Chapter 1: Antes de saber o que era cuidar, te cuidei.
Summary:
Chegando com a segunda fic da KakaIru Valentine's Week, com o tema amigo de infância e gente, eu e a @GlayceUzumakiKen (a dona da capa, como sempre, apaixonada) nos empolgamos um pouco e a fic terá 6 capítulos que serão postados diariamente, até o final da semana, junto as outras histórias.
Ela é praticamente uma releitura de Naruto, com algumas mudanças, claro, e outros pontos iguais a obra original. Simplesmente estamos apaixonadas por essa história e pelas outras. Espero que se apaixonem conosco.
Boa leitura!
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
— Vamos Kakashi. Estamos atrasados! — Sakumo chamou o filho de cinco anos pela terceira vez antes do pequeno aparecer com a feição emburrada, como se não quisesse sair, o que não era mentira.
— Por que tenho que ir? Quero ficar treinando. O senhor prometeu que iriamos treinar quando voltasse da missão e não está cumprindo sua palavra — reclamou o pequeno enquanto ajeitava sua máscara.
Sakumo suspirou profundamente duas vezes. Um porquê desde que havia dado máscara ao filho e dito que sua mãe usava uma, nunca a tirou e acreditava que nunca a tiraria e a outra pela insistência de Kakashi em treinar tanto na tenra idade.
Talvez se o pequeno não fosse um prodígio e não tivesse se formado na Academia com apenas cinco anos. Quem sabe a culpa fosse sua em querer que seu filho soubesse se proteger. Agora ele sabia, até demais. Tempos difíceis faziam pais tomarem decisões difíceis sobre seus filhos, tinha consciência disso, mas Sakumo não iria dizer que gostava daquilo.
— Prometi aos nossos amigos que iríamos almoçar com eles hoje. Não te falei aonde vamos? — Perguntou fingindo de desentendido, tinha deixado de propósito aquela informação de fora e viu o filho negar. — Estamos indo visitar Ikkaku, Kohari e…
— O Iruka-chan? — Pediu empolgado. Se tinha uma coisa que o pequeno Hatake gostava mais do que treinar, era ir visitar os Umino e o pequeno Iruka.
O garotinho era mais novo que Kakashi e desde o momento que o albino colocou seus olhos nele, sentiu que deveria o proteger de tudo, não importava como. A partir daquele momento os dois se tornaram quase inseparáveis, sempre que podia Sakumo levava o filho até a casa dos amigos ou eles os visitava no Complexo. Ter aquela família ali o ajudava a lembrar que o filho era uma criança e pequeno Iruka reforçava aquilo, era o único que fazia Kakashi agir de acordo com a idade que tinha. O Hatake mais velho iria aproveitar muito aquilo, faria bem para o filho e para si mesmo, especialmente agora que o garoto havia acabado de se formar na Academia.
Não demoraram muito para chegar na residência dos Umino, Ikkaku os aguardava na porta, enquanto Kohari e Iruka estavam no interior.
— Sakumo! Kakashi! Que bom que vieram, sejam bem-vindos! — cumprimentou seus visitantes.
— Onde está Iru-chan, Ikkaku-san? — Perguntou Kakashi sem nem responder ao cumprimento, sendo repreendido pelo pai.
— Isso são modos, Kakashi! — advertiu Sakumo.
— Deixe ele, Sakumo. O golfinho também está ansioso desde o momento que falamos que viriam. Estava até agora a pouco na porta, sentado, esperando vocês. Só saiu porque Kohari o levou para a cozinha, com alguns protestos.
Logo os três ouviram pequenos e rápidos passos ecoarem pelo piso e um pequeno ser de quase três anos surgir na porta e praticamente se jogar em cima de Kakashi.
— Kashi! — Gritou Iruka abraçando o jovem Hatake, que teve apenas tempo de abrir os braços para segurá-lo.
— Iru-chan! — Kakashi rodou fazendo o pequeno gargalhar.
— Vejo que o pequeno golfinho estava certo. Até parece que sente quando está chegando, Kakashi-chan — Kohari apareceu logo em seguida, atrás do filho que havia saído em disparada. — Vamos, entrem, estou terminando o almoço.
— Deixa que eu termino, querida, descanse um pouco — ofereceu Ikkaku, pois a esposa havia voltado de uma missão, nada muito complexo, mas sempre a fazia descansar quando retornava. Afinal, não era fácil ser mãe e uma jounnin de elite e ainda fazer algumas missões para a Anbu.
Kohari nem reclamou, sabia que era inútil, então apenas acompanhou Sakumo, Kakashi com Iruka ainda agarrado a si até a sala enquanto o marido seguia para a cozinha. O almoço não demorou a ficar pronto e logo todos estavam à mesa para comer. Iruka estava sentado entre sua mãe e Kakashi, não sentava em outro lugar quando o Hatake os visitavam e naquele dia, o jovem Umino não parecia muito disposto a comer.
— Vamos, Iru-chan, precisa comer para crescer e ficar forte, aí poderá se tornar um grande ninja — falou Kakashi, tentando persuadir o outro, que olhou com desgosto para a comida, mas quando viu o amigo abaixar sua máscara e comer, pensou que não seria assim tão ruim.
Os mais velhos riam quando notaram que Iruka sempre parecia imitar Kakashi, como se ele fosse seu herói, alguém que merecesse toda a admiração do mundo e que seus pequenos olhos podiam ofertar. Sabiam também que aqueles dois seriam inseparáveis e grandes amigos.
Após o almoço, descansavam na varanda, sentindo a brisa fresca da primavera. Iruka estava quase dormindo apoiado em Kakashi, que não parecia que ficaria muito tempo acordado.
— Kakashi-chan, soube que já formou na Academia, meus parabéns — parabenizou Ikkaku.
— Sim, agora sou um ninja e serei tão forte quanto o papai e vocês e poderei proteger o Iru-chan também! — afirmou o pequeno sorrindo por baixo da máscara, deixando os outros saberem pela forma como fechou seus olhos.
Sakumo estava feliz pelo filho, mesmo que internamente desejasse que ele fosse apenas uma criança, mas os tempos não eram fáceis. Logo Kakashi estava cochilando também, abraçando Iruka como se ele fosse um urso de pelúcia.
Os adultos acharam a cena encantadora e sabiam que Kakashi iria negar qualquer demonstração de afeto, mesmo que fosse para seu pequeno Iru-chan, ou talvez, ele fosse o único que a merecesse.
[…]
Alguns meses haviam se passado desde que Kakashi se formou na Academia e sua vida, não poderia estar melhor. Estava em um time de gennins, o Time 7, junto a Obito Uchiha e Rin Nohara e mesmo tendo algumas divergências, estavam aprendendo a trabalhar em equipe. Tinha feito novos amigos, como Maito Gai, que para sua decepção, havia se autoproclamado seu rival e vivia dizendo que um dia seria melhor que ele. E claro, ainda tinha Iruka, a pessoa mais importante depois de seu pai.
O pequeno Hatake nos últimos dias estava achando o pai um pouco estranho, desde que voltara de uma missão que não havia dado certo. Ouviu uma conversa dele com Ikkaku e soube que Sakumo havia abandonado a missão para salvar seus companheiros, não queria acreditar nisso, havia aprendido na Academia que a missão era sempre mais importante e seu pai nunca quebraria uma regra, não é mesmo? Especialmente essa tão importante.
Não entendia muito bem porque as pessoas estavam olhando torto para seu pai, algumas o xingavam de covarde e outras coisas que Sakumo ignorava e pedia para o filho ignorar, até mesmo aqueles que eram seus companheiros de missão. Os únicos que pareciam estar ao seu lado era Maito Dai, pai de Gai, Ikkaku e Kohari.
Kakashi estava passando mais tempo com os Umino, seu pai quase não treinava consigo e praticamente não saia de casa. Estava realmente preocupado. Tanto que em mais um dia na casa dos amigos da família, insistiu para ir para casa dizendo ter um sentimento ruim e precisava ver o pai. Kohari e Ikkaku sabiam o que estava se passando com o amigo e resolver seguir a intuição do menor e o seguiram até em casa.
A mulher segurava Iruka em seus braços, que se debatia para ir ao chão ou com Kakashi, parecia que até mesmo o pequeno sentia a ansiedade do Hatake. Ao se aproximarem da casa onde o mascarado moravam, sentiram algo estranho. Ikkaku pediu para a esposa ficar com Kakashi do lado de fora enquanto entrava. Kakashi queria entrar e foi difícil o convencer a esperar.
— Eu sei que você agora é um ninja e que está preocupado com seu pai, mas me escute Kakashi, preciso que fique e proteja Kohari e Iru-chan, pode fazer isso? — Pediu o homem.
Kakashi pensou em recusar, mas quando sentiu duas mãozinhas pequenas puxando sua roupa e quando olhou, encontrou um par de olhos castanhos úmidos o encarando com preocupação, não pode recusar. Queria saber se seu pai estava bem, mas também não queria deixar Iruka sozinho. Acenou concordando com Ikkaku e segurou as mãos do garotinho, sendo abraçados em seguida por Kohari.
O Umino entrou na casa, chamando pelo amigo, que não o respondeu. Pegou sua kunai e ficou ainda mais atento, ouvindo tudo ao seu redor, atento a qualquer sinal de perigo. Apressou o passo ao ouvir um sussurro vindo do comodo mais adiante, parado no meio da sala, com sua espada empunhada, pronto para dar um golpe fatal em si.
— Me perdoe, Kakashi — declarou antes de empurrar a espada.
Ikkaku soltou sua kunai e rapidamente ficou em frente ao melhor amigo, segurando sua mão, impedindo de empurrar o objeto ainda mais em seu abdômen.
— Sakumo, meu amigo, me escute. Não posso dizer que sei o que está passando, mas acredite, essa não é a saída. Sei o que estão dizendo por aí, do que estão te chamando e sei também que você não é nada disso. Você é o Canino Branco de Konoha, um dos melhores ninjas que já existiu, é comparado até mesmo aos sannins. Não faça isso, eu imploro. Kakashi precisa de você, é um pai incrível, que não mede esforço para ver seu filho feliz, não o deixe sozinho nesse mundo cruel. Você tem a mim e a Kohari, sempre estaremos ao seu lado, não importa as circunstâncias, meu amigo — implorou Ikkaku e para sua felicidade, parecia ter surtido efeito, pois o Hatake soltou o aperto do cabo da espada, permitindo que fosse retirada de suas mãos e de seu corpo. Por sorte a perfuração não havia sido profunda e nem seria preciso levá-lo a um hospital, daria conta de o curar mesmo com seu ninjutsu médico básico.
— Obrigada, amigo — agradeceu Sakumo antes de desmaiar em seus braços.
A porta foi aberta com força e um grito infantil foi ouvido.
— Papai! — era Kakashi, que olhava o pai desacordado nos braços do outro e entrou em desespero, lágrimas encharcavam sua máscara, mas não a retirou.
Kohari apareceu logo em seguida, com Iruka em seu colo, com olhos vermelhos e soluçando. Tudo era uma grande bagunça. A mulher olhou para o marido séria, usando todo seu conhecimento ninja para controlar suas emoções e perguntou, mesmo sem palavras, se Sakumo estava bem e o principal, vivo.
— Ele está bem, apenas um pouco machucado. Vou levá-lo para o quarto e cuidar dos seus ferimentos — esclareceu e foi notável o quanto Kakashi se acalmou.
— Quero ficar com meu pai! — pediu o jovem Hatake.
— Me deixe cuidar dele primeira, sim? Depois poderá ficar com ele. Seu pai vai precisar muito de você, garoto — explicou o Umino, esperando que a criança o entendesse. Kakashi assentiu, mesmo que quisesse estar ao lado do seu pai, entendeu que precisava se afastar. Ikkaku sorriu minimamente, bagunçando os cabelos rebeldes do prateado.
O Hatake se afastou enquanto observava o Umino se levantar com um pouco de dificuldade, já que tinha Sakumo em seus braços e viu os dois sumirem pelo corredor, indo em direção ao quarto do mais velho. O mascarado sentiu, novamente, pequenas mãos puxarem sua roupa para chamar sua atenção.
— Kashi… Sakumo-ojisan vai ficar bem — garantiu Iruka com toda convicção de uma criança de três anos, sorrindo abertamente para o outro. Poderia não saber o que era cuidar de alguém, mas naquele momento, cuidou de Kakashi.
Notes:
Primeira mudança: Sakumo vive!
É algo que sempre quis e agora, está aqui, ai gente...
Nos digam o que estão achando, meus querides!
Comentários, elogios e sugestões são sempre bem vindos...
Até amanhã!
Chapter 2: Antes de saber o que era proteção, te protegia.
Summary:
Boa Tarde meus amores 💓 estão prontos para mais um capítulo cheio de emoções com os nossos bebês 🤧
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
As coisas não foram fáceis nos anos seguinte após a tentativa de suicido de Sakumo, especialmente nos meses que se seguiram. As pessoas eram cruéis e não se importavam se o que diziam machucaram alguém. Pelo menos o Hatake tinha apoio dos Umino, do Hokage e até mesmo do Namikaze, sensei de Kakashi. Levou um tempo para superar aquele acontecimento trágico, mas no fim, as coisas se acalmaram.
Kakashi havia se tornado chunnin logo após terminar a Academia e foi impressionante, seu pai, Ikkaku, Kohari e até mesmo o pequeno Iruka estava presente. Parecia que o pequeno não havia gostado muito daquilo, pois ficou agitado e ansioso durante o resto do dia. Sakumo estava orgulhoso do filho, sabia que um dia ele se tornaria um grande ninja e sempre estaria disposto a proteger todos os que amava.
O Hatake divida seu tempo com sua equipe, o Time 7, treinamento com seu pai e visitas frequente aos Umino, isso não poderia faltar.
Quando Iruka ficou mais velho, Kakashi começou a ajudá-lo com algumas atividades ninjas, nada muito elaborado ou complicado, a pedido dos pais dele e do seu próprio. Kohari e Ikkaku gostariam que o filho tivesse uma infância normal, na medida do possível e faziam questão de dar a Kakashi um pouco de normalidade sem toda aquela tensão que viviam. O mundo ninja não era exatamente um local pacífico, batalhas e guerras aconteciam a todo momento e bem ao seu lado. Não neglicenciavam essa verdade dolorosa que viviam e por isso não impedia que o pequeno Hatake mostrasse ao filho como segura uma shuriken e a lançar com perfeição. Era uma dualidade, mas a manteriam enquanto pudessem.
Iruka aprendia as coisas com facilidade, era dedicado e esforçado, mas ainda gostava de brincar e aprontar as suas peripécias infantis, especialmente com Kakashi. Tudo bem que alguma vez ele tenha quase acertado o prateado com uma shuriken, ou o pai e talvez tenha passado de raspão pelos cabelos compridos de Sakumo, tirando algumas mechas.
— Kashi, eu não consigo! — reclamou Iruka ao errar o alvo mais uma vez.
— Iru-chan, não fique assim. Não desista só porque não conseguiu acertar de primeira — Kakashi tentou animar o mais novo.
— Primeira? Foram mais de vinte! Acertei tudo, menos o alvo. A menos que o alvo seja meu pai, o ojisan ou você! — bradou irritado.
— Vamos, golfinho, mais uma vez! Está quase conseguindo!
— Não me chame de golfinho! Não tenho mais três anos!
— Sério? Nem reparei — provocou Kakashi, era tão fácil irritar o mais novo.
Iruka pegou mais algumas shurikens e a apertou com força, fechou os olhos e jogou com força, mas sua intenção não era acertar o alvo e sim seu amigo idiota que gostava de o provocar. Kakashi desviou com facilidade e para sua surpresa, elas atingiram o alvo. Sem dizer nada, abraçou o amigo com força, que não esperava aquela atitude e acabou se assustando um pouco e brigando com o outro, que ignorou. Logo os dois estavam caídos na grama rindo de tudo aquilo. Iruka adorava o som da risada de Kakashi, o preferia assim, leve e tranquilo. Não gostava de ver o amigo sério quando retornava de alguma missão ou quando se estressava com Obito, como estava no começo daquele treinamento. Diversas vezes chamou a atenção do mais velho quando estava sendo, em suas palavras, um idiota arrogante. O Umino era a única pessoa que podia xingar o Hatake sem ser repreendido, ou ameaçado, ou agredido. O prateado jamais levantaria a mão para seu golfinho.
[…]
Infelizmente nem tudo foi um mar de rosas na vida de Kakashi e apesar de ser um prodígio e um gênio para alguns, não estava preparado para perder alguém tão próximo. Havia um tempo que entendeu o que aconteceu com seu pai naquele dia e agradeceria eternamente à Ikkaku por salvar a vida do seu pai.
O Mundo Ninja enfrentava a Terceira Guerra e Kakashi e sua equipe foram enviados para destruir a Ponte Kannabi e aquela era a primeira missão que o Hatake era designado como capitão. Desde o incidente com seu pai, o mascarado mudou muito sua forma de ver a vida e as missões e seus companheiros, e entendeu que nem sempre a missão vem em primeiro lugar, como Obito também costuma dizer. Achava aquilo um absurdo, mas aprendeu a lição, especialmente ao se lembrar de Iruka.
“Aqueles que quebram as regras são tratados como lixo, mas aqueles que abandonam seus companheiros são piores que lixo.”
Aquela missão, tudo que podia dar errado aconteceu. Minato foi chamado a linha de frente na Guerra, Rin foi sequestrada fazendo Obito ir atrás dela sozinha. Acabou sendo emboscado e para impedir que o amigo fosse ferido, o empurrou para longe durante o desabamento da caverna onde a Nohara estava sendo mantida. Foi um desastre completo. Obito acabou sendo esmagado por uma pedra oriunda do deslizamento e como um último pedido para aquele que aos poucos se tornava um amigo, ofereceu seu Sharingan.
Kakashi se sentiu culpado pela morte do Uchiha.
Após aquele incidente, Kakashi se isolou por um tempo, não fala com quase ninguém, mas isso não impediu Iruka de ir até o amigo e ficar ao seu lado. E o mais velho, permitiu, afinal o mais novo era seu bálsamo, seu alento.
[…]
Um ano depois da perda de Obito, o Time 7 ainda estava na ativa, apesar de sentirem falta de Obito. As coisas poderiam se dizer estarem em sua normalidade, se é que algum dia estiveram. A sombra da Terceira Guerra ainda os assombrava e Konoha nunca poderia baixar a guarda.
Em uma missão, Kakashi e Rin foram enviados para Vila da Névoa, que tinha um plano secreto para destruir Konoha e não hesitariam em executá-lo. Em meio a missão, Rin acabou sendo novamente sequestrada, afinal a jovem kunoichi era parte importante daquele plano. Kakashi conseguiu resgatar a amiga, porém não tinha a menor ideia de que dentro da garota, se encontrava Sanbi, a besta de três caudas. A Vila da Névoa sabia que o corpo de Rin não conseguiria contê-la e que se libertaria quando os dois chegassem em Konoha. Para evitar que aquela catástrofe acontecesse, a Nohara resolveu por conta própria impedir que sua aldeia fosse destruída, então, quando o Kakashi foi atacar um inimigo com seu chidori, se colocou na frente, recebendo o golpe fatal em seu coração.
Kakashi matou sua companheira, sua amiga, aquela que o ligava a Obito e que não pode a proteger, como prometeu que faria. Perdeu mais uma pessoa importante em sua vida.
