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All Eyes On Me

Summary:

Yuuri sob o username Eros é um omega size queen* que certamente não tem uma obsessão por seu companheiro de profissão, o lendário alfa, também camboy, de cabelos prateados, Aria. Assim como Phichit não é o colega de quarto mais intrometido da face da terra.

Notes:

[TRADUÇÃO AUTORIZADA]
All Eyes On Me — No Centro das Atenções

 

 

Notas da autora
Adivinha quem tinha que terminar Russian Blue, mas acabou se distraindo por ser um embuste? Isso mesmo. Auri. Quem mais gosta de combinar duas ideias populares por ter uma imaginação fértil. Pois é.

Acima de tudo, andei observando e me perguntando por que ninguém nunca considerou como seria a pornografia no omegaverse?

Notas da tradutora
Size queen: alguém que possui uma preferência por membros avantajados, mas como não possuímos nenhum termo para isso, resolvi manter.

Essa tradução chegou até você graças à iniciativa da Task Force Y!!!OI — Traduções, conheça outros projetos em nossa Coleção!

Chapter 1: InnocentEros

Notes:

(See the end of the chapter for notes.)

Chapter Text

Quando Phichit o encorajou a ‘ousar mais’, Yuuri assumiu que aquilo significava apenas ir atrás de algumas aulas aleatórias de estilos de dança que ele nunca tinha tentado antes. Ele jamais teria antecipado que acabaria com uma ocupação que não poderia revelar a seus pais e com um fetiche que o faria procurar por satisfação nos cantos mais audaciosos possíveis.

Tudo começou com uma piada de mau gosto. Um ômega introvertido estudante de balé atolado em montanhas de débitos estudantis e com um excruciante problema de ansiedade entrando numa turma de pole dance. Era engraçado.

Mas o resto, como dizem, era história.

“Vamos comer fora,” Phichit disse conforme eles caminhavam. O clima estava frio, um pouco rigoroso por ser primavera, mas não estava desagradável. Yuuri ajeitou sua jaqueta em seus ombros para se proteger do ar frio.

“Nós ainda temos as sobras de ontem, sabe.”

“Se eu tiver que comer frango de novo, eu vou gritar,” Phichit reclamou. “Ora, vamos, Yuuri. Você conseguiu pelo menos algumas notas de cem na noite passada. Não importa o quanto você queira esconder a quantia total. Eu sei que você pode arcar com isso.”

Yuuri estalou os lábios. Os três anos em que esteve passando apuros com as economias apertadas não iriam desaparecer do dia para a noite. Mas ele também estava cansado depois de ter frequentado suas aulas e ainda tinha que trabalhar em algumas horas. Definitivamente seria bom recuperar alguma energia.

“Tudo bem,” Ele concordou. “Só não escolhe algo muito não saudável.”

“Tá bom, mãe,” Phichit respondeu e os dois alteraram sua rota na mesma hora. “Que tal uma pizza? Pizza é uma verdura, né?”

“Não foi isso que eu quis dizer.” Yuuri respondeu, mas estava sorrindo.

“Então, quais são os planos pro trampo de hoje à noite? Algo em especial?” Phichit perguntou. “Tenho que providenciar algo? Postar alguma coisa no Twitter?”

“Estava pensando numa enquete com algum brinquedo. O aluguel vence na próxima semana,” Yuuri disse. Então ele mordeu o lábio. A última vez não tinha sido a melhor experiência. Esperançosamente seria melhor nessa noite, caso contrário ele consideraria largar mão de vez dessa ideia.

Na pior das hipóteses, ele pediria a Phichit para dar um empurrãozinho na soma total com seus poderes mágicos de moderador. Yuuri ainda não sabia como ele fazia metade das coisas que ele fazia, mas o conhecimento de Phichit sobre computadores e redes sociais não era páreo para ninguém. A última coisa que Yuuri queria era algum otário com a carteira mais gorda que o seu vibrador preferido sugerindo que ele usasse sua escova de cabelo de novo.

O cabo nervurado de silicone tinha a finalidade de ser confortável para segurar. Não significava que seria prazeroso em sua bunda e depois daquilo ele teve que jogar aquela coisa no lixo porque não conseguia mais encará-la da mesma forma. Tudo porque ele havia deixado a escova na mesa. Onde as pessoas podiam ver. E elas se empolgaram.

Shows eróticos pela webcam não eram tudo aquilo que pareciam.

Phichit apenas ofereceu um sorriso astuto. “Não esquece de arrumar o seu quarto dessa vez.” Quando Yuuri o encarou de volta, ele gargalhou.

Eles jantaram rapidamente e voltaram para casa, em seu apartamento no terceiro andar. Yuuri de fato arrumou seu quarto, escondendo qualquer objeto remotamente fálico que estivesse à vista e puxando sua caixa de brinquedos eróticos de seu armário para deixá-la sobre a mesa. Sempre prevenido. Esse era Yuuri.

O nervosismo familiar estava borbulhando e prestes a emergir, mas havia também uma estranha empolgação ali. A agitação que vinha de saber que, a qualquer minuto, haveria centenas de pessoas em seu quarto, assistindo-o, incapazes de desviar seus olhares, incapazes de tocá-lo. Seu coração palpitava.

Preparar tudo era a pior parte. A ansiedade o devorava vivo enquanto Phichit ajeitava a câmera, colocando camisetas brancas sobre as lâmpadas para suavizar a iluminação e colocando seus computadores para longe do enquadramento. Após três proxies, Modman MemeLord era o primeiro a se logar. Yuuri dizia todos os dias o quanto ele odiava o nome de usuário de Phichit. Aquilo nunca falhava em deixar Phichit radiante de orgulho.

Porém, Yuuri estava tremendo. Ele tinha tomado banho, colocado algo um pouco menos decente, se livrado de seus adesivos supressores de odor e estava respirando profunda e lentamente, tentando não parar com tudo aquilo e finalizar a noite antes mesmo dela ter começado. Ele ficou de pé ainda trêmulo, piscando desconfortavelmente por conta das lentes de contato.

Uma ajeitada para trás em seus cabelos uma última vez. Ele podia fazer isso. Mais uma inalada de ar profunda quando Phichit logou na próxima conta.

Depois de uma pequena contagem regressiva, Yuuri Katsuki havia oficialmente saído de cena. Em seu lugar estava seu substituto, InnocentEros, e ele era qualquer coisa, menos inocente.

Eros reclinou-se sobre a cama, a visão de uma beldade ômega, vestido em um suéter macio e preto, jeans soltos, meias e boxers apertadas. Seu rosto montado pelas mãos cuidadosas de Phichit, apenas o suficiente para destacar as suas íris negras e o formato arredondado de seus grandes olhos. Seu pescoço exposto, lânguido e perfeito, sua cabeça inclinada mostrando a glândula hormonal ainda não marcada. Como um beta, Phichit não era completamente imune ao odor de Yuuri, mas ambos sabiam que nenhum dos dois estava nem um pouco inclinado a fazer algo a respeito.

Yuuri deixou um sorrisinho travesso brincar em seu rosto conforme seus seguidores habituais começavam a logar. Dez horas em ponto no fuso horário da costa leste dos Estados Unidos.

“Dê aquele belo sorriso, Eros,” Phichit anunciou e Eros o fez. Sua mente estabilizou, seus nervos desapareceram, tudo que ele sabia é que os olhos de todos estavam nele.

“Boa noite,” ele cumprimentou os primeiros usuários que logaram, sua voz leve, grave e suave. “Meu moderador maravilhoso já colocou a enquete para vocês no ar, então façam suas escolhas antes de começarmos. Para aqueles que estão chegando pela primeira vez, o link está disponível aqui embaixo na descrição com uma pequena explicação.” Os olhos de Yuuri flutuaram pela câmera. “De cinco a dez créditos, já podemos começar.”

Aquele era um método que eles tinham desenvolvido meses atrás e que havia se provado como uma escolha popular. Havia três opções disponíveis, sempre, sem erro. O Playboy, A Bela Mulher e A Escolha de Eros.

Começou como uma piadinha. Os dois tiveram uma eletiva de Redação Criativa na época que tudo isso tinha começado, um ano atrás, e eles precisaram criar alguma história juntos. Phichit foi só meio sarcástico quando disse que eles precisavam de uma história para retratar as origens da identidade online de Yuuri, então aquela era uma oportunidade perfeita. Eles acabaram não usando o resultado final na classe, mas ela acabou no Instagram oficial de Yuuri para a sua persona virtual.

Phichit administrava a coisa toda, mantendo tudo elegante e profissional e com a sua ajuda, eles conseguiram duplicar e então triplicar o número de espectadores regulares. O que havia começado como uma forma de expandir as margens em algumas escalas e conseguir fazer Yuuri sossegar o facho quando nada mais parecia funcionar, acabou virando uma fonte de renda muito satisfatória. Agora o sistema consistia em rotina e Yuuri adorava uma rotina.

