam entretidos nas conversas, Chanyeol pegou o celular e fingiu checar algo, até levantar. Baekhyun o olhou questionando se estava tudo bem.

— Sim, eu só preciso retornar essa ligação — disse, apontando para o aparelho e sorriu, saindo em seguida.

Sehun saiu da sala apressado, deixando toda sua tensão tomar conta de si. Seu coração estava acelerado e ele estava suando, mas com as mãos geladas. Já tinha transado com alfas suficientes para saber lidar com situações assim de forma humorada, mas não estava conseguindo lidar com aquela. Com aquele alfa em específico.

Andou sem rumo, até parar perto do bar e questionar um garçom a direção dos banheiros. Foi acompanhado até o corredor com várias portas, com banheiros individuais e unissex. Nem reparou no tamanho e no luxo do ambiente assim que entrou em uma das cabines e fechou a porta atrás de si, deixando seu corpo recostar na porta. Respirou fundo várias vezes, tentando acalmar o coração, quando se sentiu melhor, foi até a pia e jogou água no rosto, se olhando no espelho grande. 

O que faria? Fingiria que nada havia acontecido? O confrontaria, questionando se ele se lembrava daquela noite? Não, não podia fazer isso, soaria muito desesperado. Alfas como ele, agora que sabia que era um executivo de altos voos, e muito rico, não queriam ômegas correndo atrás deles.

Ficou alguns poucos minutos ali, ajeitou a roupa, respirou fundo e saiu, para voltar a saleta com os amigos. Assim que abriu a porta e fechou atrás de si, reparou em uma silhueta próxima, e assim virou para ver quem era, levou um susto, levando a mão até o coração.

— O que faz aqui? — perguntou, sério. Chanyeol estava encostado à parede entre as portas, com as pernas cruzadas na altura do tornozelo, extremamente despojado, e gostoso, Sehun não podia deixar de reparar, mas se manteve sério. Ele se desencostou da parede e colocou as mãos nos bolsos da calça, dando dois passos e parando em frente a Sehun.

— Você lembra, não é? — ele perguntou, com um sorriso enviesado. 

— Não sei do que você está falando — Sehun falou, desviando o olhar do alfa, e sentindo seu coração começar a palpitar mais rápido. Ouviu o alfa dar uma risadinha debochada, e olhou para ele incrédulo.

— Então, devo ter me enganado e não foi você que gemeu no meu ouvido na Blooming’s há três meses — falou, bem rente ao ouvido de Sehun, se referindo a boate que haviam se encontrado.

Sehun não conseguiu disfarçar o rubor que tomou seu rosto, os pelos arrepiados da nuca e olhou espantado para ele. Não tinha como saber o que ele queria de si, o que pensava de si, então, não podia baixar sua guarda.

— O que isso importa agora? — perguntou, levantando o queixo e desafiando o alfa, que novamente riu.

Chanyeol ouviu aquilo e sentiu seu peito apertar. Passou meses angustiado com a lembrança daquele ômega gravado em sua memória e em seu corpo. Disse várias vezes para os amigos e para si mesmo que não o procuraria, que já tinha esquecido, mas era mentira. Tinha a intenção de procurá-lo sim, e qual não foi a sua surpresa ao vê-lo ali naquela noite. Suas esperanças inflaram como um balão, mas ouvi-lo falar que aquela noite não teve importância, despertou o pior de si.

— Não deve importar muito, já que parece que você está acostumado a abrir as pernas para qualquer um — falou, com raiva implícita na voz, mas que não foi notada por Sehun, devido à própria raiva pelas palavras do alfa.

Sehun queria xingá-lo, mas olhando para trás do alfa, notou que estavam no meio do corredor, e alguém poderia vê-los. Ao invés de virar as costas e sair, fez algo sem pensar nas consequências e puxou o alfa pelo braço, o empurrando para dentro de uma das cabines de banheiro e assim que fechou a porta, voltou-se para ele com o rosto vermelho de ira, ainda maior quando olhou para ele que estava rindo 

— Otário, quem pensa que é para falar assim comigo? — Sehun falou, ajeitando a postura e encarando o alfa nos olhos.

— Só queria saber se fui uma foda tão esquecível assim — Chanyeol disse, dando um passo para frente e vendo Sehun vacilar.

— Depois dessa, só o que eu quero é esquecer mesmo.

— Então quer dizer que você lembra — ele riu, orgulhoso.

— Vai se foder, Chanyeol — ele disse, um pouco mais alto do que o apropriado, e virou de costas para o alfa, ofegando. Foi uma péssima ideia ter se trancado ali com ele. O cheiro forte do alfa estava deixando-o inebriado.

Sobressaltou-se quando sentiu os braços dele circulando seu peito e o nariz resvalando em seu pescoço.

— Eu já estou fodido, desde o dia que me enfiei em você naquele banheiro há três meses. Eu sou o ser mais fodido que existe, porque eu não consegui te tirar da minha cabeça — Chanyeol falou, deixando um beijo perto do lóbulo da orelha do ômega, puxando para seus pulmões aquele cheiro que tanto gostava.

Sehun não conseguia acreditar no que estava ouvindo, será que era verdade? Ele descreveu exatamente o que estava sentindo desde aquele dia. Quando Chanyeol lambeu seu pescoço, foi seu fim, sentiu seu corpo todo arrepiar e amolecer. Teria caído se não estivesse firmemente preso nos braços do alfa. Tinham quase o mesmo tamanho, mas Sehun estava se sentindo minúsculo nos braços de Chanyeol. Foi virado nos braços dele e encostado na porta do banheiro. Manteve os olhos fechados, batalhando para controlar sua respiração e sua sanidade. Chanyeol não encostou o corpo no seu, mantendo uma distância, mas seus lábios não tinham os mesmos planos, e começaram a passear pela sua face, o incitando, o provocando.

— Realmente não teve nenhuma importância para você? — ele sussurrou a pergunta, rente ao ouvido do ômega, que estava todo arrepiado. 

Sehun não estava conseguindo se controlar, estava resfolegando, suando e tremendo. Estava com raiva dele pelas palavras que ouviu minutos antes e queria xingá-lo, batê-lo, chutá-lo, mas entre todas as vontades agressivas que rondavam sua mente naqueles segundos, a que estava ganhando era a vontade de beijá-lo, de empurrá-lo até o único “assento” ali, subir em seu colo e rebolar em cima do pau que conhecia, que tinha experimentado e sabia como era gostoso.

Perdeu a batalha quando xingou, jogando tudo às favas e segurou o rosto do alfa, grudando as bocas em um beijo urgente, cheio de lembranças. Chanyeol não hesitou em enfiar a língua na boca de Sehun e entrelaçar os músculos com ímpeto, como se quisesse engoli-lo. Grudou as mãos na cintura fina e grudou as pélvis, sorrindo quando Sehun se engasgou no meio do beijo.

Na superfície de seus pensamentos, Sehun queria comprovar que o que teve com ele foi só algo normal, para tirá-lo de vez de seu pensamento, mas assim que encostou os lábios cheinhos do alfa, seu corpo todo afundou, sentia como se estivesse leve e afundando, seu coração acelerou, seu corpo todo arrepiou e tremeu com todas as lembranças que vieram como uma onda gigante, o engolindo.

Seu coração foi parar em sua garganta quando sentiu as mãos de Chanyeol descerem de sua cintura até sua bunda e ele agarrar as bandas com força, impulsionando seu corpo para cima. Estava se sentindo tão leve, que se deixou levar e entrelaçou as pernas no quadril do alfa, voltando a grudar as bocas com pressa. Chanyeol o prensou na porta do banheiro e sem desgrudar as bocas.

Estava realizado, com uma alegria escorrendo por todos os seus poros, não conseguia conter a felicidade em estar novamente sentindo aquele cheiro maravilhoso de pêssego, direto da fonte.

Ambos estavam presos em um mundinho só deles, com seus cheiros se mesclando, travando uma batalha onde ambos ganhariam, e qualquer consequência que tivessem que enfrentar no mundo lá fora, tinha sido momentaneamente esquecida.

— Hunnie, está tudo bem? — Sua bolha foi estourada ao ouvir a voz de seu melhor amigo do outro lado da porta e arregalou os olhos, afastando o alfa de si e descendo de seu colo em um pulo. Se aproximou da madeira e respondeu que estava bem, e já sairia.

Quando ouviu a concordância do amigo, foi até a pia e jogou água no rosto e no pescoço, pegando as toalhas de papel para se secar. Ajeitou a roupa e o cabelo e virou-se para Chanyeol, que estava com um sorriso maior do que o apropriado.

— Eu vou sair primeiro. Você… — apontou um dedo em frente ao rosto do alfa, que surpreendentemente, abriu a boca e chupou o dedo de Sehun, que suspirou afastando a mão, entre uma mistura de incredulidade e raiva —, demore um pouco, e se arrume, e não fale sobre isso — ele disse, apontando para os dois —, para nossos amigos.

Chanyeol acompanhou Sehun marchar para fora do banheiro e se recostou na parede contrária a pia, olhando para seu reflexo no espelho grande. Não conseguia tirar o sorriso do rosto. Não conseguia acreditar que havia encontrado o ômega. 

Lembrou do que Baekhyun havia dito no início daquela semana mais cedo, aquele ômega era uma beldade, mas diferente do que estava acostumado, totalmente o contrário dos ômegas que costumava sair. Ele era alto para o padrão de ômega, quase da sua altura, e Chanyeol era um alfa bem alto, tinha os ombros largos, que imaginava ser devido à natação, pelo que ouviu de relance nas conversas trocadas, já que havia chegado atrasado, era desbocado e falava muito palavrão, mas Chanyeol teria prazer em engolir cada palavra que saísse daquela boca.

Nunca se sentiu assim antes com ninguém com quem havia saído. Sentia tesão sim, mas não ao ponto de querer repetir. Até então, sexo havia sido algo somente biológico para si, mas com Sehun, era algo mais profundo, sentia seu coração trabalhando tanto quanto sua mente, ao invés de só desejo carnal. Quis por meses senti-lo novamente em seus braços, provar daquela boca, e agora que finalmente o reencontrou, não o deixaria escapar de seus dedos tão facilmente.

 

Notes:

E aí, o que acharam desse grupinho?
Teremos mais de ChanHun no próximo tá, espero que tenham gostado deles.
Até terça 😘😘😘

Chapter 8: Emocionados

Notes:

Voltei...
Para quem gostou de ChanHun no cap passado, vocês terão uma overdose deles nesse.
Eu particularmente amei esse cap, espero que gostem.
Boa leitura

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

capa 8

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 8 - Emocionados 

 

Sehun saiu atordoado do banheiro, deixando Chanyeol para trás e uma parte de sua sanidade ficou lá com o alfa. Quando chegou na porta da saleta onde os demais estavam, respirou fundo algumas vezes e entrou, com um sorriso forçado no rosto.

Assim que sentou, Jongin colocou a mão no ombro do amigo.

— Tá tudo bem? 

— Sim, tudo certo — ele falou, rindo forçadamente, pegando um copo com soju e virando em um gole único, bem no momento que a porta se abria novamente e via Chanyeol entrar todo sorridente, apontando para o celular.

— Desculpem, acabou demorando mais do que eu previa — falou, e sentou, ajeitando a cadeira sorrateiramente para ficar mais próximo de Sehun, e continuou sorrindo, respondendo algo que Jongdae perguntou.

— Dissimulado — Sehun sussurrou, para si mesmo, revirando os olhos.

Ainda absorto em suas próprias comiserações, Sehun levou um pequeno susto quando ouviu seu nome e olhou pela mesa, tentando saber quem o havia chamado, até sentir seu braço ser tocado por Jongin.

— Jun sugeriu de sairmos para dançar qualquer dia desses, então falei que você comentou sobre uma boate nova que vai inaugurar.

— Ah, sim, vai abrir em Gangnam. Meu primo vai cobrir o evento, também conheço um amigo que vai trabalhar lá como barman e disse que consegue me incluir na lista, mas estou vendo se consigo mais, queria que Jongin fosse comigo — ele riu, meio envergonhado.

— Qual o nome do lugar? — Chanyeol perguntou, sorrindo para si, e sem ninguém ver, colocando a mão em seu joelho, por baixo da toalha da mesa. Sehun pigarreou e tomou um gole de água, antes de responder olhando para os demais.

— EXO Planet Lounge.

— Eu conheço, é a nova casa que o Yixing vai abrir. Lembra dele, Baek? Zhang, amigo do Min.

— Verdade, não sabia que ele abriria uma nova casa aqui. As que ele tem em Xangai são ótimas.

— Posso conseguir a entrada de todos, vou falar com ele. Espero que o Min junto — Chanyeol falou, empolgado.

— Sim, ele estará de volta semana que vem — Jongdae comentou.

— Estou com saudades do Min, ainda bem que agora temos mais ômegas para nos fazer companhia — Junmyeon complementou.

Jongin olhou para Baekhyun curioso, se perguntando de quem falavam, e o alfa entendeu, respondendo em seguida.

— Comentei com você que um dos meus diretores está em Xangai há duas semanas fechando algumas parcerias com fornecedores? É ele, Kim Minseok. Ele volta semana que vem, será ótimo reunir todo mundo. Você vai adorá-lo, ursinho — Baekhyun falou, selando os lábios de Jongin, que sorriu.

— Antes de vocês, nosso grupo só tinha eu e Min de ômega, agora, teremos mais companhia — Junmyeon comentou, sorrindo.

— Já estou ansioso para conhecê-lo — Jongin falou.

Sehun concordou e riu, sutilmente dando um tapa na mão de Chanyeol, para que ele retirasse a palma de sua coxa, e o ouviu rir, muito perto de si. Suspirou fundo, e descobriu que foi uma péssima ideia, já que entre todos os cheiros que rondavam o ambiente, o dele conseguia lhe atingir mais forte que tudo.

Já estavam há quase três horas no restaurante, beberam bastante, mas como comeram bem, então, nenhum deles estava se sentindo bêbado demais e a deixa para encerrarem a noite, foi dada por Jongdae.

— Gente, já tá na nossa hora — ele disse, se levantando e ajudando Junmyeon a fazer o mesmo.

— Não precisa se preocupar com nada, o jantar de hoje é por minha conta — Baekhyun falou, para que ele não precisasse se preocupar em pagar ao sair.