Ao retornar para Konoha, se fechou de uma maneira, que nem seu pai conseguia se aproximar. Não queria ver ou falar com ninguém, mas deveria ter lembrado que nenhum mau-humor ou irritação conseguiriam impedir um certo garoto de cabelos castanhos de aparecer em sua casa e invadir seu quarto.
Iruka chegou na casa dos Hatake, cumprimentou Sakumo e logo foi atrás do amigo. Entrou no quarto sem bater na porta e se deitou na cama junto à Kakashi, sem falar nada. Abraçou o maior da melhor maneira que pode, se aconchegando como se fosse um gatinho. Ficaram um bom tempo daquele jeito e mesmo sem receber um gesto de carinho do prateado, continuou no mesmo lugar, conhecia o amigo a tempo suficiente para entender quando e se ele queria conversar.
Assim o Umino sentiu um carinho sendo feito em seus cabelos, sorriu minimamente, sabia que agora o outro conversaria, ou pelo menos, ouvira.
— Sinto muito pelo que aconteceu Kashi — começou Iruka.
— Não quero falar sobre isso, Iru-chan — respondeu sem muito ânimo.
— Tudo bem, então. Estarei aqui quando quiser conversar. Posso não entender muito o que aconteceu, mas estou aqui para te ajudar, da maneira que precisar.
— Obrigado, Iru-chan, por sempre estar ao meu lado — agradeceu e puxou o amigo para um abraço apertado e assim ficaram até ambos caírem no sono e serem flagrados pelos pais naquela situação, não que fosse a primeira vez.
Ikkaku, Sakumo e Kohari gostavam de como os filhos se completavam e se apoiavam, independente do que acontecesse, sempre estariam juntos.
— É melhor seu filho nunca machucar o meu — ameaçou Ikkaku, fazendo Sakumo gargalhar e os dois serem repreendidos por Kohari, dizendo que acordariam os dois se continuassem com aquilo.
— Não se preocupe, meu amigo. Kakashi gosta muito do pequeno golfinho para lhe fazer algum mal. Não me surpreenderia se daqui a alguns anos acabassem juntos — afirmou o de cabelos brancos, fazendo o amigo revirar os olhos e socar seu braço.
— Vamos, garotos, não briguem. Deixem os meninos dormirem e descansarem, pois sinto que as coisas estão para mudar e não sei se é algo bom ou ruim — Kohari declarou com certo pesar, deixando os outros dois preocupados, mas a seguiram, deixando os mais novos descansando.
Alguns dias depois, Kakashi foi chamado pelo seu sensei, agora Yondaime Hokage, para uma conversa franca sobre o que aconteceu no último ano, especialmente a perda dos companheiros de equipe e o que fariam a seguir. Em uma tentativa de manter o Hatake longe da escuridão e evitar pensar muito nas tragédias que aconteceram, pediu para que ele se juntasse a Anbu, a elite ninja de Konoha. Apesar de ter apenas doze anos, tinha plenas habilidades para fazer parte daquela Organização. Aceitou. Não poderia ficar parado, remoendo tudo o que aconteceu e se culpou, acreditou que manter a mente ocupada com outra coisa, manteria seus fantasmas afastados. Infelizmente, nem todos concordavam com aquela decisão.
— Anbu, Kakashi? Você tem apenas treze anos, é uma criança! — bradou Sakumo irritado.
— Não sou mais uma criança, pai. Me formei na Academia aos cinco anos, sou melhor que qualquer garoto da minha idade, passei por uma guerra, perdi meus amigos, quase perdi o senhor. Sei o que estou fazendo, confie em mim — respondeu irritado com aquela desconfiança.
— Eu confio em você meu filho, mas sei como a Anbu funciona, sei para quais são enviados, sei o que precisará fazer e acho que isso não lhe fará bem, meu filho, por favor, me escute! — implorou Sakumo, tinha medo de como aquilo iria afetar a vida de Kakashi, tinha medo de como aquilo o mudaria.
— Já tomei minha decisão! Não vou voltar com ela! — quase gritou.
— Vai mesmo entrar para Anbu, Kashi? — a voz baixa de Iruka se fez presente, pegando os dois de surpresa.
O Umino sempre aparecia de surpresa, não era incomum, mas aquele não parecia ser um bom momento.
— Olá, Iru-chan — cumprimentou Sakumo — Peço desculpas, mas, não é um bom momento agora, entende não é?
— Entendo, Sakumo-ojisan. A mamãe também é da Anbu e o papai sempre fica preocupado com ela sai em missão e eu também. Ele me disse serem missões perigosas e que ela pode não voltar. Não gosto disso. Não quero que entre para Anbu, Kakashi, por favor, não quero me preocupar se vai voltar ou não — era difícil Iruka chamar o outro pelo seu nome e principalmente ver seus olhos castanhos marejados como naquele momento.
— Iru-chan, eu já aceitei e prometo que vou me cuidar e que sempre vou voltar para casa — afirmou Kakashi, se aproximando do amigo, que se afastou.
— Não prometa o que não pode cumprir — declarou choroso antes de sair correndo da casa dos Hatake.
Pela primeira vez, Iruka ficou chateado com Kakashi e não queria conversar com ele. Era como se o fato dele entrar para Anbu significasse que nunca mais se veriam, não poderiam mais treinar juntos ou simplesmente passarem um tempo ao lado do outro. Era como perder o amigo.
Para Kakashi, aquela decisão, era sua forma de dizer que sempre protegeria todos que eram importantes para si, apesar de parecer um pouco deturpada aquela escolha e seu senso de proteção. Poderia não saber como ou o que era proteger alguém, mas os protegeria, principalmente Iruka.
Notes:
Os comentários e elogios e tudo mais, sempre são bem vindos 🤧🤧
Beijo da doida: Glayceuzumakiken 🤣🤣😘😎
Chapter 3: Antes de saber o que era ter medo, eu temia.
Summary:
Chegando, atrasada talvez, com o terceiro capítulo...
Mais emoções a vista.
Boa leitura!
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Entrar para Anbu trouxe diversas consequências para Kakashi e algumas desagradáveis que não estava conseguindo lidar. Realizar missões de alto-risco, eliminar alvos sem hesitar, tirar vidas estavam se tornando cada vez mais fácil, mas ao invés de o afastar da escuridão, a cada dia era tragado por ela, a cada se tornava uma parte maior de si. Aquela luz que ainda brilhava, parecia cada vez mais distante, quase se apagando.
Lidar com a escuridão era fácil, agora, lidar com Iruka afastado e magoado era mais do que poderia suportar. Tentou se aproximar do amigo diversas vezes, mas as missões da Anbu pareciam consumir todo seu tempo e quando retornava, estava esgotado que mal saia da cama.
Iruka não foi mais o visitar. Se o visitava, conversava apenas com Sakumo, era apenas nesses momentos que o via brevemente ou escutava sua voz. Sentia tanta falta do amigo. Por isso, quando retornava de uma missão, passou pela casa do Umino, na esperança de o encontrar e, quem sabe, conversar um pouco. Ao se aproximar, o viu treinando no local onde passavam horas juntos e sorriu ao vê-lo melhor em suas habilidades. Pousou em uma árvore que dava para ver bem o outro, sem o atrapalhar, mas havia esquecido da habilidade do mais novo em saber se tinha alguém por perto, quase uma kekkei-genkai que parecia muito mais aflorada no garoto do que em seus pais.
— O que você quer, Anbu-sama? — Perguntou Iruka sem e virar para a direção onde Kakashi estava.
O Hatake não gostou de ser tratado de maneira tão fria por aquele que sempre era animado.
— Vim te ver, sinto sua falta, Iru-chan — respondeu com sinceridade.
— Não deveria me chamar assim, nem deveria estar aqui quando está uniformizado, Anbu-sama — declarou ainda sem se virar para o outro.
— Me desculpe, não queria me afastar, nem brigar com você. Olha para mim, golfinho — pediu segurando gentilmente o braço de Iruka.
Iruka virou lentamente, mesmo chateado, também sentia falta do amigo e sabia que aquela era a vida de um shinobi, mas não significa que gostava, no fundo, queria que as coisas fossem diferentes, mais simples.
— Por que entrou para Anbu agora? Sei que dirá que é um shinobi, prodígio e todo aquela conversa que sei de cor. Mas não poderia ser mais tarde, quando ficar mais velho? — quis saber o Umino.
— Sei que sou novo para a Anbu, na verdade, sou o shinobi mais jovem a entrar para a Organização, mas não tenho mais um time, o sensei agora é Hokage, estou me sentindo perdido. — desabafou o Hatake, que ainda usava a máscara de Hound, que foi gentilmente retirada por Iruka.
— Você tem a mim, idiota, achei que isso já tivesse claro nessa sua cabeça genial — deu um peteleco na testa do outro. — Sempre estarei aqui quando se sentir perdido, quando precisar se encontrar, quando estiver na escuridão. Não estou feliz por estar na Anbu porque mal nos vemos e sinto falta do meu amigo, parece que se tornou alguém importante demais para ficar ao lado de alguém como eu.
— Iru-chan, nunca mais diga isso. Você é a melhor pessoa que já conheci e sei que um dia se tornará um grande ninja — afirmou segurando o pequeno rosto entre suas mãos. — Prometo que não irei sumir mais, ok? Sempre irei aparecer para te perturbar e para treinarmos juntos, como sempre fizemos.
— Acho bom mesmo, ou nunca mais falo contigo — ameaçou Iruka.
Kakashi os aproximou até que suas testas se tocassem e pudessem olhar no fundo dos olhos um do outro. Como sentiram falta daqueles pequenos momentos, das pequenas atitudes e gestos carinhosos. Iruka se afastou um pouco apenas para deixar um beijo na bochecha mascarada, não notando o rubor surgir, pois logo puxou o outro para treinarem um pouco.
Entre as missões da Anbu, treinos com Iruka e outras obrigações, Kakashi ainda foi solicitado como guarda-costas de Kushina, que esperava seu primeiro filho. A Uzumaki não poderia estar mais feliz, assim como Minato, até Iruka estava ansioso, pois havia conhecido a família Namikaze em um almoço onde todos estavam presentes. O garoto havia conquistado os dois e não passou despercebido de Minato, que aquele menino era que mantinha Kakashi longe da escuridão, ousava dizer que ele o farol na vida do seu aluno. Sorriu ao imaginar que seu filho teria dois “tios”, se pudesse chamar assim, zelosos e cuidadosos. Estaria bem protegido.
Infelizmente, nada preparou todos os shinobis de Konoha para o dia do nascimento de Naruto.
O dia que era para ser de felicidade, se transformou em um caos completo. Um ninja mascarado aproveitou que Kushina, jinchuuriki da Kurama, besta de nove caldas, estaria como selamento enfraquecido devido ao parto para atacar a Aldeia da Folha. Com a libertação de Kurama, Konoha foi praticamente destruída, muitos perderam suas vidas.
Em meio a destruição, Kakashi e Sakumo ajudavam a salvar vidas de civis e shinobis, mas em meio a toda aquela confusão, o Hatake mais novo percebeu que não tinha visto Iruka ou sua família e saiu desesperado atrás deles. Não poderia perder mais uma pessoa importante para si, principalmente se ela fosse a sua pessoa especial, aquela por quem faria tudo para proteger. Sakumo nem precisou perguntar onde o filho estava indo, apenas o seguiu de perto. Não demorou para chegarem a casa dos Umino, que estava destruída, não viam nenhum dos moradores por perto. Kakashi sentiu a respiração falhar, a visão ficar turva e ponto de arrancar a máscara de Hound, seu corpo todo tremer diante do que via.
— Filho, respire, se acalme. Vamos encontrá-los. Não se desespere, isso não irá ajudar ninguém, muito menos Iruka. Foque no que pode fazer agora e não no que pode ter acontecido.
Kakashi respirou fundo e se concentrou, tentando encontrar qualquer sinal do amigo em meios aos destroços. Conseguiu sentir o chakra fraco em meio aos escombros e seguiu em direção ao local, com o pai ao lado. Ao se aproximarem, ouviu o que parecia ser choro e com cuidado, ele e o mais velho retiraram os pedaços do que um dia foram a casa da família Umino e encontraram Iruka sob o corpo da mãe, o qual Sakumo logo foi verificar e notou que a mulher ainda estava viva, mas com o pulso fraco, precisavam ser rápidos. Com cuidado, retirou Kohari de cima de Iruka e Kakashi pegou o amigo, que parecia em choque. Olhando ao redor, notaram que Ikkaku estava próximo aos dois e na mesma situação que a esposa, vivos, mas em situação critica.
— Fique de olho neles, vou atrás de ajuda. Cuide de Iruka — nem era preciso dizer aquilo, não tinha ninguém que retirasse Kakashi dali, não deixaria Iruka sozinho. Sua obrigação como ninja, como Anbu, ficariam para depois.
— Pai! Mãe! — gritou Iruka ao abrir os olhos, procurando pelos dois.
— Eles estão bem, estão vivos, Iru-chan. Meu pai foi buscar ajuda, eles vão ficar bem, não se preocupe — o prateado tentou acalmar o outro, que agarrou seu colete e chorou, não se importante se fosse parecer infantil ou fraco. Kakashi não se importava.
Felizmente, Kohari e Ikkaku sobreviveram ao ataque, com algumas sequelas, assim como Iruka, que ganhou uma cicatriz em seu rosto, cruzando de uma bochecha a outra. Ikkaku foi o que menos se machucou, tendo como consequência um braço e uma perna quebrado. Quem mais foi afetado, foi Kohari, que ao proteger Iruka uma viga caiu em cima de sua perna, a esmagando e não tiveram outra opção a não ser, amputá-la. A jounnin sabia que sua carreira como shinobi havia acabado ali, mas tentava não se deixar abalar.
Com a destruição da Vila e consequente morte de Minato e Kushina, que se sacrificaram para salvar Naruto, e no processo acabaram selando Kurama em seu pequeno corpo, o tornando o novo jinchuuriki. Muitas pessoas não ficaram felizes com isso, muitos culpavam a criança pelas mortes e perdas que tiveram, todo o ódio e dor que sentiam foram direcionados a um ser que havia acabado de nascer.
Hiruzen Sarutobi, o Sandaime Hokage, acabou retornando ao posto e precisava acalmar os ânimos de todos. Havia prometido a Kushina que cuidaria de Naruto, mas não sabia como fazer isso, não teria tempo para cuidar de um recém-nascido e ninguém parecia interessado em criar a criança demônio. Isso até Sakumo sugerir um nome, uma família. Ele mesmo se ofereceria, mas nem ele, nem Kakashi ficavam muito tempo em casa e a criança precisava de um lar amoroso. Por isso, após conversar com Ikkaku e Kohari, que apesar de terem toda a vida mudada, sua casa destruída, e consequências físicas causadas pelo ataque da besta selada no garotinho, aceitaram cuidar de Naruto. O pequeno Uzumaki cresceria em um bom lar, com uma família amorosa e até mesmo um irmão.
Para facilitar um pouco a vida dos Umino, Sakumo ofereceu a eles uma das residências do complexo Hatake, que como era mais afastado, por sorte, não foi destruído por Kurama. Nem puderam recusar, não tinham para onde ir e agora, estariam todos perto e poderiam se ajudar.
Não foi fácil para os Umino lidar com a raiva dos moradores de Konoha, muitos passaram a evitá-los e se estavam com Naruto, não os deixavam entrar em seus estabelecimentos. Fora as acusações e provocações, que variavam desde a serem chamados de fracos a acolhedores de perdedores, se referindo ao passado, quando defenderam Sakumo. Não se importavam com aquilo, sabiam que fizeram o certo e fariam de novo se precisassem, Iruka sabia disso e tinha orgulho dos seus pais e já amava Naruto como irmão o protegeria com sua vida.
Agora entendia Kakashi quando o amigo entrou para a Anbu e por isso tomou uma decisão, quando se tornasse chunnin, se esforçaria para ser um jounnin como seus pais e entraria para a Organização, não deixaria nenhum ninja mascarado desconhecido, com más intenções machucar aqueles que amava.
Aquele dia, dez de outubro, jamais seria esquecido, nem por Iruka, nem por Kakashi, nem por ninguém. Foi o dia que mais temeram pela sua vida e pela dos outros. Naquele dia aprenderam o que era sentir medo, nunca mais temeriam.
Notes:
Havia esquecido o quanto é ruim postar pelo celular, gente...
Bem, espero que tenham gostado e hoje é para termos mais duas fics, se der certo.
Aguardem e até amanhã.
Chapter 4: Antes de saber o que era perder alguém, te salvei.
Summary:
Oieee lindezas do meu coração, tudo bem?
Demorou um pouco, motivo eu tinha esquecido 😶🌫️🤐 kkkk, por favor perdoe-me ❤️.
(GlayceUzumakiKen)
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Cinco anos haviam se passado desde a morte do Yondaime e as coisas em Konoha melhoraram com o tempo. Naruto ainda era visto como um demônio e desprezado por boa parte da população, mas havia conquistado alguns amigos, como os Nara, Akimichi, Inuzuka e até mesmo os Uchihas. Às vezes as mães das crianças se reuniam no complexo Hatake para conversar sobre os filhos. Kohari no começo sentiu-se deslocada, mas foi abraçada pelas outras mulheres, que poderiam não ter sido kunoichis ativas como a Umino, mas não eram menosprezadas por isso, nem desprezavam a outra por ser ativa mesmo com um filho pequeno. Na verdade, a invejavam por conseguir aquilo e admitiam que não teriam a mesma garra e determinação. Era bom ter companhia e Kohari quase se acostumou a uma vida civil, isso porque acabou sendo chamada para fazer parte do esquadrão de Fuujutsu, especialistas em selamentos e assim, passando seu conhecimento adiante. Afinal, depois de Minato e Kushina, os Umino eram os melhores naquele segmento.
Kakashi continuou na Anbu, mas sem aquela escuridão o envolvendo, afinal, tinha Iruka ao seu lado, sendo seu bálsamo em meio a tantas coisas ruins que aconteceram em sua vida.
Em uma das visitas à casa dos Umino, as crianças estavam do lado de fora brincando, gostam dessa parte do dia, onde poderiam ser crianças, principalmente o pequeno Uzumaki que conseguia contagiar qualquer um com sua animação. Com todos aqueles pequenos, muitas bocas para alimentar, Kohari pediu para o filho e Kakashi irem até o mercado para comprarem mais pãezinhos, entre outras coisas para fazer o lanche dos pequenos. Normalmente, levavam Naruto junto, para mostrar que o garoto era uma criança como qualquer outra, mesmo com a hostilidade de alguns moradores, algo que diminuía com a presença de Kakashi, sabia ser assustador quando queria e sua fama por vezes era suficiente para intimidar qualquer um.
Naquele dia, quando estavam somente os dois, quase que foi impossível comprarem o que foi solicitado, os comentários dos comerciantes estava irritando tanto Kakashi, que se não fosse por Iruka, teria perdido a paciência e agredido alguém. Novamente. Enquanto faziam o caminho para retornar ao complexo, com todos os itens, Kakashi encontrou um amigo, um parceiro da Anbu, que salvou das garras de Danzou, aquele que chamava de kouhai e era chamado de volta de senpai, mesmo sendo apenas poucos anos mais velho. O ninja de cabelos castanhos se aproximou e só então notou que ao seu lado havia um garotinho de pele tão pálida, mais que a do Hatake, quase translucida, e expressão séria. Pararam diante de Iruka e Kakashi e claro que o menino chamou atenção por estar acompanhado de um Anbu.