A questão é que as pessoas não vinham só pelo sexo. Algo que chocava Yuuri. Por alguma razão, as pessoas gostavam de conversar com ele.

Elas perguntavam sobre coisas como a bola de exercícios no fundo de seu quarto, exceto que esses comentários geralmente acabavam com alguma variação de ‘adoraria te comer em cima daquela bola’. Então alguém fazia algum comentário indecente sobre como desejavam ver a bunda de Yuuri sacudindo enquanto ele quicava sobre a bola, especialmente se eles estivessem fodendo ele em cima dela. Yuuri mantinha a conversa por um tempinho e logo ele se oferecia para enfiar alguma coisa em seu traseiro por alguns créditos. Era um sistema que funcionava bem para todo mundo.

Yuuri não apenas se masturbava diante da câmera, no entanto. Havia começado desse jeito inseguro e desajeitado, com os nervos à flor da pele e tão incrível e dolorosamente excitado que ele teve certeza que o show tinha sido terrível. Mas então as pessoas queriam saber como ele se mantinha tão em forma, a resposta sendo muitos, muitos exercícios e treinos de dança, e então eles começaram a querer vê-lo se exercitando e, por alguma razão, com o passar do tempo alguns começaram a pedir recomendações de séries depois que ele batia uma.

Coisas da vida.

Ele afastou seu olhar da câmera para a tela do computador que Phichit ajeitou apontado para a cama. No display havia um bate-papo e um ícone com a imagem dele mesmo reclinado confortavelmente, com as pernas ligeiramente estendidas. Ele reconheceu alguns nomes de usuários que estavam logando.

>>Papauzao: apareceu gracinha, senti sdds <33

>>Bronha18: STRIP STRIP STRIP

>PauDeMel enviou 100 moedas

>>PauDeMel: Oi bb ;) E aí, como está?

Yuuri sorriu de forma indulgente, deixando sua persona dominá-lo por inteiro. “Estive ocupado, sabe como é,” ele disse, piscando para a câmera e percorrendo uma mão por si mesmo de maneira provocativa, desde seu peito até o cós de suas calças.

>> OG-Dom: Quando vou poder assistir meu pitelzinho ômega rebolar pra mim de novo? ;)

“Estou planejando algo para fazer em breve. Mas tenho que liberar o espaço antes. Meu moderador tem falado com algumas pessoas e talvez ele tenha encontrado um lugar novo.” Yuuri lançou um olhar para Phichit, que respondeu sinalizando negativamente com seu polegar, dando de ombros. “Mas ainda não teve resposta.”

>>OG-Dom: Que pena. Fala pro MemeLord que estamos esperando!

>OG-Dom enviou 250 moedas

Yuuri grunhiu, “Não dêem corda pra ele. Ele já é bem insuportável sem que vocês chamem ele assim. Ugh, mod, para de sorrir desse jeito.” Phichit soltou uma risadinha.

>>ConsoloAlfa: novo aqui. Teu adm ta no quarto c/ vc? mas que porra

>>LoucoPorNovinho: mano é o memelord, dono da porra toda, rei dos nudes e nossa unica fonte de fotos novas do eros na net. a amizade deles é linda. mais respeito.

>Stargirlxxx enviou 100 moedas

>>Stargirlxxx: Aff esses novatos.

“Também te amo, Novinho!” Phichit riu. “Não se preocupe, ConsoloAlfa, nem vai dar pra me notar aqui quando o show começar. Só estou aqui pro caso do Eros acabar com algo preso na sua toca de hamster de novo.”

“Isso só aconteceu uma única vez!” Yuuri sibilou. “E pelo amor de Deus, mano, para de chamar o meu cu de toca de hamster. Você é tão sem graça.”

O sorrisinho de merda de Phichit só aumentou.

“Enfim!” Yuuri disse incisivamente, com as suas bochechas corando furiosamente.

>>MeteoroDaPaixao: Porra, eu amo quando você fica coradinho.

>>Stargirlxxx: Você já viu aquele filme de ação novo? O que eu te indiquei?

“Ainda não,” Yuuri respondeu, tentando se acalmar. Phichit o havia desconcentrado e ele precisava ser completamente Eros essa noite. Não ajudava que o pessoal do bate-papo no momento estava demonstrando uma quantidade desnecessária de apreciação pelas provocaçõezinhas amistosas entre ele e Phichit. Graças a Deus a Stargirlxxx desviou a atenção. “Como eu disse, tenho estado um pouquinho ocupado? Mas vou ter um tempinho semana que vem.” Ao falar, ele deixou um sorrisinho malicioso cruzar seus lábios.

>>Stargirlxxx: Me fala se quiser companhia ;)) A gente pode pensar num bem bolado depois. Ou durante??

“Desculpa, Stargirl, eu adoraria dizer que sim, mas não dá. Sabe como é,” Yuuri disse, levantando uma de suas mãos em um tímido gesto apologético. Se encontrar com qualquer pessoa significaria revelar sua localização e aquela era a última coisa que Yuuri queria. Ter uma vida online era uma coisa, agora trazer isso para o mundo real era outra completamente diferente. “Beleza, mod, o que diz a nossa enquete?”

“Pelo que estou vendo aqui, nossa enquete diz que A Escolha de Eros está bem no topo. Tem algo muito especial que você gostaria de anunciar aos rapazes e às senhoritas?”

Yuuri inclinou a cabeça de forma convidativa, ficando de joelhos na cama. “Na verdade, tenho sim, obrigado.” Ele sentiu o peso da câmera que o assistia, dando uma olhada para o número de assinantes que estavam chegando. Seus olhos crescendo de maneira quase imperceptível. Era mais que normal. Todos estavam assistindo-o. Um arrepio percorreu sua espinha.

Ele alcançou a caixa de brinquedos eróticos, se esticando tão graciosamente quanto um gatinho, deixando seu suéter levantar apenas alguns centímetros. Mostrando um pedacinho de pele, apenas uma amostra do que estava por vir. Ele sorriu.

“Tenho uma surpresinha para vocês esta noite. Estamos realizando outro leilão. Quem der o maior lance pode escolher o brinquedo. As opções são...” Yuuri disse, estendendo-os para que todos pudessem ver. Houve uma pequena comoção no bate-papo com várias mensagens brotando, todos interessados em saber o que estava disponível.

“Sejam bonzinhos comigo?” Ele indagou.

>>alfalico: a gnt sab q vc gstaa forte bb ^_- senta gstoso naqle vibradr roxo

>alfalico enviou 400 moedas

Yuuri soltou uma risadinha. “Não vai me dizer que você tá digitando com uma mão só já?”

Uma corrente de mensagens inundou a tela, Phichit checando conforme elas iam passando, batendo em seus lábios com uma caneta. Contando mentalmente, calculando os ganhos conforme números piscavam em sua frente.

>Papauzao enviou 2000 moedas

>>Papauzao: O vermelho. Fecha os olhos e finge que sou eu <3

>PauDeMel enviou 2100 moedas

>>PauDeMel: Garganta profunda no rosa e o vermelho enfiado nesse seu buraquinho lindo. É um vibrador, né?

“É sim,” Yuuri respondeu, cruzando suas pernas reservadamente à beira da cama, decidindo qual lado de sua persona ele iria assumir nessa noite. Era legal quando o público escolhia por ele, mas também era bastante prazeroso poder atuar em seu próprio ritmo. Playboy ou a mais bela mulher da cidade, o que seria essa noite?

Uma enxurrada de moedas se acumulou, mas o consenso foi rapidamente alcançado. Yuuri recolocou os brinquedos na caixa com uma piscadela sedutora, deixando de fora o rosa e o vermelho.

O vermelho era uma coisa monstruosa, longo e grosso como o pênis de um alfa, com uma protuberância próxima à base que parecia um nó murcho. Yuuri certamente sentiria as consequências no dia seguinte. O controle remoto foi repassado para Phichit, que iria ligá-lo ou desligá-lo e ajustar a intensidade da vibração baseando-se na fluidez com que as moedas estivessem entrando.

O rosa era mais gostosinho, bem menor e mais fácil de meter. Ele também era anatomicamente mais autêntico do que o vermelho, seu formato provavelmente desenvolvido a partir de um modelo beta não-circuncisado. Yuuri os deixou de lado.

“Meus favoritos. Assim vocês me deixam mal acostumado,” Yuuri cantarolou, correndo seus dedos afetuosamente pelo falo vermelho, acariciando-o de forma sugestiva. O ômega nele desejando ser preenchido, ter aquele silicone grosso enfiado dentro dele, mas Yuuri esperaria. Ele podia ser paciente. “Bom,” ele disse, colocando o brinquedo sobre os lençóis da cama. “Vocês já sabem qual é a deixa. Estou em suas mãos.”