— Valeu chefinho, nos vemos na segunda — disse, já que Baekhyun não iria até a empresa naquele sábado, devido a sua viagem. Se aproximou do amigo lhe dando um abraço, sendo imitado por Junmyeon e em seguida, foi a vez de irem até Jongin.

— Foi um prazer conhecer vocês, espero que possamos nos ver mais vezes — disseram, cumprimentando os dois ômegas e por fim, se despediram de Chanyeol — Bom final de semana para vocês — ambos desejarem e saíram da sala.

— Acho que podemos ir também — Baekhyun falou, olhando para os outros, que ainda estavam de pé, e todos concordaram — Vou lá pagar a conta. Não se preocupe com nada — falou, olhando para Sehun, quando ele falou que gostaria de arcar com sua parte, mas aceitou, e sorriu agradecido.

Quando estavam os quatro próximos ao caixa, Jongin pediu licença e foi até o banheiro. Sehun disse que esperaria do lado de fora, e saiu, pois precisava de ar fresco.

— O que rolou entre você e Sehun? — Baekhyun perguntou, assim que ficou só com o outro alfa, esperando a recepcionista fechar a conta.

— Lembra do ômega que eu te falei?

— Claro, você só falou nisso, nos últimos três meses — Baekhyun respondeu, debochado, e riu com o sorriso largo que Chanyeol lhe direcionou.

— É ele. Oh Sehun.

— Não acredito? Como assim?

— Eu o reconheci no minuto em que cheguei perto dele hoje.

— Você fez algo com ele quando ambos saíram? Ele não pareceu muito contente com você em alguns momentos.

— Eu só questionei, se ele lembrava de mim — respondeu, meio desconcertado pelas meias verdades. 

— E?

— Ele lembra. E eu acho que ele está tão afetado quanto eu fiquei.

— Isso é uma baita coincidência.

— Uma coincidência maravilhosa — disse, sorrindo — Sei que ele vai com vocês, mas, quero levá-lo para casa hoje, para conversar. Me ajuda?

— Conversar? Sei — Baekhyun falou, rindo — Vou tentar. Só, não force a barra e não faça nada que o faça querer te matar. Ele é o melhor amigo do Jongin e eu não vou gostar de desavenças entre nós.

— Sou seu amigo há anos. Vai me trocar pelo seu ômega? — ele disse, falsamente ofendido.

— Com certeza — Baekhyun falou, e ambos riram — Mas falando sério. Não o magoe, ok?

— Não é minha intenção, fique tranquilo.

Assim que Chanyeol terminou de falar, Jongin chegou perto de Baekhyun.

— Como nós viemos de táxi mais cedo, podemos dar uma carona para o Hunnie até a casa dele? — Jongin perguntou para Baekhyun, mas quem respondeu foi Chanyeol.

— Eu o levo, não se preocupe.

Jongin olhou do Park para o Byun, como se questionando a Baekhyun se podia confiar no outro.

— Chanyeol cuidará bem dele, pode confiar. E podemos aproveitar mais um pouquinho — disse, piscando um olho para o ômega. 

— Certo, vou lá fora fazer companhia para ele.

Jongin saiu do restaurante encontrando com Sehun sentado em um banco na área externa, mas ainda dentro dos domínios do restaurante. Uma área onde podiam esperar até os carros serem trazidos pelos manobristas. Ele estava com os braços e pernas cruzadas, olhando para o jardim. Jongin sentou ao lado do amigo e apoiou a cabeça no ombro dele.

— Gostou do jantar, Hunnie?

— Sim, bastante, obrigado por me convidar.

— Senti você meio tenso.

— Não foi nada. Eles são muito legais.

— Também achei. O que achou do Chanyeol? — perguntou, com um sorriso e malícia na voz e Sehun riu divertido, mas permaneceu quieto. Quando iria falar algo, os dois alfas se aproximaram — Hunnie, Chanyeol se ofereceu para te levar — Jongin disse ao amigo, que fechou a cara para o alfa, quando o amigo virou para ele, mas sorriu quando ele se voltou para si — Tem problema ir com ele?

— Não, nenhum. Aproveitem a noite de vocês — disse, se despedindo de Baekhyun com uma pequena reverência e de Jongin com um abraço apertado, com a promessa de se verem na segunda, assim que o carro do Byun parou ao lado.

Quando eles se foram e ficou sozinho com Chanyeol, se virou para o alfa, com o semblante sério e os braços cruzados no peitoral, em modo defesa.

— Não precisa me levar, eu vou de táxi — disse, dando um passo para se afastar.

— Sehun — Chanyeol se aproximou e chamou, segurando no braço do ômega, e soltando em seguida, quando ele o mirou com raiva — Me desculpe pelo que falei antes — disse, mais sério, querendo mostrar que não estava brincando mais — me deixe te levar. Vou ficar preocupado e tenho certeza que Jongin me mata se algo acontecer com você.

Sehun viu sinceridade e seriedade nas palavras dele, por isso, bufou e entrou no lado do carona da grande Mercedes-Benz que o manobrista parou e entregou a chave para o alfa. Colocou o sinto, cruzou os braços e virou o rosto para o lado de fora. Não viu, só ouviu ele dar a volta, entrar, colocar o cinto e ligar o carro. Andaram alguns minutos em silêncio até Chanyeol tentar quebrar o gelo.

— Você mora sozinho?

— Não, moro com meu pais.

— Podemos ir para algum lugar? Queria conversar — perguntou, olhando para Sehun quando pararam em um semáforo. Quando o viu dar de ombros, entendeu que poderia escolher. Dirigiu por mais alguns minutos em total silêncio, até pensou em ligar o rádio e deixar alguma música tocar, mas estava sem rumo.


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Baekhyun estava dirigindo até o apartamento de Jongin. Queria muito levá-lo consigo para sua casa, mas precisava viajar cedo no dia seguinte, pegar os pais e seguirem até o interior, na casa da família Byun visitar seus avós. Queria levar Jongin para conhecê-los, para conhecer toda sua família, mas teria que fazer as coisas direito.

Estava com uma mão no volante e a outra entrelaçada com a de Jongin, cantarolando a música que tocava baixinho no rádio.

— Baek, será que não tem problema mesmo o Chanyeol levar o Sehun? Estou com receio dele se sentir abandonado. Ele parecia meio desconfortável em alguns momentos.

— Eu não sei se ele te contou sobre isso, e acho que não deveria estar citando, mas, há três meses, Chanyeol queria reunir o pessoal, pois ficaria os meses seguintes no Japão, então, fomos jantar e depois alguns foram para uma boate. Lá, ele me disse que ficou com um ômega, na verdade, ele disse que transaram no banheiro e ele não conseguiu esquecer esse ômega desde então. Ele falou sobre isso cada vez que conversei com ele nesses últimos meses — Baekhyun contava, enquanto Jongin assimilava a história e arregalava os olhos, percebendo a semelhança com o que aconteceu com seu amigo — Era o Sehun.

— Não, o Chanyeol? Wow, eu tô chocado. Sehun me falou desse alfa várias vezes, ele até voltou na boate nas semanas seguintes, com a esperança de encontrá-lo. Então foi por isso que eles não se esbarraram de novo, ele estava fora do país.

— Sim. Ele me disse que queria levá-lo em casa e garantiu que não faria nada para magoá-lo. Acho que deve ter sido um choque para Sehun tê-lo encontrado assim.

— Agora tudo faz sentido, a tensão do Hunnie — Jongin falou, e empolgado, pegou seu celular e mandou uma mensagem para o amigo.

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Sehun estava com a cabeça encostada no vidro do carro, olhando para fora, mas sem enxergar nada. Muitos pensamentos distintos rondavam sua cabeça naquele momento, e não sabia em qual se concentrar primeiro. Teve um pequeno sobressalto quando sentiu seu celular vibrar. Só havia 3 pessoas que deixava com notificações ativas, seus pais e Jongin, os demais ficavam eternamente silenciados. Sacou o celular para checar as mensagens e teria pulado se aquele monte de “A’s”, figurinhas e exclamações tivessem vindo de uma ligação. Jongin estava enlouquecido. Precisou subir as mensagens para ver o que ele queria dizer e pescou no meio daquela bagunça as frases importantes.

 

Nini 🧸:

🅰️🅰️🅰️🅰️🅰️🅰️🅰️

Não acredito que o Chanyeol é o alfa que vc conheceu 🤯

😱😱😱😱
E vc não me falou nada

 

Sehun ficou branco quando leu aquilo, e não demorou a responder.

 

Hunnie🐬:

Como vc soube?

 

Nini🧸:

Baek me contou

 

Quando Sehun leu aquela frase, olhou para o lado e fitou o alfa, que estava sério, sem movimentar nem um músculo, com as duas mãos no volante. Voltou-se para o aparelho, digitando freneticamente.

 

Hunnie🐬:

Mas esses alfas são fofoqueiros demais

 

Nini🧸:

Baek disse que ele só falou de você esses meses todos

E que estava feliz por ter te encontrado

Não era o que vc queria?

Dá uma chance pra ele, Hunnie

Veja no que dá

 

Hunnie🐬:

Eu não sei, Nini, eu tô me sentindo tão inseguro agora 😭

 

Nini🧸:

Sem motivos, você é perfeito

Não crie coisas na sua cabeça

Ouça o que ele tem a dizer

Se não for para ser

Pelo menos, aproveita mais uma foda boa

🤭

Hunnie🐬:

Obrigado pelo ótimo conselho 



Nini🧸:

Mas assim, se ele te machucar

De qualquer forma

Me avise, que eu mato ele

🤬



Hunnie🐬:

🤣🤣🤣🤣
Você não existe
Obrigado

Sabe que te amo

 

Nini🧸:

Tbm te amo, Hunnie

Vou esperar sua ligação amanhã

Se não, vou pegar o endereço dele com o Baek

e vou atrás de você 😘

 

Hunnie🐬:

Pode deixar
eu aviso, prometo

😘

 

Aquelas mensagens conseguiram colocar um sorriso em sua carranca, e nem percebeu quando o carro parou. Olhou assustado ao redor, notando estarem em uma garagem.

— Onde estamos? — perguntou e quando olhou para o alfa, ele estava tirando o cinto e se virando no assento para ficar de frente para si.

— No meu apartamento. Quer subir? — perguntou e Sehun olhou sério para ele — Vamos conversar, e se você quiser ir embora, eu te levo para casa na hora. Eu só… não queria me afastar de você, não agora… — ele parou, queria dizer que agora, que tinha finalmente encontrado novamente o ômega que gravou a ferro em seu peito a própria presença, não queria se afastar, mas depois de notar que Sehun estava receoso e arisco, ia parar de provocá-lo e tentar entender o que era aquilo, e se era recíproco, mas torcia para ser.

Sehun não disse nada, só soltou o cinto e saiu do carro, indo até a frente do veículo e esperando o alfa para poder segui-lo, o que não demorou a acontecer. E em minutos já estavam subindo pelo elevador até o 15º andar. Sehun estava tão concentrado em tentar manter a mente limpa no caminho, que nem sabia em que bairro estava.

Saíram do elevador para um corredor largo, com poucas portas, e seguiu o alfa até uma com o número 1506 gravado em dourado na superfície. Pelo visto, era um prédio chique. Assim que Chanyeol colocou a senha, se afastou e o deixou entrar. Sehun entrou, tirou os sapatos e calçou uma das pantufas que haviam em uma prateleira ao lado e entrou, se encaminhando pelo corredor, até chegar em uma sala grande. Respirou fundo e o cheiro de Chanyeol, que tomava conta de todo o ambiente, quase o embriagou, e para sua surpresa, também o deixou mais tranquilo. Sentia-se seguro. 

Nos poucos segundos em que olhou a sala, antes de Chanyeol aparecer do seu lado, viu um sofá grande em L, alguns puffs, uma televisão na parede, uma porta que daria para uma sacada e o que mais o surpreendeu, um piano de cauda em madeira marrom envernizada, que brilhava no ambiente.

— O que quer conversar? — Sehun perguntou, se virando para ele.

— Vem, vamos sentar — Chanyeol chamou, indo até a sala e sentando na ponta do sofá.

Sehun não queria parecer tão mais arisco do que estava, por isso, sentou no mesmo sofá que ele, com uma distância razoável. Estava com a coluna ereta, parecendo desconfortável, e Chanyeol sentia que ele estava com os ombros tensos.

— Quer beber alguma coisa?

— Chanyeol, foi só uma transa em uma balada. Não precisa ficar todo pisando em ovos.

— Estou tentando ir devagar porque você está arisco comigo desde mais cedo.

— Eu ainda estou muito puto por você ter falado aquilo pra mim — Sehun falou, emburrado.

— Eu já pedi desculpas, mas se você faz questão, eu peço de novo. É sério, me desculpe pelo que falei, não quero repetir o que eu disse, mas não penso assim, de verdade.

— Tudo bem — Sehun disse, com a cabeça baixa, mirando as mãos cruzadas no próprio colo.

— Mas eu falei sério quando disse que você não saiu da minha cabeça desde aquele dia — ele disse, se levantando e tirando o blazer cinza que usava por cima de uma camiseta marrom, que estava por dentro da calça social do mesmo material e cor do blazer — Como você falou agora, que foi só uma transa sem importância, então ok, eu não vou mais insistir, não quero me forçar onde não sou desejado — Sehun sentiu seu corpo gelar e um arrepio passar pela coluna. O viu ir até o balcão de bebidas que tinha em um canto da sala e colocou um dedo de uma bebida âmbar, que Sehun cogitou ser uísque — E você me beijou em seguida, não pode me culpar por ter expectativas.

— Quais as suas expectativas? Transar de novo? — Sehun retrucou, também inflamado com certa ironia na voz.

— Não vou negar — ele disse, depois de beber o conteúdo do copo em um único gole — Quer? — Apontou para a garrafa, negado por Sehun negou, que riu da careta que ele fez para a bebida — Aí, bem melhor do que a carranca.

Foi inevitável para Sehun ficar sério novamente e cogitar mandá-lo tomar no cu, mas só suspirou cansado.

— O que você quer comigo, Chanyeol? — Sehun levantou do sofá e deu dois passos em direção ao alfa.

— Quero te conhecer melhor, quero saber quem você é, como é seu trabalho, o que gosta de fazer nas horas vagas…

Sehun se desarmou quando o ouviu falar. Chanyeol era bonito, rico e queria um romance, tudo o que não recusaria em alguém, mas era um babaca. Será que podia ser tão azarado? Fez um bico pensativo, e riu quando ele falou, como se tivesse lido sua mente.