— Esse quem é? — perguntou Kakashi sem rodeios.
— Senpai, esse é Sai. O Sandaime pediu para ficar com ele depois que ele foi tirado da Raiz e impedido de ser usado por Danzou, assim como eu fui. Sou, bem, o tutor dele agora — explicou, não passando despercebido o quanto a Anbu liderada pelo Shimura abalou o outro.
— É uma babá agora? Babá! — provocou Hatake, rindo sob a máscara enquanto Iruka revirava os olhos, seu amigo era um idiota às vezes, ou na maioria, não tinha certeza.
— Tutor! — corrigiu Tenzou
— É a mesma coisa. Tenzou agora é uma babá — continuou provocando.
Vendo que aquilo daria uma briga sem sentido, Iruka entrou na conversa, interrompendo a discussão dos dois. Se abaixou, ficando na altura do pequeno albino, de cabelos negros e olhar um pouco assustado.
— Onde vocês dois estavam indo? — perguntou Iruka a Tenzou.
— Não sei ao certo. Estávamos no parque, mas as crianças não queriam se aproximar, acham ele um pouco… estranho. Agora, só estamos caminhando — respondeu Tenzou ao Umino.
— Sai, quer brincar com as outras crianças? Posso te levar num lugar onde tem muitas delas. Tem até um garotinho loiro, que gostará muito de você. O que acha? — perguntou Iruka, e Sai se escondeu atrás do Tenzou e olhou como se pedisse permissão, poderia não dizer, mas gostaria muito de fazer amizade e conhecer outras crianças
— Que jeito é esse de convidar uma criança, Iru-chan? — perguntou Hatake num misto de deboche e provocação.
— Por quê? — revidou Iruka, sem entender o que quis dizer.
— Está parecendo que vai sequestrar o garoto, não o convidar para fazer novos amigos — provocou Kakashi e Iruka se levantou num rompante e deu um cascudo no Hatake.
A discussão deles rendeu um pouco mais e Tenzou acabou entrando no meio defendendo Iruka e em meio aquilo, o pequeno começou a rir baixinho, atraindo a atenção dos mais velhos, que acabaram parando com aquela pequena briga de implicâncias.
Notando que estavam demorando e com certeza levariam uma bronca de sua mãe pela demora, Iruka conseguiu convencer Sai e Tenzou para os acompanhar.
Já na casa do Umino, Iruka apresentou Sai às outras crianças, que ficaram curiosas com o novo garoto que tinha chegado. O pequeno se agarrou as pernas de Tenzou, envergonhado e com medo, mas sem nenhuma surpresa dos outros, Naruto segurou na mão do albino e a arrastou para junto dos demais, que acolheram o novo integrante da turma. Aquela turma daria trabalho quando ingressasse na Academia ninja no próximo ano. Iruka e Kakashi ajudavam Naruto o máximo que podiam, não queriam que ele ficasse para trás daquelas crianças nascidas em um clã com alguma especialidade, como os Nara com a manipulação das sombras, Akimichi com expansão e os Uchihas com os Sharingans, sendo este último um dos mais conhecidos e poderosos, tanto que desde que o Hatake ganhou o olho de Obito, fazia várias visitas aos Uchihas para aprender mais sobre o olho e como usá-lo em batalhas.
A convivência entre eles foi aumentando e se fortalecendo a cada dia que passava. Não apenas entre Sai com as outras crianças, mas entre Tenzou e Iruka. O Anbu levava o pequeno para casa dos Umino com certa frequência e também criando um laço forte com todos da casa, principalmente com Iruka, o considerando um grande amigo, além do Hatake, claro. Sem falar que Naruto e Sai quase não se desgrudavam, queria ver o que aconteceria quando eles não fossem colocados no mesmo Time ao se formarem na Academia.
As provocações de Kakashi e Tenzou aumentavam a cada dia, este último tendo como seu defensor o jovem Iruka, que deixava Kakashi um pouco enciumado. Mesmo após passar essa fase com Tenzou e entendido que os dois eram apenas bom amigos, o seu ciúme aumentava sempre que alguém diferente ficava mais próximo de Iruka. O que aconteceu com frequência, como quando conheceu Genma, Gai, Asuma, Kurenai, Anko. Afinal, Iruka era sociável e parecia atrair todos para sua órbita, todos queriam um pedacinho do seu amigo.
Nunca deixou isso tão transparente o que pensava e o que sentia, mas quem o conhecia bem, como Sakumo, sabia que um dia não iria aguentar esconder tudo que sente em relação a Iruka. Procurava sempre fazer o seu melhor, sempre se segurando, não queira ser um intruso ou atrapalhar a vida de Iruka. No fundo, o jovem Hatake estava com medo de afastar outro e colocou em sua cabeça que no dia que estivesse pronto, iria se declarar para o Umino.
O que Kakashi não esperava era o que estava prestes a acontecer, e que seria o último a saber da decisão da pessoa que tanto queria proteger e faria qualquer coisa para cumprir aquela promessa.
O Hatake mais novo havia acabado de chegar uma missão pela Anbu, suas roupas estavam cobertas de terra, lama e sangue, uma bagunça. Para evitar encontrar o pai e encontrar aquele olhar que beirava a repreensão, optou entrar pela janela do seu quarto, habito que criou e o usava na maioria das vezes, seja em casa ou até mesmo quando ia visitar Iruka e entrava pela janela do quarto do amigo. Ganhou algumas repreensões de Ikkaku. Antes de ir cumprimentar o pai e suas visitas, que eram os Umino novamente, foi se lavar e retirar todo aquele peso que sentia quando retornava daquelas missões, pensando porque eles não moravam logo na mesma casa, já dividiam quase todas as refeições mesmo. Seria menos trabalhoso e mais prático para todos.
Ao se aproximar da sala, parou quando escutou a Anbu ser mencionada, não queria ficar ouvindo escondido, mas sempre que a Organização estava entre os tópicos das conversas, nunca era coisa boa.
— Tem certeza que é isso que você quer, meu bem? — escutou Kohari perguntar e sabia que a pergunta era direcionada à Iruka, ela o chamava assim em diversas ocasiões.
Não escutou a resposta do amigo, o que o deixou cismado, ainda mais depois do que ouviu a seguir.
— Você sabe que Anbu é totalmente diferente do que está acostumado. Sei de suas habilidades e competência, afinal, acompanhei de perto seu treinamento — Kakashi ouviu o pai se vangloriar e tinha certeza que sorria ao dizer aquilo. — Primeiro fará os teste para jounnin, isso?
— Sim, os exames jounnin são no próximo mês e Shikaku-sensei diz que estou pronto e acredita que irei passar — ouviu Iruka responder convicto.
Kakashi lembrou dos exames chunnins do amigo, o tanto que ficou nervoso, com medo de algo acontecer, afinal os testes não eram nada fáceis, eram quase uma prova de vida. Só de lembrar da batalha de Iruka contra Mizuki seu sangue ferve, aquele ninja nem poderia ser chamado de shinobi, não sabia lutar uma luta justa, era cheio de truques e atacava covardemente pelas costas. Analisando tudo, parecia que o teste para jounnin eram mais simples, ou era apenas seu lado prodígio falando novamente.
— Filho, por que quer fazer isso? Quer nos provar algo? — a pergunta do pai de Iruka o pegou desprevenido, o deixando ainda mais confuso com tudo aquilo. O que Anbu tinha a ver com os testes jounnin que o amigo faria?
Notou um silêncio, quase uma hesitação em Iruka responder e só então notou que a casa estava muito silenciosa, não escutava Naruto em lugar algum. Deveria estar com Shikamaru ou com Sai, ou com Kiba, ou todos juntos em algum dos clãs.
— Não quero provar nada, pai, não preciso disso. Quero apenas cuidar e proteger aqueles que amo. Quero proteger Naruto e até aqueles que não merecem, ou precisam — de onde estava, Kakashi não pode ver o Umino olhar para Sakumo, para se referir a seu pai e a si mesmo. — Quero poder cuidar de mim mesmo sem ser um fardo para os outros. Quero ajudar e contribuir para que a paz seja alcançada e que nunca mais precisemos passar por outra Guerra — explicou Iruka emocionado.
— Se entrar para a Anbu é o que você quer, te apoiaremos, meu filho. Mas quero que tenha certeza da sua decisão, sabe que pode fazer tudo o que deseja sendo apenas jounnin. Já estive lá e sei como as coisas funcionam. Em algum momento terá que decidir entre o que é certo e o que deve ser feito. — ponderou Kohari
— Sim, mãe, tenho certeza. Não quero ficar parado, sem fazer nada, vou entrar para Anbu — respondeu Iruka.
Ao ouvir aquilo e entender porque aquela conversa estava tão estranha e tensa, Kakashi entrou na sala como um furacão, parando na frente de Iruka, o encarando de maneira tão feroz que fez com que o mais novo se sentisse um pouco intimidado.
— Anbu? Quer entrar para Anbu, Iruka? — Kakashi raramente o chamava pelo nome, isso apenas confirmava sua ira naquele momento. — Você ficou maluco? Você não vai entrar, nem morto, entendeu? Eu não vou permitir! — o mascarado praticamente gritava com o outro, que se aproximou ainda mais do maior, parando bem na sua frente e o encarando em desafio. Ikkaku e Sakumo, pela primeira vez desde que os filhos se tornaram amigos, ficaram preocupados que teriam que separar uma briga entre eles, prevendo que seria algo difícil, dada as personalidades dos dois.
— Já tomei minha decisão, e não vou voltarei com minha palavra. — reafirmou Iruka no mesmo tom do outro.
— Eu não vou permitir! Eu não vou deixar você cometer o mesmo erro que eu! — insistiu Kakashi.
— Isso não cabe a você decidir, é a minha vida! Quando você entrou para Anbu, por acaso me perguntou se eu iria gostar ou não? Se permitiria ou não? Não! Você simplesmente fez! — gritou Iruka furioso. — Eu fiquei com raiva, com medo, mas não te impedi, mesmo não gostando de saber que talvez, em uma de suas missões, eu nunca mais poderia vê-lo, eu aceitei, estive do seu lado. Por que não faz o mesmo? Me fala o motivo para não entrar?
— Você… você serve para isso, Iruka. Na Anbu fazemos coisas que não queremos, muitas vezes vamos contra nossos princípios e convicções, somos apenas armas que cumprem ordens e um objetivo. Não temos escolha ou poder de argumentar, não hesitamos, não questionamos, apenas executamos — tentou explicar.
— Não sirvo? Então sou inútil? E isso? — o jovem Umino não acreditou no que ouviu e se afastou de Kakashi, virando de costas para o prateado. Seu próprio amigo, seu melhor amigo, não confiava em si?
— Não, caramba, não quis dizer isso… Merda... Iru-chan — os pais dos garotos se acalmaram ao ouvir a forma que Kakashi chamava Iruka, sabiam que as coisas estavam para se acalmar entre eles. — Eu não posso perder mais uma pessoa... não quero perder quem eu amo... Eu amo você Iruka, não apenas como meu amigo... eu amo muito você, como homem, como a pessoa que quero ao meu lado. Não quero que você se perca como eu. Eu só não me afundei na Anbu, na escuridão e na solidão, porque eu tenho você, a minha luz.
— Idiota! — bradou Iruka se aproximando novamente de Kakashi. — Não vou me perder ou me afundar, porque você vai está lá, do meu lado. — garantiu o mais novo.
Para afirmar e fazer o Hatake entender o que quis dizer, o puxou pela camisa, ficando tão próximos que sentia a respiração do mais velho através daquela maldita máscara, que logo foi abaixada, nem sendo impedido, e o beijou. Após os primeiros segundos de surpresa, Kakashi levou as mãos a cintura de Iruka, esquecendo dos pais que estavam presentes assistindo a tudo, e o puxou para mais perto. O beijo era um pouco atrapalhado, mas logo encontraram seu ritmo. A discussão e a irritação sendo deixadas de lado, a única coisa que importava era os dois em seu próprio mundo. A pequena bolha que criaram foi estourada quando escutaram Sakumo rir alto e Kohari acudir o marido que havia se engasgado com o que presenciou.
— Se ainda não entendeu, eu também te amo — declarou Iruka, acariciando a bochecha corada de Kakashi e levantando sua máscara novamente.
Se aqueles dois já não se desgrudavam antes, quando tinham apenas a amizade, nem queriam imaginar agora juntos, como um casal descobrindo o amor.
Poderiam não saber o que aquele gesto, aquela declaração significava, e apesar de todas as perdas que tiveram, ainda assim, salvaram um ao outro.
Notes:
Os surtos e elogios de vocês sempre são bem vindos 🤧 🤣.
Beijo na 🍑
Chapter 5: Antes de saber o que era felicidade, te conheci
Summary:
Chegando com o penúltimo capítulo dessa história que estou muitooo apaixonada por ela.
Capitulo um pouquinho maior que os outros, com muitas emoções, novidades (que me deixaram coçando para fazer outra, que só a @GlayceUzumakiKen sabe, se alguém adivinhar até o final... ganha balinha e um chocolate)Sem mais enrolação, bora para fic...
Boa leitura!
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Não foi preciso muito para que Iruka e Kakashi passassem de melhores amigos para namorados, com apoio total dos pais, que sabiam que aquilo aconteceria em algum momento. Como eles se apoiavam, cuidavam, protegiam era mais do que uma amizade. Kakashi tinha um senso de proteção e carinho por Iruka que não demonstrava para qualquer outra pessoa. Se ele estava lendo aqueles livros de Jiraya, que Sakumo e o Umino tentaram dar fim, ele o guardava para dar atenção ao amigo. Parecia saber quando o mais novo estava em perigo e precisando da sua ajuda, não hesitava em deixar suas próprias obrigações de lado para ir ao seu auxílio, como na vez que tentaram sequestrar Naruto. Iruka teria dado conta de proteger o loiro, sem problemas, mas a preocupação de Kakashi não o permitiu deixá-lo sozinho. Não que fosse admitir em algum momento.
Quando Iruka entrou para Anbu, após passar com louvor nos testes jounnin, as complicações que Kakashi pensou que teria, não existiram. Iruka era focado e determinado, não se deixava abalar, muito menos deixava seu relacionamento com Kakashi atrapalhar seu trabalho. Quando colocavam suas máscaras, deixam de ser eles mesmos, para se tornarem Hound e Dolphin e o que acontecia dentro da Anbu, permanecia lá.
Pelo menos tentavam deixar as coisas lá, mas quando os rumores sobre uma possível rebelião do Clã Uchiha se esgueirava pelas sombras, era difícil. O medo de uma nova guerra começar, deixava todos aflitos e nervosos.
Sakumo, Kohari e Ikkaku tentavam sondar alguma informação dos filhos, mas eles não falavam nada e diversas vezes eram vistos cochichando pelos cantos, tensos. Tensão aumentava quando Tenzou se juntava a eles, até Naruto e Sai notavam que seus “irmãos” estavam diferentes, mas tentavam não se envolver ou perguntar demais, apesar da curiosidade infantil.
As coisas pioraram quando souberam da morte de Shisui, um dos ninjas mais promissores e genias que tinham, o melhor usuário do sharingan atualmente. Havia muitas controvérsias nos acontecimentos, mas ninguém podia provar nada, eram apenas especulações. Mas como dizem, nada está tão ruim, que não possa piorar.
Pouco tempo depois, em uma manhã como outra qualquer, Konoha foi abalada novamente, não por uma guerra ou invasão, e sim por um massacre. O massacre do Clã Uchiha e o suspeito, era um dos membros da equipe de Kakashi na Anbu, Itachi Uchiha. Nenhum membro do clã sobreviveu, era o que diziam, mas Kakashi e Iruka sabiam que houve sim, sobreviventes. Apenas um. E ele era irmão do causador de tudo aquilo, Sasuke Uchiha.
O garoto não deixava ninguém se aproximar, tinha medo de tudo e todos, o que ele presenciou o deixou traumatizado, para dizer o mínimo. A criança, de apenas seis anos, não tinha mais ninguém, estava sozinho e ninguém parecia se importar o suficiente para o trazer para perto e o confortar. Então, não deveria ser surpresa quando Hiruzen chamou Sakumo para conversar e pediu, se ele e Kakashi poderiam ficar de olho no garoto Uchiha. Por trás daquele pedido, mesmo que não fosse dito abertamente, era quase como falar: “Sua família já é uma mistura de desajustados e abandonados, mais um não fará diferença”. E isso não servia apenas para os Hatake, servia para os Umino também.
A adaptação de Sasuke não foi fácil como a do Naruto, mas nem tinham como comparar, o Uzumaki se juntou aos Umino ainda bebê e cresceu tendo eles como referência, como família. Já Sasuke cresceu com seus pais e seu irmãos, sua referência era outra, seu modo de viver também. Sakumo e Kakashi tinham medo de nunca conseguirem se aproximar do menino, de impedir que a raiva e o desejo de vingar sua família se tornasse incontrolável que nada poderia o deter. Seria difícil, mas dariam o seu melhor para ajudar Sasuke.
Naruto e Sasuke ficaram bem próximos e viraram melhores amigos, causando uma pequena discórdia entre Sasuke e Sai por causa do loiro, os dois queriam a atenção do Uzumaki. Iruka precisou interferir algumas vezes, pois além dos garotos brigarem, tinha Kakashi e Tenzou defendendo seus protegidos. Eram uns irmãos mais velhos ciumentos, mesmo não admitindo.
Na Academia, a turma toda estava reunida, levando os senseis a loucura. Houve um pequeno contratempo com Naruto, que acabou fazendo o Uzumaki se formar apenas dois anos após Sai e Sasuke.
Quanto a Iruka e Kakashi, o relacionamento não poderia estar melhor, ainda tinham algumas implicâncias e discussões, mas que logo eram resolvidas e claro que Naruto Sasuke ficavam reclamando quando estavam perto, dizendo serem melosos demais e que nunca iriam querer namorar na vida. Os mais velhos apenas riam daquilo, sabendo que logo teriam seus próprios interesses amorosos.
Iruka acabou saindo da Anbu um ano antes de Naruto se formar na Academia, era bom no que fazia, mas seguir ordens as cegas não parecia ser o certo. Teve sua retirada autorizada pelo Hokage, que se surpreendeu ao receber um pedido vindo de Kakashi também. Por isso, o Sarutobi ofereceu a eles o cargo de jounnin-sensei para a próxima turma de gennins. Kakashi não queria, suas habilidades com crianças eram conhecidas, apesar de ter melhorado um pouco com a chegada de Naruto e Sasuke. Mas ter os dois como sua família e um time para ser responsável, eram coisas diferentes em sua mente. Bom que Iruka tinha métodos de convencer o namorado bem eficiente.
Na reunião do Sandaime com os jounnins que teriam um Time, onde seriam apresentados seus gennins, foi uma comoção, com Iruka não querendo rir do time que ficou Kakashi, talvez tenha ficado com um pouco de inveja, mas iria superar, sabia que era apenas seu lado protetor com o irmão falando mais alto.
Os times ficaram separados assim: Time 8, liderados por Kurenai e formado por Kiba Inuzuka e seu ninken Akamaru, Hinata Hyuuga e Shino Aburame. O Time 10, liderado por Asuma, formada por Ino Yamanaka, Chōji Akimichi, Shikamaru Nara, o famoso trio Ino-Shika-Cho; O Time 9, liderado por Maito Gai, formado por Rock Lee, Tenten e Neji Hyuuga, com a diferença de serem um ano mais velho que os demais. O Time 7, de Kakashi, formado por Sakura Haruno, Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha e por último, o Time 5 liderado por Iruka Umino, formado por Ko Hyuuga, Torume Aburame e Sai.