>>69B4N4N469: TIRA TUDO

>>alfalico: n seja idiota, banana.

>alfalico enviou 400 moedas

>>alfalico: camisa 1o, eros

>69B4N4N469 enviou 400 moedas

>>69B4N4N469: DPS AS CALÇAS VLW EROS

>BittyBetaBoi enviou 100 moedas

>>BittyBetaBoi: faz bem gostoso e devagarinho

Yuuri assentiu com a cabeça, movendo seus dedos até o seu centro. “Eu posso fazer assim. É devagarinho que você quer?” ele perguntou, as pontas de seus dedos relaxadas sobre a pele de sua barriga, então movendo-a, lembrando-se das aulas de dança do ventre que havia feito quatro meses atrás. Pra nunca mais, mas pelo menos ele tinha conseguido malhar bem os seus quadris com aquilo.

Ele levantou o suéter lentamente, afastando-o para revelar uma parte de sua barriga. Algumas estrias se destacavam em sua pele como as listras desbotadas da pele de um tigre. Houve um tempo em que Yuuri se sentira extremamente autoconsciente sobre elas, mas a exposição e o dinheiro venceram e agora ele sequer pestanejava, levantando o suéter mais um centímetro, roçando sua pélvis contra a cama.

Ele queria mais e mais, mas o dinheiro rendia mais quando ele fazia devagar… mais moedas foram enviadas, Yuuri levantou o suéter um pouco mais.

“Estão gostando?” ele suspirou.

>>Stargirlxxx: jesus amado deixa eu te comer, carrega meus bebês seu desgraçado lindo

Yuuri abriu um sorriso. Ele esperou que mais algumas moedas fossem creditadas e então o suéter deslizou por sua cabeça e pelos seus braços, sendo descartado em um canto fora do alcance da câmera. “Agora as calças, né?”

Yuuri percorreu seus dedos por cima do fecho de suas calças, deslizando sua mão até sua virilha suavemente, com movimentos levíssimos. Já dava para sentir que ele estava ficando duro, suas calças já começando a apertá-lo logo ao iniciar o striptease, ele murmurou para si mesmo.

>>LoucoPorNovinho: quero chupar vc gracinha dexa eu ver teu pau

>LoucoPorNovinho enviou 200 moedas

Yuuri desfez o botão de seu jeans, escorregando o zíper para baixo com uma lentidão excruciante. Colocando a mão por dentro, ele se acariciou por cima da cueca. Seus olhos se fecharam. Ele já podia sentir a sua lubrificação, sua entrada cada vez mais molhada pela antecipação. Logo.

Ele empurrou o tecido até seus quadris. Houve uma pequena hesitação quando as calças prenderam em seus quadris, mas ele lidou com o problema como se fosse apenas mais um movimento lento de sua cintura. Seus joelhos relaxaram e ele se deitou de costas, lançando seus pés para cima suspensos no ar para poder puxar as pernas das calças para fora. Um sorriso brincou em seus lábios, ao abaixar as pernas, ele as manteve abertas para revelar o volume sob sua cueca.

Mais moedas entraram e as meias foram embora. Seus dedos brincaram com o elástico no cós de sua cueca. “E quanto a isso aqui?”

>>69B4N4N469: PORRAAAA TU EH O OMEGA MAIS GOSTOSO DA VIDA

>>alfalico: meu deus banana vai la gozar nas calças q nem um embuste adolescente, vai

Yuuri sorriu. “Ei, não briguem,” ele disse. “Agora… Alguém mais quer que eu me livre disso?” Apoiando-se em seus joelhos, ele empinou a bunda para que ela ficasse visível para a câmera. Ele se inclinou bem para baixo para que pudesse expor perfeitamente a curva de sua bunda. “Estou me sentindo tão vazio, sabe? Preciso de um alfa grande e grosso pra me preencher. Será que não tem ninguém pra me ajudar?”

As moedas entraram rapidamente, fazendo Yuuri sorrir. Ele brincou com sua cueca, deslizando-a para baixo apenas um centímetro mais ou menos em torno das curvas de suas nádegas. Sua bunda era a sua melhor qualidade ou ao menos era isso que as pessoas diziam. Suas mãos se moveram sobre sua pele. Uma delas escorregando para dentro do tecido, envolvendo uma das nádegas antes de movê-la para o centro, esfregando entre a partição delas. Sua cabeça pendeu para trás e ele choramingou.

>>Papauzao: Porra você tá necessitado, não tá, amor? Essa carinha linda que você tá fazendo.

“Mmm, quero mais,” ele resmungou para si mesmo, abaixando mais a  cueca até o local onde suas coxas encontravam suas nádegas, o tecido acumulando-se ali de forma desconfortável, então ele a empurrou abaixo de suas coxas, parando onde seus joelhos estavam enterrados sobre o colchão. “Por favor, olhem pra mim.”

Ele disse isso suavemente, como uma oração, uma pequena súplica pela única coisa que ele mais precisava. Enfiando a mão que estava em sua bunda entre suas nádegas, esfregando sua entrada. Sua cabeça se inclinou, suas costas arquearam e um grunhido baixo escapou de seus lábios.

“Por favor, me dê o que eu preciso,” ele ofegou, seu dedo médio circulando em torno de seu orifício. Afastando suas nádegas com seu polegar e seu dedo anelar.

>jizzjazz enviou 100 moedas

>>jizzjazz: mete logo, omega putinha

Yuuri mordeu o lábio quando Phichit chutou Jizzjaz do servidor sem qualquer hesitação. Ele ainda precisou respirar fundo algumas vezes para conseguir se recompor e deixar que o insulto fosse enterrado em sua mente sob as ondas e ondas de desejo e de Eros. O insulto havia tocado em uma parte bem mais profunda de Yuuri que ele não estava disposto a explorar.

>>Papauzao: Que babaca. Não escuta esse otário.

>>Papauzao: Abre as pernas pra mim, lindo. Deixa eu te ver. Você é maravilhoso.

Yuuri murmurou em aprovação. O comentário de Jizzjaz retornaria ao primeiro plano em sua mente quando a exibição acabasse. Mas no momento, ele tinha todos os olhares nele. Fechando seus olhos novamente, Yuuri tentou retornar ao clima.

Envolvendo a mão que tinha livre em torno de sua extensão, com seu ombro apoiado sobre os lençóis, ele empurrou um dedo contra sua entrada com um sorrisinho. Balançando sua bunda e então muito deliberadamente afastando suas pernas alguns centímetros, ele aguardou.

Ouvindo o harmônico som de moedas entrando, suas pernas se afastaram ainda um pouco mais. “Mmm, preciso de você, alfa,” ele choramingou, lançando um olhar sensual para a câmera.

Os relatórios das enquetes indicavam que a grande maioria de seus espectadores identificavam-se como alfas do gênero masculino, uma porcentagem menor eram betas machos e fêmeas e mulheres alfas. No mínimo, vê-lo gemendo e suplicando por um alfa  feito um ômega no cio era algo que atrairia o interesse de todos. Ele esperava que sim.

Acariciando seu pau algumas vezes, ele esfregou o pré-gozo escorrendo pela fenda com seu polegar. Seus olhos estavam fechados. Ele podia sentir a lubrificação correndo pelo seu dedo e deslizando pelas suas coxas. Ele precisava daquilo. Ah, ele precisava tanto daquilo. O peso da câmera podia ser sentido como algo tangível, uma deliciosa pressão em sua espinha, quente e quase tão boa quanto um alfa bem dotado inteirinho. A sensação era como Yuuri imaginava que Aria seria.

Aria era outro camboy. Sua faixa horária era geralmente antes de Eros e Yuuri jamais se atreveria a começar antes que ele terminasse. Aria não era apenas o alfa mais bonito que ele já vira. Ele comandava uma legião de seguidores devotos, tão grande que colocava a singela coleção de regulares de Yuuri no chinelo. Aria também era bem dotado. Aquilo era demais para o pobre coração de Yuuri.

Seus olhos pestanejaram com apreço, já formando a imagem em sua mente. Os dedos longos e finos, a pele tão branca quanto a lua e tão suave quanto seda, deslizando pela pele de Yuuri em toques delicados, provocando, atraindo, encorajando-o a implorar.

>>OG-Dom: Olha esse ômega mais lindo, enfia mais esses dedos. Dois de uma vez. Você consegue, né?

>OG-Dom enviou 500 moedas

“Mas é muito,” ele sorriu de forma teatral para a câmera, batendo suas pestanas. “Não sei se eu consigo…”

>>OG-Dom: Tenta pra mim, Eros?