— Eu sei que soei como um babaca quando falei que você abria as pernas para qualquer um, mas de verdade, eu não costumo ser assim. Tudo bem se você ficou com várias pessoas — falou, fazendo outra careta e se aproximando de Sehun, já que ele estava sorrindo e parecia que não ia lhe matar —, mas queria ser o último e quem sabe você não precise procurar por mais ninguém.

— Quem disse que sou eu que procuro? — falou, com a voz mais brincalhona, sem se afastar enquanto ele se aproximava — Se me lembro bem, foi você que se aproximou enquanto eu estava inocentemente dançando com meus amigos.

— Inocentemente? Você estava dando um show de sensualidade para todos verem.

— Você estava no meio desse todos, e viu também.

— Sim, e não resisti — Chanyeol falou, colocando as mãos na cintura de Sehun, sorrateiramente enfiando os dedos por dentro das abas do blazer preto que ele usava, com as abas soltas por cima da calça — Podíamos repetir aquela noite — falou, passando o nariz pela bochecha de Sehun, rindo ao vê-lo fechar os olhos e suspirar — Só para confirmarmos se foi tão bom quanto eu me lembro.

Sehun estava cansado de resistir, mexido com tudo que Chanyeol falou e os toques dele em seu corpo, estavam lotando sua cabeça de lembranças, da noite na boate e do banheiro mais cedo. Riu quando constatou que tinham tendência a se pegarem em banheiros. Não acharia ruim poder transar com ele em algum lugar mais confortável, só para ver como era. Quem estava querendo enganar, queria aquilo, tanto quanto ele demonstrava querer.

Colocou as mãos nos braços do alfa, e apoiou a cabeça no ombro dele, escondendo o rosto no pescoço cheiroso. Gemeu quando Chanyeol passou a deixar beijinhos por seu pescoço, o que estava o deixando todo arrepiado.

Ergueu o rosto e olhou fundo nos olhos do alfa, brilhantes de desejo e algo mais, que ainda não sabia o que era, mas, sentia-se seguro com ele, queria confiar, queria tentar de novo, e no fundo, queria que desse certo. Acabou com a distância entre as bocas com um selar simples, como se testando e passou a dar beijinhos cada vez mais demorados, até Chanyeol enfiar a língua entre seus lábios, resvalando na sua e Sehun ver estrelas com o gosto bom que ele tinha. Entrelaçou os braços pelo pescoço dele, enquanto o alfa o abraçava pela cintura e ficaram se beijando, em pé no meio da grande sala.

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Baekhyun estava com o carro parado no estacionamento do edifício de Jongin, e os dois conversavam sobre os amigos.

— Eu não acredito que você mandou mensagem para ele — riu, cutucando o ômega que estava deitado em seu peito, depois que afastou e deitou o banco do carona, escapulindo para lá, colocando Jongin deitado sobre si.

— Eu precisava tirar isso a limpo. Na verdade, Hunnie falou que vocês, alfas, é que são fofoqueiros — Jongin disse, e Baekhyun gargalhou.

— Não dá para refutar isso. Espero que eles se acertem.

— Também espero. Vou sentir sua falta esse final de semana — Jongin falou, deixando um beijo no queixo de Baekhyun.

— Também vou. Pior que o sinal é horrível na fazenda. Já tentamos colocar as linhas e torres para melhorar, mas vovó Byun é totalmente contra, diz que temos que desintoxicar de tanta tecnologia — falou e riu junto com Jongin — Vou ver os compromissos da próxima semana, e caso não tenha nada, vamos programar algo. Quando der, o que acha de viajarmos para uma praia, ficar juntinhos, hum?

— Seria legal. Vamos combinando durante a semana — Jongin disse, se levantando e abrindo a porta para sair — melhor eu entrar, antes que eu te ataque aqui e nós dois seremos presos por atentado ao pudor — falou rindo, enquanto abraçava o alfa que havia saído do carro também. Se despediram com mais alguns beijos e Baekhyun ficou admirando o ômega entrar e sumir de suas vistas, para então entrar no carro e partir para o próprio apartamento. 

Tinha decidido, pediria Jongin em namoro na semana seguinte, e antes de sair em viagem com ele para poder concretizar seu plano, tinha algo importante a fazer.


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Com os beijos, veio a vontade e o desejo de se entregarem um ao outro, e em poucos minutos, Chanyeol estava nu, sentado no sofá da sala, com um ômega igualmente nu, sentado em seu colo, com os braços presos em volta do pescoço do alfa, sem separar as bocas. Sehun sentia o pau de Chanyeol resvalando no meio das suas bandas, melando com sua lubrificação, e a cada vez que a glande raspava em sua entrada, sentia seu corpo todo arrepiar. Chanyeol pegou o pau e levou até o buraquinho, forçando a entrada da glande, até Sehun erguer o quadril e o pau escapar, batendo na bunda macia do ômega.

— Camisinha, Chanyeol — Sehun falou, apartando o beijo e mordendo o lábio inferior do alfa, puxando até a carne soltar dos seus dentes.

— Ahh, tá no bolso do blazer, consegue pegar? — disse, apontando com a cabeça para a peça que estava sobre a poltrona do lado. 

Sehun se esticou todo até conseguir alcançar a roupa, enquanto Chanyeol não tirou as mãos de sua cintura e passou a beijar o tronco nu, deixando mordidinhas pela pele. Sehun se atrapalhou em achar o que procurava, e suspirou aliviado quando pegou a embalagem metálica, abrindo e entregando para o alfa.

— Coloca — Chanyeol pediu, com o olhar mais safado possível, então, como ele estava pedindo um showzinho, o deixaria louco.

Saiu do colo dele, se arrastando até o chão, ficando de joelhos no meio das pernas de Chanyeol, que se deixou relaxar no encosto do sofá com um sorriso vitorioso. Sehun pegou o pau que já pingava e passou a masturbá-lo, espalhando o gozo pela extensão, movimentou algumas vezes antes de descer a cabeça até seu alvo e abocanhar o membro o máximo que conseguia, subindo e descendo a cabeça, o deixando bem babado. Seu próprio pau vibrou quando ouviu um gemido rouco de Chanyeol.

— Saudades dessa boquinha gostosa — falou, causando arrepios no ômega, que não parou de chupá-lo. Chanyeol segurou os cabelos de Sehun, empurrando a cabeça dele em direção a sua pélvis e só soltou quando o viu se engasgar.

— Faz isso de novo e eu arranco ele fora — falou, enxugando a saliva que escorria pelos cantos da boca. Chanyeol se aproximou e puxou a cabeça de Sehun para cima, o beijando e entrelaçando as línguas.

— Se fizer isso, perde o teu brinquedinho — falou, e gargalhou para o bico que o ômega fez, mas quase se engasgou quando ele voltou com a boca em seu membro e chupou com força a cabecinha — Ah, caralho, se continuar assim, eu vou gozar na tua boca.

— Não me lembrava de você ser tão fraco assim — Sehun debochou, enquanto tirava o látex da embalagem e descia pelo pau em riste.

— Estou descobrindo que sou extremamente fraco, quando se trata de você — falou, segurando Sehun pelas costelas e o ajudando a se empoleirar novamente em seu colo, voltando a capturar os lábios gordinhos em um beijo urgente, enquanto seu pau resvalava no meio das bandas do ômega que ofegava a cada vez que a cabeça passava pela entrada úmida.

Sehun apartou o beijo e levou a mão para trás, pegando o pau e levando até seu buraquinho, sentando devagar e gemendo conforme ele tomava espaço dentro de si. Parou, para se acostumar com o volume, enquanto Chanyeol beijava, mordia e chupava seu pescoço e mamilos. Já estava ofegante quando começou a rebolar no colo de Chanyeol, devagar a princípio, se acostumando, sentindo ele ir fundo com cada movimento. Mais um gemido alto quando sentiu o alfa levar as mãos até a sua bunda e apertar.

— Senta na rola do teu alfa — Chanyeol falou, enquanto apertava firme a bunda de Sehun, fazendo as falanges ficarem brancas e a carne das bandas sobressair entre os dedos. Sehun tirou a mão que apoiava no ombro do alfa para poder se equilibrar enquanto rebolava, e desferiu um tapa certeiro do rosto de Chanyeol, que grunhiu e gemeu para si.

— Chanyeol, só cala a boca e me come — disse, levando a outra mão também até o rosto do alfa, grudando as bocas em um beijo molhado e intenso.

E o alfa fez exatamente o que seu ômega pediu, erguendo o quadril e arremetendo com força na entrada apertada, mas que estava tão molhada que ainda assim, deslizava com facilidade. Sehun se agarrou ao pescoço de Chanyeol e passou a gemer com cada estocada.

— Chan… — ele chamava, se engasgado com a própria saliva que o impedia de completar o nome do alfa. Chamou várias vezes, pois não conseguia se conter do prazer que era sentir Chanyeol indo fundo em si.

— Isso, geme meu nome, é uma delícia te ouvir me chamando assim — Chanyeol falava com a voz grossa e ofegante.

E Sehun gemeu mais ainda quando ele soltou sua bunda e o deixou quicar a vontade, levando a mão até o pau abandonado, o masturbando entre os abdomens. Sehun só conseguia pensar que estava muito gostoso, o cheiro de Chanyeol bem no seu nariz, a mão grande dele cobrindo seu pau, o pau dele entrando e saindo de dentro de si, não aguentaria muito mais.

— Chan, eu tô quase — disse, desacelerando os movimentos. Chanyeol notou que eles estava ficando cansado e o segurou pela cintura, levantando do sofá e colocando o ômega deitado, se enfiando nele em seguida, arremetendo forte enquanto segurava uma das coxas no alto com uma mão e com a outra, voltava a masturbá-lo. Viu Sehun fechar os olhos e gemer quando seu corpo começou a estremecer e ele apertou seus antebraços, cravando as unhas na pele. 

Chanyeol se sentiu orgulhoso quando ele gozou forte em sua mão, mas não parou de estocar e de esfregar o pau lambuzado, estendendo o prazer de Sehun o máximo que pudesse. Só aquela visão do ômega, todo vermelho, suado, com os lábios entreabertos e os olhos semicerrados em seu sofá, já foi o suficiente para fazê-lo vir, e se empurrar em Sehun, gozando intensamente na camisinha. Se deixou cair por cima do ômega quando sentiram os tremores cessarem, e apoiou os cotovelos ao lado da cabeça dele, descendo a boca até os lábios inchados, o beijando com mais calma.

Sehun estava respirando com dificuldade, mas sentiu falta dos lábios de Chanyeol quando ele afastou o rosto e ficou olhando para si com um sorriso abobado no rosto. Ficou preocupado quando ele começou a rir.

— Não fala nenhuma merda, por favor — Sehun falou, o alertando.

— Eu não ia, eu juro. Só ia dizer que, se cada vez que a gente transar, for melhor que a anterior, eu vou te sequestrar e nunca mais te deixar sair de perto de mim — falou, com um sorriso enorme, que contagiou Sehun.

— Bobo — Sehun falou, deixando um tapa no braço dele.

— Sim, por você.

— Meu Deus, Chanyeol, para. Você vai me deixar envergonhado e eu não costumo ficar envergonhado.

— Ótimo, reação exclusiva minha — ele disse, e Sehun riu e corou, cobrindo o rosto com as mãos em seguida, tendo o dorso das suas mãos beijadas pelo alfa.

Não queria se afastar, mas percebeu que ainda estava dentro do ômega, então, se afastou, ficou de joelho no sofá, tirou a camisinha e amarrou o látex.

— Vem, vamos tomar um banho — ele convidou, esticando a mão e ajudando Sehun a se sentar — Não quer avisar seus pais de que não vai voltar para casa hoje?

— Sim, vou dizer que vou dormir na casa do Jongin — disse catando o celular na calça, desbloqueando e começando a digitar enquanto andava com dificuldade, já que Chanyeol grudou nas suas costas e se deixou ser quase arrastado por si — Tá, mas quem disse que eu vou passar a noite com você? — falou, parando no corredor e se virando para o alfa.

— Fica, por favor, eu prometo café na cama, carinho, cafuné, e te deixo dormir até tarde amanhã — Sehun riu da proposta e o beijou, escondendo o rosto no pescoço dele em seguida.

— OK, mas eu vou cobrar, hein — disse, e gargalhou quando Chanyeol comemorou como se tivesse ganhado um prêmio e colocou um braço sob suas pernas o erguendo no colo, correndo para o que Sehun descobriu ser o banheiro.

Tomaram banho trocando beijos inocentes, o que para os dois regidos pela libido, era bem estranho, mas estavam querendo abraçar aquele diferente e não iam ficar se questionando.

Já lavados e secos, foram para a cama e ficaram um de frente para o outro contando histórias aleatórias de seu dia a dia, Sehun falando sobre suas turmas e Chanyeol sobre as situações que passou nos meses que esteve no Japão.

 Mais tarde, Sehun estava de bruços na cama, com o lençol cobrindo somente sua bunda e Chanyeol distribuindo beijinhos suaves pelas suas costas.

— Eu senti o mesmo — falou de repente, fazendo Chanyeol pausar a massagem beijoqueira.

— O quê?

— Eu também me senti assim, conectado, emocionado, viciado em você depois daquela noite na Blooming’s. Quando nos separamos, eu fui encontrar meus amigos e um deles, o Jaehyun, estava passando mal e eu precisei levar ele para casa. Eu voltei na semana seguinte, para ver se te encontrava. Dancei a noite toda, neguei todos os alfas que chegavam perto de mim, mas não te vi. Voltei lá mais umas três vezes depois disso, então, eu desisti. Deduzi que você só queria um sexo sem compromisso e eu precisava seguir em frente. Mas eu não consegui, não consegui ficar com mais ninguém desde então — disse, se arrepiando quando Chanyeol beijou seu pescoço — Eu até dormi com um antigo colega de faculdade em um encontro de alunos — disse, e berrou de dor quando levou uma mordida no braço — Ai.

— Não acredito que você está me falando isso — disse, tentando soar ofendido.

— O que queria, que eu mentisse? Vai dizer que não transou com ninguém nesses meses todos.

— E não fiz mesmo, eu te disse, não consegui te tirar da minha cabeça. Tava batendo punheta demais em sua homenagem para conseguir encostar em outra pessoa.

— Para seu conhecimento, eu transei com esse cara, e foi péssimo, pior sexo da minha vida, daí eu desisti de vez. Sério Chanyeol, você me estragou pro mundo.