Houve provocações por parte do Hatake e Yamato e o Umino não ficou para trás, dizendo que ele teria que lidar com o irmão e o cunhado num time só.
Conseguiam se adaptar bem a nova rotina, lidar com os gennins estava sendo melhor que estar na Anbu. Ganharam algumas dores de cabeça? Sim, principalmente o Hatake que às vezes pensava em uma forma de sumir com o pequeno Uzumaki e o Uchiha sem ser morto por Iruka. Quem sabe deixá-los pendurados em alguma árvore com a ajuda de Tenzou? No começo as missões eram simples: apenas resgatar um gato demoníaco do alto da árvore, ou apenas passar com um furacão de quatro patas por Konoha.
Em umas dessas missões, Kakashi perdera um pouquinho da sua paciência, como não poderia fazer nada em frente a sua equipe, teve que se segurar. A missão havia sido simples, pegar um gato, mas quando foram entregar o felino ao dono, o homem, ao invés de agradecê-los, soltou um comentário infeliz.
— Então é verdade que a sua família agora acolhe crianças demônio e outros sem clã? Deveriam abrir um orfanato, não é? — zombou o homem, deixando Naruto, Sasuke e o próprio jounin, furiosos. Porém, quem pegou a missão de defender os garotos, foi Sakura, que parou na frente do senhor, sorrindo de uma forma que poderia se dizer, assustadora.
— Senhor, aqui está seu gato, ele é muito parecido com você, sabia? — declarou Sakura, como se fosse um elogio
— Sério? Obrigado! — agradeceu o homem, tentando manter o bichano em seus braços.
— Possuem apenas uma grande diferença. O gato não é um ser inferior como o senhor, e só para constar, foi Naruto Uzumaki que pegou seu gato. E o que posso perceber do senhor, é que é um velho idiota e mal-agradecido, sem nada, muito menos tem um clã. Como pode ainda falar dos outros? Foram essas crianças que o senhor tem o prazer de insultar que capturaram o seu gato demoníaco. Deveria se envergonhar por achar que é alguém importante. O senhor, assim como todos da Vila, dependem dessas crianças que vivem insultando. Vai tomar conta da sua vida e deixe meus companheiros de time em paz. Baka! — bradou a rosada, fazendo com que tanto Kakashi, Naruto e Sasuke arregalaram os olhos com a atitude da colega e o Hatake, sentir orgulho da sua aluna. — Vamos embora, quero comer na casa do Iruka-sensei, um lugar onde tem amor de verdade e todos são respeitados — concluiu puxando Naruto e Sasuke pelas mãos e Kakashi os seguiu de perto.
O homem, que ainda segurava o gato, foi atacado pelo felino que deixou a cara do dono toda arranhada, e pulou do seu colo e correu na direção da pequena de cabelos rosadas e pulou em sua cabeça. Sakura o segurou rapidamente para que não caísse e se virou, mostrando a íngua para o outro, que continuava estático. Se os quatro saíram rindo e ganharam uma bronca do Hokage mais tarde, isso ninguém pode afirmar.
Na casa do Iruka, Kakashi contou para os mais velhos o que a Haruno tinha feito, defendendo seus companheiros, mostrando que se importava com eles e que, apesar das dificuldades e discussões, trabalhariam bem em equipe. No começo, Kakashi se preocupou pensando que os três não se dariam muito bem, especialmente a rosada com os outros dois, mas naquele dia tinha mostrado que gostava deles.
Iruka também aproveitou a conversa para falar sobre seu time, o único a ter três rapazes, cada um com uma personalidade distinta e habilidade incríveis, o problema a dificuldade em socializar entre eles, especialmente no início, mas com muito carinho, dedicação e muita conversa, conseguiu fazer aquela equipe, inusitada para alguns, se dar bem. Com Sai, não teve muita dificuldade, pois graças a Naruto, o albino conseguia conversar com qualquer pessoa, mesmo que ainda tivesse sua timidez em alguns momentos. AS habilidades de Sai envolviam, em sua maioria, desenhos e pinturas, como Desenho de Imitação da Super Besta. Também tem habilidade com o estilo Terra, sendo capaz de se esconder no subsolo sem perturbar a superfície da terra, além de poder usar os elementos Fogo, Água do Estilo Yang.
O outro membro da equipe, Iruka, era Torune Aburame, as coisas eram um pouco mais complicadas, por o garoto não permitia, em hipótese alguma, alguém tocar nele, sempre se mantendo afastado. O Umino sabia do motivo, foi informado antes de assumir o time. Por ser membro do clã Aburame, os insetos que vivem em seu corpo, conhecidos por Rinkaichū, diferem das outras espécies, um tipo bem raro até mesmo entre os Aburame. Seus insetos podem infectar qualquer pessoa com um simples toque, podendo levar a pessoa a morte. Além disso, Torume também é usuário dos chamados Kikaichū, que usava para outras proezas e manipulação de clones. Por causa dessa habilidade incrível, o rapaz sempre usava luvas e mantinha sua pele quase completamente coberta quando estavam em alguma missão. Apesar de toda precaução, nada o fazia mudar de ideia que não poderia fazer amizades e fica perto das pessoas, no fundo, Iruka sabia que era apenas medo, e não gostava vê-lo daquela forma; por isso, está a procura de alguma forma de resolver aquela questão, não queria que um dos seus alunos vivesse afastado dos outros por algo que pertencia ao jovem, que o tornava ele, ser quem é.
O terceiro integrante é Kō Hyuuga, o mais velho entre os três, por membro da família secundária, foi encarregado de cuidar da filha do líder do clã, e devido a isso atrasou um pouco sua entrada na Academia, o que não o impediu de ser um dos melhores alunos, rivalizando com Sasuke e Neji. Ko era um pouco arisco e com ego que quase não cabia dentro de si, sempre se achando melhor que todos. Sai foi o primeiro a notar isso, durante um dos treinamentos com Iruka, e por ter uma língua afiada e sem medo de usá-la, logo tratou de cortar a crista do Hyuuga e o colocar devido lugar, respeitando os demais. Às vezes os dois ainda brigavam e lembraram de alguma forma, Naruto e Sasuke.
Os pais, o sogro e Kakashi estavam preocupados com a aflição do Iruka em relação a Torume. Os quatro sabiam que ele encontraria uma forma de resolver aquela questão, sempre encontra. O Umino mais novo estava praticamente deitado no colo do namorado, sob o olhar de atento de Ikkaku, recebendo carinho em seus cabelos, isso o ajudava a pensar. Observou a mãe abrir e fechar a boca vários vezes, sinais de que estava tentando organizar suas ideias antes de expressá-la a todos. Não demorou muito até Kohari levantar empolgada com a ideia que teve, fazendo Iruka imitar seu gesto, mas apenas se sentando.
— Tenho uma solução para o rapaz Torune! Faremos uma barreira sobre seu corpo, um selamento, que não afetará seus insetos ou suas habilidades. Imaginem uma barreira onde nada pode sair, o princípio seria o mesmo, durante uma batalha, Torume precisaria de apenas um sinal de mãos quando precisar durante uma batalha — explicou Kohari ainda pensativa
— Uma barreira? Como uma proteção? Se é isso ele poderá tocar em qualquer pessoa, sem colocar em risco, é isso meu amor? — perguntou Ikkaku, acompanhado a ideia da mulher.
— Basicamente. Ele só precisar aprimorar um pouco mais seu controle de chakra, mas se fizermos uma runa, ficará mais fácil para ele. Iruka, consegue criar uma, não é?
— Claro mãe. A senhora é o máximo, obrigado. Não vejo a hora de contar para Torume e os outros, ficarão animados — o sensei do Time 5 levantou animado com as possibilidades, abraçando fortemente sua mãe e pensando que não era por acaso que Kohari era a melhor quando se tratava de Fuuinjutsu.
Logo Iruka, Kohari e Ikkaku estavam conversando sobre todos os detalhes e como fariam a proteção, entraram num mundo só deles e Kakashi gostava de ver aquela interação. Ver o namorado empolgado e animado com algo era extasiante.
Sakumo aproveitou que os Umino estavam um pouco distraídos e chamou seu filho para conversar, que falar, ou melhor, dar um presente para Kakashi e por algum motivo, instinto de pai, talvez, aquele fosse o momento certo. O Hatake mais novo viu o pai o chamar com a cabeça e o seguiu até o quarto do mais velho, que procurava algo em um baú.
— Está tudo bem, pai? — perguntou Kakashi intrigado.
Sakumo não respondeu até que encontrou o que procurava.
— Achei! — afirmou alto, virando para Kakashi com um sorriso no rosto e até mesmo emocionado.
— Achou o quê? Está estranho, senhor Sakumo. O que está aprontando?
— Posso ser precipitado, mas eu te conheço muito bem, meu filho, e sei que anda pensando sobre uma coisa há um tempo. Você ama muito Iruka e ele você. Desde quando eram crianças, a proteção que tinha com ele, o carinho, ele sempre foi a única pessoa capaz de quebrar sua concha, sua casca, de chegar a você quando nem eu conseguia. Lembro quando você o viu pela primeira vez, quando ele era só um bebê, seus olhos brilharam como se tivesse vendo a coisa mais linda do mundo e me disse, assim que saímos da casa de Kohari e Ikkaku que sempre protegeria o Iru-chan. E você o fez, faz e sempre fará. Pegue — entregou ao filho uma pequena caixa, com o símbolo do clã Hatake talhado na madeira delicadamente. Kakashi sabia o que tinha dentro.
— Pai…
— É seu, meu filho. Sua mãe gostaria disso e ficaria feliz em ver que está nas mãos daquele que você ama e te faz feliz — garantiu o mais velho.
O mascarado pegou a caixa e a abriu, retirando de dentro dela, dois anéis, duas alianças prateadas, com alguns ramos de flores e folhas em relevo e na menor, havia uma pequena pedra azul. Kakashi conseguiu sentir o chackra do seu pai nos objetos e outro diferente, que deveria pertencer a sua mãe.
— Assim que der a aliança para Iruka, poderá colocar os chackras de vocês e assim, sempre poderão saber onde estão. Pode parecer exagero, obsessão, mas no mundo que vivemos, as coisas podem mudar de uma hora para outra.
— Obrigado, pai. Vou cuidar muito bem deles — Kakashi abraçou o mais velho, não se incomodando com as lágrimas que derramava e molhava sua máscara. Agora teria mais um a parte de sua mãe consigo.
— Quando pedirá meu genro em casamento? — quis saber Sakumo, quebrando totalmente o clima saudoso e emocionante que estavam tendo.
— Pai!
— O quê? Não demore muito ou pego as alianças de volta — ameaçou o homem e Kakashi sabia que era uma ameça vazia.
O Hatake mais novo saiu do quarto do pai e não encontrou os Umino na sala, pensou que já haviam ido para casa, não querendo atrapalhar a conversa sobre a proteção que fariam no jovem Aburame, se dirigiu ao seu quarto, encontrando o namorado deitado em sua cama. Deixou a caixinha na mesa que tinha ali e deitou-se ao lado de Iruka, sendo abraçado por ele.
— O que aconteceu? Está tudo bem? — peguntou Iruka ao notar os olhos úmidos do prateado.
— Sim, está tudo bem, Iru-chan — ganhou um tapa no ombro de leve ao ouvir o apelido. — Eu te amo, sabia? — declarou Kakashi beijando o outro, não esperando uma resposta.
Logo os dois estavam sentados na cama, com Iruka no colo do namorado, sendo segurado firmemente pela cintura enquanto trocavam carícias, beijos e provocações. Antes que as coisas evoluíssem, o quarto foi invadido por três gennins, no caso dois, pois o outro ficou parado na porta.
— Kakashi-sensei, tire as mãos do meu irmão ou eu te mato — ameaçou Naruto, querendo partir para cima do seu sensei.
— Poderiam trancar a porta quando quiserem ficar sozinhos, assim nos impediriam de ver essas indecências — reclamou Sasuke segurando Naruto pela roupa.
— E vocês dois não deveriam entrar no quarto dos outros sem avisar — a voz de Sai se fez presente, entrando timidamente no quarto.
Os três começaram a discutir sobre o que deveriam ou não fazer, quase esquecendo o que queriam ali.
— Ei! Parem com essa discussão — Iruka interveio, sem sair de onde estava, não por escolha própria.
— Os três podem falar o que querem e depois sair logo daqui, estou ocupado, se não estão vendo — ordenou Kakashi, apertando as pernas de Iruka.
— Queremos saber dos exames chunnins — os três responderam juntos e o Hatake deixou o corpo cair na cama, com o Umino por cima de si, ambos gemendo frustrados, por serem interrompidos e por esquecerem daquilo.
[…]
Houve muita discussão sobre os exames, não apenas entre os senseis e seus alunos, mas também entre os próprios jounnins, incluindo Kakashi e Iruka. Os dois últimos, sendo aqueles que tiveram a briga mais feia. Enquanto um queria inscrever seus alunos, o outro não queria, por achar que eram muito novos. No final, após muita conversa, discussão e conselhos dos pais, que sempre eram levados em consideração, Iruka concordou com a participação de sua equipe e a de Kakashi nos exames chunnins daquele ano.
Kakashi queria aproveitar aquele momento de paz antes dos exames, que se iniciaram no dia seguinte, para fazer o pedido que estava adiando há algumas semanas. Por isso, com a ajuda de Sakumo, organizou um jantar no complexo Hatake para alguns amigos e seus alunos. Ninguém entendeu muito bem o motivo daquele convite, especialmente porque veio diretamente de Kakashi, aquele conhecido por não gostar muito de aglomerações.
Após o jantar, quando todos estavam sentados, conversando, o Hatake chamou a atenção de todos, que o olhavam curiosos, principalmente Iruka. Se aproximou do namorado e pediu para que se levantasse, hesitante, obedeceu ao pedido. Se ele já tinha visto o outro tão nervoso quanto naquele momento, não se recordava.
— Iruka, meu Iru-chan — começou segurando as mãos do menor. — Desde que me lembro, prometi que sempre cuidaria de você, te protegeria. Posso afirmar que fiz um bom trabalho, apesar de saber que não precisa de proteção. Você sempre foi meu porto seguro, meu bálsamo nos momentos difíceis, meu refúgio quando tudo estava ruim. Sempre esteve ao meu lado nos piores momentos e nos melhores também. Aguenta meu mau-humor, meu senso de humor duvidoso, aguenta até minhas piadas idiotas e cantadas baratas que tiro dos livros do Jiraya e que já desistiu de pegá-los, sabe que não adianta. O que quero dizer, o que estou tentando dizer em meio a essas divagações que não estão me levando a lugar algum… o que quero pedir… — soltou uma mão que segurava as do namorado e do bolso da calça, retirou aquela caixinha que continha as alianças que ganhou do seu pai. A abriu e viu os olhos castanhos se encherem de água. — Iruka Umino, aquele que conhece meu pior lado e me mostrou o meu melhor, que já viu todas as minhas faces e mesmo assim continua do meu lado… quer casar comigo e me aguentar pelo resto de sua vida?
Iruka tentava processar tudo o que ouviu, incluindo o pedido. Kakashi havia sido seu primeiro em tantas coisas e não se arrependia de nenhuma delas. Ouvira de alguns colegas que deveria ter aproveitado mais a vida antes de firmar relacionamento, que um dia iria se arrepender. Mas agora, escutando aquela declaração, lembrando tudo o que passaram, a maneira como tudo se desenvolveu entre eles, nada parecia errado ou precipitado.
— Eu aceito, Kashi — respondeu se jogando nos braços do agora noivo, sob aplausos de todos.
Kohari era a mais emocionada e ainda iria implicar com Ikkaku por tentar disfarçar a emoção que estava sentindo, seu garotinho, seu pequeno golfinho, estava prestes a seguir para o mar aberto. Sakumo não estava diferente dos Umino e foram os primeiros a abraçar os filhos.
— Antes de saber o que era felicidade, te conheci — sussurrou Kakashi no ouvido de Iruka, beijando sua bochecha em seguida.
Aproveitaram aquele momento de contentamento, alegria e amor junto aos pais, amigos e os pequenos que consideravam irmãos, família, sem saber que ao longe, nuvens vermelhas ameaçavam a toda aquela felicidade e paz que acreditavam ter.
Notes:
Massacre do Clã Uchiha, ocorreu.
Kakashi sensei time 7, ocorreu.Briga, mesmo que apenas mensionada por causa dos exames chunnin, ocorreu também.
Quem gostou do Iruka como sensei de um time levanta a mão, porque a autora surta e isso aconteceu no meio do caminho, não estava no planejamento. E que time, eu adorei, particularmente.
Gente, eles vão casar 😍😍😍🥰🥰🤗🤗🤗💕💕💕💕💕
E ai, sabem o que a autora (Banshee) está querendo escrever?
Até amanhã com o último capítulo...
Bjus
Chapter 6: Antes de saber o que preocupação, te acalmei
Summary:
Boaaaa noiteeee meus dangos lindo , estão bem? Esperamos que sim.
Então, a @Bansheee_II disse que esse seria o último. #Iludida 🤧🤣
Esse será o penúltimo para alegria de todos vocês ❤️
Esperamos de coração que vocês gostem, como perceberam nos capítulos anteriores as alterações certo?? Continua assim kkkkk sinceramente está maravilhoso desse jeitinho lindo.
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Os exames chuunins foram, para se dizer o mínimo, assustador. Gennins de todas as Vilas estavam presentes, mas nenhum trio parecia mais perigoso e amedrontador do que os Irmãos da Areia, gennins de Suna. Na primeira fase, passaram pela pressão psicológica de Ibikki e seu teste escrito, levando a vários chunnins desqualificados. O time de Iruka e Kakashi avançaram para a próxima fase, onde enfrentariam Anko e seu teste na Floresta da Morte.
Foi então que as coisas pioraram de tantas formas que nem saberiam por onde começar. Especialmente para o Time 7, que foi atacado por Orochimaru, um dos sannins lendários, que agora era um renegado e queria destruir a Aldeia da Folha e conseguir o corpo de Sasuke para ser seu próximo receptáculo e manter sua imortalidade. Não mediria esforços para conseguir aquilo, não importando quem precisasse eliminar. Para começar seu plano, o sannin marcou o Uchiha com o Selo da maldição, onde faria o jovem ir em busca de mais poder, tentando fazer Sasuke achar que precisava daquilo para vingar seu Clã e matar seu irmão, acreditando que era aquilo que ele desejava. Apesar dos espiões que tinha em Konoha, não conseguiu confirmar ou se aproximar o suficiente. Tinha guardiões poderosos e que pareciam não medir esforços para proteger o garoto, mesmo assim não sabiam tudo o que passava pela mente de Sasuke.
Apesar disso, novamente, os dois times passaram na segunda prova, com a equipe de Kakashi sendo a penúltima a sair, deixando Iruka nervoso e preocupado, mesmo tentando não demonstrar. A próxima fase, seria a de lutas diretas entre eles e naquele ponto, o time de Iruka e Kakashi poderiam se enfrentar. E não deu outra, uma luta que seria muito interessante: Sai e Sasuke, uma batalha cheia de rivalidade que sempre tiveram por causa de Naruto. Nas outras lutas, Naruto enfrentaria Kiba e Sakura enfrentaria Ino. Já os outros integrantes da equipe de Iruka as lutas ficaram com Ko enfrentando Chouji e Torume enfrentaria seu primo, Shino.