Yuuri circulou seu orifício mais uma vez e pressionou dois dedos contra a entrada. Sua cabeça pendeu para trás, expondo mais uma vez sua glândula hormonal, antes de socar os dedos dentro de si.

Ele arfou pesadamente pelo preenchimento repentino. Era difícil permanecer largo sendo um ômega. Seu corpo estava decidido a manter-se apertado e quente e qualquer preparação feita nos dias anteriores eram revertidas mais rápido do que Yuuri gostaria. Dois dedos de uma vez pareceu ser um grande salto, mas pelo dildo vermelho, ele deveria começar logo a se preparar.

“Aaah, sim, oh,” Yuuri ofegou, empinando seus quadris ainda mais alto para que seu buraco fosse exposto. Um suave som de passos podia ser percebido no carpete e Yuuri sabia sem precisar olhar que Phichit estava rodeando-o com a câmera em mãos, proporcionando uma nova perspectiva dos dedos de Yuuri desaparecendo dentro de si. A lubrificação escorrendo em torno de seus dedos, brilhante e transparente, molhando o caminho todo.

>>Stargirlxxx: tesouradas agora

Os comentários contínuos abaixo dos comandos se dispersaram e a atenção de Yuuri tornou-se determinadamente centrada. Ele tesourou-se com seus dedos, imaginando Aria curvado sobre ele, com seus cabelos prateados caindo sobre os olhos mais azuis que Yuuri já tinha visto, sua respiração ofegante em seu ombro enquanto alargava e preparava Yuuri.

Yuuri estremeceu, soltando um longo e ávido grunhido. Aria tinha arruinado ele. Sem nunca tê-lo tocado, ele tinha arruinado Yuuri. Arruinado Eros. Yuuri prendeu seu lábio inferior entre seus dentes. Ele precisava de mais. Mais.

“Por favor,” ele arfou.

Ele estava no clima para interpretar o ômega indefeso, desesperado e necessitado, mas prontinho para obter o que tanto precisava quando o desejo que tomava conta dele fosse demais para suportar. Sob os comandos através dos comentários e das moedas, ele se abriu o suficiente para receber um terceiro dedo e então um quarto, deslizando-os para dentro e para fora de sua entrada que pulsava com uma conotação de desespero. Eles estavam assistindo. Todos queriam aquilo. E sabiam que ele podia fazer melhor. Ser melhor.

“Te quero,” ele ofegou.

>>PauDeMel: Bota o pau  rosinha na sua boca, lindinho. Abre bem esse cuzinho pra mim.

>>BittyBetaBoi: dá um beijinho nele, eros. é igualzinho o meu, aposto que você tá querendo, né?

Yuuri moveu a cabeça positivamente, largando seu membro com relutância e alcançando o dildo rosa. Era maior que o seu próprio, considerando que ômegas dificilmente eram particularmente bem dotados para começo de conversa e aquela rola beta específica era maior que a média. Ele pressionou seus lábios no topo, partindo-os e delicadamente roçando-os na cabeça do brinquedo.

Seu ômega estava enfatuado, faminto, querendo mais, então Yuuri deslizou aquilo entre seus lábios, colocando mais ainda para dentro de sua boca. Suas bochechas formando uma cavidade com a sucção, ainda movendo seus dedos para dentro e para fora, tesourando-se com os quatro para alargar-se o quanto fosse possível.

Pelas medidas oficiais, O Vermelhão ainda era menor que o pau de Aria e aquilo deixava Yuuri arrepiado.

O Rosinha Doce cabia melhor na boca e deixava um espaço para Yuuri afogar seus ofegos e murmúrios. Ele engoliu mais e mais, pressionando a cabeça contra sua garganta até sentir as bolas falsas tocando seu queixo, a cabeça praticamente asfixiando-o. Uma lágrima escorreu pela sua bochecha e seus gemidos eram de deleite.

Ele quase esqueceu do chat, até que um coro de alertas baixinhos avisaram que as pessoas queriam ver a atração principal e estavam mais que dispostas a pagar por ela.

Ao puxar seus dedos para fora de sua bunda, ele grunhiu ao redor do falo de plástico em sua boca pela repentina sensação de vazio. Seus dedos melados escavaram pela cama, buscando a extensão do vermelho, encontrando-o com uma empinada de seus quadris que seus espectadores iam amar.

“Alfa,” ele gemeu, puxando o dildo rosa para fora de sua boca para respirar. “Alfa, por favor,” alinhando a pontinha com a sua entrada, seus lábios envolveram o dildo beta e ele aguardou.

>>alfalico: bm dvagar kero vr vc se arrombdno bn gstsinho eros

>alfalico enviou 300 moedas

Yuuri pressionou a cabeça do dildo beta contra sua bochecha, sabendo que aquilo mostraria a protuberância e o quanto sua boca estava cheia enquanto sua atenção recaía sobre o dildo vermelho.

A glande grossa e incisiva foi pressionada insistentemente contra sua entrada que teimava em não se mover sem que alguma força fosse aplicada. Yuuri deu um empurrãozinho, penetrando primeiro um dedo. Um jato de lubrificação escorreu pelas suas pernas. Ele se arrepiou com a frieza, deslizando o dildo brevemente pelo que havia escorrido antes de trazê-lo de volta até seu orifício e pressioná-lo para dentro.

Seu corpo todo estremeceu conforme ele metia centímetro por centímetro, fazendo a cabeça atravessar o anel de músculos por inteiro. Yuuri arquejou e se contorceu, mas continuou empurrando, devagar e com precisão, trabalhando em preencher seu interior. Com os olhos fechados, quase era possível fingir que Aria estava ali atrás dele, encaixando seus quadris e empurrando-se para dentro com lentas estocadas.

Ele ofegou, encarando o monitor, com o dildo mergulhado até a metade, rebolando seus quadris.

O apreço era tão claro quanto uma cascata de mensagens de texto poderiam ser, todo o fluxo de admiração voltados a sua bunda, seu orifício e a forma maravilhosa como ele metia tão gostoso. Yuuri lambeu a lateral do dildo rosa, voltando sua atenção a ele e se perdendo nos movimentos que pretendiam dar prazer a um beta imaginário enquanto ele próprio encarava o conflito de acomodar aquela espessura maciça dentro de si.

Era tão apertado que chegava a ser quase excruciante e ainda assim seu corpo cedeu, acomodando a circunferência do acessório mais fundo. Yuuri já tinha visto outros ômegas perdendo o entusiasmo, amolecendo quando as investidas beiravam ao excesso, grande demais, rápido demais, mas só de pensar naquilo Yuuri já ficava ainda mais duro.

Ele ansiava por aquilo, a sensação de ser partido em dois por algo tão grande. “Alfa,” ele arfava ao redor do brinquedo, “Alfa, mais. Me fode,” ele choramingava.

>>LoucoPorNovinho: calma bb, vai bem devagarinho assim. eu me encaixaria em você e encheria o seu cuzinho virgem apertado, ia te fazer gritar 

>>PauDeMel: Essa coisinha não é virgem. Olha como ele mete bem. Lindo.

>>LoucoPorNovinho: ele nunca disse nada então me deixa sonhar

Seus olhos se fecharam. Se eles estavam discutindo, então obviamente Yuuri não estava distraindo-os o suficiente. As atenções deveriam estar nele e somente nele.

Ele socou o resto do dildo para dentro tão repentinamente que seus quadris quicaram em sobressalto, com um grunhido longo e trêmulo enquanto ele se contraía, dividido entre os dois dildos. Ele podia sentir a protuberância do nó falso roçando contra sua entrada, mas não iria acomodá-lo ainda. Haveria tempo para isso mais tarde.

A contagem de espectadores aumentou um pouco, aparecendo bem na hora da atração principal.

Yuuri grunhiu ao ajustar-se ao tamanho, permanecendo imóvel por um momento. Era tão comprido, tão grande, alcançando tão profundamente dentro dele que parecia que não seria possível mover-se sem que aquilo alcançasse e tocasse um ponto bem fundo em seu interior.

>Papauzao enviou 300 moedas

>>Papauzao: bzzz bzzz. Nível 1 do vibrador, mod <3 faz ele se sentir bem.

Yuuri nem leu a mensagem antes de seu corpo todo estremecer, deixando um ganido estrangulado escapar quando o acessório ganhou vida dentro dele, vibrando em sua intensidade mais baixa.

A vibração alcançou o ponto exato do desejo e a dor causada pelo brinquedo que o arregaçava foi diluída, dando lugar a uma deliciosa cascata de prazer que o atingiu em ondas. Ele lambeu o brinquedo em sua boca, afastando seus lábios ainda com um fio de saliva conectando-os.