— Ainda bem, agora, você é só meu — ele falou, se jogando na cama e puxando o ômega para cima de si.

— Você não está muito emocionado, não?

— Não. Eu não quero te perder — falou, capturando os lábios do ômega em um beijo apaixonado — Sehun, namora comigo?

— O quê? Ficou maluco Chanyeol?

— Nenhum pouco. Não vamos perder tempo. Eu quero poder sair com você sempre que pudermos, passear, te comprar presentes, ir te buscar, conhecer seus pais e te chamar de meu ômega. Vamos tentar, se não der certo, a gente conversa e eu prometo que não serei um ex grudento nem nada, se você não quiser ficar comigo, eu vou aceitar. Vou sofrer horrores, mas vou aceitar.

Sehun não podia acreditar no que estava escutando, mas estava feliz, não podia estar mais feliz. Começou a rir e cobriu o rosto com as mãos. Chanyeol o abraçou rindo com ele, mas parou quando o ouviu soluçar.

— Hun, não chora, por favor — ele disse, tirando as mãos do rosto de Sehun e beijando as lágrimas que escorriam — Prometo fazer tudo ao meu alcance para te ver feliz.

— Eu só não acredito. Você não me conhece. Venho de uma família simples, Chanyeol. Você é rico, deve ter uma família tradicional, o que eles vão pensar?

— Eles vão pensar em quanto eu sou sortudo por ter um ômega tão lindo ao meu lado e como eu fico feliz com você. Só isso que importa. Você aceita? — ele perguntou e Sehun só confirmou com a cabeça, rindo em seguida para a empolgação do alfa.

— Agora vamos dormir, eu tenho que dar aula amanhã de manhã.

— Na escola?

— Não, em uma academia.

— Eu posso ir com você?

— Pode, mas vai ter que pagar a mensalidade para poder entrar.

— Sem problemas, posso ter aula com você?

— Não sabe nadar?

— Sei, mas posso fingir me afogar e você vai ser obrigado a fazer respiração boca a boca — Chanyeol falou, se fingindo de morto na cama, até se sobressaltar ao levar um beliscão no mamilo — Ai.

— Não acredito, meu namorado é um bobão — Sehun disse, deitando e se aconchegando nos braços do alfa, que sorria feliz e orgulhoso por ser chamado de namorado.

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Notes:

E aí pessoal, o que acharam.
Eu amo esse Sehun power bottom total, e esse Chan todo emocionado....rsrsrsrs
Espero que tenham gostado e até sexta. 😘😘😘😘

Chapter 9: Beijos pela Noite

Notes:

Voltamos para mais um capítulo de Folhas Coloridas e vamos de ver esse grupinho lindo reunido em uma baladinha?

Espero que gostem do cap, e aqui vai um aviso importante, o cap já começa no 🔥🔥🔥🔥🔥🔥

Boa leitura 😁😁😁😁 OBS: tem recadinho importante nas Notas Finais

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

capa 9

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 9 - Beijos pela noite

 

Baekhyun voltou da casa dos avós no domingo de noite e assim que chegou em uma região com área de celular, ligou para Jongin pelo aplicativo do carro e ficaram conversando até ele chegar a Seul.

Jongin perguntou se ele estaria muito cansado para ir visitá-lo, o que foi prontamente negado.

— Ah, Ursinho, eu só comi e dormi desde ontem. Estou cheio de energia — ele falou, ouvindo a risada do ômega na linha. Como amava aquela risada.

— Quer vir para cá?

— Posso?

— Deve.

— E posso passar a noite?

— Vou adorar, posso te usar como travesseiro — disse, e ouviu a risada que tanto amava do alfa — Eu também tenho uma fofoca para te contar.

— Ah, não, me conta agora.

— Te conto quando você chegar, vou fazer suspense. Fiz um bolo hoje de tarde, teremos algo para beliscar também.

— Que delícia, ansioso para experimentar. Já estou quase chegando, você me busca lá embaixo?

— Sim, já estou descendo, beijos — falou, e desligou a chamada, correndo escovar os dentes, pentear os cabelos e colocar um sobretudo leve, para poder descer, já que estava de pijamas, com um shorts curtinho e um cropped na parte superior.

Ficou esperando dentro da portaria de seu prédio, e assim que viu o Audi entrar no estacionamento, correu até ele e bateu na janela do carona. Baekhyun destravou, deixando o ômega entrar, e Jongin logo se aproximou para selar os lábios com os do alfa.

— Hmmm, que saudade do teu cheiro — Baekhyun falou, abraçando Jongin.

— Eu também estava. Seguinte, não tenho carro, mas tenho direito a uma vaga de garagem, e como meu Appa usa às vezes, ele me disse que é uma ótima vaga. Quer estacionar lá dentro?

— Pode ser, vamos lá — concordou, ligando o carro novamente e seguindo o caminho indicado pelo ômega. Poucos minutos depois, já estavam abraçados no elevador. Como Baekhyun estava voltando de viagem, estava com uma mala pequena em mãos, que levou para o apartamento, já que haviam roupas limpas que poderia colocar depois de tomar um banho. 

Assim que entraram, Jongin tirou o casaco e saiu desfilando na frente do alfa com aquele shortinho que destacava bem sua bunda e deixava boa parte das costas e do abdômen à mostra. Não resistiu e agarrou o ômega no meio do corredor, o prensando na parede e o beijando com saudades.

— Alguma chance de seus pais aparecerem aqui agora? — Baekhyun perguntou, antes de atacar o pescoço do ômega.

— Nenhuma. Já falei com eles há pouco, e estavam prontos para dormir — disse, ofegando quando ele levantou sua blusa e chupou um de seus mamilos, e sentiu seu corpo todo se arrepiar com a declaração seguinte do alfa.

— Ótimo, porque eu vou te comer nesse corredor — Baekhyun falou, apertando o pau de Jongin que já estava endurecendo, por cima do tecido. Desceu mais até estar ajoelhado no chão e puxar o elástico do pijama, revelando o pênis semi-ereto e abocanhá-lo, fazendo Jongin ver estrelas.

Baekhyun segurava o quadril de Jongin fortemente com uma mão, para firmá-lo enquanto o chupava, e com a outra, foi abrindo desajeitadamente a própria calça jeans. Abriu as abas como pode e baixou a boxer, libertando o membro que ganhava vida a cada segundo. Passou a bombeá-lo no ritmo em que sua boca engolia o pau do ômega.

Jongin estava apetitoso com aquela roupa, e só havia um desejo passando pela cabeça do alfa, que soltou o próprio pau e com as duas mãos, virou o ômega para a parede, deixando a bunda arrebitada bem na sua cara. Com as mãos, apertou as bandas, afastando-as e sorriu ao ver a entrada que piscava brilhante pela lubrificação que começava a escorrer.

Sorriu em satisfação com o gemidinho engasgado que ouviu de Jongin, quando passou o polegar por toda a extensão do meio da bunda, apertando ao passar pela entrada, seguindo até o períneo, e apertando suavemente as bolas. Abriu novamente as bandas e desceu a boca, passando a língua pelo caminho que seu dedo havia feito e ouvindo um choramingar de Jongin. Queria ouvir aquele som maravilhoso novamente, do seu ômega sentindo prazer, prazer que podia proporcionar, e com esse objetivo, avançou com a boca no buraquinho e beijou, sugou, lambeu, o penetrando com a língua e se deliciando com o gosto de baunilha que Jongin liberava mais e mais conforme sua excitação crescia.

— Bae… ahh, Baek — Jongin chamou, com as mãos e a testa apoiadas na parede, empinando mais a bunda em direção a boca do alfa. Aquilo era tão bom, que não queria que ele parasse nunca, mas seu corpo se contradizia a cada segundo, delirava quando a língua dele entrava, mas queria mais, o queria dentro de si, com urgência — Alfa — chamou novamente, despertando o alfa em seus instintos mais básicos.

Baekhyun ficou novamente de pé e virou o corpo dele para si, capturando a boca vermelha das mordidas do ômega em um beijo selvagem. Jongin o agarrou pelo pescoço e retribuiu com fervor a fúria do beijo, sentindo seu próprio gosto na língua do alfa. Nunca havia recebido um beijo grego, e não poderia estar mais realizado com a experiência.

Apartou o beijo ao engasgar quando Baekhyun apertou seu pau junto ao próprio e passou a bombear ambos. Estava tão bom que não duraria nada, estava prestes a gozar, e como se adivinhasse, Baekhyun se afastou minimamente, pescando uma camisinha do bolso da jeans, a qual havia colocado ali mais cedo já planejando aquele cenário, rasgando a embalagem com os dentes, pois não queria largar o pau de Jongin que continuava sendo bombeado por si, e a vestiu. 

Jongin levou a mão afoita até o pau encapuzado e  passou a bombeá-lo, até que ele afastou sua mão e deu um passo para trás, se abaixando e pegando Jongin pelas coxas o impulsionando para seu colo.

— Prende suas pernas em mim — pediu, com a voz rouca de tesão. Quando o ômega o fez, o prensou na parede e o desceu no pau em riste, grunhindo com o rosto enfiado no ombro de Jongin — Gostoso pra caralho.

Baekhyun passou a investir o quadril na entrada que o acolhia tão bem, sem piedade, ouvindo os gemidos do ômega reverberando pelo corredor, quicá pelo apartamento todo, mas era algo que não importava naquele momento, pois só queria continuar arremetendo em seu ômega.

— Dois dias longe de você foram o suficiente para me deixar louco de saudades — ele dizia entre fôlegos.

— Mata essa saudade agora, meu alfa — Jongin falou ofegante, mas sorrindo apaixonado para ele, que não resistiu em beijá-lo e acelerar as estocadas, fazendo o ômega levar a cabeça para trás, apoiando na parede e berrar ao gozar forte no próprio abdômen.

Baekhyun sentiu o aperto em seu pau e se deixou vir, grunhindo com a boca no pescoço de Jongin.

Jongin lembrou que ele havia ameaçado uma transa no corredor na casa dele, e cumpriu da melhor forma possível. Baekhyun era ótimo em tudo que fazia, conseguia deixá-lo em ponto de ebulição toda vez, prezava pelo seu prazer antes do próprio, e tinha uma pegada monstruosa. Enquanto recuperava o fôlego, Jongin riu com esses pensamentos e com a sorte que tinha por terem se encontrado.

Apoiou a cabeça no ombro dele, o sentindo vacilar por um segundo com seu peso nos braços, mas foi impulsionado para cima e agarrado firmemente pela cintura quando ele saiu de si, carregando-o em direção ao banheiro.

Estavam deitados e abraçados na cama, depois do sexo e do banho, com Baekhyun fazendo carinho nos cabelos de Jongin.

— Eu quase esqueci — Baekhyun falou, recebendo um resmungo de Jongin —, qual a fofoca?

— Sehun tá namorando o Chanyeol — disse, em meio a quase sonolência.

— Uau! Agora estou surpreso. Que bom, vou encher o saco do Chanyeol amanhã por não ter me contado, já que ele volta das férias.

— Hunnie tá bem feliz. Fala para ele fazer meu amigo feliz, senão eu caço ele — disse, manhoso e Baekhyun gargalhou.

— Pode deixar, Ursinho, eu aviso sim. Dorme bem, meu anjo — Baekhyun falou e antes que percebesse, Jongin já ressonava em seu peito.

Ficou pensativo com a novidade, e tinha que parabenizar o amigo. Agora, era sua vez de colocar o plano em prática. Só queria que a sexta-feira chegasse logo, para poder fazer o pedido ao seu ômega.


estrela meio

Sehun havia ligado para Jongin no sábado de manhã, quando estava no vestiário da Academia onde dava aulas de natação três vezes por semana. Foi uma conversa bem rápida e gritada, quando ele disse que o Park havia lhe pedido em namoro e ele não havia resistido em aceitar, mas que contaria os detalhes na segunda. 

Jongin ficou genuinamente feliz pelo amigo, e torcia para dar tudo certo para ele, mas, depois de um tempinho, ficou pensativo sobre sua própria situação. Já estava saindo com Baekhyun há quase um mês e por mais que o considerasse seu alfa, e sentisse que já era o ômega dele, ainda não havia um rótulo.

Ainda não sabiam o que fariam no final de semana seguinte, mas esperava poder passar com ele, e aproveitaria para conversar com ele sobre isso.

Assim que Baekhyun o deixou na escola na segunda de manhã, correu para encontrar Sehun e abraçá-lo, o parabenizando e exigindo os detalhes.

— Meu Deus, eu não acredito. Ele foi até a sua casa? — Jongin falou, com as mãos no rosto em espanto.

— Ele me levou em casa no domingo de tarde e no caminho, disse que queria conhecer meus pais. Eu quase surtei, mas liguei pra Omma e avisei que estava levando uma visita. Ela me xingou no telefone — Sehun contou e riu com o amigo, pois ambos sabiam a qual dos Oh, ele havia puxado — Eu pedi para o Chanyeol esperar do lado de fora, só para eu explicar para eles do que se tratava e quando falei que havia trazido um namorado para conhecê-los, Appa surtou e correu até a porta, abrindo de supetão e dando um baita susto no Park — Sehun falou, gargalhando com o amigo.

Chanyeol estava nervoso , mas não se arrependia da ideia que teve. Queria ficar com Sehun e precisava fazer as coisas da forma certa; e se apresentar para os pais dele, era uma delas. Ficou esperando Sehun convidá-lo a entrar, e não esperava a porta de entrada abrindo com estrondo e um senhor sair o encarando feio. Chanyeol deu um pulo de susto e dois passos para trás, quase tropeçando em umas pedrinhas da entrada.

— Quem é você? — o homem perguntou e pelos feromônios que sentia no ar, sabia que ele era um alfa, então, se recompôs e se curvou ao homem.

— Boa tarde, Sr. Oh, sou Park Chanyeol, namorado do Sehun — ele disse, polido.

— Namorado? De onde você surgiu rapaz? — ele novamente perguntou, com as mãos fechadas em punho na cintura.

— Appa, por favor, seja educado — Sehun falou, vindo em socorro do Park, que olhou para ele com um sorriso apaixonado.