Naruto saiu vitorioso em sua batalha contra Kiba. Sakura e Ino tiveram um embate que para Kakashi foi particularmente bom, pois a Haruno ainda era muito insegura com suas habilidades. Ko acabou vencendo Chouji com facilidade e Torume e Shino tiveram uma luta acirrada, mas Torume levou a melhor. Tiveram outras lutas intensas, como a dos outros dois Hyuugas, Neji e Hinata, que precisaram intervir porque o Hyuuga chegou bem perto de machucar seriamente a prima. Rock Lee e Gaara fizeram um espetáculo à parte, onde o aprendiz de Gai mostrou todo seu taijutsu e conseguiu penetrar a defesa perfeita de Gaara, este que por pouco não acabou com vida de Lee, sendo impedido por Gai. Estavam havendo muitas interrupções naquele exame e nem Iruka e Kakashi imaginavam que eles teriam que intervir, ou tentar. Na luta entre Sai e Sasuke, os dois estavam dando tudo de si e as coisas estavam equilibradas, isso até a marca da maldição de Orochimaru começar a aparecer e deixar o Uchiha descontrolado. Em um golpe, Sasuke conseguiu segurar os braços de Sai e o simbolizar, gostando de sentir tanto poder correndo por suas veias e sem pensar muito começou a puxá-los cada vez mais para trás, como se quisesse arrancá-los. Iruka segurava com força a barra de proteção e Kakashi estava a ponto de invadir a arena, mesmo que aquilo significasse a desclassificação do seu aluno, não poderia deixá-lo machucar um companheiro daquela forma, sabia muito bem o quanto aquilo poderia mexer com sua cabeça. Antes que os dois jounnins pudessem intervir, Ko, o mais improvável, saltou para dentro da arena e afastou Sasuke com sua versão do punho gentil e o imobilizou acertando um dos seus tenketsu, o paralisando temporariamente. O gennin sabia que aquilo poderia significar sua eliminação dos exames chuunins, mas não deixaria o Uchiha acabar com seu colega de equipe de forma tão cruel. Kakashi foi até seu aluno e o acompanhou junto aos médicos, enquanto Iruka foi até Sai que gritava de dor, estava preocupado com as extensões dos ferimentos do jovem. Naruto não sabia o que fazer! Não sabia se ia atrás de Sasuke para saber o que deu nele para atacar o outro daquela forma ou se ia até Sai, aquele que conhecia desde que aprendeu a andar praticamente e por quem tinha um enorme carinho, para saber o quanto estava machucado. Estava dividido.
No final, apesar de todas as interrupções e tensões, Naruto, Ko, Neji, Shikamaru, os irmãos da Areia, Kabuto, um ninja da Aldeia do Som que não tinham muitas informações, e Sasuke passaram para a próxima fase. Pelo menos teriam uma semana para treinar e descansar um pouco.
Aquela semana passou tão rápido, que os recém-noivos Kakashi e Iruka mal se viam, o único momento que estavam juntos, era quando iam dormir. Ikkaku até queria reclamar, mas seu filho não era mais uma criança, estava noivo e se casaria em algum momento. Sakumo se divertia as custas do amigo com seu ciúme sem sentido do golfinho. Os namorados mal conversavam, primeiro porque seus alunos ainda poderiam se enfrentar e não queriam, mais do que já havia, fofocas e insinuações sobre estarem sendo privilegiados. As preocupações, aflições e problemas ficavam para fora do quarto, lá dentro, se permitiam ser apenas eles, como se não tivessem outras coisas acontecendo e uma tensão rondando aqueles exames.
O dia da rodada final finalmente chegou e todos estavam ansiosos. Os Kages das outras Vilas estavam presentes, mas quem chamava mais atenção, era o Yondaime de Suna, pois as duas Vilas estavam firmando um acorde paz.
As lutas logo começaram, com Shikamaru e Temari iniciando o dia e com o Nara desistindo da sua batalha, após algum tempo. Torume venceu Kankuro. Naruto conseguiu derrotar Neji. Ko acabou perdendo para Kabuto, que utilizou técnicas obscuras para vencer, mas não poderiam afirmar que havia sido injusto ou trapaça. Porém, a luta mais aguardada era de Sasuke e Gaara. Todos queriam ver o prodígio do clã Uchiha em ação. Infelizmente, quando a luta mal havia começado, os alarmes de invasão soaram e signos depois a arena foi destruída por três cobras gigantes, invocações de Orochimaru. Kakashi e Iruka correram para proteger seus alunos e os civis, mas logo notaram que todos estavam sobre um genjutsu lançado por Kabuto. Em meio aquela confusão não viram Sasuke sair atrás de Gaara e Naruto seguir os dois.
Infelizmente aquele dia ficaria marcado como mais uma tentativa de destruição de Konohagakure por Suna com a colaboração da Aldeia do Som, Vila de Orochimaru e como consequência a morte do Terceiro Hokage, Hiruzen Sarutobi.
Naruto conseguiu parar Gaara, que era um jinchuuriki assim como o loiro, mas dominado por um ódio sem limites, que não conhecia amor, afeto e cuidado. Naquele momento, Sasuke percebeu que sempre estava atrás de Naruto, mesmo ele sendo um prodígio e o melhor aluno da Academia, sempre estava sendo superado pelo Uzumaki cabeça de vento. Se quisesse realmente vingar seu clã, precisava ficar mais forte e os Hatake que o desculpasse, mas não acreditava que conseguiria evoluir e ficar mais forte dentro da Aldeia da Folha. A marca da maldição o chamava e estava pronto para segui-la.
Iruka e Kakashi, após todo aquele incidente, voltaram a fazer missões para a Anbu, precisavam descobrir quem eram os espiões de Orochimaru e saber o que o sannin das cobras desejava. Tinham medo do que descobririam. Com a morte do Sandaime, Jiraya retornou para a Vila sendo cogitado como o próximo Hokage, mas não aceitou o cargo, isso atrapalha suas investigações sobre a Akatsuki e seus objetivos, por isso sugeriu o nome de Tsunade Senju para assumir o posto. O problema era que ninguém sabia onde a mulher se encontrava.
Jiraya chamou Iruka e Kakashi para conversar, junto aos pais dos dois, pois era um assunto de interesse de todos eles.
— Está dizendo que a Akatsuki está atrás dos jinchuurikis? Para quê? — quis saber Iruka exaltado, preocupado com Naruto.
— Não sei ao certo, só sei que ele precisa ser protegido e mantido longe deles. Por isso, quero o levar comigo atrás de Tsunade e assumirei seu treinamento, se Kakashi concordar — afirmou o homem autor dos livros pervertidos de Kakashi.
— É seguro para ele? Vai protegê-lo? Sei que é padrinho dele, mas fomos nós que cuidamos dele desde seu nascimento, somos sua família. Naruto é meu filho — declarou Kohari preocupada com seu pequeno loiro agitado.
Não era segredo que os Umino consideravam o Uzumaki como família, da mesma forma que eram considerados pelo loiro.
— Não se preocupe, Kohari, protegerei Naruto com minha vida — garantiu o sannin dos sapos.
— Cuide do nosso menino e o traga de volta, por favor — pediu Ikkaku.
— É bom mesmo proteger Naruto, Jiraya, aquele garoto é importante demais para todos aqui — Kakashi falou, abraçando Iruka.
Após muita comoção na despedida, Naruto seguiu com Jiraya em busca de Tsunade, enquanto Kakashi se concentrou em ajudar Sasuke com seu selo amaldiçoado e impedir de ser consumindo por sua vingança.
Naruto garantiu que ficaria mais forte e que não deixaria mais ninguém morrer ou inimigos destruírem sua casa e ordenou que Kakashi e Iruka só se casassem quando ele retornasse, fazendo os dois rirem.
[…]
Não foi nada fácil trazer Tsunade para Konoha, muito menos a convencer a assumir o posto de Hokage, mas com bons argumentos (que se resumia a Naruto afirmando que seria Hokage não importasse o que acontecesse) e uma batalha contra Orochimaru e Kabuto fizessem a Senju mudar de ideia.
Ao retornarem para Aldeia da Folha, não esperavam encontrar Kakashi hospitalizado, praticamente em coma por conta de um embate contra Itachi e Kisame e Sasuke machucado por tentar enfrentar o irmão. Além de Rock Lee e Sai, que esperavam ninja médica para os ajudar a se recuperarem dos ferimentos causados durante os exames chuunins e poderem retornar aos seus times quanto antes.
Iruka não saiu do lado do noivo em nenhum momento, só quando era arrastado para casa por seus pais ou por Sakumo para descansar, comer, dormir. Estava com tanto medo de perder Kakashi que mal conseguia pensar. Depois de uma bronca da Godaime e de visitar Sai no hospital e encontrar Torume e Ko para retornarem aos treinamentos, conseguiu aos poucos voltar a normalidade. Encontrar Kakashi acordado em uma das visitas, foi a cereja do bolo para Iruka, agora as coisas estavam voltando a normalidade, dentro do esperado.
Como nem tudo é perfeito e as ameaças sempre estão a espreita, prontas para atacar, não deveriam ter ficados tão surpresos quando Quarteto do Som, enviados por Orochimaru, vieram buscar Sasuke, que estava sucumbido ao selo da maldição e uma presa fácil para o sannin das cobras. E o Uchiha foi embora, não hesitando em se esgueirar pelas proteções do complexo Hatake, as quais tinha liberdade de ir e vir, nem mesmo se importou com Sakura, sua colega de Time e era apaixonada por ele, implorando para não partir. Nada o deteve.
Com Kakashi ainda se recuperando e com Sai recém-saído do hospital, Iruka não pode ir atrás do Uchiha e quase enlouqueceu quando Tsunade ordenou que aqueles gennins, fossem atrás do garoto revoltado. O Time 5, do Umino, foi designado para acompanhar os demais.
Aquela missão foi um desastre completo e Shikamaru, como capitão e recém-formando chuunin, sentiu-se culpado por tudo que aconteceu aos seus companheiros e suas quase morte. Mas nada se comparava a Iruka e Kakashi, que encontraram seus dois alunos, Sai e Naruto, desacordados no Vale do Fim e sem indício de Sasuke. Havia se juntado a Orochimaru.
Naruto e Sakura tentaram seguir suas vidas sem Sasuke, mas ambos sentiam falta do companheiro. Apesar de serem jovens, sentiram que haviam falhado com o Uchiha, parecia que apesar de todos os seus esforços, nada o impediu de ir atrás de mais poder. Estava sendo um período difícil para todo Time 7, pelo menos Kakashi tinha Iruka; Naruto tinha Sai e Sakura tinha Hinata e Ino, suas amigas.
Mas quando Naruto se foi para treinar com Jiraya, a Haruno sentiu-se abandonada mais uma vez e disposta a nunca mais se sentir um fardo para sua equipe e para seus companheiros, começou a treinar com a Godaime. Tsunade não teve piedade da rosada.
Kakashi voltou as suas missões laços, Rank-S em sua maioria e algumas para a Anbu, sob protestos de Iruka, mesmo sabendo que aquela era a vida de um shinobi, preocupava-se com seu noivo.
Iruka confiava em Naruto e sabia que Jiraya cuidaria do seu irmão, mas não conseguia deixar de se preocupar com o loiro. Especialmente por saber que a qualquer momento poderia ser caçado com um animal apenas para retirarem a Kurama de si para dar começo a um plano que nem imaginava qual seria.
Dois anos foram longos e apesar de terem prometido, mais uma vez, ao Uzumaki que se casariam quando ele estivesse presente, Kakashi e Iruka agora compartilhavam uma casa só deles, no complexo Hatake. Sakumo, Ikkaku e Kohari os presentearam com a residência, toda pronta e decorada conforme o gosto dos dois, os conheciam melhor que eles mesmo. Pais.
Naruto retornou mais forte, mais determinado, mais maduro, apesar de ser o mesmo hiperativo e cabeça de vento em alguns momentos. Ainda era o mesmo garoto sorridente e apegado as pessoas que considerava família, então, foi um baque quando soube que o Ero-sannin, como chamava Jiraya, havia perecido na batalha contra seu antigo discípulo, que agora era conhecido como Pain. Sasuke não retornou para Konoha.
A sombra de uma nova Guerra se aproxima ainda mais e as nuvens vermelhas estão cada vez mais próximas.
[…]
Com a tensão deixando todos nervosos e ocupados, fazendo com que muitos senseis deixassem seus times de lado, como era o caso de Iruka e Kakashi.
— Kakashi, tenho uma missão para você. Tem uma representante da Vila Jōmae do País das Chaves e seu pedido de aliança com Konoha me parece estranho e preciso de uma confirmação de suas intenções. Pelo que soube, já se conhecem há um bom tempo e acredito que ela não ira desconfiar das suas intenções — informou Tsunade em meio as pilhas de papéis em sua mesa.
— Lady Tsunade, essa representante, por acaso, é Hanare? — a Senju confirmou com um breve balançar de cabeça e ignorou o breve revirar de olhos de Iruka.
— Antes que pergunte, ela passou pela “sala da Honestidade”, de Ibiki para… uma checagem — os jounnins a sua frente sabia que a Godaime queria dizer que ela fora torturada para contar os planos de sua Vila, não confiavam totalmente naquela Aldeia. — Não revelou nada e após passá-la por Inoichi, que leu sua mente, não encontrando nada, nenhuma memória de seu passado, exceto uma de quando te conheceu Hatake, em sua juventude.
Iruka sabia que os dois haviam se conhecido há alguns anos e não sentiu ciúmes naquela época, nem nessa, mas alguma parecia errada naquela história, mas confiava no julgamento de Tsunade, nada que fazia em vão.
— E você, Umino, quero que faça parte do Esquadrão de proteção a Hokage, tendo você por perto e Kakashi em missões os riscos de alguma coisa passar por nós, são mínimas, além dos dois terem intimidade com muitos dos envolvidos. Ou vocês são muito sortudos, ou muito azarados — brincou Tsunade, apesar do momento de tensão em que vivem não serem dos melhores. — Quero você mais tarde aqui, Iruka, e Kakashi, Hanare o aguarda. Dispensados.
Assim que saíram da sala de Tsunade, Kakashi puxou Iruka, após verificar que não havia ninguém por perto, para um abraço e um beijo. Haviam tido tão poucos daqueles momentos nos últimos dias.
— Sabia que eu te amo muito? E que não vejo a hora de toda essa tensão acabar para podermos nos casar — declarou com o rosto acomodado no pescoço de Iruka.
— Eu também e se não te conhecesse diria que queria afirmar antes de se encontrar com a Hanare. E não se preocupe, não estou ciúmes — afirmou o Umino fazendo carinho nos cabelos prateados do outro.
— Nem um pouco?
— Não. Confio em você e não temos mais quinze anos. — reafirmou Iruka. — Agora vamos, quanto antes terminarmos isso, antes poderemos ficar juntos um pouco. Te espero em casa — deixou mais um beijo nos lábios do outro.
— Se a Tsunade não te fizer de escravo. E poderia passar na livraria, chegou uma encomenda para mim, por favor? — pediu quase suplicante, tombando a cabeça igual seus ninkens.
— Claro e Lady Tsunade não faz ninguém de escravo. — refutou o noivo e logo se retirou, ou acabariam se atrasando, ou em alguma sala, o que não seria uma má ideia. Se repreendeu pelo pensamento e saiu do prédio do Hokage.
O Hatake foi em direção a sala onde a kunoichi de Jōmae o aguardava.
— Kakashi Hatake, não mudou nada! Como está? — cumprimentou com um sorriso.
— Estou muito bem, para melhorar só quando casar — respondeu Kakashi automático, não era segredo de ninguém, de Konoha, que estava em um relacionamento com Iruka e que se casariam.
— Quem diria, nunca pensei que veria esse dia. É com aquele ninja que falava, que dizia ser seu melhor amigo? Como era o nome dele, tinha algo a ver com mar…
— Iruka…
— Isso! Iruka Umino, certo? Naquela época já falava de uma maneira diferente dele, mas não admitia, ficava todo sonhador — provou a mulher.
— Nem posso negar, mas não é para isso que veio para Konoha, não é Hanare?
— Sempre prático. Está certo, podemos dar uma volta? Ter sua mente torturada e revirada não é muito bom, sabe como é?
Kakashi não respondeu, apensas indiciou a porta e aguardou a jovem se levantar e sair, a seguindo de perto.
Ao saírem da Torre, o jounnin sentiu um calafrio subir pela espinha e todos seus sentidos ficaram em alerta, algo muito sério estava para acontecer, não sabia o que ou quando aconteceria. Apenas sentia que seria em breve e que ele e todos os que amava e se importava estavam no meio.
Pensar que tinha Iruka, seu pai, seus sogros, irmãos, time, faziam tudo valer a pena e acalmar suas preocupações, afinal, o mundo que viviam era perigoso. O Umino, mesmo a distância, conseguia o acalmar, apenas por saber que estaria sempre ao seu lado.
Notes:
Ansiosa para os comentários de vocês meus danguinhos ❤️❤️
Beijos te o último dessa vez e verdade 🤧🤧😢
Chapter 7: Antes de saber o que era amor...
Chapter by Akuri_Nisaba
Notes:
A gente demora, mas atualiza fanfics antigas!
Autoras cruzando os dedos para ter alguém esperando ainda esse milagre de atualização.
Meio que ela ficou esquecida e essa semana consegui terminar capítulo. Era para ser o último, mas como já sabem, a maioria das coisas que planejo sempre acabam maiores que o esperado e como chegamos ao arco do Ataque do Pain, se colocasse a Guerra ficaria ainda maior. Então...
Fortes emoções vem por aí e espero, sinceramente que gostem!Boa leitura!
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Kakashi e Hanare estava quase no centro da Vila quando pararam para realizar uma breve refeição, a pedido da kunoichi. Os dois haviam conversado bastante e até onde pode constatar, a mulher não estava ali para espionar Konoha ou tentar algo contra a Vila.
Hanare aproveitou a pausa para dar privacidade ao mascarado comer tranquilamente, mesmo sabendo que conseguia ser rápido e não deixar ninguém ver seu rosto enquanto comia. Não queria parecer intrometida, apesar de ter uma curiosidade enorme sobre seu rosto. Um mistério que nunca poderia desvendar, poderia conviver com aquilo, sem problemas.
Ao retornar para onde o Hatake a esperava, percebeu que ele estava distraído, mas não poderia confiar completamente naquilo, afinal, era um shinobi de elite, um dos melhores, não seria pego de surpresa facilmente. No final, que, foi surpreendia foi a kunoichi de Jōmae, que não viu Konohamaru, Moegi e Udon correndo em sua direção enquanto perseguiam um gato fujão.
O trio estava tão focado, que não notaram Hanare no meio do caminho e acabaram empurrando a mulher para cima de Kakashi, que tinha as mãos em sua máscara, terminando de ajeitá-la em seu rosto. Com o impacto, a jovem caiu em cima do prateado, fazendo com que abaixasse sua máscara e seus lábios se unissem em um beijo sem querer, deixando os dois surpresos e apavorados, especialmente se alguém visse aquela cena.
Quando estavam se afastando, escutaram um estrondo alto e tudo tremeu, fazendo com quem caíssem no chão e um novo beijo acontecesse. Dessa vez, não tiveram tanta sorte em não serem notados. Ao lado dos dois, um Anbu os encarava com seriedade, que não era vista devido à máscara de golfinho que cobria seu rosto, mas Kakashi podia senti-la.