“Aaahhaah,” ele choramingou, seus quadris contraindo-se e tornando-se cada vez mais agitados conforme a forma maciça se movia em seu interior. Tentar escapar da vibração só serviu para fazer o vibrador ricochetear dentro dele de forma prazerosa, fazendo-o empurrar-se de volta contra a cama, inevitavelmente enterrando-se contra os lençóis. Ele buscou seu alívio com seu punho, engolindo o dildo rosa novamente o suficiente para mantê-lo em sua boca enquanto tateava sua ereção, lubrificando os dedos de sua mão com a umidade que havia se acumulado entre suas coxas, facilitando a fricção.

A intensidade do vibrador aumentou dentro dele, provavelmente aos pedidos de outro espectador e Yuuri estremeceu com a mudança. Ele estava perto. Ninguém podia parar de olhar. Estavam todos assistindo, todos com os olhos fixos nele enquanto ele metia, puxando um pouco para fora e novamente socando o brinquedo dentro de si em uma necessidade eufórica.

Ele estava perseguindo seu orgasmo com determinação, o espetáculo ficando em segundo plano. Havia apenas o calor, a pressão, os pensamentos sobre Aria atrás dele, enterrando sua maciça rola alfa nele… Yuuri grunhiu quando o dildo tocou sua próstata, enviando uma erupção daquele doce prazer que estava sendo disparado por seu corpo.

Um de seus olhos se abriu, lamentosamente. Aquilo não era apenas para ele mesmo. Ele tinha uma audiência. Precisava satisfazê-los, fazer com que se sentissem tão satisfeitos e acolhidos como ele próprio estava se sentindo naquele momento. Ele deu uma espiada nas mensagens rapidamente, mas não havia nada além de elogios aos sons de seus gemidos.

Outro usuário apareceu na tela. Yuuri precisou checar duas vezes.

>AriaAlpha enviou 6000 moedas

>>AriaAlpha: grita o meu username, bonitinho?

Yuuri mordeu o lábio, falhando em segurar o trêmulo grunhido que escapou antes que ele tivesse a oportunidade de impedir. Não era o verdadeiro Aria, mas o corpo de Yuuri certamente reagiu como se fosse.

Phichit não fazia nenhum mistério sobre o afeto que Yuuri possuía pelos atributos avantajados de Aria, embora ele fosse no mínimo discreto o bastante para ficar quieto sobre o quão longe essa apreciação ia.

Oficialmente, e de acordo com sua página pessoal administrada por Phichit, Eros considerava agradável olhar para qualquer pau suficientemente grande… o de Aria tinha sido oferecido apenas como um exemplo. Da parte de Yuuri, que escapava ao conhecimento do público, a verdade era que ele já estava farto de olhar para todas aquelas fotos de pirocas diferentes e a de Aria era perfeita. Por isso que Yuuri tinha algumas fotos do site de Aria salvas em seu celular. E um monte de capturas de tela dos shows dele, talvez até demais.

E ele também estava cem por cento convicto de que aquela era a ideia que alguém tinha de pregar uma peça. Especialmente porque não era lá tão difícil assim inventar nomes de usuário e Yuuri já devia ter ouvido pelo menos uma ou duas piadas envolvendo Aria que ele não conseguiu ignorar tão bem quanto gostaria. Aria tinha coisas melhores para fazer do que assistir a um amador como Eros.

Mesmo assim, por 6000 moedas, Yuuri estava mais do que contente em entrar na brincadeira, principalmente se aquilo significasse gemer o nome de Aria do jeito que ele sempre fantasiou. Ele considerou a ideia, gemendo quando o brinquedo tremeu dentro dele. Com isso oferecendo um belo sorriso para o monitor.

Já que o falso Aria iria patrocinar sua meta de moedas para a noite, ele poderia muito bem ceder um pouquinho a uma de suas fantasias. Ele diminuiu a velocidade de seus dedos em seu membro, tirando o dildo rosa de sua boca, seu peito subindo e descendo por conta do esforço e do tesão.

“Mas é claro, Aria, alfa,” ele ofegou. “Tá tão gostoso.” Ele se moveu novamente, elevando-se para apoiar-se em seus joelhos e então empurrando a bunda para trás até encostar em seus calcanhares com o brinquedo enterrado contra a cama. “Quero cavalgar em você. Por favor.” Ele empinou seus quadris para cima ligeiramente, expondo um pedacinho do silicone vermelho escorregando para dentro e para fora de seu orifício que estava escorrendo. “Por favor, Aria.”

Sua voz estava falhando, beirando ao desespero. Seu coração acelerando ao encarar o monitor.

>>AriaAlpha: por favor fique à vontade

Yuuri estremeceu, movendo-se para que a extensão do dildo deslizasse para fora dele, abandonando completamente seu corpo e permanecendo sobre a cama, grande e poderoso. Posicionando-se novamente, ele fez com que toda a extensão mergulhasse para dentro de si de uma só vez. “Aria, Aria,” ele gritou. “Ah, Aria, tão gostoso.”

Ele se moveu para cima e para baixo, sentindo seu próprio pau negligenciado bater contra a sua pele a cada movimento, fosse descendo ou subindo, cavalgando sobre o brinquedo mais rápido e com mais vigor que normalmente. O nome de Aria escorregando de seus lábios em forma de gemidos cheios de urgência. Sua cabeça reclinando para trás, seu corpo excitado e brilhando pelo suor. Em meio ao apreço, as ordens e o tilintar das moedas no monitor, outra mensagem apareceu. Yuuri se agarrou ao nome como se aquilo fosse sua redenção.

>>AriaAlpha: pode se tocar

Yuuri concordou movendo a cabeça, incapaz de formar palavras que não fossem o nome de Aria, imaginando-o curvado sobre seu corpo. Yuuri deslizou uma de suas mãos por seu corpo, sentindo um rastro de saliva escorrer por seu queixo conforme ele fodia a si mesmo e se arregaçava descuidadamente. Eram as mãos de Aria em torno dele, os dedos de Aria ficando molhados ao redor da ereção de Yuuri, acariciando-o a cada estocada, trazendo seus quadris para cima para ir de encontro aos movimentos de Yuuri a cada vez que ele se empurrava para baixo, chocando-se contra ele e alcançando um ponto mais fundo que no instante anterior. O pau de Aria, com o ninho de pêlos prateados, empurrando-se contra ele exatamente como o mais quente e molhado de seus sonhos.

“Aria, Aria!” Ele estava desesperado naquele momento, em seu limite e dolorosamente próximo. “Quase lá, quase, quase.”

>AriaAlpha enviou 4000 moedas

>>AriaAlpha: Pare. Não goze ainda.

Yuuri apertou seus dedos ao redor da base de seu membro, não porque queria, mas sim porque era o que Aria teria feito, o que ele gostaria que ele fizesse. Yuuri parou de cavalgar, mergulhando uma última vez na espessura maciça com um grunhido mais baixo, choramingando de tesão.

“Aria, por favor,” ele implorou, batendo seus cílios daquele jeitinho que sempre conquistava uma nova corrente de moedas. Ele olhou para o monitor, esperando, respirando pesadamente com sua ereção dolorida e derramando pré-gozo por todos os seus dedos.

Afundando-se um pouco mais, ele sentiu o pequeno nó esfregar insistentemente em sua entrada. Gemendo em expectativa, rolando seus quadris com seu pênis apontando desamparadamente para o teto com seus dedos o envolvendo e negligenciando seu orgasmo.

>>AriaAlpha: Você já tá todo molhado pra mim, né, Eros? Tá gostando tanto assim?

Yuuri confirmou com a cabeça, tentando acalmar seu coração acelerado com respirações erráticas.

>>AriaAlpha: Aquilo ali na base é um nó? Acha que consegue meter ele também por mim?

Yuuri nunca realmente tentou ir até o final com aquele acessório, mas continuou concordando, pressionando a protuberância contra si mesmo. Meter aquilo lá dentro arrancou dele alguns grunhidos e gemidos, mas após algumas tentativas, o objeto acabou passando pelo anel muscular, contraindo seu interior e firmemente preso lá. Ele ofegou, porém ele ainda estava mais duro que nunca. Ele estava se sentindo tão preenchido. Preenchido pra caralho. Derramando lágrimas de elação.

“Aria, tão cheio, tão gostoso,” ele resmungou ofegante. Era como se estivesse flutuando. “Aria, Aria, por favor,” ele implorou.

Yuuri fechou os olhos, respirando mais depressa. Houve uma pausa e então outra mensagem. Yuuri leu rápido, sentindo seu coração comprimir.

>>AriaAlpha: Volume máximo no vibrador, por favor

Um urro feroz abandonou Yuuri quando o vibrador criou vida dentro dele, fazendo-o contorcer-se na cama quando o volume massivo enviou deliciosas ondas através de seu corpo, vibrando contra sua próstata, sua circunferência anal perfeitamente arregaçada e sendo assistida por Aria. Yuuri choramingou entre os lençóis, gemendo e ofegando, resmungando o nome de Aria como se sua vida dependesse daquilo.