— Oh Yeon Seok , deixe o rapaz entrar. Venha querido, entre — uma senhora baixinha e simpática saiu e pegou em sua mão, o levando para dentro de casa. Ela tinha um cheirinho doce de ômega, que lembrava sua própria mãe. Conseguiu ouvir alguns resmungos de Sehun e seu pai, mas não escutou o que eles falavam — Sou Lee Yeon Hee, mãe de Sehun — a senhora disse, após levá-lo até uma sala pequena, mas bem aconchegante e convidá-lo a sentar no sofá de três lugares que havia. Chanyeol sentou na ponta e olhou em volta — Quer tomar um chá, uma água? — ela ofereceu.

— Aceito uma água, obrigado — Chanyeol aceitou, agradecendo. Novamente, abriu um sorriso quando viu Sehun entrando acompanhado do pai, que sentou em uma poltrona de frente para Chanyeol, e o ômega sentou ao lado dele, segurando sua mão, o que o deixou bem mais tranquilo.

— Sehun, vem comigo, deixa os alfas conversarem — ela disse, chamando o filho que iria protestar, mas resmungou, apertou a mão de Chanyeol e seguiu a mãe.

— Sehun nunca mencionou você, então foi uma surpresa para nós ele aparecer aqui e falar que estava namorando.

— Nós nos conhecemos há uns três meses. Voltei de viagem semana passada e acabamos nos reencontrando — Chanyeol falou, coçando a nuca, tentando não mentir, mas também não contar detalhes que poderiam soar ruins para os dois. 

— Foi com você que ele passou o final de semana? — o mais velho perguntou e Chanyeol arregalou os olhos, espantado com a pergunta — Somos pessoas simples, mas não somos bobos, sei que meu filho tem uma vida bem ativa, porém, ele nunca tinha nos apresentado ninguém. Quero saber o que há de especial em você.

Chanyeol ficou espantado com a fala do Oh mais velho e sorriu, compreensivo.

— A meu ver, não tenho nada de especial, mas Sehun é muito especial para mim. Sinto uma conexão imensa com ele, quero tê-lo ao meu lado e fazê-lo feliz — O Park disse, sem medo de parecer piegas em frente aos seus futuros sogros.

— Você soa muito romântico e precisa de coragem para vir se apresentar aos possíveis sogros, então, entendo que não vai só brincar com ele e magoá-lo.

— De maneira alguma. Eu realmente quero conhecê-lo melhor, conhecer vocês.

— E se ele engravidar? Vocês não parecem que vão ficar só de mãos dadas o namoro todo.

— Se acontecer, me caso com ele na hora, e nosso filho será muito bem-vindo. Mas estamos nos cuidando, quem sabe, se ambos concordarem, não podemos ter um casamento em breve? E daí sim, pensaremos em crianças — ele disse, soando brincalhão e recebendo uma gargalhada do mais velho.

— E o que você faz da vida?

— Eu sou… bem, eu sou…

— Ih, não vai me dizer que é algum empreendedor, que na verdade é um desempregado. Eu vou te investigar garoto. Somos pessoas simples, mas não quero meu filho envolvido com um desocupado — Ele falou, totalmente sério, fazendo um enorme contraste com o que tinha visto segundos antes.

— Não senhor, não sou desocupado. Me desculpe se deixei uma impressão errada. Eu trabalho como Diretor de Operações da Byun Eletronics, o senhor conhece? — ele perguntou, e viu o homem assentir, ainda sério — Mas na verdade, eu sou um Chaebol — ele disse, baixinho, meio envergonhado.

— O quê? — o mais velho perguntou, espantado, levantando do sofá. Chanyeol pensou em levantar também, mas não queria soar como se estivesse o desafiando — Você é um herdeiro? Isso não vai dar certo. O que quer com nosso filho? Ele é só um rapaz comum, sua família não vai aceitá-lo, não quero ver meu filho sofrendo.

— Senhor — Chanyeol chamou, finalmente se levantando e ficando sério também — Não há nada de comum no Sehun, ele é maravilhoso, todo ele, e eu quero conhecer cada pedacinho da pessoa que ele é. Minha família vai aceitá-lo, porque meus pais sempre respeitaram nossas escolhas, minhas e de meus irmãos. Entenda, meus pais são investidores e eu sou o mais novo de três irmãos, meu mais velho é o herdeiro, e também casou com uma ômega de uma família simples e vivem felizes com três crianças. Minha irmã é uma ômega também, e meus pais sempre quiseram somente o melhor para ela, se ela não tivesse casado entre uma família influente, eles aceitariam também. Quero muito apresentar o Sehun aos meus pais e irmãos, e posso garantir que não deixarei nada magoá-lo.

O alfa Oh ficou olhando para o Park com um semblante pensativo. Não queria ser pessimista, mas não estava confiante. Ele e a esposa tinham um pequeno ateliê no bairro, para costura e reformas. Faziam a maioria das roupas que os filhos usavam, não iriam ficar ricos, mas viviam confortavelmente, não como um menino de família rica. Enfim, se Sehun confiava nele, o que poderia fazer?

— Eu garanto, Senhor Oh, só tenho boas intenções com o Sehun — Chanyeol complementou, firmemente.

— Sua escolha, ele não é um garoto ambicioso, não sabe cozinhar, é temperamental, boca suja, o que puxou a mãe, mas pelo menos é lindo, puxou a mim — ele falou, rindo e fazendo Chanyeol rir, até Sehun entrar enfurecido.

— Appa, como pode falar isso — ele disse, com os olhos vermelhos.

— Oh Yeon Seok, eu escutei o que você falou de mim — a esposa veio, com a cara séria e se aproximou do esposo de braços cruzados.

— Não falei nenhuma mentira, se ele quer entrar para a família, precisa saber para qual — ele falou, fazendo os demais rirem — que bonito hein, vocês estavam escutando nossa conversa? — O Oh mais velho acusou, deixando os ômegas envergonhados.

— Você tá chorando? — Chanyeol perguntou, preocupado, esticando o braço para Sehun se aproximar e o abraçou.

— É claro que não — ele disse, afundando o rosto no peito do alfa.

— Ele tá sim, ficou emocionado com o que você disse — a Sra. Lee falou, recebendo uma careta do filho, mas só ignorou e riu — Quer ficar para o jantar?

Chanyeol sorriu e aceitou, voltando a sentar e conversar calmamente com seus futuros sogros.

— Acha que estou sendo muito precipitado? — Sehun perguntou ao amigo, após contar como ocorreu sua conversa com Chanyeol na sexta e a conversa com seus pais no domingo.

— Eu não sou a melhor pessoa para opinar porque não estou dando exemplo. Desde o primeiro dia que encontrei o Baek, eu quis ficar com ele, mais do que apenas um encontro. Pelo que você me contou, Chanyeol tá realmente apaixonado.

— É loucura, Nini, total loucura. Nos encontramos na sexta, estamos juntos há três dias, mas eu sinto que estamos há três meses, e eu posso dizer que também estou completamente apaixonado por ele — Sehun confessou, todo envergonhado.

— Ai amigo, vai fundo, viva esse amor, e se por acaso algo não der certo, estarei aqui para te consolar, e matar ele com você, ok?

— Eu já disse, você não existe. Fora que, vamos falar a verdade né amigo, você não machucaria nem uma abelha, mesmo que ela te picasse.

— Calúnia, vocês não me levam em consideração. Eu sou bonzinho, não sou bobo — ele disse, fazendo bico e Sehun caiu na gargalhada. Jongin também porque sabia que o amigo tinha um pouco de razão.

estrela meio

Não conseguiu ver Baekhyun na segunda e terça pois ele teria alguns jantares de negócio, mas conversaram por telefone todas as noites, e quarta-feira chegou antes que notassem. Naquela noite, todos se encontrariam para a inauguração da nova boate de Zhang Yixing em Gangnam, EXO Planet Lounge.

Chanyeol havia criado um chat com todos, e enviado a confirmação de que estavam na lista vip para a festa. Tudo graças a Kim Minseok, que era amigo do dono e estava retornando a sede em Seul, após ótimas negociações no exterior.

Jongin estava nervoso com aquela noite. Talvez nervoso não fosse a descrição mais exata, ele na verdade se encontrava muito ansioso. Queria se divertir, mas também queria impressionar seu Alfa. Estava se admirando no espelho, já com a roupa posta quando Sehun saiu do banheiro só com a boxer preta, secando os fios com uma pequena toalha.

— Como estou? — ele perguntou, após virar em direção ao amigo e passar a mão pela roupa. Jongin estava usando uma calça preta em um tecido leve, baixa no quadril, deixando em destaque sua cintura através do blazer de mesma cor, cheio de recortes, que mostravam as laterais da cintura e o umbigo. Deu uma voltinha, mostrando a parte de trás, que possuía algumas fivelas conectando as abas do blazer, deixando as costas quase toda à mostra. Levava um colar de pedras no pescoço que brilhava no decote do blazer e o cabelo estava com um efeito desarrumado, que o deixava natural.

— Magnífico. Um certo alfa não vai tirar os olhos de você. Não que ele já não faça isso, não é? — Sehun falou, se aproximando da cama do amigo e pegando a calça que estava esticada sobre o móvel, vestindo-a em seguida. Sua roupa também era preta com alguns detalhes em vermelho. A calça justa no corpo, possuía uma linha vermelha nas laterais e no cós, e o blazer, levava os detalhes do debrum no mesmo vermelho, com um dos lados da aba frontal mais curto, deixando a barriga à mostra. O decote era fundo, também mostrando levemente o peitoral. Ambos colocaram coturnos pretos, com solado baixo, e passaram uma maquiagem leve, com um pouco de brilho nos olhos.

— E você… está incrível, amei essa roupa, ela ficou perfeita. Seus pais são alfaiates incríveis.

— Appa fez drama e disse que não ia terminar porque a roupa era muito reveladora, mas fez, porque ele não resiste a nada do que peço — Sehun brincou, fazendo bico para o amigo.

— Chanyeol não vai se aguentar.

— Assim espero — Sehun falou, e riu — pena que amanhã é dia de trabalho, vamos estar acabados.

— Por isso precisamos aproveitar bastante até a hora de irmos embora — Jongin complementou.

Combinaram de se encontrarem com os alfas no evento, e já estavam no táxi quando receberam as mensagens no grupo, informando que eles já estavam no local e estariam no andar de cima, os esperando. Sehun enviou mensagem para seu primo, avisando que estavam chegando e pediu que fosse buscá-los na entrada. Também enviou uma mensagem a Chanyeol, avisando que já estavam entrando.

shot star

Chanyeol estava sentado em um sofá no andar superior da boate, confortável com o tornozelo direito apoiado no joelho esquerdo, braço sobre o encosto do sofá e um copo de whisky na mão, quando seu celular vibrou no bolso da calça. Sorriu quando viu o remetente e o conteúdo.

— Eles chegaram — Chanyeol levantou empolgado, após falar para Baekhyun, que se levantou com ele, ambos indo até a grade e olhando para o salão principal, já com várias pessoas dançando, com luzes piscando e a música alta. Havia alguns garçons passando com taças de champanhe e petiscos ao redor da pista de dança que ficava em um quadrante iluminado. Baekhyun estava com as mãos na grade, focando o olhar na entrada, para ver seu ômega chegando e Chanyeol estava com os cotovelos apoiados na grade, com um braço sobre o outro e um sorriso maior que a cara.

Não demorou para os dois ômegas aparecerem, e eles estavam lindos, porém, havia algo a mais, que assim que foi visto, Baekhyun rosnou e Chanyeol caiu na gargalhada, vendo a cara do amigo.

— Olha aquilo — Baekhyun falou, apontando para Jongin sendo abraçado por um cara baixinho de cabelo espetado. Ele segurava o seu ômega pela cintura, tocando a área livre da roupa.

— Vai dar treta — Chanyeol falou, rindo alto e deixando um tapinha no ombro do amigo.

— Quem é aquele cara? Porque ele tá abraçando o meu ômega?

— Ele não é seu, ainda — Chanyeol falou — Porque tu é muito lerdo.

— Vai se foder, Chanyeol — falou raivoso, vendo o sujeito virar Jongin de frente para si e deixar um beijo na bochecha do ômega o abraçando totalmente. 

— Vou foder sim. Assim que meu namorado chegar aqui — ele falou, se desencostando da grade e indo em direção a saída, para receber Sehun que subia pelas escadas.

Baekhyun bufou, pois os dois estavam se alfinetando, na amizade, desde segunda de manhã, quando se encontraram no trabalho e o Park veio todo orgulhoso contar que estava namorando e pegar no pé do Byun, para que ele se agilizasse. Respirou fundo, ajeitou a cara emburrada e seguiu o amigo, encontrando com ele e Sehun abraçados e aos beijos na escada.

— Você tá muito gostoso com essa roupa — Chanyeol falou, quase aos berros devido à música alta, fazendo Sehun rir para ele.

— Se quiser, eu nem preciso tirar a roupa mais tarde pra terminarmos a noite — Sehun cochichou no ouvido do alfa, que ficou todo ouriçado. Virou para o lado e cumprimentou Baekhyun.

— Oi, Baek — disse, sorridente — Jongin já está vindo com meu primo.

Então, aquele era o primo de Sehun, fotógrafo que estaria no evento, lembrava deles terem comentado sobre isso. Sorriu para Sehun, mas fechou a cara em seguida, descendo alguns degraus e parando até ver Jongin subindo, com o sujeito em seu encalço. Porém, todas as suas dúvidas se dispersaram no segundo que o ômega sorriu para si e subiu os degraus mais rápido, o abraçando assim que o viu e o beijando em seguida.

— Uau, você está maravilhoso, ursinho — falou, todo orgulhoso.

— Gostou? — ele perguntou, meio tímido.

— Lindo demais — falou, selando os lábios avermelhados em seguida.

— Deixa eu te apresentar o Soo — falou, virando para trás e chamando o alfa que estava uns degraus abaixo — Soo, esse é meu… Byun Baekhyun — disse, um pouco desconcertado, mas sorrindo para o alfa em seguida. Baekhyun também ficou com aquele receio entalado na garganta, mas disfarçou e encarou o outro alfa — Baek, esse é Do Kyungsoo, primo do Hunnie e um dos meus melhores amigos.

— Muito prazer, cara — Kyungsoo falou, esticando a mão para o outro, que correspondeu, firmando o aperto.

— Prazer. Vamos subir, está um pouco mais calmo lá em cima.

— Obrigado pelo convite — Kyungsoo agradeceu polidamente.

— Vai finalmente conhecer o alfa do Hunnie — Jongin brincou e riu com o amigo. Baekhyun ficou mais leve com a interação dos dois, desfazendo seus ciúmes de seu ômega com o outro alfa.