“Não”, pensou Kakashi ao se levantar rapidamente, praticamente jogando Hanare para o lado.
— Hatake-san, a Hokage está convocando todos os ninjas. Estamos sendo atacados! — informou o Anbu e logo desapareceu.
Sem se despedir ou dar qualquer explicação, Kakashi seguiu o Anbu, que tentava ser mais rápido e evitar a aproximação do jounnin. Apesar de todo o treinamento que recebeu, não pode evitar que seus olhos ficassem úmidos, tentou se controlar, não era momento para pensar no que acabou de presenciar.
— Iruka — ouviu seu nome ser chamado, o ignorou, mas não esperava ser segurado e impedido de continuar seu caminho, ambos parando em cima de um telhado.
— Sabe que não deve dizer meu nome, Hatake-san — revidou o Anbu, tentando se livrar do aperto.
— Não me trate assim, por favor. Quero explicar o que aconteceu, o que viu. Não é o que está pensando…
— Agora não temos tempo para isso, Hatake. A Godaime e Konoha precisa de nós. — declarou Iruka, conseguindo se livrar do aperto em seu braço.
— Temos, sim. Não quero ir para uma luta sabendo que está chateado comigo e achando que te…
— Não é hora para isso. Conversamos depois — interrompeu novamente o outro. — Não quero ouvir nada agora, não insista, por favor — pediu Iruka, se afastando lentamente.
Quando Kakashi pretendia impedir o noivo de sair daquela jeito, ouviram mais uma explosão e uma fumaça subir no lado oposto de onde estavam. Os civis começaram a correr desesperados e o dois viram vários ninjas correndo em direção à fumaça. Sem escolha, teriam que deixar aquela conversa para depois e torcer para terem um depois, pois as explosões demonstravam que o ataque era intenso.
Pela primeira, desde que começaram a namorar, e se contar a infância quando se conheceram, se afastaram sem um gesto de carinho, uma palavra de conforto e um beijo. Nenhum deles queria ou poderia pensar que se afastariam de forma tão fria. Iruka seguiu para a Torre do Hokage e Kakashi foi em direção à fumaça.
[…]
Pain não conseguiu que dissessem onde poderia encontrar a raposa-demônio e como alegavam que não tinham medo da dor, mostraria a todos de Konoha o que realmente a dor, os fariam conhecê-la com toda sua intensidade.
— Shinra Tensei!
Aquele ataque devastou Konoha, sua força destrutiva não deixou nada em pé, todas as casas, prédios, ninjas ou civis pereceram diante tamanho poder.
Não demorou muito para saberem que o causador de toda aquela destruição, era Pain. O renegado havia espalhados seus Caminhos por toda Konoha e todos os shinobis disponíveis lutavam para evitar mais destruição e mortes de inocentes.
Correndo pelas ruas, Kakashi viu Sakura protegendo uma avó e sua neta e ficou orgulhoso de sua aluna e sua evolução, Tsunade a treinou bem. Encontrou também o time de Iruka em perfeita sincronia, se protegendo e apoiando um ao outro. Seu amado os ensinou bem. Encontrou seu pai e Ikkaku lutando contra Asura, um dos Caminhos de Pain, com capacidade de manipular livremente o seu corpo. Podia conjurar membros extra, regenerá-los ou mesmo criar um armamento mecânico totalmente ligado a si próprio. Os dois estavam se saindo bem, não podia parar e apreciar Sakumo em ação, tinha suas próprias batalhas para travar.
Enquanto procurava pelo Deva, o Caminho principal, e quando o encontrou, ameaçava um Anbu que reconheceria a quilômetros de distância, independente da situação, e mesmo que a máscara que deveria cobrir o rosto daquele Anbu, estivesse aos seus pés. Pegou a peça e rapidamente se colocou entre Iruka e Deva. Entregou o objeto ao outro, sem olhar para o Umino, que tentou questionar a intervenção.
— Vá! A Hokage precisa de você, eu cuido dele — a voz de Kakashi era séria, não dando espaço para ser contrariado.
Iruka levantou-se e hesitou por alguns segundos antes de sair, pedindo mentalmente para que Kakashi ficasse bem. Apesar do que aconteceu momentos atrás, se preocupava com o homem.
A luta entre Kakashi e Pain não foi nada fácil, o ruivo parecia antecipar cada movimento e absorvia qualquer ataque direcionado a si, não tinha uma brecha, um ponto fraco. Nem mesmo quando Chouza e Chouji se juntaram ao Hatake as coisas não ficaram equilibradas. Em um ataque combinado dos três, conseguiram por alguns instantes imobilizar o invasor, tempo suficiente para Kakashi pedir a Chouji que fosse até Tsunade e contar o que descobriu.
Infelizmente, outro caminho de Pain apareceu para ajudá-lo e com um novo golpe, os ninjas de Konoha são feridos, apesar de terem conseguido destruído o outro inimigo. Kakashi se encontrava muito machucado, preso entre os escombros do que um dia foi a Aldeia da Folha, enquanto Chouza não havia resistido. Ao ver o estado do famoso ninja copiador, Deva não hesitou e aproveitou a oportunidade para eliminá-lo. Arrancando um dos pregos da madeira sob seus pés, o lançou como um projétil em direção ao Hatake.
— Kakashi-sensei! — gritou Chouji, enquanto o caminho de Deva desaparecia, seu trabalho ali, terminado.
Para surpresa do Akimichi, o prateado ainda conseguiu forças para mandá-lo ir adiante, honrar o sacrifício de seu pai. Chouji então correu, correu o mais rápido que conseguiu, prometendo honrar seu pai e Kakashi.
Sozinho ali, completamente imóvel, a única coisa que o Hatake queria era ver seu noivo novamente, poder beijá-lo uma vez mais, se desculpar pelo ocorrido de mais cedo com Hanare.
— Iru-chan, meu amor, me desculpe, por tudo. Te amarei para sempre — declarou ao vento com suas últimas forças, em seguida, sua cabeça pendeu para frente e a última gota de vida, deixou seu corpo.
[…]
Em outro local de Konoha, a Godaime encarava o causador de toda aquela destruição. Atrás dela quatro Anbus a acompanhavam, sendo um deles Iruka. A Senju notou a tensão do Umino, que lutava bravamente para se manter em pé.
Há minutos atrás, sentiu uma dor excruciante em seu peito, levando a mão ao colar escondido pelo uniforme do Esquadrão e que continha sua aliança. Sentia o chakra de Kakashi cada vez mais fraco, como se estivesse sumindo e sabia o que aquilo significava. Não poderia ser verdade, a história deles não poderia terminar daquela forma, não poderia o perder enquanto estavam brigados por algo que deveria ter uma explicação. Não poderia ter o noivo arranca de si daquela maneira, mesmo que soubesse que aquilo era uma possibilidade sempre que saiam em missão. Mas era diferente, naquele dia haviam se falado tão pouco e quando se despediram, não houve um beijo, nada. Restaria em sua memória sua recusa em deixar o outro se aproximar, seria consumido pela culpa até o fim da sua vida.
Quando sentiu o chakra de Kakashi desaparecer por completo, desabou. Nenhum treinamento conseguiu evitar que suas emoções tomassem conta de seu corpo, não notou nenhuma aproximação, de amigou ou inimigo. Não notou quando Sakumo o segurou fortemente em seus braços, não notou quando Naruto apareceu acompanhado de Gamabunta, Gamaken e Shima, os sapos do Monte Myoboku, onde o loiro havia ido treinar o Modo Sábio.
Apesar de ser um shinobi, um jounnin, sensei de três brilhantes ninjas, Iruka mal acompanhou os eventos que se seguiram. Sua mente só pensava em Kakashi. Levou um tempo até que conseguisse se levantar e ficar preparado para ajudar Naruto com o que precisasse, não perderia mais ninguém aquele dia.
[…]
A escuridão começou a esmaecer e seus olhos tentavam focar no que estava a sua frete. Não via quase nada além de brilho fraco a uma curta distância, lentamente o homem caminhou em direção a fonte da luz. Se aproximou e notou que havia uma fogueira e ao lado dela, se aquecendo, estava uma mulher que não reconheceu de imediato, estava com a cabeça abaixada.
— Olá, Kakashi, não esperava te encontrar tão cedo. — cumprimentou a mulher.
O ninja abriu a boca para falar algo, perguntar que era aquela mulher, onde estava, mas as palavras sumiram quando ela levantou a cabeça e o encarou.
A mulher tinha cabelos castanhos, não sabia se eram longos ou não, pois estavam presos em um coque firme, com duas mechas de cabelo emoldurando seu rosto Suas roupas eram iguais as que usava, ou seja, uniforme jounnin padrão de Konoha. O que deixou Kakashi sem saber o que falar, foi sua máscara, igual a que usava. Não tinha mais dúvidas, sabia exatamente quem era aquela mulher.
— Mãe? — a voz mal passava de um sussurro.
A mulher, Saori Hatake, levantou-se e abraçou seu filho, como sentiu falta dele. Não queria ter partido cedo e perdido toda sua vida. Mas pelo que podia ver, Sakumo fez um bom trabalho, havia se tornado um homem bonito, forte e ao que indicava, um bom shinobi. Tinha tantas perguntas, ambos tinham.
— Não esperava te ver tão cedo. O que aconteceu? Como está Sakumo? Como você está? Tem alguém ao seu lado? Amigos? — Saori mal deixou o filho respirar, o fazendo rir de sua afobação.
— Calma, respire, teremos tempo para conversar — mesmo que sorrisse e estivesse feliz por reencontrar sua mãe, já sentia saudades de Iruka. E como mãe, mesmo sem estar ao lado de Kakashi durante toda a vida, sentiu que algo estava errado.
— Meu querido, não era para você estar aqui, não é? — perguntou acariciando os cabelos do filho.
— Houve uma invasão em Konoha, lutei com todas as minhas forças, mas não foi o suficiente. O pai está bem, passou por momentos difíceis, mas tem ótimos amigos que o ajudaram a superar tudo. Sim, mãe, tenho alguém e o deixei. Íamos nos casar, sabia? Você o adoraria, tenho certeza — as palavras saltaram da sua boca, quase tão afobadas quanto as perguntas de sua mãe. No entanto, só agora parecia sentir o peso de não ter mais nada e abraçou a mulher, escondendo o rosto em seu pescoço e se permitindo chorar, pela primeira vez, no colo de sua mãe.
Nunca mais veria seu pai, seus alunos, amigos. Nunca mais teria Iruka ao seu lado, nunca mais sentiria seus carinhos, seus beijos, seus toques. Nada.
— Está tudo bem, Kakashi. Pode chorar, estou aqui e cuidarei de você. Quer me contar sobre ele?
Saori puxou o filho para se sentar ao seu lado, o abraçando de lado e mantendo sua cabeça em seu ombro, o confortando.
— O nome dele é Iruka Umino, nos conhecemos quando criança e nunca nos separamos. Sempre que pensava em alguém, para qualquer coisa, pensava nele em primeiro lugar. Ele é o único que permito que brigue comigo ou me faça cobranças, é a pessoa que mais confio, coloco minha vida em suas mães sem hesitar. É o único que vê meu rosto — riu ao falar aquilo.
— Seu pai também. Não imaginava que acabaria com o mesmo habito meu — puxou de leve tanto sua máscara quanto a de Kakashi. — Ele é filho de Kohari e Ikkaku? Lembro um pouco deles, eram muito amigos do seu pai.
— Sim e foi graças a eles que o pai não… não me deixou sozinho quando criança. Já sinto falta do Iruka e sei que não o verei novamente tão cedo. Havíamos brigado antes de tudo acontecer, nem pude me desculpar.
— Sinto muito por isso, mas, como falei antes, Kakashi, não era para estar aqui ainda. Quem sabe as coisas não mudam? — questionou quase enigmática, parecia que sabia mais do que demonstrava.
— Ainda não há formas de reverter a morte, mãe. — levantou o olhar para encarar a mulher e se surpreendeu ao encontrá-la com a máscara abaixada, sorrindo ternamente para ele. — Temos a mesma pinta! — Exclamou Kakashi, abaixando sua máscara, era até estranho conseguir sorrir sabendo de tudo o que deixou para trás.
— É meu filho, queria o quê? Pode ter herdado mais características do seu pai, mas tem muitos traços meus. Seus olhos, a pinta, as presas que seu pai achava um charme — sorriu mostrando os dentes, para comprovar seu ponto.
— Iruka também acha. — imitou o sorriso da mulher, idênticos. — Não acha… estranho eu ser noivo de um homem? — perguntou com certa preocupação. Sakumo havia aceitado tranquilamente, afinal viu ele e Iruka juntos desde pequenos e sempre dizia que nada os separaria. Até aquele dia, estava certo.
— Não, meu amor. Você o ama e é feliz, isso é o que importa. Eu te amo, Kakashi. Sempre amei e sempre amarei. — declarou e deixou um beijo na bochecha do filho, que imitou o gesto, deixando um selar nos cabelos da mãe.
[…]
Assim que Naruto pisou em Konoha e a encontrou destruída, a primeira coisa que fez foi tentar encontrar todos os que amavam. Ficou feliz ao sentir o chakra dos pais e do irmão, do Sakumo-ojisan, Sai e os demais. Exceto um, tentou não pensar no pior.
Segui rapidamente para onde Tsunade estava, encontrando Iruka e Sakumo junto a Hokage. Notando o estado do irmão, não evitou perguntar.
— Tsunade-baachan, Kakashi-sensei está fora da Vila em missão?
A Senju não respondeu, apenas desviou o olhar para Iruka, que agora estava em pé, mesmo que o Hatake mais velho permanecesse ao seu lado.
— Entendi — foi a única coisa que disse, não precisava de mais explicações. — Vá tomar um chá e descanse. Eu assumo daqui! — declarou e derrubou um dos Caminhos de Pain que vinha em sua direção com apenas um golpe.
A batalha entre Naruto e Pain não foi fácil, apesar de toda evolução do Uzumaki, todo treinamento que recebeu tanto dos sapos Myoboku, Jiraya, Kakashi, Yamato e todos que se dispuseram a ajudá-lo, parecia impossível derrotá-lo.
O loiro deu tudo de si e mais um pouco e quando tudo parecia perdido, quando estava preso ao chão pelas estacas que absorviam chakra, viu Sai se colocar entre ele e Pain.
Escutou a declaração do jovem, dizendo que o amava e o protegeria nem que aquilo custasse a sua vida. O garoto afirmou que mesmo se não fosse correspondido em seus sentimentos e a única relação que tivessem fosse de amizade, faria tudo para vê-lo feliz. Naruto queria dizer que Sai estava sendo idiota por achar aquilo, mas não conseguiu proferir uma única palavra ao ver Pain o fazer de fantoche, tratá-lo como se fosse um pano de chão.
— Você vai me odiar se eu matar quem ama? — perguntou o ruivo, levantando uma das estacas e acertando Sai.
De onde estava não conseguia ver Sai, não sabia se estava bem, vivo ou não. A única coisa que viu foi sangue escorrendo pelas pedras e depois tudo ficou vermelho e perdeu o controle de Kurama, não o suficiente para destruir, ou acabar com o que restou de Konoha, o suficiente para derrotar aquele que lhe tirou seu amor. Antes que pudesse dar fim a Pain, parou e recuperou o controle de seu corpo e suas ações. Não poderia deixar que o outro tivesse razão, que não existira nada além da dor e sofrimento, precisava o convencer do contrário. Nesse instante, Konan, parceira de Nagato, aquele que controlava Pain apareceu e Naruto pediu para que ela o levasse até onde estava. Mesmo contraria e receosa, a azulada concordou.
O Uzumaki não esperava que o outro fosse ser alguém tão debilitado e magro, ligado a vários cabos que não fazia ideia para que serviam, imaginou que o mantinham vivo e davam força necessária para poder controlar os seis Caminhos. Aquilo deveria sugar sua vida como uma esponja. O loiro contou sobre sua vida, tudo o que passou e que se não fosse por seus pais, Ikkaku e Kohari, seu irmão Iruka, Sakumo e Kakashi, sua infância teria sido muito pior do que foi. Ele foi rejeitado e menosprezado por boa parte dos moradores de Konoha, mas sempre teve sua família ao seu lado. Fez amigos, encontrou Jiraya que o ajudou a se fortalecer. Não odiava Nagato por tê-lo tirado de si, por machucar Sai e ter levado Kakashi-sensei, deixando o irmão desolado. Apesar de tudo, ele também sentiu dor, sabe o que é perder tudo pelo que lutou, mas causar dor aos outros para curar a sua, não era a resposta. O mundo era injusto e cruel, mas as pessoas não precisam ser, Nagato não precisa ser dessa forma.
O Uzumaki ficou comovido com as palavras de Naruto e sabendo que aquilo poderia acabar com o resto da sua vida, resolveu trazer de volta todos os que perecerem durante seu ataque. O homem usou um jutsu conhecido como Rinne Tensei , uma habilidade exclusiva do portador do Rinnegan, capaz de trazer pessoas a vida. Com isso, todos os que morreram naquele dia, voltaram. Em troca, apenas ofereceu a sua.
[…]
Kakashi acabava de contar sua história com Iruka para Saori, incluindo o acontecimento antes de sua luta acontecer. Confessou para a mãe que desejava ver seu amado novamente, ter uma vida feliz ao seu lado, corrigir seus erros e mostrar a cada dia que passasse, o quanto o Umino era importante para si.
Saori puxou o filho mais uma vez para um abraço, o confortando e garantindo, novamente, que tudo ficaria bem.
Kakashi pensou em revidar aquilo quando uma luz branca brilhou entre eles, fazendo Saori sorrir e o jounnin ficar surpreso.
— Estava certa. Sua hora ainda não chegou. — afirmou Saori sorrindo para o filho.
— O que quer dizer?
— Algo mudou e você está voltando meu querido. Aproveite essa oportunidade, ame e cuide do seu golfinho e de todos os que são importantes para os dois. Cuido do seu pai por mim e diga a ele para ser feliz e que eu a aprovo. — declarou a mulher emocionada.
O ninja copiador nem pode dizer nada, questionar a frase enigmática de sua mãe, pois tudo ao seu redor começou a desaparecer sendo engolido pela escuridão.
[…]
Abrindo os olhos devagar, incomodado com a claridade, Kakashi tentava focar no que estava ao seu redor. Sua mente estava confusa, tentando entender o que havia acontecido.
Teve seus pensamentos interrompidos ao sentir alguém o abraçando com força e lágrimas molharem seu uniforme. Não precisava olhar para saber quem o abraçava, conhecia aquele corpo, aquele cheiro. Era Iruka.
Era inútil tentar impedir as lágrimas de transbordarem por seus olhos, estava de volta, de alguma forma retornou dos mortos, afinal tinha certeza que havia morrido, e poderia mais uma ver abraçar seu amado.
Ignorou olhares emocionados ao seu lado, incluindo Chouji, que presenciou tudo e agora via o sensei retornar. Sentiu a presença de Ikkaku, Kohari e Sakumo, todos estavam bem e deixariam os dois aproveitar aquele momento tão importe para ambos.
— Estou aqui, meu amor e não vou a nenhum lugar. — declarou depositando um beijo nos cabelos castanhos e retribuindo o abraço. — Me desculpa, por tudo.