“Aria, por favor, por favor,” ele choramingou, os dedos se fechando desesperadamente em torno de seu membro e de suas bolas na tentativa de reter seu orgasmo, como havia sido ordenado, mas sua determinação estava oscilando. “Eu preciso gozar, por favor, me deixa gozar.”

Tudo era eletricidade e luz, a necessidade era tão aguda que o faria sucumbir independente de seus melhores esforços para não fazê-lo.

>>AriaAlpha: Libera tudo, bonitinho. Goze pra mim.

O corpo todo de Yuuri estremeceu. Mal foram necessários três movimentos antes de seu corpo ceder e ele repentinamente derramar-se, sendo empurrado direto ao limite, em um orgasmo tão intenso e rápido como ele jamais havia experimentado antes. Ele gritou o nome de Aria. Seus quadris se movendo em reflexo, expelindo tudo através das vibrações que estavam transformando seu interior em gelatina, sem poder escapar delas por conta do nó que mantinha o dildo preso e bem firme, pressionando naquele lugarzinho delicioso dentro dele.

Ele ofegou quando a vibração foi finalmente cortada. Seu corpo desabando, molenga e esgotado sobre os lençóis. As mensagens estavam entrando mais rápido do que ele era capaz de ler, mas seus olhos puderam capturar a única que importava antes que ela desaparecesse.

>>AriaAlpha: Foi mal invadir seu show desse jeito. Quando eu te vi, não deu pra resistir ;)

“Tudo bem,” Yuuri respondeu rouco.

Seu corpo iria odiar ele amanhã. Yuuri ainda tinha o pequeno nó plástico dentro de si e não dava pra saber o que era pior: saber que aquele glorioso falo maciço ainda estava socado dentro dele, tornando cada movimento uma tortura particular, ou saber que ele teria que puxar o nó através de sua circunferência para que pudesse se livrar do dildo. Mesmo assim, aquele ainda tinha sido o melhor orgasmo de sua vida barra todos, então Yuuri nem estava reclamando muito. Ele só não ousava se mover.

“Isso foi interessante,” Yuuri ofegou baixinho. “Não precisa se desculpar.” O Aria impostor também tinha enviado 10.000 moedas em uma noite, então era outra coisa, ele também usou o único username que poderia ter convencido Yuuri a fazer aquilo até de graça. Um ofego engasgado deixou Yuuri quando ele mudou apenas um pouquinho de posição e o brinquedo roçou em suas paredes supersensíveis.

>>Papauzao: eroooosss, bb, quanto tempo faz que eu to aqui e você nunca gemeu meu username quando gozou? </3

>>PauDeMel: É porque o Eros tem classe ;)

>>Papauzao: pesado, mano

>>OG-Dom: Esse Aria aí tem passe livre na minha opinião. O Eros sendo todo obediente desse jeito me deixa cheio de tesão. Geralmente ele é mais safadinho, não que eu ache ruim de qualquer forma heh.

>>Stargirlxxx: Como se sente, Eros?

Yuuri estava começando a recuperar sua respiração agora. “Um pouquinho cansado. Obrigado por perguntar, Stargirl.” Ele olhou para baixo. Havia faixas brancas espalhadas por seu estômago, suas coxas estavam brilhantes e ele ainda tinha um dildo enfiado em seu traseiro. Seus lençóis estavam amassados e bagunçados. Pelo menos seus cabelos ainda estavam escovados para trás na câmera, embora parecesse bagunçado e um tanto desgrenhado.

Ele correu seus dedos por eles, certificando-se de que ainda estavam puxados para trás. Ele se perguntou se o Aria impostor ainda estaria assistindo e se estava sentindo que o dinheiro gasto tinha valido à pena. Phichit colocou a câmera em seu suporte e saiu atrás de toalhas limpas e umedecidas.

>>alfalico: ei, eros. Viu o ultimp ep de SnK?

Yuuri sorriu de forma indulgente. “Ah, então só porque eu sou japonês você acha que assisto animes?”

>>alfalico: vc q falo q via porra

Yuuri riu. “Não, eu ainda não vi. Eu tinha algumas coisas que preciso fazer pra daqui uma semana e meia e aí eu tenho que deixar as minhas aulas e trabalho em ordem antes disso. É parte da razão pela qual tenho estado ocupado.”

“Eros tem negócios secretos,” Phichit piou, atirando alguns pedaços de pano em Yuuri para manter-se fora da câmera. Enquanto ele revirava algo por trás dela, Yuuri começou a limpar-se.

A vibração recomeçou, fazendo Yuuri estremecer e gemer quando do nada o vibrador foi acionado em uma das velocidades médias. “Ugh, não, por favor,” ele ofegou, enquanto Phichit se matava de rir nos bastidores. “Porra, ah, desliga isso,” Yuuri grunhiu, freneticamente tentando segurar desajeitadamente a base do dildo.

“Fala meu username certo que eu desligo!” Phichit cantarolou. Yuuri balançou a cabeça.

Dava pra sentir o insistente zunido sob seus dedos ao enroscá-los na base do brinquedo, as vibrações demandando atenção e tesão. Trêmulo, Yuuri finalmente o puxou para fora, caindo na cama com um ofego.

“Maldito seja você,” Yuuri gemeu. Ele podia sentir sua entrada latejando, vazia e alargada, jorrando toda a lubrificação que esteve presa dentro dele. Ele já estava se empolgando de novo.

“Baaah,” Phichit reclamou. “Pensei que ia te pegar dessa vez. PoOrra, Eros, só uma vez?”

Yuuri o contornou. Apanhando um par de boxers próximas e vestindo-as. Ouvindo leves arranhadinhas na porta, Yuuri girou os olhos.

“Desculpa, ignorem isso. Meu cachorrinho fica agitado quando tem gente em casa e ninguém dá atenção pra ele. Eu deixaria ele entrar, mas fiz um pouco de bagunça aqui.”

Como sempre, Yuuri ficou jogando conversa fora durante algum tempo até a sensação pegajosa em sua pele ficar insuportável e seu cansaço mal lhe deixando manter os olhos abertos. Ele ganhou mais algumas moedas nesse tempo e apenas uma solicitação para assisti-lo na maldita bola de exercícios.

“Eu vou nessa,” Yuuri finalmente anunciou. “Amanhã eu vou estar na academia. Apareçam por aqui, se estiverem afim de me ver?” ele ofereceu.

>>PauDeMel: Vai estar pelado dessa vez, bb? ;)

>>LoucoPorNovinho: pfvr diz que sim. eu ammeeiii assistir da ultima vez

“Pelado não, é uma academia pública, mas…” Yuuri fez uma pausa. Os dedos de Phichit lhe dando joinhas e balançando a cabeça positivamente. “Eu poderia ser convencido a… vestir algo especial, diferente das roupas que geralmente uso.” Sendo estas roupas uma camiseta folgada e uma bermuda larga, nada apelativas aos olhos.

>BittyBetaBoy enviou 300 moedas

>LoucoPorNovinho enviou 600 moedas

>PauDeMel enviou 1000 moedas

>Papauzao enviou 1450 moedas

>alfalico enviou 400 moedas

>OG-Dom enviou 1100 moedas

Yuuri piscou para o monitor. Mais usuários continuaram enviando moedas.

“A voz do povo é a voz de Deus, Eros,” Phichit disse. “E o povo quer shortinhos curtos. Né, gente?”

Um turbilhão de vários ‘sim’ inundou a tela. Yuuri ficou corado. “Eu não–Eu–Ah, tá bom,” ele hesitou, encarando Phichit. Eles teriam uma conversinha mais tarde.

Yuuri deu boa noite para todo mundo e eles finalmente puderam encerrar tudo. Ele se espreguiçou na cama e bocejou. Phichit se ocupou com a câmera enquanto Yuuri retirou os lençóis da cama para substituí-los por um jogo limpo, afinal ele não iria dormir em sua própria sujeira.

“Entããão,” Phichit disse. “Você pareceu ter entrado bem no clima hoje à noite.”

Yuuri corou. “Eu sempre entro no clima,” disse hesitante. Era praticamente sua única forma de se soltar e conseguir gozar. Sem a sensação de estar sendo assistido, descarregar a tensão era um sonho impossível. Para alguém tão carregado pela ansiedade como Yuuri, era uma situação interessante. Yuuri gostava de ser assistido. Porém não gostava da atenção. Mas odiava quando paravam de olhar.

Aquele havia sido o meio-termo mais próximo que ele havia encontrado, só era seguro atrás de proxies, alguns bloqueadores regionais e a plena compreensão de que ele era capaz de fazer o Clark Kent e não ser reconhecido.