— Não vejo a hora — disse, rindo para o casal —, mas só irei mais tarde, preciso tirar mais algumas fotos do salão e já estarei livre. Encontro vocês daqui a pouco— falou, e desceu novamente as escadas, com a missão concluída, de receber os ômegas e levá-los em segurança até seus alfas.

Quando Baekhyun entrou na sala VIP onde estavam antes, o som deu uma mínima abafada e encontraram com Chanyeol abraçado a Sehun, ainda perto da entrada, e mais ao meio, duas pessoas sentadas conversando.

— Vem, vou te apresentar ao pessoal — Baekhyun falou, com os dedos entrelaçados aos de Jongin e um sorriso enorme no rosto — Min, venha conhecer os meninos — chamou um rapaz loiro, muito bonito, que estava sentado no sofá.

— Olá, muito prazer, Kim Jongin — cumprimentou, um pouco tímido.

— O prazer é meu, sou Kim Minseok — ele disse, com um sorriso gengival que era lindo. Ele todo era lindo, trajando uma calça em um cinza chumbo, bufante nas pernas, uma blusa branca com algumas imagens estampadas, e um laço no pescoço, e o que era mais fofo, uma boina quadriculada em branco e preto — Você realmente é lindo. Baek falou muito de você, e olha que voltei só tem três dias — disse, fazendo todos rirem e se virou para o outro, que havia chegado, mas Chanyeol não largou nem por um segundo.

— Oh Sehun, sou amigo de Jongin — o ômega falou, recebendo um sorriso sorrateiro.

— Então, você quem fisgou esse peixão, hein — Minseok falou, sorrindo para Sehun — escorregadio feito um bagre — disse, e caiu na gargalhada com a cara de indignação do maior. Sehun colocou a mão em frente a boca para tentar minimizar o dano, mas Chanyeol viu, fazendo um bico muito beijável, e foi o que o ômega fez, o abraçou pelo pescoço e o beijou — Sejam bem-vindos ao grupo, eles estão bem mais tranquilos e alegres esses dias, e acho que devo agradecer a vocês. Me deixem apresentá-los ao meu amigo, Zhang Yixing, dono da casa — falou, apontando para o homem em pé ao seu lado.

— É um prazer tê-los aqui, fiquem à vontade e não hesitem em me falar caso precisem de algo — ele falou, polido.

— Nós que agradecemos o convite, vamos nos divertir muito — Sehun falou, com Chanyeol atrás de si, o abraçando com as mãos fechadas na frente do corpo do ômega.

Jongdae e Junmyeon chegaram minutos depois, e o ômega, como sempre, abraçou e beijou a todos, sempre muito comunicativo. Abraçou Minseok fortemente, dando pulinhos com o outro ômega.

— Saudades de você, Min — Junmyeon falou, sorrindo para o amigo.

— E eu de vocês. Acho que acabamos com as viagens por um tempo, não é, chefe — ele disse, se virando para Baekhyun, que sorriu, abraçado a cintura de Jongin.

— Vamos ver — Baekhyun brincou e riu da careta que o ômega fez para si.

Ficaram ali conversando mais um pouco até o Zhang se despedir, dizendo que havia outras salas para visitar e convidados para cumprimentar. Permaneceram no local, bebendo e conversando mais um pouco, até Kyungsoo aparecer com um sorriso todo confiante e cumprimentar a todos, sendo apresentado por Sehun. 

— Vocês dois, cuidem bem do meus meninos hein, ambos são como irmãos para mim — Kyungsoo falou, direcionando a ameaça aos dois alfas agarrados ao seu primo e amigo.

Continuou cumprimentando os demais com um aceno de cabeça, até pausar em Minseok, que estava com as pernas cruzadas e uma das mãos sobre o colo, com a outra segurando um drink colorido. Ele estava virado para o lado conversando com Junmyeon, e Sehun riu quando percebeu o primo encarando. Já ia falar algo, apresentá-los ou só pedir para ele parar de encarar, mas todos riram quando ele se aproximou mais, tendo a atenção do Kim.

— Ei, gracinha, quer dançar comigo? — Minseok achou graça do convite e jogou a cabeça para trás, gargalhando, mas se recompôs em seguida, ainda com um sorriso enviesado.

— Oras, por que não — disse, e levantou, deixando o drink na mesa baixa que havia entre as poltronas e pegando na mão de Kyungsoo. Enquanto era levado, os demais bateram palmas e assobiaram para ele, que virou para trás mandando um beijinho para o grupo.

Jongin e Sehun se olharam empolgados e também se levantarem.

— Vamos dançar? — Sehun perguntou para Chanyeol e Baekhyun.

— Acho que deixaremos para vocês — Chanyeol negou, já que não era muito de dançar.

Baekhyun olhou para a mão estendida de Jongin e para ele, que sorria alegre e não hesitou em segurar, levantando do sofá e saindo com ele.

Sehun baixou o tronco até encostar os lábios em uma das orelhas de Chanyeol.

— Já que não quer dançar comigo, pelo menos aprecie, porque eu vou dar um show — disse, mordendo a orelha do alfa e o deixando estático, vendo-o se afastar naquela roupa que encaixava perfeitamente no corpo dele.

— Não se preocupe conosco, Chan. Vai lá com eles — Junmyeon falou, rindo da cara de abobalhado do alfa, que sorriu de volta e levantou, saindo com pressa atrás de seu ômega. Quando chegou no andar de baixo, Sehun e Jongin já estavam na pista de dança, sincronizando os movimentos e chamando a atenção de todos os presentes. Eles eram lindos e sabiam se mexer. Parou ao lado de Baekhyun, que estava congelado admirando Jongin.

— Cara, o que a gente fez de bom pro universo para ser sortudo assim? — Chanyeol falou, e Baekhyun olhou para o lado, vendo o amigo com os olhos vidrados em Sehun. Não podia concordar mais com ele.

Jongin era perfeito para si, em cada mínimo detalhe. Assistiram os dois ômegas dançando como se estivessem em um show exclusivo deles. Quando a música acabou, foram tirados da bolha em que estavam quando ouviram várias palmas dos presentes para os dançarinos, que riram e se curvaram agradecendo. Jongin segurou na mão de Sehun e saíram rindo da pista, indo em direção aos alfas que estavam nas extremidades da pista. Sehun se jogou no colo de Chanyeol e foi segurado, beijando o ômega em seguida, e Jongin se aproximou de seu alfa o abraçando e deixando um selinho nos lábios sorridentes.

— Vocês estavam incríveis. Você é maravilhoso — Baekhyun falou, recebendo um sorriso ofegante.

— Obrigado, quero beber algo — falou, e Baekhyun levantou a mão, chamando a atenção de um garçom que se aproximou com algumas bebidas e todos se serviram.

Quando voltaram a atenção para a pista, os ômegas sorriam cúmplices e os alfas gargalharam ao ver Minseok e Kyungsoo aos beijos.

— E olha que o Min nem queria vir. Disse que só ia fazer uma sala e ir embora — Chanyeol falou, tomando um gole de sua bebida.

Após mais duas músicas que os ômegas dançaram, Minseok apareceu de mãos dadas com Kyungsoo, ambos com sorrisos imensos.

— Eu já vou indo, vou lá me despedir do Dae e do Jun — disse, e foi zoado pelos dois amigos.

Kyungsoo deixou um beijo em cada ômega e um aperto de mão nos alfas, sumindo da vista em seguida, sendo praticamente arrastado por Minseok.

— Ainda bem que ele está aproveitando. Seu primo é uma boa pessoa? Minseok é muito importante para nós — Baekhyun perguntou para Sehun, de modo brincalhão.

— A melhor, deixei até que o Jongin namorasse ele, então, pode confiar — Sehun falou, vendo o alfa arregalar os olhos e olhar para o Kim que estava em seus braços.

— Faz muito tempo, sério, foi no ensino médio — Jongin falou, beijando o bico de Baekhyun — ele é como um irmão para mim — falou e sorriu quando sentiu o alfa relaxar.

— E pelo jeito que eles saíram daqui, é mais fácil o Soo ser comido vivo pelo Minseok — Sehun falou e os alfas concordaram, fazendo todos rirem.

Após mais algumas músicas, voltaram para o andar de cima e pegaram Jongdae e Junmyeon aos beijos.

Ficaram mais algumas horas na boate, e após dançarem, comerem e beberem, resolveram ir embora. Se despediram do Zhang, e foram para fora. Tinham ligado para dois motoristas que conheciam, já que tinham bebido bastante. E estavam esperando a chegada deles, já que haviam avisado estarem perto.

— Vai pra casa comigo? — Chanyeol perguntou, abraçado em Sehun.

— Hmmm, tentador, mas tenho que trabalhar amanhã — disse, retribuindo os beijinhos do alfa — deixei minhas roupas na casa do Jongin.

— Hunnie, pode ir, amanhã você pega alguma roupa do Chanyeol e troca pelo seu uniforme quando chegar. Eu levo suas coisas, para poder voltar para casa de noite — Jongin deu a ideia para o amigo, que mordeu os lábios tentado a aceitar.

— Só se você quiser — Chanyeol disse, pois não queria forçá-lo a nada — podemos só dormir de conchinha — falou, bem baixinho, somente para Sehun.

— Lembra do que te falei quando cheguei? — Sehun perguntou, com um sorriso safado e Chanyeol arregalou os olhos, confirmando — Eu vou com você — disse, e o alfa não podia esperar para chegar em casa.

— Vai ficar comigo essa noite? — Jongin perguntou ao alfa.

— Posso? 

— Se quiser.

— Com certeza, eu quero. Te levo amanhã cedo para a escola e dá tempo de ir em casa e me trocar antes do trabalho.

— Vocês não têm nenhuma folguinha? — Sehun perguntou, com um bico.

— Infelizmente não, até porque, Chanyeol voltou essa semana das férias e temos trabalho acumulado.

— Mas posso chegar mais tarde amanhã? — Chanyeol brincou, dando um tapinha nas costas do chefe.

— Não, porque vai precisar me levar até a escola cedo — Sehun falou, o abraçando e sendo retribuído. 

— Verdade. Então vamos logo, porque ainda quero aproveitar a noite — falou, sorrindo e beijando o ômega em seguida.

Se despediram e cada um foi para um carro, assim que os motoristas chegaram. Já passava da meia-noite, então, Baekhyun e Jongin só tomaram um banho, trocando beijinhos afetuosos e foram dormir, abraçados, o que já estava virando uma rotina mais do que prazerosa para ambos.

Já Sehun, havia prometido a Chanyeol quando chegou na boate, que eles podiam transar com aquela roupa e o alfa não esqueceu o convite quando chegaram até seu apartamento.

A vida estava sendo generosa com todos os casais e eles só poderiam retribuir o universo, aproveitando cada minuto.

shot star

Notes:

E aí, o que acharam? Baek de ciuminho, porém, decidido.
Eu adoro esse grupo, o Soo vai levar um chá de pernas do Xiumin, mas não vou detalhar, vai ficar só na nossa imaginação...rrsrsrsrrs

E o recado importante: Esse é o penúltimo capítulo de Folhas... 😭😭😭😭 Sim, eu já tô chorando, pq não quero me despedir deles, mas é isso, semana que vem sai o último cap. Até lá.

Chapter 10: Pedido

Notes:

Olá Pessoal, então, é isso mesmo, último cap.
Não tô preparada para dizer adeus... 🥹🥹😭😭😭😭

Nos vemos nas notas finais.
BOA LEITURA!!

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

capa 10

FOLHAS COLORIDAS

CAPÍTULO 10 - Pedido

 

No final de semana que passou na casa dos avós no interior, Baekhyun chamou os pais e disse que pretendia pedir Jongin em namoro, porém, após pensar muito, sentia que aquilo não seria suficiente e já havia tomado sua decisão, mas que precisava conversar com os pais deles antes de oficializar com o ômega. Por mais que eles vivessem em uma sociedade “um pouco” mais avançada, os mais velhos levavam em consideração as antigas tradições, e pedir a benção dos pais, era uma delas. Seus pais ficaram felizes por ele, e desejaram boa sorte. Baekhyun pediu a Heechul o número de Kibum, e ligou para o ômega Kim no início da nova semana.

Depois da ida à boate, Baekhyun deixou Jongin na escola bem cedo naquela quinta-feira, e foi para casa tomar um banho e trocar de roupa, mas diferente do que havia falado ao ômega, não foi ao trabalho. Tinha um compromisso que estava o deixando ansioso e com o estômago revirado de nervoso. Só costumava ficar assim quando assumiu o cargo do pai na empresa, há anos.

Os Kim moravam em um bairro mais afastado do centro de Seul, o que o rendeu mais de uma hora dirigindo até seu destino. Encontrou o endereço que havia recebido, estacionou o carro ao lado do muro alto e foi até a porta lateral, ao lado de um portão de garagem grande. Tocou a campainha e aguardou, até ouvir a porta se abrindo automaticamente. Havia uma câmera no alto, então, supôs que eles já sabiam quem era. Entrou por um caminho florido, estilo japonês até uma porta de madeira que logo foi aberta, e pôde reconhecer Kim Kibum, o pai ômega de Jongin. Sorriu para ele e se curvou em cumprimento, assim que se aproximou mais.

— Bom dia, Sr. Kim — Baekhyun disse, com um sorriso tímido.

— Bom dia, querido. Entre, vou te levar até a sala.

Entrou no encalço de seu anfitrião, e pôde reparar no caminho, que a casa era muito bonita e aconchegante. Foi levado até uma sala grande, no estilo antigo coreano, com algumas poltronas no chão e Kim Minho sentado em uma delas, em volta de uma mesa de chá.

— Bom dia, Senhor Kim – ele cumprimentou, após uma reverência, sendo retribuído pelo mais velho, que apontou para a almofada, o convidando a se sentar.

— Preparei alguns biscoitos e um chá — Kim Kibum disse, apontando para a mesa.

— Muito obrigado Senhor Kim — Baekhyun agradeceu e observou o ômega servi-los com graça, antes de sentar ao lado do marido.

— E ao que devemos a honra de sua visita? — Minho questionou, com braços cruzados no peito e semblante sério.

— Como vocês sabem, e já presenciaram, Jongin e eu estamos saindo há algumas semanas. Completaremos um mês amanhã — ele disse, sorridente com a lembrança de seu ômega, mas voltando a ficar sério novamente para poder continuar —, e eu pretendo oficializar essa relação. Vou pedir Jongin em casamento nesse final de semana,  mas gostaria de pedir a benção de vocês antes.