— Não precisa se desculpar. Você está aqui, voltou para mim e isso é tudo o que importa. Eu te amo, Kakashi e não quero sentir a dor de te perder nunca mais.
— Preciso te explicar sobre mais cedo, não quero que pense que o acontecido foi premeditado ou que quis te trair…
— Eu sei, não se preocupe com isso, meu amor. — Iruka interrompeu o outro novamente, o que quer que tenha acontecido entre ele e a Hanare não importava. Sabia da verdade, foi parado pela kunoichi enquanto ia atrás de Kakashi e a mulher contou rapidamente o que aconteceu, pediu desculpas, mesmo que a tenha dado sem prestar realmente atenção, precisava ver o noivo vivo com seus próprios olhos.
— Eu te amo, Iru-chan! Onde está Naruto? O que aconteceu enquanto estive… você sabe — perguntou o Hatake.
— Primeiro vamos cuidar dos seus ferimentos, depois conto o que aconteceu — ordenou o Umino.
Logo Sakumo estava ao lado do filho, ajudando Iruka a levantá-lo. Sentiu o mais velho o abraçar meio desajeitado e secar as lágrimas teimosas que escorriam, agora de felicidade, por ver o filho bem e vivo. Só então, Kakashi lembrou de uma coisa, um pouco confusa em sua memória.
— Pai… eu… acho que vi minha mãe. Ela era realmente linda e amava muito o senhor e a mim, além de ser uma excelente kunoichi. Suas histórias sobre ela fazem jus a todos os seus feitos. É estranho sentir falta de algo que nunca tive? Acabei de a conhecer, não a tive durante toda a minha vida, mas… — para Kakashi era difícil colocar em palavras o que sentia naquele momento.
— Filho, fico feliz por tê-la conhecido, ela te amava muito e te desejou mais que tudo nessa vida. Quero tanto falar sobre ela, mas precisa descansar e cuidar dos seus machucados, teremos tempo para isso depois — garantiu Sakumo, bagunçando ainda mais os cabelos do filho.
— É claro pai e terá que me explicar que história é essa que a mãe “a aprova”? — perguntou o Hatake mais novo e riu ao perceber o mais velho ficar vermelho, algo raro em toda a sua vida.
— Saori sempre foi de falar coisas sem sentindo. E Naruto retornou como herói, tinha que ver todos o saudando e aplaudindo — esquivou-se daquela pergunta, deixando Kakashi ainda mais desconfiado, mas não questionaria, não tão cedo pelo menos.
— É verdade, foi lindo observar as pessoas o respeitando, mesmo que fosse preciso uma catástrofe para isso. Acredita que Sai se colocou entre Naruto e Pain, para protegê-lo? Aquele pirralho quase pereceu e me matou do coração, não suportaria perder mais ninguém hoje — Iruka apertou um pouco mais o namorado, que deixou um beijo em seu rosto, faria de tudo para tirar aquela tristeza e preocupação da face do seu amado.
[…]
Quem pensou que Kakashi e Iruka ficariam de repouso enquanto a Vila era reconstruída, estava muito enganado. Nenhum deles ficaria parado e isso incluía Naruto e Sai, que estavam mais próximos e parecia ter algo a mais ali, mas nada contaram e não insistiram. Os deixariam achar que ninguém notava o que estava acontecendo.
A tensão pós-ataque de Pain deixaram marcas em todos, por mais que todos que perderam sua vida, retornaram, Konoha estava destruída e precisaria do esforço de todos para se reerguer. E em meio a tudo aquilo, os Hatake e o Umino estavam diante de uma situação um pouco destoante de tudo ao redor, mas era um refresco.
— Vocês têm certeza? Querem casar agora? — questionou Ikkaku.
— Sabemos e entendemos que pode parecer estranho, mas, não quero esperar mais. Não quero perder Kakashi novamente, mesmo sabendo que isso pode acontecer a qualquer momento e…
— É uma forma de manter a normalidade, mesmo que por alguns momentos — completou Sakumo.
Todos sabia que a sombra de uma nova Guerra estava cada vez mais perto e que toda a vida que conheceram estava prestes a mudar e talvez aquela decisão de Kakashi e Iruka não fosse assim, tao inesperada ou inapropriada.
Com a ajuda de todos os amigos, o jovem casal conseguiu organizar uma cerimônia simples, mas muito bonita. Quando o dia finalmente chegou, apesar da tensão presente no ar, todos estavam emocionados e felizes por poder apreciar os pequenos e belos momentos que a vida tem a lhes oferecer.
A cerimônia aconteceu no complexo Hatake, em um jardim tranquilo e exuberante, sob a sombra de grandes árvores e cercada por flores coloridas. O local foi decorado com lanternas de papel e arranjos florais que lembram a natureza elemental, feito totalmente por Kohari com a ajuda das jovens kunoichis.
Iruka foi convencido a usar um quimono de casamento tradicional e estava morrendo de vergonha, mesmo que ele tivesse um toque shinobi em suas vestes. Seu quimono não era branco, lembrava mais um cinza-claro, decorado com flores de cerejeiras em tons de rosa e azul. Um obi azul-escuro ornava em sua cintura, preso com um laço prefeito em suas costas. O tradicional rabo de cavalo havia sido substituído por um penteado mais elaborado, adornado com flores de cerejeiras. Em seu pulso uma bandana ninja personalizada para a ocasião estava amarrada de maneira elegante.
Se Kakashi já havia visto Iruka mais bonito que aquele dia, não lembrava. Parecia um sonho, um sonho que não desejava acordar jamais.
O Hatake não estava muito diferente aos olhos do Umino, usava um traje elegante, inspirado nos uniforme ninjas, com alguns elementos tradicionais. Kakashi vestia um quimono branco de seda com detalhes em azul-escuro, do tom da camisa padrão shinobi. Por cima, usava um haori com o símbolo do Clã Hatake bordado nas costas. Os cabelos brancos indomáveis como sempre e como sempre, cobrindo seu olho do Sharingan, um hitae-ate feito especialmente para a ocasião.
Os presentes naquela ocasião não podiam deixar de admirar o casal que sabiam que haviam passado por muitas coisas em suas vidas, muitas provações e que ainda teriam muitas pela frente. Afinal, a vida de um shinobi nunca foi e nunca será fácil.
Tsunade conseguiu uma folga em seus deveres como Hokage e mesmo que não tivesse, ainda teria um jeito de realizar aquela celebração. Era quase uma obrigação, um dever que não abriria mão. Ela tinha seus motivos pessoais para abençoar e celebrar aquela união.
Quando chegou a hora dos votos, Kakashi e Iruka surpreenderam mais uma vez ao não terem cada um o seu, ambos escolheram algo simples, mas que tivesse um significado profundo para eles.
— Antes de saber o que era proteção, te protegia. — começou Kakashi.
— Antes de saber o que era cuidar, te cuidei.
— Antes de saber o que era ter medo, eu temia.
— Antes de saber o que era perder alguém, te salvei.
— Antes de saber o que era felicidade, te conheci.
— Antes de saber o que era amor, te amei. — finalizou Iruka.
Mas não seria o casamento deles, se Kakashi não surpreendesse o agora marido, mais uma vez.
— Iruka, na jornada da vida, escolhemos caminhar juntos, enfrentar desafios lado a lado e amar incondicionalmente, ontem, hoje e para sempre.
Usando do seu Sharingan, o liberando por alguns instantes, Kakashi criou um genjutsu para poder beijar Iruka sem todos os olhares sobre eles, queriam ter alguns segundos de intimidade. E foram só o que conseguiram pois logo ele foi quebrado pelos convidados.
A partir de agora, estavam mais unidos do que nunca, prontos para enfrentar qualquer desafio. Mesmo que esse desafio fosse uma Guerra e quem estava por trás dela, desejava colocar um fim a tudo que conheciam.
Notes:
Eles casaram! Em meio a quase uma Guerra, mas casaram!
Espero que tenham gostado e até o próximo (prometo não demorar meses para atualizar)Comentários são sempre bem vindos e deixam as autoras felizes!
Chapter 8: ... Eu te amei
Chapter by Akuri_Nisaba
Summary:
Nem tenho vergonha de aparecer meses após quase esquecer da fic... mas para esclarecimentos, passei por algumas coisas que não conseguia escrever e só consegui terminar esse capítulo ontem.
Bom, esse é o final da nossa história, onde tudo se encerra, se tem alguém por aqui ainda na espera, desejo uma boa leitura!
Notes:
(See the end of the chapter for notes.)
Chapter Text
Logo após a cerimônia, Naruto intensificou ainda mais treinamento, assim como os demais ninjas da Vila e Kakashi e Iruka nem puderam ter uma lua-de-mel. Sabiam que isso seria quase impossível e esperariam o fim daquela ameça para poderem desfrutar daquele tempo juntos, até lá, lutariam com todo o seu ser para proteger e salvar aqueles que amavam.
O ataque de Pain deixou marcas profundas em muitas pessoas, por mais que as vidas ceifadas tivessem sido trazidas de volta, a dor da perda era imensurável e ainda abala o coração de muitos shinobis e civis. Iruka era uma dessas pessoas.
Ele havia perdido Kakashi, tudo pelo que lutou e conquistou havia sido retirado de suas mãos como se fosse uma criança que não conseguiu salvar seu brinquedo de ser roubado. Infelizmente ele não poderia se dar ao luxo de ficar pensando nessas questões. E nem deveria.
— Sabe que não deveria ficar pensando no passado. Estou aqui, ao seu lado —- Kakashi tirou o ninja dos seus pensamentos, sabendo exatamente o que se passava na cabeça do marido.
— Eu sei, ‘Kashi, mas tem horas que é difícil pensar que se não fosse por Naruto, eu teria te perdido para sempre e agora, parece que o pesadelo quer voltar e muito pior que antes. — desabafou Iruka, sendo acolhido pelos braços do Hatake.
— Sei que posso parecer mórbido, ou que estou esperando o pior com essa guerra que se aproxima, mas nós precisamos ser fortes, meu querido. Após o ataque devastador de Pain a nossa Vila, apesar do rastro de destruição que deixou, isso nos uniu ainda mais e agora precisamos nos preparar para a maior luta de nossas vidas. Uma batalha que poderá decidir o rumo de nossas vidas ou até mesmo colocar um fim a elas.
O Umino entendia aquilo, mas não significa que não se preocupava com o futuro incerto que os aguardava, mesmo sabendo que o futuro era assim, cheio de incertezas. Mas precisavam se erguer, se manter firmes e se preparar para o que estava por vir.
— Eu só quero que tudo isso acabe logo, que tudo fique bem e que possamos desfrutar de um tempo de paz.
— Nós teremos tudo isso, meu amor, acredite.
Os dias seguintes se transformaram em treinos intensos, exaustivos, tudo para aprimorar suas habilidades e fortalecer seus laços.
Laços que se tornavam cada dia mais fortes, como o de Naruto e Sai, que aproveitavam cada segundo de fola para estarem juntos. Outros começaram a florescer timidamente, como o de Ko e de Torume, algo improvavel mas que fazia muito bem aos dois rapazes.
Iruka e Kakashi nem havia o que dizer, sentiam falta do companheiro, pois mal paravam na Vila e quando estavam, treinavam com seus times, com os pais e ao fim do dia, estavam tão cansados que apenas se entregavam ao sono abraçados.
Com toda a pressão que recebiam, o mascarado retomou a responsabilidade de treinar não apenas Naruto e Sakura, mas também outros shinobis, todos os que estavam dispostos a lutar para defender a sua Vila.
Kohari tentava ajudar o máximo que conseguia, seja ensinando técnicas de selamento, barreiras para quem desejasse aprender ou defesa básica para as mulheres civis que desejavam ser uteis para proteger suas casas, suas famílias. Iruka e Ikkaku tinham muito orgulho da mulher.
E em meio a toda essa confusão, Kakashi não conseguiu descobrir quem era a mulher de quem sua mãe falou quando a encontrou e conseguir uma resposta de Sakumo sobre o assunto, era uma missão nível S.
O Umino, por sua vez, mesmo com sua natureza gentil, não deixou seu treinamento de lado, se juntando aos antigos colegas da Anbu e outros jounnins. E preparava sua equipe para o grande desafio que enfrentariam em breve.
O casal liderava seus alunos, inspirando-os com sua coragem e determinação, ouvindo atentamente os conselhos, aperfeiçoando suas habilidades. Eles não os viam apenas como shinobis, vidas descartáveis, eles os viam como uma família, uma grande família que protegeriam a todo custo.
Em uma rara noite de descanso, quando não tiveram missões e os treinos foram mais leves, onde até conseguiram reunir quase todos os amigos, alunos e a família no Complexo Hatake. Apesar do clima descontraído, a sombra da guerra ainda os alcançava e deixava todos tensos.
— Foi bom ter todos aqui — admitiu Iruka enquanto se preparava para deitar ao lado do marido.
— Concordo, apesar de parecer uma despedida. Não sabemos quando iremos nos reunir outra vez e se todos estarão presentes.
— Não seja pessimista, por favor! Depois de tudo o que passamos, todos que enfrentamos. Pensei que Pain era o pior que poderia nos acontecer, agora teremos que lidar com Madara Uchiha e seu sonho utópico de criar o mundo perfeito.
— Ei, poderíamos não falar mais sobre um isso? Pelo menos por hoje? Quero apenas aproveitar o meu marido lindo e esquecer por algumas horas dos problemas e ameaças? — Kakashi puxou Iruka para a cama, assustando um pouco o mais novo.
— E como posso te ajudar a esquecer de tudo?
— Tenho algumas ideias, Iru-chan — o Hatake virou-se na cama, ficando sob o corpo do Umino e o beijou intensamente enquanto mãos hábeis se livravam das peças de roupas que os impediam de ter contato pele a pele.
Com toda a tensão que os cercavam, as missões e os treinos, o casal quase não tinha tempo, ou ânimo para aqueles momentos e agora, aproveitaram a oportunidade. Logo se viram livres de todos os tecidos e Kakashi fez questão de beijar e marcar cada parte do corpo de Iruka. Eles desejavam ter mais tempo, mais calma para fazer as coisas como gostavam, sem pressa. E tentaram, mas o desejo e ansiedade falou mais alto e tudo o que aconteceu a seguir, passou mais rápido do que realmente queriam.
O Umino queria ter sentindo mais o marido, mais o choque dos corpos, os sons, as carícias, as palavras amorosas e aquelas que estavam bem longe disso, mas que amava ouvir saindo da boca do mais velho. Quando ambos chegaram ao seu ápice, em meio a promessas e juras de estarem sempre ao lado do outro, adormeceram abraçados.
[...]
A realidade da guerra tornou-se ainda maior quando durante a reunião dos Kages das cinco grandes Nações no País do Ferro, quando um ninja mascarado, que se denominava como Madara Uchiha, exigiu que entregassem os jinchuuriks de Oito e Nove Caldas, ou seja, Killer Bee e Naruto.
Após o incidente, com um acordo um tanto quanto improvável e que muitos ainda não acreditavam que daria certo, foi formado. Naquele dia, a Aliança Shinobi foi formada, unindo todas as nações contra um inimigo em comum. Todos lutando em prol de salvar o mundo shinobi, deixando de lado todas as diferenças e disputas que existiam e se juntando para criar estratégias e se preparar para uma batalha final.
Quando a Guerra enfim começou, até aqueles que antes eram considerados inimigos, se tornaram aliados e velhos conhecidos que outrora lutaram uns contra os outros, mais uma vez estavam frente a frente em uma batalha decisiva. Claro que tentaram manter Naruto e Killer Bee longe das lutas, mas nem mesmo Iruka conseguiu fazer com que o irmão ficasse longe de tudo aquilo, não restando outra opção a não ser acompanhá-lo e fazer de tudo para dar fim aquilo sem perder ninguém.
Ao chegarem no campo de batalha, o tumulto e o caos reinavam e a morte se espreitava a cada sombra. Todos os shinobis aliados lutavam lado a lado, prontos para enfrentar as trevas que ameaçavam engolir todo o mundo que conheciam.
Conforme avançavam, Iruka encontrou Sakumo e seu pai lutando com uma mulher de cabelos castanhos e estranhamente parecida com Kakashi, incluindo sua máscara. Sabia que ela era uma reencarnação impura devido aos olhos e a sua pele que parecia descamar. Pensou rapidamente de onde a conhecia e se lembrou, parando por alguns instantes ao se dar conta de que se tratava de Saori Hatake, mãe do seu marido.
— Ela é realmente muito bonita — comentou para si e em seguida desviou de um ataque inimigo.
Olhou um pouco para os lados, tentando encontrar sua mãe e Kakashi, mas sabia que ele estaria na frente de um pelotão e sua mãe com a equipe médica. Kohari havia recebido um treinamento intensivo de Shizune, pois se recusou a se manter escondida, no abrigo junto aos demais civis.
O céu estava tomado por nuvens escuras e o campo de batalha era uma visão de destruição, com o som ensurdecedor de jutsus colidindo e o cheiro de fumaça pairando no ar. Enquanto tentava avançar, eliminando os inimigos em seu caminho, viu seu time em perfeita sincronia, os três se ajudando, se apoiando e se protegendo, uma determinação feroz era vista nos rosto de Ko, Torume e Sai. Mais a frente, encontrou Kakashi em uma luta intensa contra um ninja conhecido e que o Umino jurava que estava morto; Obito Uchiha.
O embate era acirrado, mas o Hatake demonstrava uma determinação inabalável e enfrenta o outro com coragem e destreza. Mesmo com a atenção na luta entre seu amado e o Uchiha, o mais novo ainda conseguiu notar que em meio aos shinobis estavam os antigos Hokages, também revividos, mas estavam como aliados e os cinco Kages atuais lutando contra o homem que acreditava ser o temido Madara Uchiha. Logo Naruto se juntou a eles e ao seu time 7 e os demais jovens shinobis e Iruka foi em direção a Kakashi.
Enquanto o mascarava brandia sua kunai com sua destreza incomparável, desviando dos ataques do inimigo com uma agilidade surpreendente, Iruka lançou uma serie de selos de mão rapidamente, conjurando técnicas poderosas para tentar neutralizar, ou atrasar Obito como podia, protegeria seu companheiros e todos os que estavam ao seu redor. Infelizmente, seus ataques pareciam inúteis, pois o Uchiha os absorvia sem dificuldade. Porém, não desistiria.
Quando conseguiu fazer com o oponente se afastasse, finalmente pode chegar ao lado de Kakashi e a ânsia de saber se outro estava bem se sobressaiu ao que acontecia ao seu redor.
— Você está bem? — perguntou encarando a marca de “x” que havia nas roupas de Kakashi, querendo tocá-lo, examiná-lo para saber se o ferimento não era grave.
— Estou bem, não se preocupe — garantiu apertando brevemente a mão de Iruka, pois Obito já preparava seu próximo ataque.
A cada movimento, o casal mostrava uma sincronia perfeita, como se suas almas estivessem entrelaçadas em uma dança mortal. O Hatake, com sua calma imbatível, conduzia a dança, mostrava o caminho, enquanto o Umino, com sua determinação queimando em suas veias, o seguia sem hesitar, confiando plenamente em seu companheiro.
Juntos formavam uma dupla imbatível, completando-se em batalha de uma forma que só os verdadeiros poderiam fazer. Enquanto lutavam lado a lado, trocavam olhares determinados e apaixonados, e a cada gesto era um lembrete do amor e da confiança que compartilhavam.