“Não foi isso que eu quis dizer,” Phichit disse, parecendo orgulhoso e satisfeito, como um gato que capturou um canário. “Você e Aria, hein?”

“Nem era o Aria de verdade,” Yuuri tossiu, tentando esconder o quanto suas bochechas estavam ficando vermelhas. “Provavelmente um impostor. Nunca que o Aria de verdade iria querer me assistir.”

Phichit murmurou. “Ah, é mesmo. E por quê?”

“Ele–ele—” Yuuri gaguejou. Já não era óbvio o suficiente sem ele ter que explicar? “Ele está em outro nível. O cara é praticamente uma lenda. Além do mais, tenho certeza que ele está ocupado com aquela coisa daqui a uma semana, você sabe.”

Phichit apenas pareceu intrigado. “Ooh, sério, Yuuri? Que coisa seria essa? Será que é possivelmente o espetáculo anual de seu cio?”

Uma vez por ano, como havia feito nos últimos cinco anos, Aria transmitia seu cio ao vivo.

Vinte e quatro horas contínuas de sexo/masturbação criativa, assim como a ocasional presença de um convidado: geralmente seu amigo alfa e também camboy, JackOffMetti, mas também muitas outras pessoas bonitas já tinham sido convidadas nos últimos cinco anos que ele esteve fazendo aquilo. Sempre em busca de trazer novas surpresas para seus shows e Yuuri tinha assistido uma boa parte deles todos os anos, sentindo um misto de culpa e extrema excitação.

Se havia alguém que sabia como tirar vantagem de sua própria biologia, esse alguém era Aria.

“Cala a boca. Você sabe tão bem quanto eu,” Yuuri resmungou.

“Eu sei, eu sei,” Phichit concordou. “Eu também sei, meu caro amigo, que o seu cio será mais ou menos no mesmo período. E que você estava considerando fazer algo sobre isso no teu show. E nós estamos bem de grana, o que significa que dinheiro não é problema. Então, eu tive uma pequena ideia…”

Yuuri pausou, levantando os olhos de onde estava ajeitando os lençóis limpos em sua cama. Havia medo em seus olhos. “Phichit. O que foi que você fez.”

Phichit sentou diante de seu laptop, abrindo a conta do Instagram de InnocentEros. O conteúdo lá era bem apropriado para menores, cheio de classe e requinte e Yuuri evitava aquela página como se fosse uma praga. Phichit a administrava e Yuuri sempre ficava chocado quando era informado sobre o número de inscritos que ele tinha. Então Phichit abriu um histórico de conversa privada.

“Porra, mano,” Yuuri disse em um ofego. “Você não fez isso…”

Phichit tinha entrado em contato com AriaAlpha. Ele tinha enviado a porra de uma mensagem privada para o cara.

“Fala! Aqui é o adm do Eros, MemeLord. JackOffMetti me contou que você tava procurando alguma coisa diferente pro teu programa desse ano. Talvez ele tenha comentado sobre mim? Eu tive uma ideia. É meio loucura, mas Metti disse que loucura é algo bem-vindo. Se estiver interessado, manda uma mensagem pro número XXX-XXX-XXXX.”

“Como é que você conhece o JackOffMetti?” Yuuri sibilou, apertando seu peito horrorizado.

“Foi nisso que você resolveu focar? E não o fato de que eu dei a ele o número da linha direta do Eros?” Ele se referia ao telefone descartável que eles usavam para as coisas ligadas ao Eros.

Yuuri não estava conseguindo respirar. “Bom, obviamente ele não te respondeu.”

Phichit chacoalhou o telefone descartável na cara de Yuuri. “Ele respondeu. JackOffMetti e eu somos assim.” Ele cruzou os dedos para mostrar o quão ‘próximos’ eles aparentemente eram. “E agora eu vou mandar uma mensagem pro Aria.”

“Phichit, não—” Yuuri engasgou. Ao ver o sorrisinho de seu amigo, as peças começaram a se juntar. “Você não—Sem chance, ele jamais iria querer me assistir–”

Phichit começou a digitar. Yuuri tentou fisgar o telefone, dando um grito, mas Phichit já devia estar esperando aquilo, pois ficou de pé em um instante, saltando alguns passos para trás até se afastar e ficar fora do alcance, então correndo até a porta. Yuuri correu atrás dele, acidentalmente batendo dolorosamente seu ombro na moldura da porta. Phichit escapou do quarto e bateu a porta de seu quarto na cara de Yuuri.

Yuuri esmurrou a porta com seus punhos com toda a força que ele tinha. Ela estava muito bem trancada e Phichit com o telefone descartável e, aparentemente, com o número de Aria.

O sangue de Yuuri congelou. O Aria Impostor. Não era possível. “Espera. Phichit. Calma aí—”

“Eu estou te fazendo um favor!” Phichit berrou. “Fala que você não quer que eu paro.”

“Eu não quero!” Yuuri gritou.

Houve um momento de silêncio. A porta foi aberta e Yuuri entrou. O quarto era lotado de posters, fotografias, cheio de objetos e móveis com tema de hamster e havia uma enorme gaiola de hamster sobre a mesa. Um hamster estava correndo na roda enquanto os outros dois estavam comendo.

Phichit parecia um pouco constrangido.

“Mano, eu não posso fazer isso,” Yuuri disse, seu coração quebrando mesmo enquanto estava parado ali. “Eu não quero criar expectativas. Ele não vai me querer, Phichit. Especialmente não na porra do meu cio. Eu iria estragar o show dele. E de qualquer forma, ele tá há uns 3.000 quilômetros de distância. Não seja ridículo—”

O celular apitou. Phichit olhou para o aparelho e então para o rosto de Yuuri. Ele sorriu convencido.

“Você já mandou a mensagem pra ele, né?” Yuuri grunhiu, enterrando o rosto em suas mãos quando Phichit checou a mensagem. “Eu nem quero saber. Nem me fala o que ele disse. Não quero saber o quanto ele achou essa ideia péssima e—”

“Ele tá dentro.”

“Ou saber que ele não me quer—” Yuuri se perdeu. “Quê?”

Phichit abriu um sorriso. “Yuuri, leia isso aqui.”

As mãos de Yuuri estavam trêmulas quando pegou o celular. Ele rolou a conversa até o topo.

Recebida: Metti quer saber se você é o Peaches??

Enviada: Diz pra ele que eu sou MemeLord agora, mas sim, eu era o Peaches e antes disso eu era o SuperHam.

Recebida: Ele te conhece! Wow!! E aí! Você tinha uma ideia pro show? Se for loucura é definitivamente bom.

Enviada: Olha, sei que isso é super audacioso, mas vou falar logo. Então, tem esse meu amigo, aquele do insta que eu te mandei por mensagem?

Enviada: ele é super fofo, né? Um ômega sexy desses?

Enviada: o cio dele é daqui uma semana

Enviada: que tal se ele participasse do teu show?

Enviada: eu sou o adm da página dele e moderador dos streams, acho que daria super certo

Recebida: Hmm. Só um minuto.

Recebida: ok, ele é mt fofo, mas ele tá interessado?? Tipo, ele não vai ligar mesmo de fazer isso, né?

Recebida: Eu nunca tive um ômega no meu show antes

Recebida: mt menos um no cio

Recebida: Eu definitivamente teria que ter cuidado com ele

Enviada: Ele tá definitivamente interessado com ctz. E você provavelmente n vai quebrar ele. Acredite em mim. Assiste o show dele hoje a noite. Vai ser às 7 (pst). Não precisa decidir agora nem nada.

Enviada: Posso enviar mais informações p/ email se quiser

Recebida: Metti disse que eu deveria. O que você acha?

Enviada: cara eu não sou nada parcial. Meu garoto Eros é o melhor. Só veja. Se você não gostar do que vir, a gente esquece tudo e não se fala mais nisso. Mas sério. Como você seria capaz de dizer não pra essa carinha?

Recebida: É bem difícil dizer não. Vou assistir a transmissão hoje, então.

Enviada: tá ótimo

Havia um espaço de tempo entre as mensagens anteriores e as próximas, no intervalo de algumas horas antes do show e do horário do próprio show.

Enviada: hahahaha puta que pariu

Enviada: não precisava enviar todas aquelas moedas pra ele. Um sim teria passado a mensagem

Recebida: meu deus do céu. Tô apaixonado. Eu quero esse menino no meu show. Por favor, memelord

Recebida: Mas que Eros!!! Fala que eu sinto muito por ter sido duro com ele!! E por ter roubado o show! Eu só queria ver o que ele ia fazer

Outra mensagem saltou na tela enquanto Yuuri estava lendo.

Recebida: Eu vou trazer vocês pra cá, não precisa se preocupar com os gastos. Você e o Eros. Por favor, diz que ele vai querer fazer isso. Podemos acertar os detalhes assim que você estiver disponível.