O casal ficou sério e espantado por um instante, antes do ômega Kim abrir um sorriso.

— Casar? — Kibum perguntou, espantado. Minho ficou alguns minutos em silêncio. Kibum colocou a mão na coxa do marido, pedindo sutilmente que ele falasse algo — Você tem certeza disso? Não é muito precipitado?

Baekhyun suava de nervosismo, e mesmo que não tirasse a razão do mais velho em questionar, tinha certeza do que queria para sua vida.

— Sim, Sr. Kim — ele disse, olhando para o casal — Eu tenho certeza. Jamais tomaria uma atitude tão importante, para mim e para Jongin, de maneira leviana e precipitada. Eu tenho seu filho como meu ômega, e ouso afirmar que tem sido assim desde o primeiro momento em que o vi, naquele encontro às cegas — ele disse, respirando fundo novamente ao terminar. Kim Minho estava muito sério e o silêncio do mais velho o preocupava.

— Isso é muito bom, querido — o ômega disse, se dirigindo ao Byun, mas olhando para o marido em seguida, que não movia um músculo, olhando para a mesa entre eles.

— Vocês são adultos, têm independência para escolher o que querem fazer da vida — ele disse, e Baekhyun prendeu a respiração quando o mais velho o encarou, sabia daquilo, porém ansiava por uma aprovação —, mas me alegro muito de que tenha vindo até aqui nos contar. Jongin é nosso único filho e nosso grande amor. Só queremos que ele esteja feliz, e tenho notado como ele está, desde que vocês começaram a se encontrar — ele disse, finalmente abrindo um sorriso para o jovem alfa.

Baekhyun soltou o ar que estava prendendo e sorriu para o mais velho.

— Sei que não precisaria fazer isso, mas quero muito ter essa interação entre nós, e também entre nossas famílias. Nossos pais — ele disse, apontando para Kibum — já tem uma amizade, e me deixaria muito feliz que possamos nos reunir sempre, de forma harmoniosa. Quero que saibam, que estou completamente apaixonado pelo filho de vocês, e pretendo pedi-lo em casamento e fazê-lo o ômega mais feliz desse mundo, se ele me aceitar.

— Você tem nossa benção, Baekhyun. Fico feliz que Jongin tenha encontrado um alfa de tanto valor, e desejo só felicidades a vocês — ele falou, emocionado —, só... não esqueça que ele é meu tesouro, e se por algum motivo, você o fizer sofrer, eu não hesitarei em te fazer sofrer de forma proporcional — disse, com um olhar intimidador.

Baekhyun sorriu admirado pelo pai protetor que Minho era, e só desejava ser assim também para seus futuros filhotes.

— Não se preocupe, se eu causar algum mal ao Jongin, eu mesmo me coloco à sua disposição para receber a punição merecida — disse, sorrindo para os mais velhos. Kibum se levantou e foi em sua direção, se ajoelhando no chão e abraçando o Byun.

— Agradeço aos céus por ter conhecido o Heechul e ter planejado esse encontro de vocês, sinto que você é a pessoa certa para meu filho.

— Na verdade, eu que tenho que agradecer, pela primeira vez, pelos esquemas do meu Appa — Baekhyun respondeu, retribuindo o abraço do ômega.

Conversaram mais um pouco antes de Baekhyun se lembrar que precisava trabalhar e se despedir dos mais velhos. Kibum lhe deu uma marmita em uma embalagem muito bonita recheada de biscoitos amanteigados, que foram apreciados por ele, Jongdae, Chanyeol e Minseok, quando vieram até sua sala para saber das fofocas.

Havia pedido discrição aos pais de ambos, pois queria fazer uma surpresa a Jongin.

Naquele mesmo dia, ligou para ele durante o horário de almoço e disse que teriam uma festa beneficente em Incheon na sexta, o convidando para ser seu acompanhante. Jongin ficou preocupado por ser em cima da hora, mas aceitou e disse que se arrumaria na escola, pedindo que Baekhyun o buscasse lá.

meio 1

Baekhyun estava parado no pátio, com um terno completo em azul marinho e risca de giz, relógio caro no pulso, abotoaduras e sapatos lustrosos, o que chamava a atenção dos pais presentes, sendo eles alfas, ômegas ou betas. Ele era um homem de presença, e sua beleza só o fazia se sobressair mais entre a multidão. Dessa vez, já havia combinado com o ômega, e avisado a Jongin que havia chegado para buscá-lo. Esperava que ele o perdoasse pela mentirinha ao contar que teriam um jantar beneficente para ir.

Viu algumas pessoas se aproximarem, mas tentou não dar muita atenção, até que uma delas chegou perto o suficiente para cumprimentá-lo. Retribuiu o cumprimento com um sorriso gentil, e conseguiu ver pelo canto de olho como a pessoa se iluminou. A ômega se aproximou mais e questionou.

— Está esperando seu filhote? Nunca te vi por aqui, deve ser pai de algum aluno novo?

Quando Baekhyun iria responder, uma balbúrdia se fez no pátio, com as crianças saindo correndo para encontrar os pais. Um pequeno menino ômega correu para os braços da mulher, chamando-a de omma e sorriu para si quando o viu.

— Tio? — ele chamou em seguida — Você é o namorado do Tio Nini? — o pequeno ômega perguntou, segurando a mochilinha vermelha do Homem de Ferro. Ele era muito fofo. Viu de soslaio a cara de desgosto da mãe do menino, mas não deu bola, se abaixando para ficar na altura dele, e antes que pudesse falar algo, uma menina do mesmo tamanho também se aproximou.

— Sim, sou o namorado dele — falou, já antecipando os fatos daquela noite, mas colocou o dedo nos lábios em seguida —, mas não pode ficar espalhando, porque se não o tio Nini vai ficar envergonhado.

— Você é bonito — a pequena alfinha disse, e Baekhyun sentiu suas bochechas esquentarem, sorriu gentil para ela.

— Obrigado, você também é muito linda.

— Quando eu crescer, você namora comigo? — o pai ômega da menina, que também havia se aproximado, sorriu envergonhado e ia repreendê-la, mas Baekhyun foi mais rápido, deixando todos de boca aberta com a declaração.

— Não posso, me desculpe, vou estar casado com o tio Nini. Mas não se preocupe, quando você crescer, tenho certeza que terá alguém perfeito para você — ele disse, vendo o sorriso da menina e sorrindo ao sentir o cheiro de baunilha que permeava sua felicidade.

— Assim como você é perfeito para mim? — ele escutou a voz que tanto amava e levantou o olhar, sorrindo de orelha a orelha por ver seu ômega à sua frente.

— Sim, exatamente assim, como você é perfeitinho para mim — ele disse, esticando uma mão e entrelaçando os dedos aos do ômega. Ele estava maravilhoso, vestido com uma calça social preta e uma blusa de seda vermelha que destacava mais sua beleza, o cabelo arrumado em um topete e uma leve maquiagem nos olhos, que o deixavam etéreo.

— Jisoo, Minyoung, gostaram da aula de hoje? — Jongin perguntou, fazendo os olhos das crianças brilharem e eles pularem felizes, berrando como tinham adorado fazer esculturas com palitos de picolé.

Jongin cumprimentou os pais presentes e se despediu, andando com as mãos entrelaçadas as de Baekhyun, que sorria orgulhoso.

Quando já estavam no carro e a caminho quando Jongin falou, ainda segurando o sorriso que não queria sair de sua face.

— Então, quer dizer que você pretende estar casado comigo daqui a alguns anos? — ele perguntou, encarando o alfa, que automaticamente sorriu e sentiu um calor nas próprias bochechas. Então, Jongin havia escutado aquela parte também.

— Se você me der essa honra — respondeu, levando a mão do ômega até seus lábios e depositando um beijo no torso.

Jongin só riu e olhou para fora, não conseguindo conter a própria euforia. Se recompôs antes de iniciar uma conversa amena sobre o trabalho, pois quando Jongin perguntou detalhes da festa que iriam, Baekhyun desconversou e disse que não precisaria se preocupar. Também havia lhe avisado para levar algumas peças de roupa, pois pretendiam passar a noite, ao invés de voltar de madrugada para Seul. Estava feliz por aquela noite, só por poder estar com Baekhyun, mas extremamente ansioso, pois queria conversar com ele sobre o futuro de ambos, apesar de ter escutado quase um pedido de casamento mais cedo, não poderia se iludir totalmente.

Levaram pouco mais de uma hora no carro até o destino, que era um hotel belíssimo de frente para a baía. Baekhyun pediu que os ajudantes levassem as malas e deixou a chave do carro com um manobrista, colocando a mão na cintura de Jongin e o direcionando até a recepção. Pediu que ele esperasse e foi até a recepcionista, lhe entregando um documento. Ela lhe sorriu com entendimento, e pediu alguns minutos, o que não demorou e logo ela pedia que seguissem o concierge que lhes acompanharia.

Jongin ficou curioso por estarem subindo, mas supondo que o salão de festa daquele hotel ficasse na cobertura, nada disse.

— Tenham uma excelente noite, senhores — o concierge se despediu com uma reverência e os deixou ali, em frente a uma porta dupla. Baekhyun abriu e deixou que Jongin entrasse, acompanhando os gestos do ômega, que olhava espantado para a bela suíte.

— Nós não vamos para a festa agora? — ele perguntou, olhando para Baekhyun, que estava com um sorriso bobo na face. Se aproximou mais do ômega, entrelaçando os dedos e o levando até a sacada. Jongin abriu a boca, exclamando pela beleza da vista noturna do mar e da cidade iluminada ao longe. Soltou um som engasgado quando olhou para o lado e viu uma belíssima mesa arrumada para dois, cheia de pétalas de rosas, flores, taças, um champanhe no gelo e velas. Havia um carrinho próximo com algumas bandejas de prata tampadas.

— Eu preciso começar a noite pedindo desculpas por duas mentiras que contei essa semana. Não terá nenhuma festa, não fora daqui pelo menos — ele disse, levando a mão até a nuca, rindo desconcertado quando Jongin o olhou de braços cruzados e questionamento no olhar, mas com um sorriso disfarçado — Eu queria te fazer uma surpresa, um jantar romântico, que fosse inesquecível. Espero que me perdoe por isso.

— Baek, todos os nossos momentos juntos, são inesquecíveis para mim, mas eu amei. Isso aqui é lindo — ele disse, se virando novamente para a vista e relaxando a postura, soltando os braços. Baekhyun sorriu e suspirou aliviado — e qual a outra mentirinha? — Jongin perguntou, vendo o alfa ficar automaticamente nervoso.

— Bem — ele começou, respirando fundo e pigarreando antes de começar — Hoje faz um mês que estamos saindo, você sabia? — Baekhyun perguntou, olhando fundo nos olhos de Jongin, que assentiu  e sorriu para si — Quando meu pai me ligou naquele dia de manhã, pedindo que eu fosse em um encontro às cegas, eu disse que não iria. E insistiria nisso, mas não costumo negar nada a ele. Fiquei chateado e não tinha expectativas com aquele encontro. Depois, durante nossas conversas, você me contou dos seus encontros frustrados e senti que aquele pensamento inicial não era só meu. Para minha total surpresa, você foi a pessoa mais encantadora que conheci. Seu cheiro me bombardeou no minuto em que entrei naquela sala, e sua presença ao meu lado tem me feito ansiar por mais, muito mais — disse, com a voz firme, o que o deixou orgulhoso, pois achou que não conseguiria falar tudo que planejava — Eu pensei em te pedir em namoro hoje, mas desisti — Baekhyun disse, de forma automática e quando ia continuar, Jongin o interrompeu, sério.

— Não vai mais? Você está terminando comigo? — ele disse, com uma voz quebrada. Foi inevitável para Baekhyun não rir da carinha dele e não puxá-lo para um abraço.

— Lamento te informar, mas acho que não sei mais viver sem te ter na minha vida — falou, assim que se afastou do abraço e olhou dentro dos olhos do ômega, que estavam marejados — Meu ursinho, eu preciso te dizer, que nessas semanas que estivemos juntos, cada segundo do seu lado, só me fez me apaixonar mais por você, e eu posso dizer com toda a certeza que, eu te amo — Baekhyun falou, ouvindo Jongin segurar um soluço, e não queria mais torturá-lo, levando um joelho ao chão, pegando uma caixinha de veludo preto do bolso do paletó, abrindo e erguendo o olhar para o ômega, que levou as mãos até os lábios, abafando um gritinho de surpresa — Kim Jongin, aceita se casar comigo?

Jongin ficou genuinamente surpreso, pois imaginava e queria que Baekhyun formalizasse o relacionamento deles e o pedisse em namoro, então, não esperava por aquilo. Estava sim surpreso, mas não menos feliz. Não conseguia conter a felicidade que se apossou de si, e deixou que as lágrimas deslizassem por sua face antes de responder.

— Sim, Baek, eu aceito — Jongin respondeu, com a voz emocionada, mas rindo do suspiro aliviado de Baekhyun. O Alfa não resistiu em levantar do chão e abraçar seu ômega, seu noivo, seu futuro esposo.

Os dois estavam emocionados demais para falarem. Jongin pelo pedido inesperado e Baekhyun por ter seu pedido aceito pelo ômega. Por vários momentos achou que estava sendo precipitado, que era cedo demais, mas em seu coração, sentia uma certeza tão grande, que chegava a sufocá-lo para que externalizasse. E quando Jongin disse sim, sentiu todo aquele peso saindo de seu peito e suas costas. 

Baekhyun apartou o abraço, com muita dificuldade, e tirou a aliança da caixa, pegando a mão esquerda de Jongin e encaixando a peça no dedo anelar do ômega.

Jongin estava ofegante, emocionado, mas sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Levou a mão para a frente do próprio rosto, admirando a peça. Baekhyun havia se superado, pois a aliança era lindíssima. Era dourada, fina, levemente achatada, com algumas folhas em volta de uma pedra marrom.

 — Gostou? — Baekhyun perguntou, ansioso.

— Amei, é muito lindo — Jongin falou, ainda admirando a peça.

— Quartzo fumê, me lembrou muito seus olhos, por isso escolhi uma pedra tão incomum.

— Achei perfeita. Obrigado — disse, antes de segurar o rosto do alfa e encostar os lábios — Eu não achei que fosse tão importante ou que eu fosse ficar tão feliz, mas eu tô. Eu tô tremendo — Jongin disse, rindo.