— Vocês me dão nojo! Quando soube que realmente tinha se casado, não acreditei. Sempre foi um sortudo, Hatake. Sempre o protegido, o escolhido, o preferido. Não sei como ainda não o matou. — declarou Obito encarando os dois.
— Nunca fui nada disso, posso ter sido um prodígio como dizem, mas nunca quis ser nada disso. E jamais faria algo contra aquele que amo. — rebateu Kakashi.
— Quer dizer que não amava a mim ou a Rin? Não eramos alguém digno do seu afeto, por isso me deixou morrer e a matou?
— Não diga asneiras! Você não sabe de nada! Não sabe o que Kakashi passou quando perdeu vocês! Não sabe quanto falta sentiu nem o quanto se sentiu culpado — Iruka defendeu Kakashi.
— Ele tem um coração! Que lindo! Pena que eu não tenho mais, olhe só está vazio! — Obito apontou para o buraco que havia em seu peito. — Já que ele se importa tanto assim com aqueles que ama, com seus companheiros shinobis, vamos ver até onde vai essa lealdade após matar todos.
O Uchiha desviou dos dois e partiu em direção onde se encontravam os jovens ninjas, toda a geração que Iruka ensinou. Seus alunos, os de Kakashi, de Kurenai, Gai, todos pronto para dar a vida para proteger sua vila.
Naruto estava ajoelhado, enquanto Sakura o curava o mais rápido que podia e os demais os defendiam. Ko estava ao lado de Hinata e Neji que impedia que os ataques de Obito chegassem ao loiro, sendo seguidos pelos outros. No entanto, não era fácil, afinal seu oponente era muito poderoso.
O aluno de Iruka encontrou os olhos do seu sensei e depois buscou por seus companheiros, parando em Torume por mais tempo antes de ir até Sai, que ajudava o Uzumaki a se levantar. Quando voltou seus olhos perolados para o inimigo, notou estacadas vindo na direção de todos eles. O jovem se posicionou bem a frente de Naruto e Sai, sabendo que era arriscado, os protegeria. Notou que uma das estacas atingiria não apenas o irmão do seu sensei, mas também o Aburame e sem pensar ou hesitar, o empurrou para o lado, recebendo o ataque. Sentiu o objeto atravessar seu corpo e seu corpo pendeu para frente, sendo segurado pelo companheiro de time.
— Ko! — gritou Iruka e Torume.
O Aburame levou o corpo do Hyuuga até o chão, enquanto Iruka se aproximava deles rapidamente, querendo saber o estado do rapaz.
— O que estava pensando? — repreendeu o Umino.
— Não pensei… só não queria… perder ninguém que amo e que… são importantes para mim. Torume… eu quero dizer…
— Não diga nada, poderá me dizer depois, quando ficar bem. Ouvirei qualquer coisa que queira me falar — ditou o Aburame.
Ko levou a mão ao rosto do outro rapaz, sem medo de se machucar ou de ser picado por um dos insetos, estavam em guerra e sabia que ele havia tirado sua proteção para poder lutar. Abriu a boca para falar, mas nada saiu, somente pode sorrir antes de fechar os olhos e a mão cair ao lado de seu corpo.
Torume abraçou o corpo de Ko com força, as lágrimas escondidas sob os óculos. Sai se aproximou do amigo e mesmo não tendo muitas habilidades de confortar alguém, queria mostrar que estava ali, para tudo, mas precisavam voltar sua atenção para a guerra que acontecia.
Enquanto ajeitava Ko no chão, onde não fosse pisoteado, viu Iruka correr em direção a Obito, que sorriu ao ver o desespero do outro e com apenas um golpe o lançou para longe, fazendo-o cair desacordado.
Kakashi e Iruka ao verem aquilo, sentiram a fúria os consumir e mesmo sabendo que precisavam manter o foco, ele havia ferido a pessoa mais importante dos dois.
O embate entre os três se tornou ainda mais intenso, buscando qualquer brecha para contra-atacar e derrotar o Uchiha, mas nada fazia efeito. No entanto, Kakashi não estava disposto a desistir. Obito poderia ter mais força bruta, mas o Hatake tinha mais experiencia em batalhas, astúcia e habilidades táticas. E durante a batalha, o mascarado mostrou que somente força, não era o necessário para garantir a vitória.
Em um movimento, Kakashi conseguiu subjugar o outro e estava prestes a dar o golpe final quando teve sua mão segurada por Sakumo, junto a Minato e Ikkaku, que trazia o filho apoiado sem si.
— Você a viu também, não é? A Rin… — quis saber Obito.
— Pensei que fosse minha imaginação…
— Acho que ela estava cansada de ver nós dois brigando.
— Sei que ainda existe bondade em seu coração, você não o perdeu. Ainda pode nos ajudar a acabar com isso e impedir que Madara realize o Tsukoyomi Infinito. O mundo é esse que vivemos, aqui onde sentimentos tudo, não uma ilusão. Nos ajude — pediu Kakashi levantando-se e estendo a mão para o amigo. Que a aceitou após alguns segundos de hesitação.
[...]
Quem pensou que aquela guerra estava prestes a acabar se enganou, pois Madara estava disposto a qualquer coisa para concretizar o “Plano da Lua”. Porém ninguém estava disposto a desistir, a baixar a guarda, a esmorecer.
E isso tudo se dava ao fato de Naruto dar a coragem e a força que todos precisavam para continuar. O loiro só confirmava o que seus pais e seu irmão sempre disseram, que ele era o farol para todos os que estavam perdidos.
Com a união de toda a Aliança Shinobi, de todas as cinco grandes nações e até daqueles que foram revividos pelo Edo-Tensei, conseguiram derrotar Madara. Mas como nem tudo são flores, ainda tinha algo pior vindo na direção de todos.
As batalhas implacáveis duraram apenas dois dias, mas pareciam semanas, meses, porém a maré da guerra começou a virar a favor daqueles que defendiam a paz.
Após a morte do Uchiha, os reencarnados começaram a se libertar e voltar para seu lugar no mundo. Todas as despedidas foram emocionantes.
A de Saori com Sakumo e Kakashi foi uma delas, a mulher abraçou o filho e beijou a bochecha do Hatake mais velho.
— Conte a ele! Ou juro que eu darei um jeito de voltar e contarei da forma mais vergonhosa que conseguir pensar. — ameaçou a mulher, deixando o mais novo sem entender nada. — E Kakashi, cuide bem do meu genro, estou feliz por vocês, meu querido. Espero que vivam suas vidas em paz a partir de agora e que tenham filhos para perturbar o seu pai e deixá-los ainda mais com cabelos brancos. — provocou a mulher.
— Sentirei sua falta, mãe. Foi bom te conhecer e te reencontrar, apesar das circunstâncias — declarou Kakashi abraçando Saori até seu corpo começar a desaparecer.
— Sempre estarei contigo, meu filho — declarou Saori desaparecendo por completo e Kakashi sentiu seu corpo ser abraçado pelo marido.
Ao lado, Naruto se despedia de Minato. O jovem tinha Ikkaku ao seu lado, junto a Kohari, que mesmo com um pouco de dificuldade, conseguiu chegar até sua família.
— Naruto, você tem muita sorte em ter pais tão maravilhosos quando Ikkaku e Kohari e eu sou grato a vocês dois por cuidarem tão bem do meu garoto. Sei que de onde ela estiver, ela está feliz. Eu te amo, meu filho.
— Vou te ver de novo? — perguntou Naruto.
— Claro, meu garoto. Sempre estarei aqui, em seu coração. Espero que viva muito e que seja muito feliz. Continue cuidando de todos ao seu redor e sendo esse rapaz gentil que é. — declarou Minato e teve seu corpo abraçado pelo filho enquanto desaparecia lentamente.
Kohari e Ikkaku abraçaram o loiro com força e Iruka se juntou a eles em seguida.
Mas como a felicidade deles parecia durar pouco, um novo inimigo surgiu, que seria libertada com a morte de Madara e foi o que aconteceu.
Kaguya, uma deusa, criadora de todo o mundo ninja como conhecem, aquela que deu o chakra a todos, renasceu com um desejo de colocar fim a tudo.
Mais uma vez, todos tiveram que se reunir para poder alcançar a paz que tanto desejavam.
Agora, o Time 7 de Kakashi e o Time 5 de Iruka junto a Obito lutaram intensamente contra ela e mais uma vez, o Umino quase perdeu Kakashi, mas o Uchiha o salvou no último segundo e mesmo com toda a determinação de Naruto, não conseguiu impedir que ele partisse.
— Espero que encontre a Rin e que fiquem juntos, vocês merecem isso. Se cuide.
— Você também, Hatake. Me desculpe pelas coisas que disse. Seja feliz, meu amigo. — Obito se despediu e desapareceu, se desfazendo como cinzas de uma fogueira.
Finalmente, quando o último inimigo foi derrotado, quando Kaguya foi selada, a paz finalmente poderia ser restaurada sobre o mundo shinobi. Kakashi e Iruka se encontrar nos escombros do campo de batalho, exaustos, mas sorrindo um para outro com a certeza que haviam feito a diferença. Que todos fizeram.
Depois do que pareciam semanas, mesmo exaustos e machucados, os dois encontraram forças para um beijo em meio a todo caos.
— Acabou? — perguntou Iruka tremendo levemente.
— Sim, meu amor, acabou. — Kakashi abraçou Iruka com força, deixando outro beijo em seus cabelos.
— Preciso achar meus alunos, tenho que saber se Ko está realmente… Não posso perdê-lo…
— Não irá, sei disso, Ele está bem! Vá atrás dele eu vou atrás dos meus alunos, ver se não se mataram, porque Naruto e Sasuke ainda tem aquela rixa e tenho pressentimento que algo de ruim irá acontecer.
— Mal saíram de uma guerra e ainda querem brigar?
— Se Naruto não estivesse com Sai e gostasse dele como eu gosto de você, diria que é um amor mal resolvido. — brincou Kakashi.
— Não fale isso. Vá lá, e traga meu irmão de volta, por favor. — pediu deixando mais um beijo no marido e colocando sua máscara no lugar.
Enquanto Kakashi seguia atrás dos seus alunos, Iruka foi em busca de informações de Ko e sem demora descobriu onde o Hyuuga se encontrava. Não se surpreendeu ao ver Torume ao seu lado, com um semblante sério, que deixou o mais velho preocupado.
— Ele está bem, sensei. Vivo, se não fosse pela equipe médica, além de ter muita sorte — informou o Aburame num tom de repreensão. — Disseram que ele pode acordar logo, ou talvez só amanhã.
— Esse irresponsável! Sei que estavam dispostos a tudo, mas isso, foi demais, foi imprudente.
— Nenhuma novidade se tratando dele.
— Fico apagado por algumas horas e já estão falando mal de mim? — a voz baixa do Hyuuga chamou a atenção dos outros dois.
— O que você tinha na cabeça Ko Hyuuga? Não pensou nas consequências das suas ações? Em como poderia desestabilizar a todos caso tivesse… Nem quero pensar — Iruka começou seu sermão, recebendo nada além de um sorriso tímido.
— Eu sei disso, sensei, mas… Também sabia o quanto Naruto é importante para você e não te ver morrendo lentamente por perdê-lo, além daquele idiota ser a única pessoa capaz de acabar com a guerra.
As palavras atingiram o Umino com força, fazendo com que arregalasse os olhos e continuasse com seu sermão, dessa vez muito mais emotivo.
— Você acha mesmo que somente o Naruto é importa para mim? Eu o amo, sim, ele é meu irmão, é tudo para mim, mas isso não faz de vocês menos importante em minha vida. Eu amo cada um de vocês, eu morreria por vocês! Então nunca mais ouse pensar dessa forma, entendeu? E assim que se recuperar, se prepare Ko Hyuuga, vou matar você por ser um imprudente idiota. E ninguém vai me impedir, eu tenho o direito de te matar, te dar uma surra, te colocar de castigo e o que mais desejar. Com todos vocês, entenderam? — olhou para o Ko e Torume que apenas assentiram, assustados com o surto do sensei e que sabia que faria todas aquelas coisas em nem pensar. — Ninguém tem o direito de encostar um dedos nos meus meninos!
Iruka puxou Torume para perto, abraçando os dois, desejando que Sai estivesse ali, mas sabia que o outro estaria atrás de Naruto, morrendo de preocupação e que não sairia tão cedo de perto do namorado.
— E diga ao Torume o que deseja, não tem para onde fugir. Eu vou atrás dos meus pais e ver os outros, depois volto para te ver.
— Isso mesmo, o que queria me dizer?
Iruka ouviu o Aburame perguntar e viu o Hyuuga ficar corado, nunca imaginou que aquela cena seria possível, mas há pessoas capazes de fazer com que agimos de formas que nunca imaginamos antes.
[...]
A guerra havia terminado há semanas e se Iruka havia dado uma bronca em Ko pela sua atitude, quando soube o que Naruto e Sasuke fizeram no Vale do Fim, o loiro ouviu muitas coisas e se recusou a falar com o irmão por alguns dias.
Graças a Tsunade e as células de Hashirama, o Uzumaki ganhou um braço, enquanto Sasuke recusou e se afastou mais uma vez, com a promessa que se manteria na linha e não causaria problemas. Iria entrar numa jornada de descoberta, de compreensão sobre tudo o que descobriu sobre sua família, seu irmão e tudo o que aconteceu até aquele dia.
Naquela noite, todos estavam reunidos no complexo Hatake, até mesmo Tsunade estava lá, disposta a fazer com que Kakashi aceitasse o cargo de Hokage.
Enquanto todos estavam no quintal, Iruka aproveitava os minutos a sós.
— Vai aceitar o cargo de Rokudaime Hokage? Combina com você e sei que fará um ótimo trabalho, acredito em você.
— Muito trabalho, Iru-chan, muita papelada, muita burocracia e sabe muito bem que odeio esse tipo de trabalho. — resmungou o prateado.
— Vamos lá, meu amor. Não saíra tanto da Vila, podemos ficar mais tempo juntos, ter a nossa família, cuidar dos nossos alunos e daqueles que precisam de nós.
— O que eu não faço por você?
— Vai fazer por você e por todos, não só por mim.
— O que você quiser, Iru-chan — Kakashi puxou o marido pela cintura, o trazendo para mais perto e o beijou com desejo, como se não fizesse aquilo há muito tempo e sentiu o Umino se entregar completamente.
Foi levando o mais novo até sentir a cama e o deitou sobre as cobertas macias, se colocando por cima, o mantendo no lugar enquanto explorava todo o pescoço com beijos, chupões e lambidas, não deixando que Iruka pensasse em nada que não fosse Kakashi.
— Hei, eu nunca mais vou entrar na casa de vocês! Ainda sairei traumatizado! — bradou Naruto tampando os olhos.
— Falei para avisar que estava entrando, mas nunca me ouve — A voz de Sai se fez presente.
Com dificuldade, Iruka tirou o marido de cima de si e sentou-se na cama.
— O que foi Naru?
— A mãe mandou chamar vocês, todo mundo já chegou, falta só vocês e disseram que tem uma novidade e não é para se atrasarem. — informou o loiro, sendo arrastado para fora do quarto pelo namorado. — E tire suas mãos do irmão, Kakashi-sensei. — gritou quase da porta da casa.
— Vamos, amor, sabe que minha mãe odeia atrasos. Depois continuamos, eu prometo.
— Irei cobrar, Iru-chan. — beijou brevemente os lábios do Umino e o puxou para se reunirem aos demais.
Ao chegarem no jardim que pertencia à casa de Kohari e Ikkaku, encontraram menos pessoas que imaginavam. Estavam presentes o time de Iruka, que sorriu ao ver Ko e Torume próximos, com os dedos unidos discretamente, o time de Kakashi, exceto por Sasuke, Yamato, Gai, além de Sakumo que estava perto de mais da Senju e parecia falar algo para a mulher, que apenas ria.
— Chegamos! — anunciou Kakashi como se ninguém tivesse os visto, sentando-se em um banco ao lado de Gai e trazendo Iruka para perto. — Qual o motivo da reunião?
Até o Umino estava curioso, afinal haviam feito uma bela comemoração para o fim da Guerra e todas as alianças formadas após os eventos e aquele encontro, somente com a família, deveria ter algum motivo.
— Na verdade, eu tenho um anúncio a fazer — começou Kohari, e Iruka notou que sua mãe tremia levemente, claramente nervosa, deixando-o apreensivo. — Sei que não sou mais uma mocinha e que terei alguns cuidados extras que precisarei tomar, mas tenho a ajuda da melhor médica que temos, então, estou em boas mãos.
— A senhora está doente? — quis saber Naruto, olhos arregalados e preocupação estampada em seu rosto.
— Não, meu querido, não estou doente. Mas irei precisar ir ao médico toda semana, fazer alguns acompanhamentos, me cuidar…
Enquanto a mulher falava, Kakashi começou a notar os detalhes, a forma que Kohari olhava para o marido, a mão que não saia de sua barriga, o nervosismo em contar, talvez estivesse errado, mas dificilmente seus palpites não estavam corretos. Sorriu sob a máscara e apertou a mão de Iruka, querendo transmitir calma e que tudo ficaria bem.
— Então diga logo o que está acontecendo, mãe! — pediu Iruka.
— Tudo bem… você e Naruto… terão um irmão, ou irmã — soltou de uma vez, sendo abraçada por Ikkaku enquanto esperavam a reação dos filhos.
Iruka e Naruto se encaram, processando a informação enquanto os demais soltaram gritos de felicitações e foram abraçar a mulher. Quando os dois processaram a informação, se encararam e soltaram juntos:
— Teremos um irmão! — e abraçaram a mãe com força, ter a aceitação e o apoio dos filhos era o que Kohari mais desejava.
— Ei, Tsunade-baachan, quando vai contar que você e o Sakumo-ojisan estão juntos? — soltou Naruto ainda abraçado a mãe, encarando os dois citados que congelaram e não conseguiam fazer, nem falar nada.
— Pare de dizer besteiras! — repreendeu Tsunade, não olhando para Sakumo.
— Besteira é? Agora é besteira?
— Não acredito! É a Godaime! Por isso a mãe disse que aprovava! É, senhor Sakumo, está bem… Agora eu também posso ter um irmão!!
— Oh, pirralho! Só por essa audácia, tu vai ser Hokage, querendo ou não!
A guerra poderia ter acabado e paz no mundo shinobi estava garantida, só não poderiam dizer o mesmo da família Hatake e Umino e seus agregados e que logo aumentaria.
Kakashi e Iruka não poderiam estar mais felizes, tudo estava se ajeitando e logo, até eles teriam alguém para chamar deles. E aprenderam, que o amor acontece antes de perceberem, antes de saberem o que era aquele sentimento.
Agora que sabiam, não deixariam ele sumir, apenas o multiplicariam.
Notes:
Eu só tenho a agradecer a @Uzumakiken por todo o apoio, por surtar comigo, por não me deixar desistir.
Te amo, meu amor!!Até breve meus amores, logo trarei mais KakaIru para vcs!!
KakairuRocksForum on Chapter 1 Fri 10 Feb 2023 11:03AM UTC
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Akuri_Nisaba on Chapter 1 Fri 10 Feb 2023 05:20PM UTC
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Mo2019 on Chapter 4 Thu 02 Mar 2023 02:58AM UTC
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Mo2019 on Chapter 5 Thu 02 Mar 2023 12:37PM UTC
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Mo2019 on Chapter 6 Thu 02 Mar 2023 02:39PM UTC
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