As mãos de Yuuri estavam tremendo ainda quando Phichit arrancou o celular dele. “Você mesmo disse,” Phichit falou, “Que queria fazer alguma coisa diferente no seu cio.”

“Eu—Eu não estava querendo dizer isso,” Yuuri arfou. Aos seus pés, seu pequeno poodle estava correndo em círculos ao redor de seus tornozelos, arranhando seus calcanhares com as patinhas. Ele rapidamente apanhou o poodle toy em seus braços. “Phichit… Isso é… Eu sei lá o que é isso.”

“Incrível, é isso que é. Admita, você já tava pensando em transmitir o seu cio ao vivo de qualquer forma. Quem em sã consciência não iria querer ver os dois camboys mais gostosos da internet mandando ver numa bagunça de instintos primitivos e paixão? A porra é séria.”

“Eu não sou um dos camboys mais gostosos. Eu nem alcanço—”

Phichit tapou a boca dele com uma de suas mãos. “Se você terminar essa frase, eu vou dizer pro Aria que você topou. E você vai ter que dizer pra ele que não quer.” Yuuri o encarou, mas quando Phichit afastou sua mão, Yuuri se manteve de boca fechada. “Tá bom? Só pensa nisso.”

“Eu não entendo, é só isso. O que ele sequer viu em mim?” Yuuri grunhiu.

Phichit levantou uma das mãos e começou a contar nos dedos. “Primeiro, você é lindo. Nem adianta discutir, quantos inscritos te dizem isso todos os dias? Segundo, você tem um monte de seguidores. Essa publicidade vai beneficiar tanto você quanto o Aria. Se expor é bom. E as pessoas vão falar disso por anos.”

“Tem uma porção de pornôs de cios no mercado. Não é nada tão especial assim.”

Phichit balançou a cabeça. “Nananinanão. Nós dois sabemos que você já pensou sobre isso milhares de vezes. Por qual outro motivo você iria considerar? Mas eu vou te dar uma colher de chá. Dois motivos. É você, o que torna tudo melhor ainda e vai ser algo interativo, as pessoas vão curtir. Três motivos, na real. Porque iremos fazer disso um espetáculo. Imagine, Yuuri, todos aqueles olhares em você. Isso não faz você se sentir todo sexy e poderoso?”

Yuuri corou.

“E a terceira coisa que ele viu em você, foi provavelmente o fato de que você é uma pessoa maravilhosa de se ter por perto. Sério, Yuuri, você acha que que aquele povo todo fica conversando contigo por tipo umas três horas depois de você ter se masturbado porque eles gostam de ter ver com porra no cabelo? Não, cara. Eles ficam conversando contigo. Eles gostam de você.”

“Certeza que a metade dessa gente só fica porque nunca conheceram um ômega macho pessoalmente,” Yuuri respondeu com sarcasmo.

“Que se foda essa gente,” Phichit disse. “Vai, Yuuri, fala aqui na minha cara que você não quer o Aria no seu cio e eu paro de te perturbar com isso. Eu digo pra ele que não vai rolar. Fechado? Mas você tem que olhar nos meus olhos e dizer que você não gostou nem um pouco de pensar em ter o Aria todo pra você mais cedo.”

O momento se arrastou com um longo e desconfortável silêncio. Vicchan se debateu impacientemente nos braços de Yuuri, esperando ganhar carinho. Yuuri concedeu, coçando atrás das orelhinhas de seu cãozinho, olhando para baixo em constrangimento.

“Você poderia dar uma chance a isso. Qual é a pior coisa que pode acontecer?” Phichit disse.

“Eu me fazer de idiota na frente de todos os fãs do Aria? Me tornar uma chacota pra todo mundo? Revelar minha identidade pro mundo?” Yuuri sugeriu. A lista apenas seguia. Dava pra citar os itens por dias e dias. Ser chamado de piranha? Porque ele ainda não tinha esquecido o JizzJazz e suas palavras afiadas e, independente de como fosse, tão logo quando ele terminasse de surtar por causa do Aria acima de todas as outras coisas, ele provavelmente logo iria começar a surtar sobre isso.

“Ou quem sabe você poderá ter o melhor sexo da sua vida, ganhar um monte de dinheiro e ainda terá a oportunidade de sair com o Aria e, provavelmente, conseguir as melhores informações internas que alguém poderia conseguir?” Phichit rebateu, arqueando uma de suas sobrancelhas e sorrindo. “Eeeeeeee… Você vai poder montar no Aria de verdade?”

Yuuri suspirou, tentando desesperadamente ignorar o quanto aquelas palavras poderiam facilmente mexer com ele. “Supondo que eu faça isso…”

“Aee!” Phichit comemorou com as mãos no alto.

Yuuri só encarou. “ Supondo que eu aceite levar isso adiante… Quão loucos devemos estar? Ele mora em L.A. São uns 3.000 quilômetros de distância, Phichit.”

“Ele se ofereceu pra pagar as nossas passagens,” Phichit disse. Ele segurou o telefone diante de Yuuri, fazendo a tela brilhar. “Esse embuste exagerado, eu já amo ele. Não há literalmente algo que você possa dizer que eu não tenha uma resposta pra te dar. Eu te conheço, Yuuri, e eu sei como você pensa e se preocupa. Eu tive o dia todo pra pensar em respostas, então manda a ver.”

“Eu tenho espectadores que ficarão aborrecidos. Eu sei que vão… Hm. O PauDeMel não disse que estava na Califórnia? Ele não vai poder assistir. E ele dá tanto dinheiro pro stream, não seria justo. E o Aria não é otário o bastante pra retirar um dos bloqueios regionais da conta dele.” Yuuri disse. Bloqueadores regionais tornam as coisas seguras. Eles fazem com que pessoas próximas não possam te reconhecer. Yuuri definitivamente tinha um e o havia configurado para todo o estado de Michigan, algumas regiões periféricas nas redondezas por segurança, para excluir qualquer possibilidade de alguém tentar identificar a sua localização e para Kyushu. De maneira alguma a sua família poderia ver aquilo.

Phichit resmungou. “Hm, Yuuri, proxies. De acordo com a internet, suas pesquisas do Google partem do Colorado. Tenho certeza que ele deve tê-los também, ou ele simplesmente não os tem. Todo mundo sabe onde ele mora de qualquer forma.”

Yuuri tentou se acalmar fazendo carinho em Vicchan. “Ai, meu Deus,” ele sussurrou. “Eu estou considerando isso. Quão louco eu estou? Eu estou maluco. Certeza.”

“Nem um pouco!” Phichit disse. Ele deu um tapinha nas costas de Yuuri. Com as pernas trêmulas, Yuuri desabou na beira da cama de Phichit.

Ele esfregou sua glândula hormonal ansiosamente. Estava coçando, como sempre acontecia quando seu cio estava se aproximando. Não era um tipo de coceira como em qualquer outro lugar do corpo, era algo mais profundo, sob sua pele, uma sensação que não passava mesmo arranhando. Dava pra dizer que não faltava muito tempo para o seu cio começar.

Ele já estava tomando anticoncepcional para evitar as cólicas debilitantes que tinha ocasionalmente caso não o fizesse e havia sido testado há um mês. Ele também não teve nenhum parceiro desde então. Mesmo antes, foi Phichit quem lhe fez a grande caridade de ajuda-lo a passar por seu último cio. Ele já estava se preparando para as férias de primavera de qualquer forma. As circunstâncias não poderiam ser melhores…

Yuuri arrepiou-se. “Puta merda,” ele sussurrou. “Aria me quer no cio dele.” Ele ia transar com o Aria. Aria queria o Eros em seu show.

“Vou cuidar dos detalhes amanhã. Mas por hora, você parece exausto. Vai dormir um pouco, Yuuri.”

Yuuri riu de nervoso. “Você diz isso como se eu realmente fosse conseguir dormir essa noite.”

Notes:

Notas da autora

 

 

N Ã O  F A Ç O  I D E I A  D O  Q U E  E U  T Ô  F A Z E N D O  S Ó  S E I  Q U E  T Ô  A D O R A N D O

Há uma referência sutil a Redline aí. Se vocês curtiram o estilo da arte do banquete, com certeza irão curtir o estilo de arte de Redline. Não é a mesma coisa, mas Yamamoto trabalhou em ambos, então dá pra perceber a influência :D É visualmente incrível, de qualquer forma.

Me digam se odiaram os espectadores, ou se tem algum que gostaram bastante e querem ver mais no futuro. Se não gostaram deles, posso diminuir um pouco o impacto que eles têm. E outra coisa, se tiverem algum fetiche, só me falar. Eros está sempre aceitando sugestões de sua audiência e eu estou aceitando sugestões dos meus leitores ;)