— Não mais do que eu — Baekhyun falou, rindo com ele — Eu preciso beber algo.

Jongin gargalhou quando Baekhyun foi até a mesa, pegando a garrafa que havia no balde de gelo e empurrando a rolha, dando um berrinho quando ouviram o estouro do champanhe abrindo. Ele não demorou para encher as duas taças e entregar uma para Jongin.

— Ao nosso futuro, que seja doce e que possamos passá-lo juntos — Baekhyun falou, com o olhar vidrado no ômega e brilhante de emoção.

— A nós e nosso futuro juntos — Jongin completou, tocando a taça do alfa e levando a sua até os lábios, saboreando a bebida gostosa. Baekhyun virou a taça, colocou na mesa e voltou a segurar Jongin pela cintura, levando o rosto até o pescoço do ômega, deixando beijinhos suaves na tez arrepiada.

— Por mais que eu queira muito tirar essa sua roupa e te fazer gemer meu nome a noite toda — disse, ouvindo um engasgo de Jongin, que amoleceu nos seus braços — precisamos comer, antes que a comida esfrie, mais.

— Eu não me importaria em comer depois — Jongin respondeu, rindo e beijando o ombro do alfa, que o apertou mais no abraço. Baekhyun não resistiu em segurar o rosto do ômega e iniciar um beijo ardente, demonstrando naquele gesto, todo o amor que tinha em seu peito.

Jongin retribuiu com a mesma intensidade, fechando os braços no pescoço de Baekhyun. Grudou mais o corpo no outro, deixando claro como estava excitado e cheio de adrenalina, devido a tanta felicidade.

— Estou ansioso para saber como é ter o meu alfa, meu noivo, vindo fundo e forte em mim — ele disse, rente a orelha de Baekhyun, que sentiu seu corpo todo arrepiar e uma fisgada no baixo ventre.

— Eu pensei em ser romântico — ele disse, apertando possessivamente a cintura do ômega, o impulsionando para cima e o pegando no colo, segurando firmemente o corpo magro pelas coxas, caminhando devagar pela suíte, em direção a cama.

— Temos uma vida inteira para sermos românticos, agora, eu só quero você — Jongin falou, olhando nos fundos dos olhos do alfa e vendo a si mesmo.

— Eu sou todo seu, para sempre — Baekhyun confirmou, antes de voltar a beijá-lo.

meio 2

Ambos estavam eufóricos e insaciáveis, e só se deram por satisfeitos quando chegaram ao ápice duas vezes. Tomaram um banho juntinhos e vestiram os roupões macios do hotel.

Após terminarem o jantar em meio a sorrisos apaixonados, se acomodaram em um grande sofá que havia na sacada, e ficaram apreciando a vista da noite iluminada. Baekhyun estava sentado na ponta com as costas no encosto, uma das pernas sobre o sofá e a outra no chão, e Jongin deitado sobre o peito dele, com um dos braços do alfa em seu peito e outro lhe fazendo carinhos, e o ômega não se cansava de tocá-lo, acariciando e brincando com os pelinhos do braço alheio.

— Você tem certeza? — Jongin perguntou, com a voz baixinha, com receio da resposta que poderia ter.

— Eu decidi no dia que te vi pela primeira vez, que te tornaria meu ômega, meu companheiro, e depois disso, a cada momento, essa certeza só foi se estabelecendo em mim. Sim, eu tenho absoluta certeza — ele respondeu, e Jongin mordeu os lábios para conter o sorriso que não queria se desfazer — Mas, ursinho, se você achar muito cedo, não tem problema. Eu espero, e peço novamente no próximo mês — ele disse, e Jongin gargalhou.

— Não, eu também tenho certeza. Estou muito feliz, Baek. Não consigo acreditar que isso está acontecendo. Nossos pais não vão acreditar — disse, e riu.

— Então, eu acabei não falando, mas essa era a segunda mentirinha… não bem uma mentira, podemos dizer mais que foi uma omissão inofensiva.

— O quê? — Jongin perguntou, confuso com as palavras do alfa. 

— Nossos pais já sabem — ele disse, e Jongin se levantou, se virando de frente para o alfa com cara de espanto.

— Como assim?

— Eu conversei com meus pais no final de semana, e eles aprovaram. Appa ficou imensamente feliz, vovó me deu sua aliança, é uma das joias de família. Mandei para a manutenção e polimento durante a semana. E visitei seus pais ontem de manhã — disse, e ficou esperando Jongin falar algo, mas ele nada disse e continuou sorrindo para si. Baixou o olhar para as mãos entrelaçadas, antes de continuar — Eu sei que você é adulto e não precisa de permissão, e não foi isso que fui fazer lá. Queria a benção deles, saber se eles estavam confortáveis comigo te pedindo em casamento. Quero que tenhamos um bom convívio com ambas as famílias. Eles ainda não sabem que você aceitou — ele concluiu feliz, e quando olhou novamente nos olhos do ômega, viu-o emocionado, com uma lágrima escorrendo pela face — Ei, amor — chamou, e puxou Jongin para seus braços novamente, ouvindo-o fungar — Espero não ter feito nada contra a sua vontade.

— Não, não é isso. Eu… — começou, mas fungou novamente, em meio a uma risada alta — Obrigado, Baek. Você foi perfeito.

— Agora, tenho mais um propósito, bem definido para minha vida. Te fazer feliz — falou, segurando no rosto de Jongin, e deixando um beijo apaixonado nos lábios trêmulos.

— Eu também te amo, Baek — Jongin disse, vendo a felicidade nos olhos do alfa, selando aquele momento com um beijo apaixonado, que foi somente o início da primeira, das muitas noites de cumplicidade.

Baekhyun e Jongin passaram a noite de sexta e o sábado aproveitando a suíte em Incheon, mas o ômega estava agoniado para contar as novidades e compartilhar com os pais e amigos sua felicidade, principalmente Sehun, e não queria fazê-lo por mensagem, por isso, combinaram de voltar para Seul no domingo de manhã. Tinham conversado sobre as consequências do noivado recente, rindo dos pontos levantados. Jongin disse que não queria casar antes de seis meses, mas seria perfeito no começo do ano, já que estaria de recesso devido às férias escolares.

Baekhyun falou que mexeria os pauzinhos necessários na empresa para pegar férias no período que Jongin escolhesse para as bodas. Combinaram de convidar Sehun e Chanyeol como padrinhos de ambos, e esperavam que os amigos aceitassem, mas riram quando pensaram que eles bem poderiam acabar casando antes, o que não seria uma surpresa.

 Cada um, ligou para os próprios pais, marcando um almoço, sem dar nenhum detalhe, o que causou comoção e muitas reclamações de seus pais ômegas.

Voltaram para casa, como um casal de Lua de mel, se fazendo muito difícil se desgrudarem, o que resultou em Jongin indo para a própria casa, pegando algumas mudas de roupa em tempo recorde, e indo para a casa de Baekhyun, onde tomaram banho juntos, se amaram sob a água quentinha do chuveiro, se arrumaram juntos e foram para o encontro dos pais.

meio 3

Kibum chegou com o marido no restaurante indicado por Jongin, se deparando com um ambiente belíssimo, e deu o nome do filho na recepção. Foram levados até o bar e informados que a mesa reservada estava sendo preparada. Pediram um drink e ficaram ali conversando enquanto esperavam o filhote chegar. Estava disfarçando sua angústia com pequenos goles na bebida. Seu filho foi muito vago na ligação, e estava com uma vozinha tão apática. Estava com medo que o pedido de Baekhyun não tivesse dado certo e ele tivesse que consolar seu filhote. Suspirou alto para tentar dispersar esses pensamentos.

Estavam um pouco adiantados e sabiam que Jongin era extremamente pontual, então não se preocupavam em esperar, mas por via das dúvidas, pegou o celular e mandou uma mensagem para seu filho, avisando que já estavam no restaurante.

Estava admirando o ambiente quando uma movimentação se fez na entrada e sua boca se abriu em surpresa, ao ver seu amigo de pilates entrar acompanhado, de um homem, que constatou ser seu alfa, quando estavam mais perto, já que havia visto fotos dos dois com o filho. Se levantou da poltrona onde estava e acenou discretamente para o casal. Heechul não foi tão discreto quando chegou o chamando a uma certa distância.

— Kibum, que surpresa vê-lo por aqui! — O Byun cumprimentou o amigo com um abraço, e assim que se separou, engatou — Esse é seu esposo?

— Heechul, ótimo vê-lo fora da aula de pilates — Kibum riu — deixe-me te apresentar meu alfa, Kim Minho. Amor, esse é Byun Heechul e o esposo.

— Byun Eunhyuk, muito prazer — se apresentou, esticando a mão para o outro alfa, que apertou firmemente.

— Então, vocês são os pais de Baekhyun? — Minho questionou sério.

— Sim, vocês já o conhecem, certo? — Eunhyuk respondeu, orgulhoso.

— Já nos encontramos sim — Minho respondeu, com um sorriso misterioso.

— Baekhyun marcou um almoço conosco aqui — Heechul falou.

— Que coincidência, Jongin também marcou conosco. Ele já deve estar chegando — Kibum falou, com um semblante pensativo. Quando olhou para a porta, abriu a boca de espanto, chamando a atenção de Heechul, que virou de costas para o amigo e mirou a entrada. 

Baekhyun vinha sorridente na direção do quarteto, de mãos dadas com um rapaz belíssimo. Heechul só havia visto Jongin por fotos compartilhadas por Kibum, mas ainda não o conhecia pessoalmente. Sorriu para o filho, que se soltou de sua companhia para cumprimentar os pais.

— Appa — chamou Heechul, lhe deixando um beijo na testa — Abeoji — chamou, deixando um abraço no pai alfa — Senhores Kim, é um prazer revê-los.

Jongin se aproximou do pai ômega, recebendo um abraço e um beijo, e um abraço apertado do pai alfa.

— Appa, Abeoji, quero lhes apresentar Kim Jongin, meu ômega — Baekhyun disse, todo orgulhoso. Jongin virou tímido e fez uma reverência ao casal Byun, que o cumprimentaram felizes. Heechul não se conteve e puxou o mais novo para um abraço, falando o quanto ele era lindo, deixando Jongin ainda mais envergonhado, mas com as bochechas doloridas de tanto sorrir. Se separaram e ficaram na expectativa de alguém falar algo, porém, por minutos que pareceram horas, ninguém disse nada, somente trocaram sorrisos ansiosos.

— E como foi? — E para surpresa de todos, Minho foi quem perguntou, tentando manter a ansiedade e curiosidade sob as feições sérias.

Jongin ficou em silêncio por alguns segundos, se controlando para não rir, mas não aguentou, soltando um berrinho e mostrando a mão, com a aliança que reluzia.

— Estamos noivos — disse, todo empolgado, com um sorriso radiante. Os ômegas comemoraram, dando abraços no mais novo, e em seguida em Baekhyun. Os alfas estavam sérios, mas segurando um sorriso de aprovação.

— Estou tão feliz que vocês finalmente formalizaram — Kibum falou.

— Está feliz, filhote? — Minho perguntou, contendo a emoção, e quando Jongin viu o estado do pai, sorriu e o abraçou, sendo retribuído com o aperto de urso.

— Estou Appa, Baekhyun é o alfa que quero para a minha vida — disse, contendo a emoção.

— Então, vocês têm nossa benção — ele disse, apartando o abraço e deixando um beijo na testa do filho.

— E a nossa — Eunhyuk falou em seguida, colocando o braço no ombro do filho, que mirava apaixonado o ômega nos braços do pai.

— Vamos almoçar? — Baekhyun perguntou a todos, e quando assentiram, acenou para um garçom e foram guiados para uma mesa em seguida — Jongin estava tão ansioso que nem quis tomar o café da manhã hoje — Baekhyun disse, após entrelaçar os dedos aos do ômega, que sorriu todo bobo para si.

— Já podemos começar a preparar a cerimônia? — Heechul falou, fazendo os demais rirem, com exceção de Kibum.

— Precisamos mesmo, temos que ver o mapa astral de vocês, e escolher a melhor data. Também precisamos reservar um bom salão, essas coisas são reservadas bem cedo — Kim Kibum falou, olhando para todos na mesa e parando no amigo.

— Que cores você mais gosta, Jongin? Vamos nos certificar de deixar tudo ao seu gosto — Heechul perguntou ao mais novo, voltando para o amigo em seguida. Jongin sorriu e depois olhou para Baekhyun, deixando os pais ômegas no próprio mundinho.

— Se não te incomodar, deixe eles se divertirem — Baekhyun falou, no ouvido do ômega ao seu lado, ainda com as mãos entrelaçadas sobre sua coxa.

— Não me importo, estou feliz. Enquanto eles têm o trabalho difícil, posso só aproveitar você — ele disse, somente para seu alfa escutar, e sorriram um para o outro.

Enquanto os ômegas mais velhos falavam sobre decorações de casamento, os alfas mais velhos combinavam de se encontrarem para jogar golfe, e os mais novos acompanhavam aquele encontro com sorrisos realizados.

Baekhyun e Jongin, tinham um grande futuro pela frente, e mesmo que antes, não lhes faltasse nada, estavam felizes por trazerem uma paleta totalmente nova de cores para as folhas já coloridas da vida de cada um.

Notes:

Então, o que acharam desses dois. O amor deles estava escrito nas estrelas!!
rsrsrs
Quero compartilhar algo com quem foi parceiro e chegou até aqui... rsrsrs... Fui pedida em casamento bem assim...rsrrsr, meu namorado na época, me contou que teríamos um jantar de empresa, então me arrumei toda, bem gatona e era um jantar em um hotel, onde ele me pediu e passamos a noite. Foi simples, mas lindo!
Quando comecei a escrever Folhas Coloridas, achei que seria uma OS curtinha, mas ela cresceu. É basicamente um clichê, do jeitinho que eu adoro, e espero que vocês tenham gostado. E eu amei tanto dar vida para todos eles, que estou toda chorosa por estar me despedindo.

Meus mais sinceros agradecimentos, meu coração todinho para a Darcy, que doou o plot, betou todinha, me ajudou em vários trechos, me deu ideias. Sem você, essa fic não estaria aqui. Obrigada Amore! 🥰😘

É isso gente, se gostaram, deixem um oi, vou amar. Até a próxima, certeza que não demora muito. Bjos